Ganha um doce de batata doce quem acertar de quem são as seguintes frases:
a) “Numa sociedade fragmentada como a nossa, onde o noticiário de jornais e TV se resume a crime, violência, corrupção, impunidade, desemprego, poluição, apagão aéreo e demais apagões, morais ou materiais, por um lado, e à louvação dos êxitos do mercado, sobretudo o financeiro, e à lengalenga, pelo outro, fica difícil descortinar um horizonte de esperança.”
b) “Enquanto o presidente se omite de comandar a saída de todas as crises e prefere se refugiar em seus devaneios de grandeza, que pelo menos as lideranças culturais, econômicas, sindicais, religiosas, políticas, enfim, que a sociedade organizada comece a encontrar pontos de convergência.”
c) “Por que União, Estados, municípios e sociedade não declaram guerra ao narcotráfico, à violência e ao crime organizado, aprovando legislação que unifique os esforços e o comando dessas ações repressivas? Ao mesmo tempo é preciso disseminar experiências como as que tiveram êxito na Colômbia, onde prefeitos corajosos mostraram que a repressão sem ação social não resolve a questão.”
d) “A elevada carga tributária vem sendo apontada como um dos empecilhos para que isso ocorra. Por que não reduzirmos já a alíquota da CPMF e restringirmos, em igual proporção, os gastos correntes do governo?”
Para facilitar a resposta, antecipo que todas as declarações são de um mesmo autor. Foram separadas apenas para caracterizar a abrangência das propostas.
Quem disse tudo isso aí em cima?
( ) Arcebispo de São Paulo
( ) Liderança dos Sem-Terra
( ) Presidente de ONG de Direitos Humanos
( ) Procurador-geral da República
( ) Ministro do Supremo Tribunal Federal
( ) Delegado-geral da Polícia Federal
Antes de apor um “xis” no respectivo espaço em branco, recomendo aos leitores que pensem bem, mas muito mesmo. Pensou mesmo? Então, vamos lá, coloque o “xis” numa das seis alternativas. Como? Pode ser qualquer uma? Pode ser, mas não é.
O autor não consta da relação e merecidamente responde ao título desta edição. Só poderia mesmo ser alguém que já tenha passado pela presidência da República durante oito anos, alguém que atuou como senador da República, como ministro de Estado, e, como se não tivesse nada a ver com tudo o que vivemos hoje, escreve como escreveu no conservador Estadão, numa edição de domingo em página nobre de opinião, tudo isso e muito mais.
Trata-se do sociólogo Fernando Henrique Cardoso.
Das três, as três:
a) Ele sofre de amnésia.
b) Ele imagina que o povo sofre de amnésia.
c) Ele insiste em fazer de conta que esqueceu o que fez depois de fazer as contas eleitorais e recomendar que esquecessem o que escreveu.
Parquetina, como se sabe, é uma cera líquida ou em pasta que faz a madeira brilhar. Ninguém tira de FHC o título de cara-de-pau da história.
Só está faltando agora ao Estadão convocar Herodes para juntar-se à Igreja Católica e escrever artigo contra o uso de preservativos.