Prefeito Bom de Obra Luiz Marinho é. Basta dar um passeio por São Bernardo para tirar qualquer dúvida. Tanto é bom de obra que a oposição está mais perdida que palmeirense no meio de corintianos domingo no Pacaembu, porque só têm dois mil ingressos para incentivar a equipe.
O problema de Luiz Marinho, que um marketing requenguela não resolveu até agora, provavelmente porque seu gestor de comunicação estava pensando mais em ser candidato a vereador, o problema de Marinho, dizia, é ganhar visibilidade.
Trocando em miúdos: Marinho é melhor do que parece, pelo menos sob o olhar crítico de quem mora em São Bernardo. A oposição não vai gostar desses parágrafos, mas o que posso fazer se ando por São Bernardo e ouço quem mora em São Bernardo? Turbinado por um orçamento municipal reforçadíssimo de recursos do governo federal, Luiz Marinho deita e rola com obras providenciais, especialmente nas periferias.
Antes que pensem que a gestão do petista está sendo privilegiada por contar com suposto apadrinhamento de Lula da Silva, convém lembrar que Luiz Marinho preparou-se para obter dinheiro federal. Ao ganhar as eleições em 2008 deu prioridade a formulação de projetos que abririam as portas do governo Lula da Silva e de seu sucessor.
Segredo de Tarcisio
Como ganhar visibilidade, então? O problema vai ser resolvido no ano que vem. Quem me contou uma grande novidade sobre isso é o secretário dos secretários de Luiz Marinho, o economista Tarcisio Secoli.
Contou de passagem, numa conversa que tivemos esta semana em seu gabinete, coladinho ao do prefeito. Foi tão tangencial a conversa que, descuidado mas respeitoso que fui, porque o temário principal não era aquele, deixei a bola correr. Não nos aprofundamos.
É claro que não revelo nem sob tortura o que se pretende para colocar Luiz Marinho numa ribalta privilegiada. O assunto é quentíssimo, atualíssimo, importantíssimo, delicadíssimo e tantos outros íssimos.
Vou manter em segredo também eventuais desdobramentos de informações que só um novo contato com Tarcisio Secoli permitiria porque sou absolutamente fiel às fontes. Digo sempre aos interlocutores que jamais, jamais e jamais quebrarei a cláusula pétrea de jornalista de verdade, ou seja, morre mas não entrega a encomenda. Não vejam nessa postura nada excepcional. É obrigação.
Mas mesmo sem dizer patavina do que ouvi de Tarcisio Secoli antecipo que Luiz Marinho vai dar um tiro certeiro. Certeiríssimo. Já passou da hora de pegar a unha esse touro que tanto incomoda os contribuintes.
Sinto que não posso me alongar sobre a questão porque poderia cometer um deslize qualquer, involuntário, e fornecer a pista para os especuladores divulgarem que seja isso ou aquilo.
Confiança total
Só posso garantir mesmo que o que disse Tarcísio Secoli é plano de governo, porque o supersecretário é o governo de Luiz Marinho. Tarcisio Secoli é desses poucos homens de confiança total do prefeito de São Bernardo. Alguém capaz de qualquer sacrifício para atender ao chefe, do qual é amigo pessoal desde os tempos em que atuavam no Sindicato dos Metalúrgicos.
Ainda outro dia, numa conversa telefônica informal com Tarcisio Secoli, brinquei com o horário que programara para nosso bate-papo. Era cedo demais. Disse-lhe que não tinha o passado de metalúrgico dele, que não levanto tão cedo. Jogamos a conversa para mais tarde. Talvez Tarcisio Secoli tenha observado algum preconceito na frase, quando me referi a sua origem profissional, algo que jamais emiti em qualquer sentido, verbalizado ou subjetivo, mas que compreendo perfeitamente. A sociedade de classe média tradicional da região sempre olhou com certo desdém a nova classe média que emergiu por aqui a partir do chão de fábricas e que economicamente não tem nada a ver com a classe média de emergentes de agora.
Não teria este jornalista razão alguma para qualquer tipo de discriminação, filho que sou de gente simples e com um passado que só me enobrece, quando cheguei com irmãos e os país, em fevereiro de 1968 a Santo André, na carroceria de um caminhão que partiu do Interior de São Paulo.
Sei lá se Tarcisio Secoli me jogou no mesmo balaio de gatos dos metidos a besta dos classes médias que se sentem socialmente acima dos trabalhadores industriais. Certo mesmo é que se o passado de metalúrgico atuante já lhe seria importante no processo gestor da Prefeitura de São Bernardo como extensão de Luiz Marinho, o que dizer então após diplomar-se economista?
Tarcisio Secoli é um bom papo entre outros motivos porque mesmo sem ser uma fonte de segredos administrativos, já que a fidelidade à administração petista é inquestionável, fala o suficiente para que aqueles que têm faro jornalístico possam extrair alguma coisa que vai além do que os jornais insistem em publicar.
Aquelas frases sobre o que deverá mobilizar Luiz Marinho nos próximos tempos, colocando-o mais próximo da população, aquelas frases ainda ecoam em meus ouvidos. Preciso voltar ao gabinete de Tarcisio Secoli para tentar retirar o lacre da informalidade.
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19/11/2024 PESQUISAS ELEITORAIS ALÉM DOS NÚMEROS (24)