Política

Duas entrevistas providenciais para
quem quer conhecer Grana-Primavera

DANIEL LIMA - 30/06/2011


Resgato de meu acervo particular, que reúne todo o conteúdo de 19 anos da revista LivreMercado sob meu comando (essa maior riqueza não constou da negociação da marca repassada a terceiros por conta de imprevidências de antigos sócios da Editora Livre Mercado) duas entrevistas providenciais que poderão ajudar a iluminar o caminho de quem já começa a se preparar como cidadão às eleições municipais do ano que vem. Coincidentemente, sou o autor das entrevistas com Carlos Alberto Grana e Gilberto Wachtler Primavera. Como se sabe, eles podem juntar forças para tentar impedir que o prefeito Aidan Ravin continue à frente do Paço de Santo André.


São entrevistas imperdíveis, porque reúnem dois candidatos que se complementam. O contexto daqueles trabalhos (a entrevista com Gilberto Primavera foi publicada na edição de dezembro de 2006 e a de Carlos Alberto Grana em dezembro de 2008) é fundamental à compreensão do conteúdo.


Gilberto Wachtler Primavera ainda não pensava em virar vereador em Santo André, enquanto Carlos Grana, então presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, já estava de olho numa carreira que depende de urnas eletrônicas. Acabou vitorioso ano passado, com mais de 120 mil votos a deputado estadual.


Os leitores sabem que não sou de ficar em cima do muro em praticamente nada, desde que tenha informações suficientes. No caso de Grana e Primavera, o conteúdo dos dois trabalhos jornalísticos é muito importante. Notarão os leitores que há uma clara sinalização, quando não consolidação, de sinais trocados entre possíveis companheiros da chapa que concorrerá às eleições em Santo André.


O que significa “sinais trocados”? Simples: Carlos Grana e Gilberto Wachtler Primavera poderiam ser, se considerados os estereótipos de sindicalista e de pequeno empresário, exatamente o outro. O que quero dizer com isso? Quero dizer que Carlos Grana tem perfil de empreendedor e Gilberto Wachtler Primavera de sindicalista, sempre a considerar o que o senso comum diz de sindicalista e de empreendedor.


Traduzindo e sem delongas: Carlos Grana é mais cuidadoso, mais maneiro, mais suave em relação ao mais abrasivo, ao mais contundente e ao mais cortante Gilberto Wachtler Primavera. Eles foram forjados em situações antagônicas. Grana viveu quase toda a vida em ambiente de trabalho controlado pelo capital e Gilberto Wachtler Primavera em ambiente de capital sob influência do trabalho.


São capital e trabalho em dimensão totalmente diferente do lugar-comum de históricos embates ideológicos. O trabalho representado ao longo dos anos por Carlos Grana já se aproximara do capital como elemento de contribuição. Tanto que o sindicalista participou ativamente do Fórum da Cidadania.


O capital representado por Gilberto Wachtler Primavera sempre esteve ao lado do trabalho, porque é impossível para empreendedor de um negócio apenas, de um supermercado de médio porte apenas, pressionado pelas grandes corporações, deixar de estabelecer regime de colaboração estreita com o quadro de colaboradores.


Grana e Primavera estão próximos entre si muito antes de se imaginarem possíveis parceiros políticos.


Que não venham os caçadores de caráter tentar estabelecer juízo de valor sobre um e sobre outro por conta das diferenças comportamentais atribuídas. Estou me reportando a temperamento, apenas a temperamento. E salvo alguma idiotice rematada, temperamento e caráter são porções completamente distintas na avaliação do cardápio comportamental.


O que une Carlos Grana e Gilberto Wachtler Primavera é a afabilidade, a destreza mental, a impetuosidade e a obsessão em direção a objetivos que traçam.


Um ponto favorável ao Partido dos Trabalhadores em Santo André é que finalmente descobriu o talento de Gilberto Wachtler Primavera, contrapondo-se ao descuido da administração de Aidan Ravin.


O vereador petebista jamais poderia estar ausente de um posto de realce na Prefeitura de Santo André. Sobretudo na área de Desenvolvimento Econômico, entregue às baratas e a um diretor propagandístico de informações bajulativas que pretende separar a realidade do Município entre o antes e o depois da atual administração.


Imagina esse interlocutor público que é possível interromper a trajetória de um trem bala de dados e iniciar-se, imediatamente, uma nova base informativa. Ele suprime o passado e realça o presente com manipulações interpretativas. É esse diretor que dá as cartas e joga de mão na quase inútil Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santo André.


As entrevistas que apresentamos a seguir são apropriadas para quem quer conhecer essa dupla que poderá estar unida nas eleições em Santo André. Longe de qualquer objetivo eleitoral, o que levamos aos leitores é informação a ser consumida com ou sem juízo de valor.


Leiam:


Pequeno varejista está entregue à própria sorte


Classe média é objetivo a ser alcançado pela esquerda


Capital-Trabalho pode impulsionar candidatura petista em Santo André


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