Caso Celso Daniel

Entre empresário real
e fantasma evangélico

DANIEL LIMA - 05/11/2005

Vários pontos cruciais das investigações da Polícia Civil de São Paulo sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel, explorados com ares de espetacularização pela mídia, são destrinchados pelo delegado Armando de Oliveira.

O empresário do Ceagesp que seria sequestrado e cuja materialidade foi contestada, afinal, existe ou não existe? Ele passaria ou não na rota dos bandidos naquela noite de sexta-feira?

E a Pajero dirigida por Sérgio Gomes, emperrou ou não emperrou nos três tombos? O deslize mecânico ocorreu ou não ocorreu?

E a possibilidade de novas delações premiadas de bandidos que, beneficiados pela redução de penas, resolvam negar o que afirmaram no calor dos inquéritos policiais?

Existiria ou não o pastor evangélico com quem o senador petista Eduardo Suplicy afirma ter mantido contatos telefônicos, mas com o qual jamais se encontrou, apesar de ter pago passagens para ouvi-lo em Brasília?

Por fim, Celso Daniel usava ou não usava calça jeans na noite do sequestro? Se não usava e apareceu morto com a calça, nada mais indicativo de que o crime poderia ter obedecido a razões políticas, como defendem promotores públicos de Santo André.

As respostas estão detalhadamente explicadas pelo delegado do DHPP.

De carne e osso

O empresário do Ceagesp, Cleiton Calil de Menezes, que seria sequestrado na noite em que a vítima se tornou Celso Daniel, existe em carne e osso, mora em São Paulo, tem hábitos rigorosamente compatíveis com a narrativa dos criminosos e prestou três depoimentos à equipe do delegado Armando de Oliveira. O próprio delegado faz a afirmação: “Quem disse que o empresário não existe está completamente enganado. Além de existir, ele tinha o carro Dodge Dakota vermelho que foi mencionado, anda com calhamaço de dinheiro, que, embora grande em volume, é reduzido em valores” — explica.

O comerciante, relata o delegado, tinha uma namorada que morava na Baixada Santista. Quase todo o final de semana ele descia a serra. “Ele cumpria exatamente o caminho descrito pelos criminosos. Tomava a Avenida dos Bandeirantes, ligava o rádio e aí ouvia o noticiário: se a Imigrantes estava com bom fluxo, ele se dirigia à Avenida Ricardo Jafet. Caso contrário, seguia direto para tomar o destino pela Anchieta. Muito bem: os sequestradores estavam esperando aonde?: sobre o pontilhão, perto da Ricardo Jafet” — conta o delegado.

Armando de Oliveira faz pausa, procura a cópia de um dos depoimentos do comerciante, e prossegue: “Naquele final de semana específico, ou seja, naquela sexta-feira à noite, o que aconteceu? Era aniversário dele. Então, ele iria levar a mãe também para o Litoral, para que lá jantassem os três juntos. Ele, a namorada e a mãe dele. O problema é que ele entendeu que usar a Dakota lá na Baixada para três pessoas seria desconfortável. Por isso, saiu do Ceagesp com a Dakota, foi ao condomínio aonde reside ali próximo e trocou de carro. Ele passou a dirigir um Corsa. E é aí que os criminosos o perderam” — explica o delegado do DHPP.

Por que o comerciante do Ceagesp precisou ser ouvido três vezes?
“Sou muito detalhista. O que me incomodava era o fato de que ele não tinha certeza de que naquela noite de 18 de janeiro desceu ou não com a Dakota. Ele resolveu conversar com a namorada para tirar a dúvida. Basicamente foi isso. Ele foi ouvido meses depois do assassinato do prefeito, mas tínhamos como ponto de honra localizá-lo. Ouvimos ele na primeira reabertura do inquérito, em 2002. Contamos para isso com a inestimável colaboração do DEIC, que investigou a quadrilha como um todo, comandada a equipe de investigadores pelo delegado Edson De Santi. Nossa função era apenas uma parcela da quadrilha. Como se sabe, a Favela Pantanal é uma grande incubadora de marginais e o DEIC tem conhecimento profundo sobre a maneira deles agirem”.

Depoimento infeliz

O delegado titular do DHPP refere-se da seguinte forma a Sérgio Gomes no depoimento tomado pela Polícia às primeiras horas da madrugada de 19 de janeiro de 2002, depois do cinematográfico sequestro do prefeito Celso Daniel, a quem acompanhava na Mitsubishi Pajero.

“Ele se colocou de forma pouco feliz na primeira oitiva. Ele falou o que não tinha certeza do que aconteceu. Ele deu uma valorizada no relato. Entendeu que não poderia vir num primeiro momento à opinião pública e dizer que não sabia o que aconteceu, mas esse comportamento seria normal. Quem passa por uma situação daquela tem dificuldade para se lembrar. Muito mais que isso: as pessoas bloqueiam. Elas não se lembram de absolutamente nada. Tenho casos inclusive de vítimas policiais experientes que não conseguem descrever o perfil e reconhecer o rosto do suspeito. Simplesmente bloqueiam as lembranças. O problema é que o Sérgio Gomes não teve humildade suficiente de falar que não sabia o que aconteceu. O que o fez posteriormente. Então, criaram toda a celeuma de dizer que o câmbio gira, o câmbio não sei o que lá. Todos sabem que se alguém se assustar, se trocar a estação de rádio ou acender um cigarro e bater no câmbio automático, a posição será neutra. E o veículo não anda nem com reza brava” — garante o delegado.

Para Armando de Oliveira, o que pode ter contribuído para a atitude de Sérgio Gomes é sua origem de praticante de artes marciais e segurança. “Ele não queria assumir o fracasso, entre aspas, do arrebatamento do prefeito”. E prossegue o relato sobre aquela noite: “Em determinada altura da ação, com a Pajero já atingida por uma rajada de metralhadora nove milímetros do lado do motorista, enquanto do lado do passageiro, do Celso Daniel, já registrava dois tiros de calibre 38, um no vidro lateral dianteiro e outro no lateral traseiro, o prefeito simplesmente abriu a porta e saiu em direção dos marginais pedindo calma, acenando com as mãos, numa ação típica dele mesmo, conforme testemunhas que o conheciam bem. Não sei se ele sabia que o veículo era blindado, mas desprezou essa possibilidade. Com isso, o Ivan Monstro pegou ele e deu a ordem aos demais: já temos um, vamos embora, vamos embora. Não se pode esquecer que eles estavam no meio de uma via pública, de tráfego intenso”.

Para o delegado do DHPP, as dúvidas sobre a modalidade do sequestro, que não teria por características ações semelhantes as que envolveram Celso Daniel, não se justificam: “Sou especialista em homicídios. Em sequestro, temos o doutor Wagner Giudice que é um excelente profissional da Divisão de Anti-Sequestros do DEIC. O que posso dizer é o que leio pelas ocorrências. O que houve no caso Celso Daniel não é incomum. Elege-se determinada figura e é ela que vai. Temos casos de sequestro de crianças em que, propositadamente, deixam-se outros ocupantes que estão no veículo, com a certeza de que sejam só motorista ou babá. Foi exatamente isso que ocorreu naquela noite. É o que os marginais disseram. Sim, disseram que um era grandão, o outro era franzino, com pinta de motorista. Então, levaram o grande. De fato eles foram para tudo, mas o grande abriu a porta. Acabou indo” — conta o delegado.

Armando de Oliveira quer dizer que “eles foram para tudo” para amenizar o que teria acontecido se o intento não fosse alcançado: “Eles seriam mortos”. E completa: “Pelo simples fato de fugir de um roubo em farol a vítima já é morta, imagine então num caso desse”.

Delação premiada

O tom com que o delegado Armando de Oliveira reage à possibilidade de membros da quadrilha da Favela Pantanal seguirem o ritual de Elcyo Oliveira Brito, o John, e aderirem à delação premiada é de sinceridade cortante. “Não sei por que ainda não fizeram. Até eu que sou neto de português, mudaria”. E explica:

“Depois de três anos e meio de desqualificação do crime que cometeram, de extorsão mediante sequestro seguido de morte para homicídio doloso duplamente qualificado, qualquer envolvido se tiver um mínimo de malícia, acaba mudando. Afinal, extorsão mediante sequestro seguido de morte prevê pena que começa com 24 anos de reclusão. Já homicídio doloso duplamente qualificado começa em torno de 12 anos. De cara, o marginal reduz em 50% a pena que deverá cumprir. Por isso, não vejo outra razão para o John mudar o depoimento. Afinal, quando ouvido aqui, na delegacia, no calor das investigações, ele foi sincero, coerente, narrou tudo com absoluta harmonia em relação aos outros presos em períodos distintos. Esse, na verdade, é um ardil de defesa muito utilizado. Como o outro que diz respeito a que a Polícia torturou para a confissão. Até eu mudaria” — afirma o delegado.

Enredo real

Armando de Oliveira sorri quando lhe é reaquecida uma versão explicitada pelos promotores públicos de Santo André que, entre as várias contestações ao trabalho da Polícia, afirmaram que o enredo sincronizado entre os marginais que sequestraram Celso Daniel corroborava com a idéia de que tudo foi previamente preparado à indução de crime comum, não político. Ou seja: a mesma versão contada pelos sequestradores seria prova de desconfiança à ação da quadrilha. O delegado recorre à exemplificação, de forma didática:

“Se sete pessoas de nível intelectual médio articularem uma versão para determinado fato, ou seja, contar uma história e se instadas a narrarem o que combinaram, possivelmente depois de algumas horas as respostas reunirão alguns antagonismos. Se indagadas dias depois, certamente vários antagonismos vão ser verificados. Várias contradições serão constatadas nas histórias relatadas. Se interpeladas semanas depois, pior ainda. Meses depois, provavelmente cada qual vai dizer uma coisa porque vão esquecer tudo. Isso é fato. Todo profissional sabe disso. Ou o grupo tem um preparo específico para decorar o texto, ou vão haver distorções inequívocas”.

Prossegue o delegado do DHPP:

“Muito bem: estamos trabalhando hipoteticamente com sete pessoas de inteligência mediana. Agora, estamos trabalhando de fato com sete pessoas, os sequestradores, que podem ser caracterizados como verdadeiramente limítrofes, detentores de sequelas sociais profundas, com fissuras cognitivas que não podem ser desprezadas. Pois bem: todas elas, quando presas em situações distintas, momentos distintos, Estados da Federação diferentes, todas foram unânimes em oferecer uma mesma versão. Ou seja: vivenciaram aquela situação. Seria inimaginável um grupo ter técnica suficiente para memorizar. Eles me dizem quem estava sentado em seu respectivo espaço nos veículos. Fizemos toda a checagem exigida para pegá-los em contradição. Desarrumamos os respectivos assentos, mas eles, ouvidos separadamente, corrigiam nossa versão. Enfim, estimulamos o erro. Nem mesmo assim eles tropeçaram”.

Pastor evangélico

O delegado Armando de Oliveira é sutil o suficiente para responder preferencialmente com exemplos, não com afirmativas ou negativas, taxativas, quando o assunto pode causar algum tipo de interpretação de terceiros. Um exemplo típico do quanto o titular do DHPP procura, na medida do possível, evitar declarações que possam causar estremecimentos.

“O pastor evangélico alardeado pelo senador Eduardo Suplicy existe de fato?” — foi a pergunta feita a Armando de Oliveira. Uma referência direta à propagação pelo senador petista de que teria recebido telefonemas de um suposto pastor evangélico que, presente a uma festa numa residência defronte ao abalroamento do veículo dirigido por Sérgio Gomes, teve tempo, sangue frio e senso de oportunidade para gravar cenas que comprometeriam o amigo do prefeito Celso Daniel. Sérgio Gomes estaria, segundo o relato a Eduardo Suplicy, em ação colaborativa com os sequestradores de Celso Daniel.

A CPI dos Bingos, que tem agido politicamente para extrair o máximo de polêmica do caso Celso Daniel, deleita-se com o personagem do pastor evangélico, repetido por Eduardo Suplicy na velocidade verbal de tartaruga e com a luminosidade dos calabouços. Entretanto, por mais que a Polícia Federal tenha atuado, não há meio de encontrar o pastor. Os advogados de Sérgio Gomes afirmam que torcem para que as cenas supostamente gravadas acabem de vez com o assunto, porque em realidade inocentariam o empresário. Mas há contraponto: o pastor não existiria. Alguém que pretendia dar ao caso Celso Daniel dimensões e reações diversionistas, acabou se utilizando da notabilidade de Eduardo Suplicy para sustentar veracidade que de fato inexiste. Suplicy teria sido interlocutor ideal de uma farsa anunciada para jogar mais dúvidas onde poderiam prevalecer pontos finais.

Por isso que, quando perguntado sobre o pastor evangélico, o delegado Armando de Oliveira foi mais suave do que incisivo:

“Entre as mais de 300 denúncias que recebemos sobre o caso Celso Daniel, tivemos informações as mais desencontradas possíveis. Como de uma mulher que é useira e vezeira em dar declarações fantasiosas. Por isso, que o caso do pastor evangélico possa estar nessa configuração é perfeitamente possível. Até prova em contrário, o pastor está nesse contexto. Também ouvimos um cidadão que veio visitar uma amante, perdeu o caminho, parou num bar para comer um lanche e disse que viu a cena. O que ele conta é uma coisa extraordinariamente incrível. Sérgio estaria colaborando com os sequestradores. Durante o depoimento, ele acabou dizendo que tem parente na Polícia. Fomos checar a informação com o parente dele e qual não foi a surpresa: tratava-se de um especialista em usar e abusar de testemunhar casos de repercussão.

Entre a possibilidade de o pastor evangélico arguido como importante testemunha do senador Eduardo Suplicy constar como manobra para contaminar as investigações ou enquadrar-se no figurino de espetacularização de profissionais de testemunhos fantasiosos, o delegado Armando de Oliveira prefere a segunda possibilidade: “O equívoco na valorização do que as testemunhas falam pode nos levar a erros irreparáveis”.

Cena do crime

Entre as 19 testemunhas que a Polícia Civil ouviu no entorno do local do sequestro de Celso Daniel, o delegado Armando de Oliveira afirma que foi montada uma operação mosaico para chegar ao histórico final. “O que constatamos é que ninguém viu tudo por inteiro, ou se viu foi uma ação rápida. Por isso, juntamos fragmentos que nos dão de uma ponta da rua à outra a correspondência efetiva dos fatos. São pessoas idôneas, claro”.

O delegado também descredencia qualquer alusão a possível terceiro veículo que teria participado da operação de sequestro e que, supostamente, daria cobertura ao crime encomendado, como acusam os promotores:

“Em primeiro lugar, nenhuma das 19 testemunhas fez qualquer menção a isso. Acompanhei pela Imprensa a divulgação de um laudo baseado em gravação do Copom sobre o acionamento da Polícia Militar por uma senhora, a mesma que deu água para o Sérgio Gomes apavorado sentado na guia. Nessa gravação, se disse que, durante o diálogo entre a senhora e o Copom, ouve-se o ranger de um terceiro veículo. São muito esclarecedoras as oitivas dos policiais rodoviários que compareceram ao local. Eles estavam na base, na Anchieta, quando surgiu um carro utilitário, ocupado por um casal de idosos, desesperados. O motorista do veículo narrou o fato de terem assistido ao abalroamento nos três tombos e realçou o detalhe de ter dado o que se chama popularmente de cavalo de pau no veículo, para desviar a perua Saveiro do local. E digo mais: houve um quarto veículo cujo motorista igualmente radicalizou a manobra de desvio. É claro que não iriam passar no meio do tiroteio. Saíram cantando pneus” — esclarece o delegado.

O titular do DHPP também revela detalhes sobre o suposto tiro que teria sido acionado por Sérgio Gomes após o sequestro. Na versão da promotoria pública, o empresário procurou disfarçar reação:

“Na segunda oitiva do Sérgio Gomes ele disse que na verdade não se lembrava de nada, mas que estava de arma em punho, já esgotada a ação de sequestro. Quando periciada, a arma deu resultado positivo no critério de disparo recente. Provavelmente ele tenha disparado a arma como espécie de descargo de consciência. Um disparo posterior à ação e que ficou gravado pelo Copom durante o telefonema daquela dona de casa. Mas isso é absolutamente irrelevante” — afirma o delegado.

Calça testada

E a calça que o prefeito Celso Daniel usava na noite do sequestro? Não faltaram polêmicas. Sérgio Gomes, no primeiro depoimento à Polícia, que, segundo o delegado Armando de Oliveira, foi extremamente valorizado para não deixar transparecer medo do homem especializado em artes marciais e segurança nos tempos de campanhas eleitorais do PT, disse que Celso Daniel vestia calça de brim bege. Mas, na manhã do dia 20 de janeiro, na estrada vicinal de Juquitiba, Celso Daniel vestia jeans azul. A mesma calça que Ivone Santana afirmou, em depoimento, que Celso Daniel usava quando o viu pela última vez, na noite de sexta-feira, 20 de janeiro. Ivone dispensou o convite de Celso Daniel para jantar em São Paulo em companhia de Sérgio Gomes porque tinha outro compromisso. O que afirma o delegado Armando de Oliveira?

“A questão da roupa nos deu muito trabalho porque ficou aquela coisa no ar: trocou ou não trocou de calça? Afinal, se trocou, teríamos que trabalhar com a hipótese séria de crime encomendado, ou teríamos uma fonte de investigação que seriam lojas próximas ao local em que o corpo foi encontrado, as quais pudessem vender aquele tipo de produto. Como se sabe, o Celso Daniel não tinha o tipo físico padrão do brasileiro, porque era muito alto. Com o auxílio da direção do Restaurante Rubaiyat, no fim do horário de atendimento dos clientes, de madrugada, os especialistas do Instituto de Criminalística se dirigiram para lá e levaram a calça que foi colocada na mesma cadeira, na mesma posição, com a mesma iluminação, daquela noite do jantar. Repetimos, portanto, a situação anterior. Esse teste foi feito duas semanas depois do assassinato. Filmou-se a cena com a mesma câmara utilizada lá atrás pelo mesmo Rubaiyat. Pegamos essa filmagem e comparamos com a filmagem da noite do jantar num equipamento cedido pela USP (Universidade de São Paulo), porque o Instituto de Criminalística não contava com aquele material de última geração. O resultado final confirmou que era a mesma roupa” — garante o delegado.

O titular do DHPP completa: “Infelizmente, hoje ainda abro os jornais e vejo questionamento sobre isso. Meu Deus do céu: será que as pessoas leram e não entenderam? Ou não leram? Se não leram, a ignorância, em termos de desconhecimento, é flagrante. Se leram e dizem isso, certamente a intenção é dúbia. Acho que a opinião pública tem de ser abastecida com informações revestidas de veracidade. Ilações, conjecturas e teses não levam a nada” — afirma o delegado, num claro recado aos promotores públicos de Santo André.



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