Está cozinhando em banho-maria eleitoral a gestão do prefeito Aidan Ravin
Se o prefeito Aidan Ravin cair pelas tabelas naturalmente, algo de que é bom desconfiar porque ele é resistente e por demais carismático, o trato é que todas as provas já anunciadas e, principalmente, outras que são tratadas a sete chaves, serão devidamente preservadas em nome de uma institucionalidade fajuta porque protege safadezas. Agora, se Aidan meter-se a besta e achar que pode ganhar as eleições e uma parte expressiva de eleitores assim o entender também, tudo pode acontecer. Inclusive nada acontecer.
Notaram os leitores que o denunciante das falcatruas que dominavam o Semasa, o advogado Calixto Antonio, sumiu da praça? Já não se manifesta. Dizem que anda de mãos dadas com algumas figuras que, nas primeiras entrevistas, esbaforido, relacionou como bandidos. É claro que não são mãos dadas em público, porque não ficaria bem nem mesmo nestes tempos de certas liberalidades comportamentais. Falam até que o denunciante já abasteceu supostos primeiros desafetos com provas materiais dos crimes que teriam sido cometidos sob a liderança do prefeito Aidan Ravin. Mais propriamente, seriam gravações em vídeo que colheriam o titular do Paço em flagrantes delitos.
Macuco no embornal
Vencedor das eleições de 2008 graças a uma convergência de sortilégios e estratégias, entre os quais o desgaste petista de 12 anos (seis dos quais medíocres, pós-morte de Celso Daniel), Aidan Ravin ainda não entrou para o grupo dos derrotados em potencial nas eleições deste ano
É claro que para estar no segundo turno e ganhar as eleições é indispensável que Aidan Ravin seja o adversário, acreditam os estrategistas de Raimundo Salles e de Carlos Grana. Ora bolas, se tanto para um como para outro a presença do prefeito no segundo turno é fundamental, por que então bombardeá-lo agora com o caso Semasa, cujas irregularidades provocaram um certo grau de estragos nos últimos meses? Por que antecipar agora o que poderá ser detonado com maior eficiência e octanagem mais explosiva no segundo turno? Seria no segundo turno, portanto, que o material bélico acondicionado por conta de arranjos de bastidores seria finalmente utilizado, a estilhaçar de vez a imagem do prefeito.
Como em política é tudo possível, inclusive o impossível, numa eventual segunda etapa da disputa eleitoral
Então, o que se daria caso Aidan Ravin não fosse ao segundo turno mas registrasse por volta de uns 20% de votos no primeiro turno? Quem conseguiria contar disfarçadamente, mas nem tanto, com o suporte da máquina administrativa pública, cujo peso não pode ser minimizado? Quem, Salles ou Grana? Quem, quem, quem, pergunto eu. E perguntam os eleitores. De aliados compulsórios, conforme trato firmado muito antes do aquecimento eleitoral, Raimundo Salles e Carlos Grana passariam a ter o Paço Municipal como Meca. E os votos de Aidan Ravin? Denunciar os escândalos do Semasa, com as provas que estão fazendo dos bastidores de Santo André uma loucura de especulações, pouco adiantaria a ambos. Ou não? Como não? Talvez por conta da participação delituosa mesmo que tangencial de um dos dois finalistas. Ou seja: a encrenca do Semasa não estaria completamente arquivada em termos políticos mesmo com o desalojamento de Aidan Ravin do segundo turno.
Zape e sete copas poderosos
Sei que tudo isso parece kafkiniano, mas é assim que as coisas se desdobram quando o objeto de desejo é o voto dos eleitores e o cetro ganha a forma de paço municipal. Redes de aproximação estreitam-se ou dilatam-se na medida em que os fatos e as especulações ganham corpo.
Há quem aposte fortuna que Aidan Ravin sairá ileso das maracutaias cometidas no Semasa, conforme as denúncias do advogado hoje incrivelmente silente. Aidan teria um zape na mão e um sete copas no bolso do colete em forma de um comprometido entorno de institucionalidade que a literatura transposta para o cinema em filmes que os leitores podem imaginar quais sejam enquadra em categoria menos nobre.
Isso quer dizer que Aidan Ravin disporia de insumos que, disparados, simplesmente provocariam estragos imensuráveis, porque os parceiros de jornada não conseguiriam tirar do traseiro a seringa de anabolizantes dos bons tempos.
Pimenta no nariz dos outros é refresco talvez seja o mantra que Aidan Ravin mais venha a repetir nos últimos tempos. Não exatamente dessa forma literal, mas de outra mais usual e menos educada que, cuidadoso que sou, as crianças não devem ler nesta revista digital.
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19/11/2024 PESQUISAS ELEITORAIS ALÉM DOS NÚMEROS (24)