Como o homônimo fonético, Walter Sebastião dos Santos seguiu os passes de Valter Moura e, vencido o prazo, não se manifestou em resposta a 17 questões da Entrevista Indesejada formulada por este site. Nada que surpreenda.
Walter Sebastião dos Santos, recuperador de impostos que se meteu numa empreitada que o estigmatiza como empreendedor aparvalhado na área editorial, não resistiu mais que um ano à frente da revista Livre Mercado. Já a negociou com o grupo do Hoje Jornal, de São Bernardo.
Walter Sebastião dos Santos adquiriu a marca Livre Mercado em dezembro de 2008 da Editora Livre Mercado, empresa que editou a revista durante quase 19 anos, tornando-a a melhor publicação regional do País.
A derrocada era esperada. Livre Mercado virou pasquim sem eixo editorial, sem objetividade crítica e descaradamente político. Antes que o primeiro ano de nova direção se completasse, Livre Mercado já estava de fato fora de circulação física, dissimulada por tiragens marginais.
O jornalismo verde e amarelo não tem por hábito tratar do jornalismo verde e amarelo, contrariamente ao que ocorre no Primeiro Mundo. Por isso, Walter Sebastião dos Santos não se sente na obrigação de dar entrevistas. De fato, jamais se sentiu, porque fez de Livre Mercado empreendimento particular, sem relação alguma com a sociedade.
Um descaso monumental, porque recebeu de herança deste jornalista — que dirigiu a publicação durante duas décadas — um Conselho Editorial de duas centenas e meia de representantes da sociedade civil do Grande ABC. O Conselho Editorial de Livre Mercado no período de Walter Sebastião dos Santos não passou de apêndice impresso na página “Mensagem do Presidente”, uma caricatura mal-ajambrada de editoriais.
Exatamente por isso, por ter recebido e ter praticamente ignorado essa revolucionária instância de participação social, este site decidiu inquirir Walter Sebastião dos Santos em “Entrevista Indesejada”. A fuga pelo caminho sempre tortuoso da omissão, tal qual Valter Moura há 21 anos à frente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) era mais que esperada, portanto.
As questões enviadas a Walter Sebastião dos Santos, também como no caso de Valter Moura, prescindem de respostas, de fato. Foram formuladas de tal maneira que impediriam manobras diversionistas. Cercou-se o touro de eventual manipulação com a vara curta de questionamentos sólidos. Walter Sebastião dos Santos tem ficha conhecidíssima. É um falastrão que engabela os interlocutores menos céticos, mais ingênuos. Não havia espaços para que ele manipulasse as respostas. Daí, fugiu da raia. Para quem foge de tantas outras coisas, nada sobrenatural. Tudo natural.
Leiam as perguntas que CapitalSocial enviou para Walter Sebastião dos Santos. Como no caso de Valter Moura, o vazio literal às respostas é autocondenatório.
O senhor prometeu uma revista que circularia em várias áreas da Grande São Paulo, anunciou que o Prêmio Desempenho Empresarial acompanharia esse roteiro, garantiu posteriormente que faria o Prêmio Best Work e sustentou que lançaria o projeto Jovens Talentos em convênio com a Universidade Metodista. Nada disso foi executado. O senhor acredita ter aprendido a lição de que o negócio da mídia não é o negócio da recuperação de tributos, entre outros motivos porque exige transparência e responsabilidade social?
Walter Sebastião dos Santos –
O senhor aceitaria o desafio de tornar público o contrato de cessão da marca Livre Mercado para a empresa que edita o Hoje Jornal, da mesma forma que a Editora Livre Mercado, então proprietária da marca Livre Mercado, coloca à disposição os termos do contrato que culminou com a cessão da marca para a Best Work Consultoria Empresarial em dezembro de 2008?
Walter Sebastião dos Santos –
Até que ponto o senhor lastima o fato de que o fracasso de Livre Mercado sob sua direção atingiu em cheio a imagem da Best Work Consultoria Empresarial, entre outros motivos porque a frequência com que o senhor não cumpre os rigores contratuais espalhou-se pela sociedade?
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor anunciou aos quatro cantos, quando adquiriu uma marca respeitadíssima, que não a tornaria fonte de informações políticas, algo que a publicação jamais foi. Entretanto, o que se viu ao longo da pobre trajetória de um ano foi uma enxurrada de matérias político-partidárias. Como explicar essa contradição? A teoria na prática é sempre diferente?
Walter Sebastião dos Santos —
Como o senhor entende o fato de que, transformando o negócio em metáfora, adquiriu uma fábrica de Cola Cola e passou a produzir e distribuir Tubaína? Tradução: o senhor adquiriu uma marca consagrada como veículo de forte personalidade editorial e a tornou adocicada e mal-ajambrada.
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor lançou com pompa o jornal Livre Mercado, um semanário que mal chegou à quinta edição e desapareceu. Há explicação para tamanho insucesso? Como justificar o uso de uma marca respeitável de revista para um jornal tablóide de público-alvo completamente diferente?
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor admite que cometeu série de deslizes à frente da então melhor revista regional do País, transformando-a numa revistinha como tantas outras de conteúdo marginal?
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor não conseguiu, desde outubro, fazer Livre Mercado circular efetivamente. Número restrito de exemplares foi impresso e distribuído por conta da necessidade de contemplar contratos publicitários, embora a tiragem tenha sido sempre inflada artificialmente. Essa situação não é constrangedora para quem disse que faria pelo menos 60 mil exemplares por edição?
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor acredita que se montasse novo empreendimento jornalístico conseguiria convencer quem trabalhou na revista Livre Mercado neste último ano a tê-lo novamente como empregador, sabendo-se, que o relacionamento capital-trabalho não foi dos mais respeitáveis?
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor determinou mudanças na linha editorial da revista com o objetivo de amenizar os textos e, com isso, seduzir principalmente a classe política. Como observa o fato de ter dado com os burros nágua?
Walter Sebastião dos Santos —
A empresa que adquiriu a marca Livre Mercado da Best Work Consultoria Empresarial tem conhecimento de que o senhor não honrou os termos contratuais firmados com a Editora Livre Mercado e que, portanto, há credores que precisam ser devidamente pagos? Os termos contratuais asseguram à empresa compradora que as dívidas contraídas pela Best Work no contrato com a Editora Livre Mercado devem ser resgatadas pelo novo proprietário?
Walter Sebastião dos Santos –
O senhor já foi condenado por litigância de má-fé pela Justiça de São Paulo ao menos em uma situação, que, aliás, está disponível no site CapitalSocial. O caso do Prêmio Desempenho Empresarial, iniciativa com evidente interesse de postergar na Justiça o pagamento de obrigação contratual, está fora desse enquadramento?
Walter Sebastião dos Santos —
O senhor confirmaria publicamente duas informações lançadas contra a direção da Editora Livre Mercado, uma relativa ao pagamento de um determinado valor fora dos termos contratuais que o senhor ainda não honrou e a segunda dando conta de que teria sido vítima de chantagem dessa mesma direção da Editora Livre Mercado para adquirir a outra metade do Prêmio Desempenho Empresarial, mesmo se sabendo que o senhor não pagou nem a primeira metade? O senhor estaria preparado para uma acareação judicial com o proprietário da Editora Livre Mercado, por coincidência o jornalista que lhe faz estas perguntas, ou entende que mentir descaradamente faz parte do jogo de quem não leva a sério questões éticas?
Walter Sebastião dos Santos —
Como o senhor se sente ao desrespeitar o conjunto de conselheiros editoriais da revista Livre Mercado, herança deixada pela direção anterior da publicação, ao não enviar um único exemplar, durante todo o ano de fracasso de sua administração, para qualquer um dos integrantes daquele organismo? Além disso, o senhor não estabeleceu nenhuma relação editorial que reunisse o Conselho Editorial. O senhor alguma vez entendeu a importância do Conselho Editorial?
Walter Sebastião dos Santos —
Quais foram os motivos para não aceitar o desafio da Editora Livre Mercado de acareação pública para esclarecimentos sobre a negociação e os desdobramentos da transferência da marca Livre Mercado para a Best Work Consultoria Empresarial?
Walter Sebastião dos Santos —
Nas duas oportunidades em que a Best Work Assessoria Empresarial reuniu público em coquetel para divulgar planos à frente da revista Livre Mercado o senhor garantiu aos convidados que não só faria o Prêmio Desempenho Empresarial, como promoveria alterações regulamentares. O senhor se esqueceu que metade da marca pertencia a outra empresa e que o contrato de cessão parcial previa responsabilidade conjunta dos detentores da premiação?
Walter Sebastião dos Santos —
Como se explica que, embora insistentemente lembrado, o senhor não cumpriu, entre outras cláusulas do contrato de cessão da marca Livre Mercado, a que determinava que todos os pagamentos dos credores teriam de ser compartilhados em termos de informações entre Editora Livre Mercado e Best Work Consultoria Empresarial? O senhor acredita que há alguma outra adjetivação para esse tipo de comportamento senão, objetivamente, o desrespeito completo aos termos contratuais?
Walter Sebastião dos Santos —
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21/11/2016 O que Bigucci tem a dizer sobre organização criminosa?