Política

Matemática é aliada e adversária de
Raimundo Salles em Santo André

DANIEL LIMA - 10/06/2011

A matemática é aliada e adversária do candidato pedetista Raimundo Salles à Prefeitura de Santo André, ano que vem. Com eleitorado que oscila de 15% a 20% dos votos válidos, Salles é uma terceira via na corrida eleitoral que dificilmente deixará de provocar um segundo turno. O petebista Aidan Ravin e o petista Carlos Grana são os favoritos, mas com a margem potencial de votos de Raimundo Salles nenhum deles conseguiria fechar a disputa no primeiro turno. Salles é, portanto, espécie de fiel da balança. Hoje está mais próximo de reforçar o eleitorado de Grana, mas há sempre a perspectiva de que o desenrolar da disputa possa beneficiá-lo, porque seus maiores concorrentes estão mais expostos a estragos.


A provável disputa que se dará em Santo André no ano que vem girará em torno do concorrente com mais possibilidades de influenciar o resultado final num provável segundo turno. Salles não exagera quando afirma que tem votos suficientes para carregar a disputa a novo turno e que sem ele o primeiro turno poderia fechar em favor de Aidan Ravin. Outros possíveis concorrentes, como Paulinho Serra, Gilberto Wachtler e tantos que se anunciam ou se pretendem anunciar, querem chegar aonde Raimundo Salles está, ou seja, com patrimônio de votos que coloque um deles na mesa de composições para o turno final.


Talvez Raimundo Salles só se equivoque quanto à ordem dos dois primeiros colocados, porque não se pode minimizar a possibilidade de Carlos Grana, num PT unificadíssimo e com Lula da Silva como cabo eleitoral especial, amealhar mais votos que o atual titular do Paço Municipal. Pesa nessa equação, entre outras razões, o natural desgaste de quem exerce o poder, embora a contrapartida da máquina à disposição seja também bastante influenciável na votação.


Se o delineamento de votos fluir na direção esperada por Raimundo Salles e mesmo que o pedetista não alcance um dos dois primeiros lugares ao final do turno inicial, o cacife que exibiria no turno final seria apreciável. É nesse ponto que a candidatura de Carlos Grana ganha inflexão importante, porque Salles já é um aliado informal.


O que mais deve mobilizar Raimundo Salles na contra-ofensiva de afastamento da pecha de perdedor que os adversários tentam lhe pespegar é a determinação de lutar por votos, independentemente de resultados. São tantos os exemplos de concorrentes que só conheceram o sucesso depois de muitos fracassos que uma lista de nomes ocuparia muito espaço. O mais emblemático deles em termos nacionais é Lula da Silva, derrotado três vezes seguidas à Presidência da República.


O maior perdedor eleitoral é o candidato viável que não sai a campo em busca de votos.


Pior que isso é o candidato-candidato que frustra os potenciais eleitores com desistências nem sempre muito bem explicadas.


Vamos reconhecer que Raimundo Salles é um bravo, porque, em sã consciência, a possibilidade de chegar ao Paço de Santo André em janeiro de 2013 é escassa. Além de ter como adversário um prefeito com direito à reeleição, encontrará um petista que conta com uma reserva de votos fortíssima.


Como o bom político não observa apenas a próxima eleição, Raimundo Salles está a investir no eleitorado que por pouco não o colocou na finalíssima de 2008 ante o petista Vanderlei Siraque. Apenas 1,2 ponto percentual separou Salles de Aidan Ravin, enquanto Siraque disparou e ficou a menos de dois pontos percentuais da vitória em turno único.


Seria de fato um desperdício jogar ao vento aqueles votos, afastando-se da disputa na próxima temporada. E convenhamos que o grupo de Aidan Ravin exagerou na dose do esnobismo ao distanciar-se do grupo de Raimundo Salles, deixando-o leve, livre e solto para cair nos braços conciliatórios do PT. Justamente de um PT que busca aliados que tenham representatividade na classe média de Santo André, como Raimundo Salles.


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