Os promotores criminais de Santo André não responderam às indagações sobre novos desdobramentos do caso Celso Daniel. Embora as perguntas tenham sido endereçadas aos promotores Amaro José Thomé Filho e Roberto Wider Filho através da Internet e também de carta protocolada, as respostas não foram encaminhadas à Redação no prazo solicitado e nem mesmo nos dias subsequentes, antes do fechamento desta edição.
O objetivo desta publicação segue os preceitos de democracia de informação: ouvir todos os lados envolvidos diretamente na apuração dos fatos. É possível que a decisão dos promotores criminais de Santo André tenha por base o posicionamento de LivreMercado e também da newsletter Capital Social. As duas publicações defendem, entre outras razões também os autos dos inquéritos policiais, que o assassinato de Celso Daniel está rigorosamente na linha de crime comum.
Foram estas as perguntas encaminhadas ao Ministério Público de Santo André:
Os senhores têm previsão para apresentar provas definitivas de que o caso Celso Daniel é um crime de encomenda e não comum?
Há sintomas de que o relacionamento entre a promotoria e a doutora Elisabete Sato, que comanda as novas investigações, revela entrosamento bastante salutar para quem quer o fim do caso Celso Daniel. Estamos certos nessa avaliação?
A delegada Elisabete Sato está conseguindo colher provas que possam conciliar as denúncias com a série de apanhados dos senhores promotores?
Os senhores estariam dispostos a participar de um debate público tendo como contraponto um representante da Polícia Civil de São Paulo? Já contamos com aceitação da representação policial e agora aguardamos o assentimento dos senhores. Colocaremos as regras do encontro à concordância dos representantes das duas instituições, a Polícia Civil e o Ministério Público. Poderá ser na sede da OAB de Santo André ou em algum endereço semelhante.
O delegado da Polícia Federal que esteve na CPI dos Bingos nesta semana afirmou com todas as letras que o legista Carlos Delmonte lhe disse, corpo de Celso Daniel à frente e indagado sobre a tipologia do crime, que recebeu como resposta que se tratava de homicídio comum. E lamentou que Carlos Delmonte não estivesse presente à CPI para confirmar a declaração. O que os senhores comentam sobre isso?
Como os senhores analisam o comportamento dos irmãos João Francisco e Bruno Daniel que, conforme provas de que dispomos, relataram situações diferentes duas semanas depois da morte de Celso Daniel em depoimento à Polícia Civil e três anos e meio na CPI dos Bingos. Eles disseram logo após a morte que Celso Daniel jamais foi ameaçado, que não tinha problema algum com o secretariado e que, portanto, não havia motivo para desconfiar do crime. Já na CPI dos Bingos o relato é conhecido de todos, porque falaram em ameaças. Os senhores não temem confiar demais nas declarações dos irmãos?
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11/07/2022 Caso Celso Daniel: Valério põe PCC e contradiz atuação do MP