Caso Celso Daniel

PT e mulher de um lado,
família distante, do outro

DANIEL LIMA - 05/02/2006

Quatro anos depois de assassinado, o conciliador, discreto e afável Celso Daniel continua maltratado. Não bastassem os oito tiros que lhe tiraram a vida e o transformaram em memória nem sempre valorizada de detentor da maior porção de regionalidade para o Grande ABC reagir social e economicamente, Celso Daniel segue compartimentado. Em 20 de janeiro último, as dores de quatro anos sem Celso Daniel foram divididas em dois pedaços: no cemitério de Vila Assunção, uma cerimônia dos petistas; na Catedral do Carmo, os familiares e alguns convidados.


O culto que o PT preparou na capela do Cemitério de Vila Assunção foi celebrado pelo padre Vanderlei Ribeiro. “Temos de continuar sendo um sinal de luta, justiça e paz, mesmo em meio a tanta violência” — disse o religioso. O prefeito João Avamileno também discursou. Repetiu frases que o acompanham em cada referência que faz ao antecessor: “Esperamos que o Celso esteja em paz. Vamos continuar lutando por seus objetivos” — disse o homem que Celso Daniel escolheu como companheiro de chapa petista entre outros motivos porque ajudava a construir a unidade da equipe.


Mulher de Celso Daniel, situação nem sempre admitida por conservadores e adversários políticos, a socióloga Ivone Santana acompanhou o ato religioso emocionadíssima. Mãe de Liora, herdeira de Celso Daniel que os irmãos não reconhecem por causa de antigas rusgas pessoais, Ivone Santana preferiu o silêncio. Assim tem se mantido há muito tempo, longe da Imprensa. A filha Liora é estudante de jornalismo e radicaliza: não concede entrevista.


Estranhamente, a missa encomendada pela família sempre distante de Celso Daniel não contou com a presença dos irmãos João Francisco e Bruno Daniel, ícones do Ministério Público na defesa de crime encomendado. Fatos inesperados teriam impedido a presença deles durante o ato religioso, acompanhado apenas pela mãe Clélia e as irmãs Elisabeth e Maria Clélia. Tanto João Francisco quanto Bruno Daniel estariam numa reunião com o legista Paulo Vasques, que se preparava para depor na CPI dos Bingos.


Também se colocava a possibilidade de estarem fugindo de exposição pública, porque poderiam ser alvos de perguntas que os constrangeria: eles mentiram no depoimento à Polícia Civil logo após a morte de Celso Daniel ou na CPI dos Bingos, três anos e meio depois, já que as informações prestadas são conflitantes.


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