Decidimos revogar a decisão anterior de publicar a matéria sobre o escândalo de emendas parlamentares que terá como protagonista o deputado estadual Orlando Morando. Nada melhor que um final de semana reflexivo, de festas do Natal, para apurar as ideias. Por que deixar para ouvir depois quem deve ser ouvido também agora, no caso Kiko Teixeira, prefeito de Rio Grande da Serra, o menor Município da Província do Grande ABC?
Por que ouvir Kiko Teixeira no caso do escândalo das emendas da Assembléia Legislativa de São Paulo, agora sob os cuidados do Ministério Público?
Porque boa parte ou quase a totalidade dos questionamentos que fizemos ao deputado Orlando Morando passa pela Prefeitura de Rio Grande da Serra.
Esperamos sinceramente que o tucano que aparece em muitas fotos com o deputado Orlando Morando tenha semelhante grau de transparência gerencial de recursos públicos e responda a todas as indagações de CapitalSocial.
Não podemos sequer supor que o prefeito de Rio Grande da Serra, aliado do governo Geraldo Alckmin, cometa a insensatez de seguir os passos errantes dos inadimplentes da seção “Entrevista Indesejada”, que se recusaram a fornecer informações a esta publicação digital. Até porque, por coerência editorial, as questões não ganharão a moldura agressiva, embora providencial, de “Entrevista Indesejada”.
Os questionamentos não serão, como não o foram no caso dos encaminhamentos a Orlando Morando, de cunho provocativo. Serão apenas explicativos.
Esquecer o passado
Como sei que o prefeito de Rio Grande da Serra não nutre lá muita simpatia por mim, antecipo aos leitores que a medida que tomamos não tem qualquer conotação com ajustes de contas. Decorre exclusivamente de cuidadosa avaliação das emendas parlamentares, cujos recursos foram direcionados aos municípios paulistas entre 2007 e 2011. O caso virou um escândalo nacional depois de o deputado Roque Barbieri dizer à Imprensa que pelo menos 30% das emendas albergaram falcatruas.
Kiko Teixeira não tem muito apreço por este jornalista porque se deixou levar por equívoco interpretativo, influenciado provavelmente por gente desclassificada que só gosta de ver o circo de relacionamentos pegar fogo.
O que nos separou foi uma sugestão que lhe fiz quando assumiu o posto de presidente do Clube dos Prefeitos, já não me lembro mais o ano. Repeti a ele uma proposta que fizera anteriormente e que continuei a fazer aos sucessores naquele posto: que o Clube dos Prefeitos contasse com um Conselho Consultivo formado por gente da sociedade regional, de modo a ter maior representatividade.
Sei lá as razões de o prefeito de Rio Grande da Serra subir nas tamancas.
Mas isso é assunto vencido, colocado agora apenas a título de curiosidade e, quem sabe, de possível explicação, entre eventuais outras justificativas, para Kiko Teixeira deixar de responder às questões que estamos formulando e vamos lhe enviar. Sinceramente, torço para Kiko Teixeira responder. Que siga a rota do deputado Orlando Morando, pronto para qualquer embate que envolva sua performance política.
Só revelaremos as perguntas enviadas, acompanhadas ou não das respectivas respostas, quando da produção da matéria especial que tem já garantida a presença de Orlando Morando. Tomara que Kiko Teixeira não nos decepcione com a ausência. Nem com as respostas.
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