Já escrevi, mas repito: se devo, se a dívida é minha, somente minha, tenham certeza de que pago. Agora, se a dívida é dos outros, não tenho o menor pudor em dizer que não pago. Por isso, acalmo o leitor que me enviou e-mail cobrando a conclusão do confronto dos “10 Mandamentos de Gerenciamento Publico Municipal” envolvendo Celso Daniel e Luiz Marinho, iniciado em quatro de novembro de 2013. Que leitor impertinente é esse, gente? Impertinente, bulhufas. É desse tipo de leitor que gosto.
Detesto mesmo os analfabetos funcionais que só servem para encher aquilo que todo mundo sabe. Gente iletrada que cai de paraquedas. Uma minoria desprezível mas que, dependendo do dia, irrita.
Por que parei com a análise dos 10 Mandamentos entre Celso Daniel e Luiz Marinho, depois de me dar ao trabalho de escrever sobre os três primeiros listados? Porque decidi que o melhor mesmo é esperar o final do segundo mandato do petista. Celso Daniel contou com uma década de gestões em Santo André. Marinho completa o oitavo ano na temporada de 2016.
Nada mais justo que esperar. Mesmo que o jogo já esteja definido, porque não se faz milagre em menos de um ano, mesmo que Luiz Marino confirme uma sova de doer, mesmo que a obviedade do resultado jamais será contestada por quem tiver um mínimo de bom senso, mesmo sob quaisquer outros argumentos, acho melhor esperar.
Diferença brutal
Sobre os três primeiros mandamentos (Amar a comunidade sobre todas as coisas; Não tomar o Santo Nome do Desenvolvimento em vão; e Guardar a responsabilidade social e o meio ambiente) Celso Daniel ganhou disparado. Luiz Marinho recebeu tríplice nota dois, enquanto Celso Daniel recebeu tríplice nota 10.
Como estou esticando o prazo à avaliação, não serei estúpido a ponto de sustentar aquelas notas se eventualmente Luiz Marinho decidir empreender vigorosa recuperação. Ou seja: as notas e as análises que atribui ao prefeito de São Bernardo são provisórias, como também as notas reservadas previamente aos demais mandamentos. Já as notas concebidas às gestões de Celso Daniel são intocáveis porque o que fez está feito.
Sei que poderá parecer confuso aos analfabetos de pai e mãe que se aventuram a sair da mesmice de notícias fastfoodianas para ingressar nestas páginas digitais, mas “10 Mandamentos do Gerenciamento Público Municipal” não é mesmo para qualquer um entender. É preciso ter um mínimo de inteligência. E dedicação à leitura.
Na verdade, produzi aqueles mantras da gestão pública em 2007, quando estava no comando da revista LivreMercado. Em outubro de 2013 resolvi fazer uma adaptação daquele texto, adequando os pressupostos à Administração de Celso Daniel em confronto com a Administração de Luiz Marinho.
Faltam sete mandamentos
Convenhamos que não foi ideia de algum biruta. A concepção dos 10 Mandamentos revela que este jornalista -- ao contrário do que alguns imbecis de plantão afirmam para encobrir os bandidos que os protegem -- sempre e sempre se preocupou com o capital social, razão pela qual, aliás, batizou esta publicação. Capital social é a sinergia entre poderes públicos, comunidade e forças econômicas. Quando não existe predomínio de um dos vértices desse triângulo, ou mesmo de dois desses vértices, tudo corre em direção à democracia, à moralidade pública, à ética e a tudo mais. Quando há desequilíbrio, o resultado é o que temos nesta Província e no País como um todo.
Além dos três mandamentos já avaliados, e que deixam Luiz Marinho a comer poeira de Celso Daniel, os demais são os seguintes: Honrar receitas e despesas; Não matar os pequenos negócios; Não pecar contra a regionalidade; Não furtar as expectativas, Não levantar falsas barreiras; Não desejar a empresa do próximo; Não cobiçar vantagens competitivas alheias.
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15/10/2024 SÃO BERNARDO DÁ UMA SURRA EM SANTO ANDRÉ