Política

DEBATE ELEITORAL
EM SANTO ANDRÉ

DANIEL LIMA - 12/08/2024

Anunciei aos leitores de CapitalSocial do aplicativo WhatsApp  que realizaria hoje o primeiro Debate Eleitoral com vistas às eleições desta temporada em Santo André. É o que segue abaixo.

Trata-se de mais uma operação ficcional à frente desta publicação. Operação ficcional deve ser relativizada e, mais que isso, contextualizada. Trata-se de expressão da realidade disfarçada de alegorias. O livro Complexo de Gata Borralheira, sucesso de público e bilheteria ao ser lançado em 2002,  é prova disso.

Os personagens daquele obra foram institucionais, com a Violência tomando a preocupação de todos. Nesse caso, os personagens são de carne e osso. Gente que disputa a Prefeitura de Santo André.  

O que os leitores acompanharão logo abaixo é mesmo a transposição de um apanhado de observações dos últimos tempos e em alguns casos mais longevas sobre o comportamento público dos candidatos que pretendem chegar ao Paço.

Traduzindo em miúdos e sem medo de enfrentar  maledicentes de sempre: praticamente nada de importante que se seguir estará desancorado de fatos ou de versões que os próprios candidatos alimentam.

SEM DESCARTE

Claro que ninguém é de ferro e tampouco insensível a ponto de descartar eventuais subjetividades aqui e acolá, traduzidas em forma de potenciais insumos desse Debate Eleitoral. É assim que funciona essa coisa chamada política e, principalmente, esse embaraço chamado disputa eleitoral.

Garanto uma coisa aos leitores mais céticos ou mesmo aos incapazes de entender o que prometi nas redes sociais:  nada, absolutamente nada, do que se seguirá nesse Debate Eleitoral poderia ser descartado, sob pena de sonegar aos leitores um punhado de informações.

Caberá aos leitores a acuidade de compreenderem o que se segue, notadamente quanto ao perfil individual dos candidatos e desdobramentos disso. Não é preciso conhecer a fundo cada concorrente para registros que definem características explicitadas no Debate Eleitoral.

Não custa reiterar que todos eles, os seis concorrentes, estão permanentemente na mídia regional, sobretudo nas redes sociais, quando não no jornalismo diário impresso e digital, e todos eles, portanto, são observados com cuidado e atenção por quem tem obrigação funcional de prescrutá-los.

Muitos poderão entender  certa carga caricatural dos personagens, de modo a se aplicar a eles desconfiguração da realidade e, portanto, eventuais incursões desrespeitosas. Nada, absolutamente nada disso, se sustentaria.

Os próprios candidatos vão se enxergar num espelho de cristal. Eles sabem que estarão retratados com fidelidade. Pitadinhas aqui e ali de sarcasmo, quem sabe até mesmo de certo exagero, são necessárias. Nada, entretanto, que retire a massa essencial da personalidade individual. 

CAPITALSOCIAL – Se estão todos de acordo com as regras do jogo, então vamos à primeira pergunta. Qual é a sua definição sobre o conceito mais simples de PIB, ou seja, o PIB Convencional. 

GILVAN JÚNIOR – Meu prefeito recomendou que não devo entrar em bola dividida, quanto mais em bola quadrada. Esse negócio de PIB está ligado à Economia. Esse tema não me interessa porque nunca interessou ao meu prefeito. Passei por muitas secretarias, mas esse tema jamais foi levado a sério, porque a gente sempre preferiu coisas mais simples, varejistas, entende?

ANDRÉ DO VIVA – Tinha certeza absoluta de que o Gilvan iria fugir dessa enrascada. Conheço essa turma do Paço como meus fios de cabelo. Entro e saio dali como repórter e esse negócio de PIB jamais foi mencionado.

EDUARDO LEITE – Acho, com todo o respeito, que o André do Viva está chutando, porque também ele não sabe o que é PIB.

ANDRÉ DO VIVA – Admito que não saiba mesmo sob o olhar dos especialistas, mas entendo que PIB é a miséria e a desgraça que relato todo dia como influenciador social que vai às periferias e é sobressaltado pelos problemas que se acumulam. E também pela carência do Poder Público.

CORONEL SARDANO – Matou a charada, caro Eduardo Leite, mas não vou dar  moleza para você: o que é PIB?

EDUARDO LEITE – Vou consultar meus assessores econômicos. Passei toda a minha vida política no Legislativo e jamais me preocupei com isso. E acho que você também não, Coronel. Aliás, lá no Legislativo, PIB é assunto proibido. Temos que buscar sobrevivência parlamentar. Se o Paço não se dedica ao PIB, por que faríamos?

CORONEL SARDANO – Infelizmente tinha coisas mais graves para cuidar, inclusive como secretário municipal, porque a Segurança Pública está à flor da pele  de quem mora na região, especialmente em Santo André, onde se roubam e se furtam veículos em demasia.

LUIZ ZACARIAS – Não sei bem o que é PIB, porque nos cinco mandatos como vereador e nos oito anos como vice-prefeito essa palavra não existia no ambiente que frequentei. Ninguém nunca se preocupou com isso. É exigir demais que explique o inexplicável. Para mim PIB soa como PIX, e acho que uma coisa não tem nada com a outra. Ou teria?

BETE SIRAQUE – Para petistas como eu, PIB é algo como um espantalho, corda em casa de enforcado. Vou dizer antes que me acusem, porque sou apenas consequência partidária e ideológica: sei por ouvir dizer que PIB é a pior cara do segundo mandato da companheira Dilma Rousseff aqui na região. E que também tem tudo a ver com o sucesso profissional do André do Viva, que lida com os excluídos sociais, principalmente.

ANDRÉ DO VIVA – Matou a pau, Bete, matou a pau. Mas não adianta tirar da frente o que você deveria ter na ponta da língua, mostrando quanto Santo André sofreu com a Dilma.

GILVAN JÚNIOR – Como PIB não interessa para quem tem pressa para vender o peixe eleitoral, prefiro mesmo falar dos excluídos sociais, que é uma marca do meu prefeito. A gente fez o possível para chamar de nossa a massa de pobres e miseráveis.  Não foi a toa que a mulher de meu prefeito virou deputada estadual com quase 200 mil votos. Fechamos o curral eleitoral com a Moeda Verde, colocamos muitos candidatos a somar força e nadamos de braçadas.

LUIZ ZACARIAS – O jovem Gilvan, que tomou formalmente o meu lugar, credita apenas ao padrinho dele os méritos na área social. Está esquecendo desse vice-prefeito, extensão natural e de trabalho do prefeito durante esses oito anos. Domino bem esse assunto de pobreza, de miséria. É meu reduto domiciliar e também a maior concentração por metro quadrado do meu eleitorado. Um ensaio do que será Santo André nas eleições. Vou fazer das urnas do Sacadura Cabral as urnas de todos os distritos eleitorais.  Até porque gente não falta com o perfil que me representa. Não adianta querer enganar. Santo André é pelo menos metade dos pobres, miseráveis e gente que mal se sustenta na classe média baixa.

EDUARDO LEITE – Acho, com todo o respeito, e sem querer ferir melindres, que, mesmo sem saber exatamente o que é PIB, deveríamos ter nos preocupado mais com  riqueza do que com pobreza. Por isso me penitencio.  Vou pegar uma bucha de canhão. Não deveria ter dito isso. Acho que me excedi. Prometi a mim mesmo ser cauteloso nas respostas, cuidadoso nas abordagens e fugir de frases mais agudas que possam mexer com suscetibilidade.

GILVAN JÚNIOR – É muita pretensão acreditar que vai me vencer. Veja a aprovação do meu prefeito. O povo está com ele e se está com ele está comigo. Será que vocês não repararam que estou grudadíssimo no meu prefeito? Que não há como fotografar um sem fotografar o outro? Que não dá para abraçar um sem abraçar o outro?

BETE SIRAQUE –Se depender demais dos votos dos pobres e dos miseráveis, acho melhor você e seu prefeito se prepararem para o pior. O meu PT tem tradição no assunto com o incremento do Bolsa Família. Não esqueça que temos mais de 50 mil moradias que recebem o Bolsa Família em Santo André. E que estão nos nossos cadastros. Temos um pedaço do Nordeste em Santo André. E esse pedaço nordestino vota no PT sempre. Nós emprestamos para vocês do Paço os votos nas eleições legislativas, mas para o Executivo a  história é outra.  Ainda mais com o Lula em Brasília. E agora estamos em campos opostos. Estabelecemos uma trégua de oito anos, você ganharam duas eleições mas agora o jogo volta a ser para valer. Somos adversários outra vez. Acabou o acordão.

LUIZ ZACARIAS – Não esqueça, Gilvan,  que o povo está com o Paulinho, mas duvido que esteja com você. Quem o povo enxerga como herdeiro natural do prestígio popular do prefeito sou eu, um vice-prefeito que sempre esteve ao lado dele, nos bons e nos maus momentos. Não preciso estar agarrado ao prefeito como você está a toda hora para o povo se lembrar do verdadeiro parceiro dele durante quase oito anos. Vocês todos sabem disso. Tanto que querem interromper minha campanha por causa do cinema. Inventaram uma fita para me prejudicar. Pura bobagem.

ANDRÉ DO VIVA – Não tenho cadastro do Bolsa Família, mas conto com milhares de seguidores populares em Santo André e na região. Esse rebanho também tem a nossa marca. Quem me desprezar vai cair do cavalo.

CORONEL SARDANO – Fico horrorizado só de ouvir o que estou ouvindo, como se pobres e miseráveis devessem ser apenas tropas eleitorais. Essa camada da população sofre muito. E digo isso com tranquilidade porque no fundo esse pessoal todo olha para mim como desesperadora opção eleitoral em reconhecimento ao trabalho que faço. Por enquanto, estou satisfeito com a classe média, do Bairro Jardim e vizinhança, que me conhece bem, conhece a história de minha família e sabe que pode confiar no meu taco como homem público sério.

EDUARDO LEITE – Já montei um grupo de trabalho para estudar a fundo essa questão dos excluídos sociais em Santo André. Preciso desenvolver uma política de inserção social e profissional que torne menos grave o quadro. Entretanto, no momento, estou mesmo de olho na classe média, que pode me garantir o  Paço Municipal. Essa turma é grande e parece que não está satisfeita com o candidato do Paço. Todo mundo me diz que tenho mais cara de classe média do que o candidato do Paço. Que sou mais palatável do que o candidato do Paço. E acho que é verdade. Sou naturalmente elegante. Qualquer peça de roupa cabe bem em mim. Falo bonito, sorrio sempre com naturalidade. Essas coisas pesam na hora do pega para capar. Com perdão da expressão.

ANDRÉ DO VIVA – Já vem  a lengalenga de estudos de grupos de especialistas. Conheço essa historia na prática. Tudo conversa mole. O problema social de Santo André só se agrava a cada dia. O povão, minha especialidade, quer resultados práticos. Quer comida na mesa, segurança nas ruas, asfalto sem crateras, torneiras com água abundante, perspectiva de melhoria de vida.  

BETE SIRAQUE – Sou obrigada a concordar com o André do Viva, caro Eduardo. Acho que está na hora de a gente deixar de ilusões e começar a decifrar um método que diminua a proporção de pobres e miseráveis dos quadros sociais de Santo André. O Bolsa Família e outros programas são ótimos para o PT, porque é voto garantido, mas a situação está chegado ao ponto de tornar-se bumerangue.  Precisamos mesmo de Desenvolvimento Econômico. Acho que PIB vem daí, não é verdade? Vou pedir socorro a meus assessores para entender melhor esse negócio de PIB.

CORONEL  SARDANO – Eu que sei o quanto isso custa. A bomba sempre estoura na área de Segurança Pública.

ANDRÉ DO VIVA – Não acredito que vamos ter a compreensão de que sairemos do buraco. Programas sociais que dão resultados paliativos sempre significam a possibilidade de gerar prêmios diversos, que não passam de marketing.

BETE SIRAQUE – Veja o caso de Santo André com o Paulinho de prefeito. Me disseram ainda outro dia que até criaram uma Secretaria de Efeitos Especiais. Será isso mesmo verdade?

LUIZ ZACARIAS – Posso garantir que não tenho nada a ver com isso. É coisa dos marqueteiros do Paulinho.

GILVAN JÚNIOR – Por gentileza, respeitem meu querido prefeito. Ele não elegeu a mulher de graça. Ele tocou numa ferida social que não pode ser ridicularizada. Há muita inveja porque descobrimos um filão popular que antes era apenas do PT.  Vou contar um segredo que não deveria contar jamais, mas vocês me provocaram: foi um petista, um petista entre muitos petistas que trouxemos para o governo, quem deu a ideia e colocou em operação o programa de arrebatamento eleitoral dos excluídos sociais. Tudo foi copiado do plano do Celso Daniel. Problema do PT que não deu prosseguimento ao que o Celso Daniel deixou de legado. É isso? Legado? Sim é isso.

ANDRÉ DO VIVA – O Gilvan veio mesmo para vestir a camisa do prefeito como se isso fosse suficiente para ganhar a eleição. Não é assim que a banda toca. Meus seguidores reclamam um bocado   de muitas questões sociais. Santo André não é a maravilha anunciada aos quatro cantos. Esse negócio de aprovação popular vale até certo ponto. Na reta de chegada eleitoral o bicho pega.  

EDUARDO LEITE – Estamos em constante atuação com nosso conselho de ações periféricas para  melhorar os indicadores sociais. Estamos fazendo um diagnóstico rigoroso. Tenho uma retaguarda de gente comprometida com Santo André. Aliás, não abro mão disso. E tampouco de visitar cada cantinho de Santo André. Ando mais que notícia ruim. Aprendi com o Celso Daniel que, se não meter a cara na rua, os votos não chegam.

CORONEL SARDANO – Quando se promete melhorar os números das questões sociais fico impressionado por que só  falta combinar com os recursos orçamentários, que são escassos. Sei disso porque passei pela Secretaria de Segurança e senti muito os efeitos do que chamaria de escolha de Sofia, ou seja, ter de decidir onde colocar o dinheiro que é pouco para todas as questões que resultam em violência. Orçamento municipal não é um elástico. Está mais próximo de um circulo de ferro.

BETE SIRAQUE – Não adianta olharem para mim, para o PT, porque não sou extensão da Dilma Rousseff, embora ela seja mulher e a gente tenha discurso em defesa de mulher. Vocês esquecem, com esses olhares de condenação ao período de recessão da Dilma, que o esvaziamento econômico de Santo André vem do século passado.

ANDRÉ DO VIVA – Com o PT e sua turma de sindicalistas, é bom que se diga.

CAPITALSOCIAL – Como se observa, e isso não é novidade alguma, todos vocês ficaram enrolados e não responderam o significado de PIB, embora, deva reconhecer, atingiram determinado grau de conhecimento na prática.

COLETIVO – Obrigado, obrigado.

CAPITALSOCIAL – Mas insisto no assunto e faço uma nova pergunta: levando-se em conta que Santo André já foi um reduto industrial com múltiplas cadeias de produção, vocês acham conveniente manter a letra do hino da cidade que se refere a “Viveiro Industrial”, que já não existe mais, ao invés de adotar “Viveiro Assistencial”, até porque dá rima e, portanto, não confundiria a fonética?

LUIZ ZACARIAS – Viveiro Assistencial é a minha praia. Se depender de mim, está aprovado. Com uma ressalva: vou mudar tanto Santo André que voltaremos a ser Viveiro Industrial.

GILVAN JÚNIOR – Também acho que seria uma boa ideia trocar Viveiro Industrial por Viveiro Assistencial. Falou em Assistencial, falou o nome do meu prefeito. Ele só não pode entender que minha posição seja uma crítica a ele por causa de ter assistido a queda continuada do PIB de Santo André no ranking do  Estado de São Paulo. Confesso que não entendo mesmo disso, mas como foi repetidamente publicado, não posso crer que seja mentira.

EDUARDO LEITE – Não tenho a menor condição de responder a esse desafio agora. Precisaria reunir meu conselho técnico-cientifico para não cometer uma grande bobagem. Mexer em hino oficial, por melhor que sejam as intenções e, mais que isso, como reflexo da realidade, é sempre uma coisa de subjetividade aflorada. Não vim preparado para esse tipo de decisão. Aliás, tudo que for bola dividida será postergada. Esse é nosso princípio. Me chamam de meio tucano e meio petista por causa disso. Uma maldade sem tamanho.

ANDRÉ DO VIVA – Se querem saber, digo logo: tasca essa mudança e se determine a massificação do hino. Não gostaria de ver o Legislativo de Santo André aprovando meus projetos de lei ao som de um hino que não quer dizer mais nada quando chega no trecho em que todo mundo sabe de cor e salteado que  a desindustrialização levou ladeira de incompetências abaixo.

CORONEL SARDANO – Essa mudança não me agrada de forma alguma. Não podemos ficar ao sabor da economia. Daqui a pouco outros trechos do hino certamente teriam de ser modificados para se adaptarem à realidade que até pode ser extensiva às próximas dezenas de ano, mas subvertem o espirito da lei. Mudemos o modus-operandi do governo municipal, façamos uma revolução, e reconquistemos as indústrias.

BETE SIRAQUE – Sabem vocês que nunca pensei nesse assunto? Por isso acho melhor também pedir um tempo. Não quero dizer com isso que vou voltar de uma reunião da Executiva do partido com ideias malucas, como tornar vermelha e branca a bandeira da cidade e enfiar algo numa emenda à letra oficial que remeta aos trabalhadores, não ao Viveiro Industrial. Mas, pensando bem, que mal tem pensar nisso e em vez de  Viveiro Industrial ou do substituto Viveiro Assistencial a gente emplaque Viveiro Laboral?

LUIZ ZACARIAS – Está vendo por que a direita precisa olhar para mim com todo o carinho e me endereçar os votos? Não sou 22 à toa. Estamos correndo riscos de os valores locais também serem sucateados pela ideologia. Será que não entenderam que Viveiro Assistencial em substituição a Viveiro Industrial daria um tom de humanismo nas relações sociais. Sem o fingimento de Viveiro Industrial ou qualquer coisa parecida?

GILVAN JÚNIOR – Estou repensando minha resposta, por isso peço a gentileza de me ouvirem. Decidi que vou perguntar ao meu prefeito, meu prefeito do coração, o que ele acha dessa sugestão. Acho que o meu querido prefeito é o mais apropriado a me aconselhar. Afinal, ele faz questão de dizer que nasceu em Santo André e por isso tem o sentimento aflorado. Eu vim da Bahia. O prefeito já cansou de declarar que quem nasceu em Santo André sabe mais das coisas de Santo André. Não entendi bem essa resposta que ele sempre dá, mas como dá e ninguém reclama, então acho que ele está certo.

LUIZ ZACARIAS – Não queria dizer, porque não é de meu feitio, mas acho que meu ex-parceiro Gilvan Júnior está exagerando na dependência do prefeito. E posso falar isso porque sou insuspeito. Tanto que não aceitei virar um teco-teco da Administração, como justificativa pública de perder espaço para o Gilvan Júnior na cotação de prefeiturável do Paço Municipal.

EDUARDO LEITE – Tenho discutido muito com meu conselho politico sobre esse fato, ou seja, sobre o excesso de dependência do candidato do Paço em relação a quem comanda o Paço. Ainda vamos ter várias reuniões para definir uma posição a respeito. Parece que isso pode ser ruim para Santo André, mas como não haveria continuidade de fato, porque nós é que estaremos à frente da cidade, estamos caminhando para deixar de lado esse modelo de dependência que virou psíquica, mais que política e administrativa.

CORONEL SARDANO – Está aí um assunto que não mexe comigo em qualquer hipótese. Se o Gilvan Júnior faz jus ao Junior, como se fosse uma extensão hierárquica do prefeito, não quero nem saber. O problema é que essa acentuada e repetida parceria em forma de irmãos siameses acaba mesmo incomodando.    

ANDRÈ DO VIVA – Não vou repetir aqui o que o povão fala sobre isso. Mas que não gosta, não gosta. Parece filho pedindo permissão ao pai aos choros.

BETE SIRAQUE – Ainda se fosse mãe...

LUIZ ZACARIAS – Lá vem a Bete com a distinção de gênero.

EDUARDO LEITE – Esse é outro tema que estamos debatendo entremuros para ver o que vamos fazer durante a campanha. Questões identitárias estão na pauta mundial. Vamos ver o que decidiremos. Mas que o Gilvan Júnior está se excedendo, não tenho dúvidas. Me desculpe Gilvan, mas essa é uma opinião minha. Que não passou pelo conselho político. Até porque, mesmo que passasse, teria mais representatividade do que no seu caso. Ouvir vários conselheiros, de pastas distintas, é uma coisa. Sair pendurado no prefeito é outra.

ANDRÉ DO VIVA – Não acredito, não acredito. Se o Eduardo saiu do sério na questão do Gilvan e do prefeito, então a coisa está fia mesmo.

LUIZ ZACARIAS – Basta olharem para mim e as respostas estão escancaradas. Oito anos de vice-prefeito para ser descartado como um trapo velho.

BETE SIRAQUE – Concordo com o Zacarias. Mas devo comemorar. Aliás, todos devemos comemorar, menos o Paço, claro. Não fosse essa pixotada deles a gente não teria possibilidade alguma de vencer a eleição.

CORONEL SARDANO – Ainda se o escolhido fosse eu, garanto que essa botafogada não teria existido. Todo mundo sabe quem eu sou na cidade. Experiência e tradição familiar não me faltam.

GILVAN JÚNIOR – Epa, epa, devagar com o andor. Sou obrigado a subir o tom, algo inédito, porque estou me sentindo discriminado. Fui escolhido entre nove e isso já diz tudo.  Tenho currículo público.

LUIZ ZACARIAS – Tudo marketing, tudo marketing.

CAPITALSOCIAL – Encontro encerrado antes que o ambiente deixe de ser saudável. Só peço a todos uma lição de casa: tratem de estudar mais e para valer o que significa Desenvolvimento Econômico. Contratem especialistas, porque vocês não têm referência alguma entre seus filiados. Santo André clama por uma grande reforma.  Obrigado a todos.          



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