O São Caetano virou o jogo (2-1) contra o Paulista em Jundiaí ontem à tarde na sexta e melhor partida do ano na Série A do Campeonato Paulista. O resultado foi econômico. A diferença poderia ter sido maior ante um adversário a um passo da liderança e que havia 10 meses não perdia
Além da consolidação teórica do sistema tático com três volantes, apropriado para jogos que requerem mais solidez defensiva, o São Caetano deixou o Estádio Jaime Cintra aliviado com o meia-atacante Marcelo Costa, de rendimento abaixo do esperado nos jogos anteriores: o camisa 10 marcou dois gols, meteu outras duas bolas na trave, deslocou-se, movimentou-se, passou, virou o jogo e não deu o menor sossego ao adversário.
Mas não foram apenas os volantes que cumpriram muito bem a função defensiva e ainda saíram ao ataque, principalmente Anselmo e Moradei, e o estonteante Marcelo Costa, que deram robustez ao São Caetano: a defesa bem protegida não cometeu bobagens, o goleiro Luiz só errou uma saída de gol e Geovane fez estripulias como segundo atacante pela direita e pela esquerda, sempre às costas dos laterais do Paulista.
Muitas virtudes
O São Caetano teve tantas virtudes que priorizá-las numa prestação de contas é problemático. O time foi veloz quando interessava, desacelerou o ritmo quando necessário, marcou e atacou no momento preciso. Não foi um espetáculo de gala, o que seria um exagero em início de temporada, mas o Paulista deve estar se perguntando por que não ameaçou para valer, exceto em poucos lances, o gol de Luiz. Simplesmente porque o Azulão estabeleceu as ordens. A velocidade dos contragolpes e a mobilidade ofensiva do Paulista, que o colocam no topo da classificação, dissolveram-se no bloqueio monolítico do São Caetano. Faltava espaço para o Paulista estabelecer o ritmo de jogo. E só faltava espaço porque o São Caetano trabalhou intensamente para fazer de metros quadrados centímetros quadrados.
O time de Márcio Araújo se afastou das últimas colocações e uma vitória em casa neste domingo ante o Comercial de Ribeirão Preto pode iniciar o embalo para chegar entre os oito finalistas. Mas para isso é preciso melhorar ainda mais. Os laterais já começaram a se soltar, a abrir e a descobrir espaços pelas extremidades, mas precisam ser mais constantes. Moradei e Anselmo estão saindo com competência para o ataque, mas ainda devem aperfeiçoar a finalização. Principalmente Moradei. E o ataque ressente a ausência de um centroavante de bem com a bola. Betinho não consegue estar no lugar certo no passe certo e Pedro Júnior, que entrou no segundo tempo dos últimos jogos, precisa ganhar ritmo e com isso impedir que a bola lhe passe próximo aos pés sem que se dê conta disso. É mais qualificado que Betinho, oferece a opção de contragolpe em velocidade, mas ainda não está em sintonia com a função letal de responsável pela última finalização.
Tomara que a equipe de Márcio Araújo não tenha recaída porque ao estrear com vitória ante a Ponte Preta no Anacleto Campanella projetou campanha sem sobressaltos com a zona de rebaixamento e, mais que isso, com expectativa de chegar entre os oito primeiros. Os jogos seguintes foram uma sequência de erros que culminaram na derrota em casa para um Guarani que comandou as ações do começo ao fim. Ganhar do Paulista em Jundiaí pode ser a chave de ignição de uma arrancada memorável.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André