Celso Daniel está completando hoje 57 anos. Sou seis meses mais velho do que ele. E muitos fios de cabelo a menos.
Talvez não seja, certamente não sou, a pessoa mais indicada para falar de Celso Daniel como gerenciador público e cidadão. Vários de seus principais assessores contaram com o privilégio da proximidade mais constante.
Entretanto, como jornalista, e me desculpem os coleguinhas, não tem para ninguém: me debrucei sobre suas obras quando ele estava por aqui materialmente, e também nos últimos seis anos, quando está por aqui espiritualmente, apenas.
Provoco certa dose de ciúmes de dirigentes públicos locais quando recoloco constantemente Celso Daniel no pódio de qualificação administrativa do qual os adversários querem apeá-lo de qualquer forma, utilizando para tal armas da ignorância e da maledicência.
Da ignorância porque não têm apetrechos intelectuais para dimensionar o que Celso Daniel representou para a integração regional. Da maledicência porque, se é mais prático desclassificar em vida material, o que dizer então depois que todas as probabilidades de defesa se projetam apenas para o mundo espiritual, íntimo de poucos?
Talvez a melhor homenagem que se faça a Celso Daniel nesta data de aniversário seja exatamente lembrar que ele está completando mais um ano de vida e que aquele corpo encontrado numa estrada vicinal de Juquitiba, na Grande São Paulo, na manhã daquele domingo traumatizante, era apenas a simbologia física de um desbravador público que enxergou o Grande ABC muito além das fronteiras municipais e se preparava, sob aplausos da cúpula e da militância petista, para introduzir uma política econômica voltada ao mercado nacional e à correção das fundas dívidas sociais de um País cujas elites usaram e abusaram do direito de errar ao longo de décadas.
Na noite de 16 de abril de 2002, três meses depois de Celso Daniel viajar em definitivo para outras plagas, o Teatro Municipal de Santo André ficou completamente lotado para acompanhar atentamente uma das maiores alegrias que este jornalista já viveu, senão a maior: atores da região, voluntariamente, encenaram a leitura dramática do livro que escrevi em apenas uma semana.
Coincidentemente, escrevi “Complexo de Gata Borralheira” da manhã daquela sexta-feira
O melhor amigo de Celso Daniel, eleito bode expiatório por um ramal de investigação que atuou no sentido inverso da eficiência e independência das pressões políticas e ideológicas, possivelmente viverá neste aniversário mais um dia de intensa reflexão.
Sérgio Gomes segue pagando o preço por ser a presa mais fácil e frágil de corrente e contracorrente de interesses que ultrapassaram largamente o respeito humano e a ética dos meios de comunicação.
A melhor maneira que o Grande ABC dispõe para homenagear os 57 anos completados hoje de Celso Daniel é respeitar seu legado. Exigir prosseguimento às iniciativas do gerenciador público que não se deixou enclausurar pelo municipalismo autárquico seria demais.
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11/07/2022 Caso Celso Daniel: Valério põe PCC e contradiz atuação do MP