Administração Pública

Caiu a máscara do charlatanismo
estatístico da Administração Aidan

DANIEL LIMA - 19/09/2012

Vou escrever na edição desta quinta-feira um texto que comprova o charlatanismo da Administração Aidan Ravin sobre a economia de Santo André. Como antecipei em fevereiro deste ano, impactado por tanta cara de pau de um assessor público diretamente ligado ao prefeito do PTB, o crescimento mais que chinês de Santo André é obra de mandraquismo de quem não respeita a sociedade.


 


Mais que isso: de quem trata os consumidores de informações como patetas. E o pior é que toda a mídia regional – exceto esta revista digital, é claro, porque estamos mais que escaldados – caiu no conto de Dalmir Ribeiro, economista instalado no DISE (Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos).


 


Já à época dos pronunciamentos de Dalmir Ribeiro, conforme pode ser constatado na matéria que está no link logo no final deste texto, alertamos sobre os riscos de se acreditar em tamanhas sandices. Escrevi com todas as letras (e com a veemência de quem se sente ultrajado, o que é raro nestes dias de condescendência total com os falseadores de informações) que o material preparado pelo DISE induzia os incautos e mesmo os mais espertos a acreditar que a pífia gestão do petebista na área econômica nos últimos anos (nada muito diferente do PT nos anos posteriores a Celso Daniel) é uma coletânea de sucessos a colocar de quatro os chineses. A economia de Santo André teria crescido, segundo os alquimistas da Prefeitura de Aidan Ravin, nada menos 17% no ano passado. Praticamente o dobro do PIB chinês.


 


Pobres investidores


 


Somente quem não consegue engolir dados falsos é capaz de dimensionar os descaminhos que informações desse tipo provocam, por exemplo, nos investidores. Quem procurou por dados consolidados de Santo André para aportar aqui negócios e caiu na besteira de encaminhar-se ao site da Prefeitura, encontrou um paraíso à multiplicações dos pães. Um engodo, como se sabe, contra o qual caberiam, inclusive, questionamentos judiciais. Uma Administração Pública com um mínimo de seriedade e competência não permitiria que um de seus funcionários graduados lançasse dados estatísticos conceitualmente fraudulentos. Pior ainda quando tamanha besteira se deu em evento específico, num Teatro Municipal lotado de funcionários públicos previamente recrutados, já que, em matéria de representatividade social, Aidan Ravin só teve quando foi eleito e provavelmente o terá em quantidade expressiva rumo à reeleição.


 


Sem falsa modéstia, continuo invicto em qualquer tipo de debate econômico sobre a Província do Grande ABC ao longo das últimas décadas. Não me faltaram confrontos. Não seria Dalmir Ribeiro ameaça à desmoralização como atento observador da cena regional. Tenho a vantagem de alguns pontos inalienáveis sobre todos aqueles que estão, estiveram ou aparecerão por aqui para vender ilusões. Não tenho compromisso com qualquer partido político, com qualquer ideologia, com qualquer Administração, com qualquer lobby de mercadistas.  Ou seja, sou livre e desimpedido para escrever com base exclusivamente naquilo que busco em fontes primárias e transformo em análises.


 


Enfrentamentos históricos


 


Fui o primeiro jornalista a escrever sobre a desindustrialização da Província, em meados da última década do século passado. Enfrentei um bando de oportunistas. Discriminaram a mim e à publicação sob meu comando profissional. Sofri todas as pressões imagináveis, inclusive de representes do Diário do Grande ABC, empresa que detinha o controle acionário da revista Livre Mercado. Não cedi porque não se pode ceder à mentira.


 


Portanto, nesta quinta-feira tenho contas a acertar com Dalmir Ribeiro e com todos aqueles que perfilaram silenciosamente ou não em defesa do assessor econômico do prefeito Aidan Ravin.


 


Não vou terminar este texto com uma impressão-desabafo que dedico algumas vezes a um vizinho de prédio que insiste em provocar os alvinegros que teimam em comemorar mesmo que discretamente uma grande conquista, porque acho que esse ambiente comporta mais compostura. E também porque não estou vivendo um pós-jogo, cujas comemorações ou dores de cabeça dissolvem-se no máximo minutos depois do último apito. Exceto é claro, após uma conquista tão aguardada quanto à última, que não preciso dizer qual foi porque todo leitor inteligente sabe do que estou falando. Um de meus filhos, aniversariante naquela data, não poderia deixar de ter a minha companhia na festa na Avenida Paulista.


 


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Administração Aidan inventa índice e Santo André cresce dobro da China


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