É possível a reconversão do Calçadão da Oliveira Lima e de seu entorno em endereço disputadíssimo por consumidores de nível social menos popular? Essa é a expectativa do empresário Saul Gelman, presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). Pelo menos dois bons motivos alimentam a projeção do dirigente: a Oliveira Lima já atingiu o fundo do poço de desvalorização, depois de o metro quadrado alcançar valores estratosféricos nos tempos de vacas gordas, e as obras de revitalização urbana e econômica do Centro de Santo André estão no ritmo esperado. O chamado Projeto Centro, que quando concluído terá consumido R$ 22 milhões da Prefeitura, será para o presidente da Acisa o abre-alas da recuperação dos centros históricos dos municípios do Grande ABC, atingidos em cheio pelo deslocamento de consumidores em direção aos mais confortáveis shoppings centers.
Saul Gelman alimenta a esperança de que a Oliveira Lima poderá tornar-se Rua 24 Horas de muito sucesso, diferente do vacilante modelo inaugurado por São Caetano e muito superior ao badalado projeto referencial de Curitiba.
O otimismo desse veterano comerciante de Santo André também se esparrama pela consolidação de complicado regionalismo envolvendo as associações comerciais e industriais. Não se trata, evidentemente, de fusão entre as sete entidades da região. Seria esperar desprendimento demais em nome da racionalidade e da integração, além de arriscada incursão administrativa que colocaria na zona de perigo a individualidade e as respectivas peculiaridades das associações.
A decantada regionalização, que deveria ter-se iniciado já há alguns anos pela centralização do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), filé mignon de receitas que grandes empresas privadas passaram a disputar, acabou ficando para o fim da fila das ações.
Mas a hora de acertar os ponteiros chegou, segundo Saul Gelman, porque existe um componente comum a todas as associações comerciais da região: a necessidade. Extremamente preocupado em não ferir suscetibilidades, Saul Gelman falou num final de manhã em que parecia bastante preocupado e atarefado. Preocupado porque o comércio de rua mais sofisticado anda sofrendo com a evasão de consumidores para a vizinha São Paulo. Atarefado porque iniciava então os preparativos para a festa da entrega do título de Empresários do Ano neste 13 de agosto, sexta-feira, aos representantes da Bridgestone Firestone, Coop e Diário do Grande ABC.
Com mandato que se esgota em janeiro do ano que vem, Saul Gelman antecipa que não continuará no cargo. É provável que venha a contribuir com o próximo presidente, mas sua presença diária na sede da Acisa só será possível no pôster que certamente o futuro comandante vai enfileirar na ampla sala de reuniões da diretoria, juntamente com seus antecessores. É até possível — pelo menos é o que se especula — que seu sucessor também seja um de seus antecessores.
Diferenças políticas, visões administrativas conflitantes ou vaidades pessoais: o que mais atrapalha a efetiva união de todas as associações comerciais do Grande ABC no momento em que globalização é palavra mágica e a recente megafusão entre Brahma e Antarctica dispensa ensaios sobre as vantagens de unir forças?
Saul Gelman – Estamos caminhando nessa direção. Tivemos problemas de ajustes no passado, mas agora a situação é diferente. Até porque isso é inexorável. Ainda não existe consenso sobre a união. Há o que chamaria de relutâncias não declaradas. Questões legítimas que dá para entender. A troca de comando não se dá simultaneamente em todas as entidades e sempre que sai alguém se inicia novo trabalho com vistas à regionalização. São Caetano é um exemplo, mas vai indo muitíssimo bem na medida em que o jovem presidente (Ivan Cavassani) começa a perceber que é inexperiente e que conquistamos a confiança dele. Ele percebeu que para fazer um trabalho adequado é preciso aprender. E vai aprender conosco. Até porque não estamos procurando glórias pessoais.
O problema maior estaria em São Caetano ou o foco de resistência está em São Bernardo, com Valter Moura?
Saul Gelman – O problema maior está no tempo. Apenas um pouco mais de tempo e vamos conseguir essa regionalização.
O que o faz acreditar que estamos nos estertores dessa divisão. Há fatos novos que podem justificar essa confiança?
Saul Gelman – Sim, e chama-se necessidade.
E qual é a principal necessidade para a regionalização?
Saul Gelman – Sobreviver. Aprendi por meio de um decálogo das pequenas empresas italianas, quando da crise do início dos anos 80, que o primeiro mandamento em situação de dificuldade, é a sobrevivência da empresa.
Qual é o ponto básico que está conduzindo as associações comerciais à regionalização?
Saul Gelman – Precisamos economizar recursos. As associações são originariamente resultado da necessidade de crédito ao consumidor, em consequência da evolução do setor comercial. O Serviço Central de Proteção ao Crédito foi criado na Associação Comercial de São Paulo e se ramificou às demais, como o Telecheque.
E o chamado SCPC acabou se tornando o grande sustentáculo financeiro das entidades, não é isso?
Saul Gelman – Foi durante muitos anos, mas não é mais. A atividade já representou na Acisa, juntamente com o pagamento de mensalidade dos associados, 100% das receitas orçamentárias. Hoje está em 74%.
A realidade das demais associações comerciais seria parecida com a da Acisa?
Saul Gelman – Não. Estamos menos dependentes. Acho que as demais já perceberam que precisam incorporar novos serviços.
Até porque a atividade que mapeia o crédito de pessoas físicas e jurídicas está sendo disputadíssima por empresas privadas, casos da Serasa e da SCI, não é verdade?
Saul Gelman – Sem dúvida. Existe essa concorrência. Mas isso não está sendo recepcionado como fatalidade. Tanto que a Associação Comercial de São Paulo tem agido com rapidez e feito com que todas as entidades que lhe são filiadas também reajam de maneira a não perder o serviço. Certamente todas as associações comerciais estão procurando se ajustar à realidade. Isso também é questão de tempo. Vamos alcançar a velocidade e a qualidade das empresas privadas que competem na área, e também avançando em todo o território nacional.
Qual é o nível de segurança que se obtém das informações das associações comerciais em relação à concorrência privada?
Saul Gelman – Falo pelas associações comerciais: temos mais de 90% de segurança. Não é suficiente, porque buscamos a segurança cadastral absoluta. Refiro-me a 90% no Estado de São Paulo. Provavelmente seja menos quando estendida a questão para o nível nacional. Por isso estamos na busca de melhorar a margem de confiabilidade nos territórios estadual e nacional.
Como funcionam os SCPCs das associações comerciais do Grande ABC?
Saul Gelman – Com exceção dos dados da Acisa, os demais estão centralizados em São Paulo. Por que ainda estamos fora? Porque houve desacerto nas negociações, mas tudo está se resolvendo. Até porque, é absolutamente impossível deixar de estar conectado à Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) exatamente por causa da segurança aos consumidores de informações cadastrais. Até o final deste mês (julho) estaremos com os dados integralmente transferidos para São Paulo.
O quanto essa transferência vai representar de perdas para a arrecadação da Acisa, já que vai ter de compartilhar as informações?
Saul Gelman – Não vai representar mais nada porque já houve a perda. Os grandes usuários já passaram a consultar São Paulo há alguns meses.
A proposta inicial de regionalização das associações comerciais do Grande ABC visava exatamente a manter na região um banco de dados conjunto de modo a possibilitar melhor negociação com a Associação Comercial de São Paulo, além de reduzir custos operacionais implícitos na manutenção de várias estruturas semelhantes.
Saul Gelman – Não foi possível chegar a esse resultado por uma série de dificuldades técnicas e também dada a possibilidade de se chegar a outra solução, no caso a centralização em São Paulo. Mas isso não impede que se dê sequência ao processo de centralização na região que, por sua vez, implicaria em racionalidade operacional e de custos na integração com a Capital. Vamos melhorar nossa produtividade.
O grande nó da questão, sempre que se colocou a regionalização do SCPC nos debates, era definir o local da operacionalidade do centro de informações.
Saul Gelman – O melhor lugar. É indiferente onde vai ficar.
São Bernardo tem batido o pé para que seja lá…
Saul Gelman – Não é relevante o lugar. Relevantes são as condições que uma das entidades possa oferecer para que seja compatível nas questões de custos e de mobilidade. O certo é que vamos conseguir reduzir as despesas operacionais em pelo menos 30%. Vamos liberar a mão-de-obra que será reaproveitada em outras atividades, sem causar mais demissões na região. Vamos contar com esses profissionais excedentes na venda de outros serviços.
Por falar em serviços, e levando-se em conta que a Acisa já não depende como antigamente em 100% do setor de informações de créditos, quais foram as áreas que cresceram e passaram a participar do mix de receitas?
Saul Gelman – Estabelecemos convênio na área de seguro-saúde, por meio do qual barateamos os custos para as empresas associadas e maximizamos o número de participantes para a organização responsável pela prestação de serviços. Dessa forma, conseguimos resultado favorável a todos: os associados, a empresa fornecedora e a Acisa, que tem uma parcela de receita das mensalidades. Essa experiência, aliás, nos levou a promover novo tipo de convênio, agora odontológico, com a SE Prevident. Aliás, na verdade, esse é o primeiro passo de fato para a regionalização das associações comerciais do Grande ABC, porque o trabalho se espalhou para as demais. Os benefícios são tão visíveis que não dá para deixar de aderir. O convênio médico também está entrando na pauta regional, com a mesma empresa, no caso a Unihosp. Deveremos rediscutir os valores com a empresa agora em termos de formato regional.
Há outros serviços que podem, também, ser compartilhados?
Saul Gelman – Sem dúvida. Também já foi fechado em termos regionais serviço de cobrança que a Acisa criou e que é desenvolvido por uma empresa privada. Essa empresa, que está baseada na Acisa, passará a prestar serviços para as co-irmãs absolutamente sem despesa adicional. As despesas operacionais serão rateadas entre nossas entidades.
Quer dizer, então, que a Acisa está conseguindo chegar à regionalização do sistema de crédito, os SCPCs, depois de dar a volta com a conquista de adesão na área de serviços?
Saul Gelman – Sem dúvida. Acabamos de fechar convênio médico também em nome dos associados para atender as normas legais do Ministério do Trabalho relativas a exames admissionais e demissionais que será estendido às demais entidades da região, porque isso significa redução de custos para os associados.
Então estamos vendo que a fusão entre Antarctica e Brahma não é acontecimento tão estranho assim às associações?
Saul Gelman – Não tivemos a mesma velocidade daquelas duas empresas, certamente porque não contamos com corpo técnico que desse a agilidade necessária, mas estamos no mesmo caminho.
Essa vertente operacional das associações comerciais parece bem nítida em termos de regionalização, mas e o lado institucional, como está? Como a Acisa observa, por exemplo, a questão do esvaziamento industrial da região, o surgimento da Câmara Regional, a atuação do Fórum da Cidadania e do Consórcio de Prefeitos? Como o pequeno empresário, que é a base dos associados da Acisa, observa esse quadro de transformações da região?
Saul Gelman – Obviamente com preocupação e com a certeza de que a atuação da Acisa tem de ser pró-ativa, isto é, que a entidade tem de tomar a iniciativa de agir e não ficar esperando que a Administração Pública resolva os problemas de forma isolada. Infelizmente, temos uma deformação cultural de achar que o Poder Público pode resolver todos os problemas. Todos nós temos de colocar a mão na massa. Nenhum empreendedor tem seu negócio garantido hoje em dia; por isso, é preciso trabalhar em conjunto.
Como o senhor observa a perspectiva do varejo de pequeno porte na região diante do fato consumado de que para cá vieram grandes redes detentoras de suporte de marketing, logística e administração que todos conhecem? A competição é desigual. Como ficam os pequenos negócios?
Saul Gelman – Não podemos esquecer que passamos por processo inflacionário de 30 anos, atingindo gerações que nasceram, cresceram e se formaram nesse ambiente. Gerações que ainda não conseguem imaginar a vida sem inflação. Dentro da tragédia de permitir que essa situação tivesse tanta longevidade, e entre as medidas que foram tomadas para conter a inflação a partir do Plano Real, além do custo brutal da abertura de mercado com a globalização, tivemos o varejo de pequeno porte jogado às feras da competição. Esse quadro, sem dúvida, tem perfil perverso. Vamos ter, por isso, que fazer alguma coisa. Não é possível, até para o sucesso do regime democrático, permitir a destruição da pequena empresa. A pequena empresa é sinônimo de trabalhador, em muitos casos de trabalhador braçal. Eu sou pequeno comerciante e sofro com a situação. Estou penando com a vinda em avalanche de 500, 600 lojas ou mais em forma de shoppings centers. Tudo de uma vez só. E agora estão chegando mais. É muita coisa.
Quando essa questão de desigualdade econômica vai virar pauta regional de instituições que têm por obrigação propor alternativas?
Saul Gelman – Já está na hora de virar pauta. Vamos encaminhar o assunto para debate no Fórum da Cidadania. Já está na hora de tomarmos essa decisão. Melhor dizendo: é possível que estejamos até um pouco atrasados. Essa questão tem de ser discutida no Fórum e o assunto deverá explodir em nível nacional, porque atinge a todas as regiões metropolitanas. Se me perguntarem o que devemos fazer, confesso que não sei. Não tenho modelo acabado nesse sentido. A França e os Estados Unidos, por exemplo, têm tratamentos diferentes. A Europa como um todo protege os pequenos negócios, mas nos Estados Unidos a competição é virulenta. O pequeno se defende como pode.
Qual é o seu modelo?
Saul Gelman – Estou de um lado do balcão…
Como liderança empresarial, que modelo entende como o melhor para a região e o Brasil, um modelo que seja capaz de permitir o desenvolvimento econômico?
Saul Gelman – Honestamente, apoio essas medidas de abertura econômica. O mercado aberto faz parte da minha formação cultural, mas entendo que o pequeno precisa sobreviver, que eu preciso sobreviver e não sei como enfrentar o grande se não houver anteparo. Isto é: uma coisa é pensar intelectualmente e outra é agir na prática. Há muitos pequenos despreparados, que não sabem distinguir faturamento de lucro, e que por isso mesmo precisam de melhor preparo; mas também há pequenas empresas bem administradas que estão vivendo no sufoco, completamente descapitalizadas, sem condições de sobrevivência futura. Isso é sinal de que a situação está realmente ruim.
Quanto o senhor imagina que deixamos de perder nesta década para a Capital com o crescimento da oferta de produtos e serviços na região, já que vivemos período de muitos investimentos de grande porte com a chegada de shoppings, de redes de varejo e franquias, entre outras atividades? De 10 consumidores que tínhamos no início da década, quantos preferiam a Capital e quantos hoje ainda optam por São Paulo?
Saul Gelman – São Paulo continua tendo capacidade sedutora maior do que o Grande ABC. Aliás, acho que até cresceu nesse sentido. A explicação é simples: comparo São Paulo a Nova York. Assim como Nova York tem capacidade de atrair turistas de todas as partes do mundo, porque tem charme todo especial, São Paulo tem essa mesma característica no Brasil, como sinônimo de produtos e serviços da melhor qualidade.
A impressão que temos é de que essa dependência não era tão pronunciada assim?
Saul Gelman – Houve período em que o crescimento da oferta de serviços e produtos na região atendeu à demanda.
O senhor não estaria se referindo especificamente ao setor de vestuário voltado para a classe média alta, como é o caso de sua empresa?
Saul Gelman – Sim. Os consumidores estão indo para São Paulo em número superior ao do passado. Até porque esse consumidor não vai apenas em busca de consumo, mas também de lazer, de entretenimento, condições que São Paulo oferece em número muito maior por ser a Capital econômica do País. Ainda temos um mercado consumidor acanhado em relação a São Paulo. Tanto que só recentemente Santo André ganhou um restaurante mais sofisticado, à altura da Capital. Era um tabu. Os que surgiam logo fechavam. Felizmente o empreendimento está indo muito bem, como todos sabem. O Baby Beef Jardim, o exemplo que estamos citando, abre campo de oferta interessante. Deveríamos estar discutindo aqui serviços públicos que possam atender o contribuinte 24 horas por dia, e não se abrimos ou não aos domingos e nos feriados. Se essa é uma forma de tentar proteger o pequeno, é uma saída espúria que não atende o pequeno, não satisfaz o grande e ainda prejudica a cidade.
O que podem significar o Calçadão da Coronel Oliveira Lima e o projeto de cobertura?
Saul Gelman – Simplesmente chegou a um ponto de não-retorno. Temos de cobrir e também trabalhar para fazer funcionar, caso contrário acabará virando uma armadilha que consumiria recursos volumosos e prejuízos brutais ao comércio ali instalado. Mas tenho absoluta certeza de que o projeto será um sucesso.
Seria o caso de concretizar o antigo plano de transformar o Calçadão em Rua 24 horas?
Saul Gelman – Acredito que sim. Acho que o projeto pode ser direcionado nesse sentido.
Por que daria certo em Santo André o que não está tendo sucesso em São Caetano, que instalou Rua 24 Horas no Centro?
Saul Gelman – São Caetano talvez não tenha pensado com muita profundidade o projeto de Rua 24 Horas. Talvez a escolha do local, um trecho relativamente decadente, não tenha sido a mais correta. Escolhemos uma rua nobre. Temos um entorno de residências que pode perfeitamente usufruir das benfeitorias. Pode não: deve usufruir. Sem contar o fluxo de consumidores, que é intenso. Mas nesse processo é indispensável a participação do Poder Público com ações reais de descentralização de serviços do Paço Municipal para esse endereço nobre. Administrações públicas anteriores permitiram que se instalassem na região da Oliveira Lima os chamados ambulantes. Foi um descaso que teve os mesmos desvios dos registrados em São Paulo, denunciados recentemente, sobre a venda de pontos.
Então tivemos duas ações simultâneas que trataram de complicar a vida dos comerciantes da Oliveira Lima e redondeza: os marreteiros e a chegada dos shoppings?
Saul Gelman – A Oliveira Lima só será recuperada pela qualidade, não pela reconquista do perfil anterior. Traduzindo: precisa adquirir novo status, novo formato, novo mix. Acho mesmo que haverá mudança no nível das ofertas de produtos e serviços com a transformação que aquela região vem passando. À medida que uma empresa for pioneira nessa nova configuração de ofertas, outros acabarão aportando na Oliveira Lima.
O senhor acha, então, que a recuperação do comércio de Santo André passa obrigatoriamente pela revitalização da Oliveira Lima, antigo ponto de referência da pujança da economia não só de Santo André, mas de todo o Grande ABC?
Saul Gelman – Acho que sim, mas de maneira diferente, porque há outros pontos comerciais a disputar os consumidores, principalmente os shoppings. Vivi essa rua 40 anos e tenho percepção de que haverá reconversão das expectativas. Para isso, é importante que se tenha gerenciamento do Poder Público junto com a livre-iniciativa. A Oliveira Lima já atingiu o ponto de decadência máxima. Agora é a recuperação. Perdemos 50% dos consumidores nos últimos 10 anos, mas tenho certeza de que temos tudo para recuperar as perdas e liderar o processo de reviravolta da região no setor de comércio e de serviços de rua. Teremos novo modelo de gestão que se espalhará para os demais municípios. Só não chegamos à degradação absoluta, como o Centro Velho de São Paulo, por exemplo, porque a Acisa atuou fortemente no sentido de salvar o endereço da debacle total. Agora, praticamente no fundo do poço, o próprio mercado imobiliário da Oliveira Lima vive números reais, que permitem a recuperação. Pelas informações de que disponho, a impressão é que superaremos em muito o sucesso da Rua 24 Horas de Curitiba, porque nossa economia é mais pujante.
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10/05/2024 Todas as respostas de Carlos Ferreira