A propósito da denúncia de CapitalSocial sobre a implantação de uma quadrilha para tomar conta do mercado imobiliário e de investimentos federais durante a gestão do prefeito eleito, Carlos Grana, por que Milton Bigucci, presidente da chamada Associação dos Construtores do Grande ABC, não age com a moralidade esperada e procure botar os pratos a limpo? O mínimo que se espera de uma propalada liderança de classe, quando um (ou mais integrantes do agrupamento) está envolvido em falcatrua, é que haja posicionamento público. Um médico charlatão não pode ficar impune. Construtores e agentes imobiliários que se organizam para tomar o dinheiro público em empreitadas mais que manjadas têm de ser expurgados da classe.
O que estaria por trás da omissão de Milton Bigucci, além da ficha corrida do empresário que arrematou irregularmente uma área pública em São Bernardo e a transformou em riquíssimo investimento imobiliário? Seria exatamente isso, claro? Que espécie de altivez institucional teria Milton Bigucci para reagir à notícia que dá conta de falcatruas de representantes do setor se ele mesmo é um dos pecadores da classe?
Milton Bigucci detesta ser lembrado em casos como esse entre outros motivos porque é autoritário na condução da entidade que preside há mais de duas décadas como prolongamento do conglomerado de empreendimentos que dirige.
Milton Bigucci se omite sobre a situação em Santo André por outras razões? Seria ele o empresário de São Bernardo ao qual me referi ao denunciar a quadrilha que pretende tomar de assalto os cofres da Prefeitura de Santo André, dos investidores imobiliários e também do governo federal? Estaria Milton Bigucci, amigo de longa data do anunciado secretário de Habitação de Santo André, Paulo Piagentini, no entorno mencionado por aquela matéria? Seria ele um dos artífices dessa jornada de delinquência, daí seu silêncio? Aguardamos ansiosamente por suas respostas.
Caminho da derrota
O mínimo que se espera de um dirigente de classe, mesmo de um dirigente de classe sem representatividade da classe entre outras razões porque pratica individualismo exasperante, é que Milton Bigucci saia da toca da omissão e se manifeste. É lógico que não o fará. Ele preferirá sempre e sempre o caminho mais fácil, mas nem por isso frutuoso da Justiça, porque imagina que o poder econômico resolve tudo. E está quebrando a cara faz tempo. A Justiça não lhe tem dado guarida alguma entre outros motivos porque não lhe reconhecerá jamais a possibilidade de estar a dizer a verdade ante as provas contundentes em contrário.
Milton Bigucci gosta mesmo é de sair em colunas sociais de jornais e revistas que o bajulam o tempo todo. E de também escrever uma excrecência voltada à responsabilidade social, como se todos fossemos otários juramentados. Será que não sabe que responsabilidade social também, como a imagem dos protagonistas da vida social de uma sociedade, é indivisível, e atinge igualmente pessoa física, pessoa jurídica e pessoa institucional?
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