Administração Pública

Administração Luiz Marinho é
corrupta? Desconfio que sim

DANIEL LIMA - 19/02/2013

Ainda outro dia, por conta de denúncias (ao que parece já esquecidas) do Diário do Grande ABC contra a Administração Luiz Marinho, fiz uma indagação: seria o prefeito petista um foco de corrupção? Se querem saber, desconfio que sim.


 


Desconfio que sim não necessariamente por conta do que o Diário do Grande ABC andou publicando e andou deixando de publicar, porque é do DNA do Diário do Grande ABC essas idas e vindas que poucos entendem mas muito se explica.


 


A desconfiança tem matriz própria: uma Administração Pública minimamente decente e responsável não deixa em aberto um escândalo do tamanho do Marco Zero da Vergonha.


 


O que se passa na Administração Marinho sobre o assunto, que estamos desvendando em minúcias em vários capítulos, é um acinte aos contribuintes.


 


Sem entrar em detalhes sobre o caso propriamente dito, fartamente explorado e a ser explorado nesta revista digital, o que causa indignação é que um prefeito que assumiu discurso de moralidade, ética e impedimento a malfeitos simplesmente se cala às consolidadas provas.


 


Afinal, onde se meteu o Procurador-Geral do Município, José Roberto Silva, que dizem ter sido substituído, ao não levar adiante a promessa feita a este jornalista, de viva voz, ante os documentos que lhe mostrei, de que puniria servidores públicos que participaram da patifaria que culminou na arrematação fraudulenta de um terreno nobre em São Bernardo e que, em seguida, remeteria a papelada ao Ministério Público Estadual para a esperada formalização de denúncia à Justiça?


 


Que forças estranhas estão relacionadas ao protecionismo descarado que se dá ao empresário Milton Bigucci, cuja maioria de empreendedores simplesmente dá de ombros quando se trata de relacioná-lo entre aqueles que merecem respeito institucional da categoria? Milton Bigucci esmera-se cada vez mais em tentar calar este jornalista, mas mantém o modus-operandi de sempre para se consolidar como mercador imobiliário de mão e bolsos cheios. Tudo com as benesses de autoridades públicas.


 


Relações poderosas?


 


Dizem pessoas muito próximas a Milton Bigucci que ele conta com costas largas até de ministro do Supremo Tribunal Federal, gente ligada ao ex-presidente Lula da Silva. Tenho cá minhas dúvidas sobre essa versão porque Milton Bigucci é especialista em propagar o que lhe interessa para domesticar o distinto público.


 


É claro que não posso negar que ele tenha mesmo alguns parceiros estranhos a sustentá-lo a salvo da mídia regional. Quando não na Capital, já que seus pares são da mesma linhagem. Aliás, os grandes players imobiliários, com exceções que confirmam a regra, notabilizam-se pela generosa capacidade de seduzir um vasto número de oportunistas.


 


Os escândalos que furam o cerco de omissão da mídia estão aí para confirmar. Sem contar os financiamentos eleitorais clandestinos, quando não piratas, como aqueles que envolveram há poucos anos um braço armado do Secovi, o Sindicato da Habitação, entidade da qual Milton Bigucci atua como conselheiro. E não mostra o menor rubor na face quando alardeada essa distinção. Ser conselheiro de uma entidade acusada de participar de patifarias eleitorais equivaleria, num País sério, ao descredenciamento compulsório da lista de gente do bem, não do bem-bom. Aqui faz parte do currículo e vira consagração, quando não reverência e subjugação. Provincianismo é isso aí, e muito mais. 


 


O que faz a Administração Luiz Marinho diante das provas documentais e testemunhais já disponíveis para acabar com a farra daquela fraude e anular o leilão, medida que permitiria a devolução do terreno onde está previsto o Marco Zero da Vergonha? Não faz nada, nada vezes nada. Será que já fez tudo, tudo vezes tudo?


 


Para quem, nos primeiros tempos de Administração, dizia a todos que Milton Bigucci era uma pedra no calcanhar da responsabilidade social que tanto pretendia implementar à frente da Prefeitura, a omissão é no mínimo suspeita. Teria Luiz Marinho caído na gandaia geral e irrestrita dos mercadores da construção civil? O que levaria Luiz Marinho a fechar olhos e ouvidos, quando não também as narinas, às aventuras de ilegalidades de Milton Bigucci que a Justiça paulistana já julgou e confirmou? Nada, nada vezes nada. 


 


Que barganha é essa?


 


Que tipo de barganha envolveria a Administração Luiz Marinho e o mercador imobiliário Milton Bigucci a ponto de uma denúncia tão substanciosa, cristalina e robusta não prosperar em âmbito interno, de punições aos servidores que se deixaram levar pelo trio de empresas que engrenou a compra daquele terreno? Quantos outros casos não estariam no rol de desajustes administrativos? Que novos ensaios gerais não estariam a pautar a intimidade entre as partes que antes se detestavam? 


 


Um grande e retumbante erro que a Administração Luiz Marinho cometerá é acreditar que vou cansar das denúncias e que vou me submeter ao cabresto pretendido por Milton Bigucci que, a título de alcançar imunidade aos desajustes que patrocina, pretende calar judicialmente a voz desta revista digital.


 


Mal sabe Milton Bigucci que vou às últimas consequências – e não me perguntem quais seriam as últimas consequências – para sustentar o direito de permanecer jornalista atuante. A ficha dele demora a cair. Bigucci possivelmente acredita piamente que dinheiro compra tudo. E que retaliações combinadas minariam meu espirito profissional. Tolos, são todos tolos. Eles não sabem o que fazem, mas a mesma Justiça a qual tem recorrido com vezo ditatorial, porque se acha poderoso o suficiente para não se submeter ao escrutínio jornalístico, haverá de mantê-lo distante de qualquer rasura constitucional.


 


Quanto à Administração Luiz Marinho, lamento sinceramente, até prova em contrário, o tempo que perdi ao ouvi-lo pouco antes de tornar-se prefeito, quando, aparentemente compenetrado, elaborava um discurso reformador e transformador. O relacionamento íntimo com Milton Bigucci ofende o verbete seriedade, entre tantos outros.  


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