Nestas alturas do campeonato, não faltam nomes de políticos arrolados e enrolados informalmente como suspeitos de assédio sexual.
Por isso é preciso tomar muito cuidado para que inocentes não paguem pelo pecador.
Diriam os mais rígidos que este jornalista se excedeu ao colocar a decisão sobre a denúncia em circuito aberto de Internet, quando poderia limitar a consulta apenas aos próprios conselheiros.
Concordaria com a interpretação caso tivesse revelado a identidade do acusado. Entretanto, como a mantenho sob segredo, inclusive para os conselheiros editoriais de LivreMercado, não vejo problema algum em levar a situação ao público em geral.
O burburinho incessante e crescente sobre o assunto é prova provada de que de alguma maneira a sociedade está viva.
Nem toda a sociedade, é claro, porque há moscas-mortas em profusão também.
Vários veículos de comunicação, impressos, eletrônicos e virtuais, se calaram nos últimos dias. São logomarcas que adoram especulações, como é natural da mídia, mas que, estranhamente, se calaram.
Não estou me referindo especificamente ao Diário do Grande ABC porque seus interesses no caso passam por outros caminhos que estão muito longe da Redação. Há muito mais questões em jogo e que por isso mesmo não podem ser colocadas em risco.
Outros veículos, por motivos distintos, também se omitem. Seus representantes sonham com a possibilidade de o caso cair no esquecimento.
O cuidado que alguns desses veículos revelam com o caso está longe da doutrina de esperar por julgamento justo. Nada disso. Não acreditem nessa balela, porque isso é uma reserva de suposta ética para preservar outros interesses. O que há em jogo são vantagens econômicas e financeiras. Sem meias palavras.
A decisão que for tomada pelos conselheiros de LivreMercado tanto na consulta pela Internet quanto na assembléia geral do próximo dia 20 é que determinará os desdobramentos.
Tenho lido ponderações muito interessantes de conselheiros editoriais, sempre com o lacre da confidencialidade, que apenas uma representante dessa instância acabou por romper.
O que significam essas ponderações?
Que a assembléia extraordinária do dia 20 poderá eventualmente dar encaminhamento que não constava de nenhum dos dois enunciados aos quais recorremos para chegar ao resultado da ação editorial.
Cada dia que passa aumenta a especulação sobre o caso de assédio sexual desse político. Pululam versões estapafúrdias. Alguns até incorporam este jornalista para expor identidades num jogo de política partidária que supera todos os limites.
A impressão que tenho ao ouvir as mais disparatadas colocações é que há mais assediadores que assediadas na praça. Será que nossos políticos andam tão duramente castigados pelas pressões de interesses públicos que exageram na dose quando vêem um rabo-de-saia?
Quem sabe algum psicólogo poderia discorrer sobre os efeitos do jogo do poder nas relações humanas, principalmente entre políticos e mulheres? Seria a política um viagra natural? A sede de poder ou o poder em exercício seria o caminho mais curto para a consumação ou a busca de consumação da tentação da carne?