Política

Paulo Pinheiro sofre sob controle
do PT na Prefeitura de São Caetano

DANIEL LIMA - 06/09/2013

A vida do prefeito peemedebista de São Caetano não está lá uma maravilha. Paulo Pinheiro aliou-se ao esquema de financiamento eleitoral que lubrificou todas as candidaturas do PT e de aliados na Província do Grande ABC e está refém dos desígnios do partido da presidente da República. Embora a mídia, de maneira geral, seja condescendente com a Administração de São Caetano, há questões internas mal-aparadas.


 


Jarbas Azuri, ponta de lança das articulações que culminaram na massa crítica de recursos financeiros que deram fôlego a Paulo Pinheiro, é um dos pontos de discórdias. A socorrê-lo, com a força de quem comandou as empreitadas regionais do PT, está o advogado Luiz Fernando Teixeira, homem-forte, supersecretário sem pasta da Administração Luiz Marinho.


 


Paulo Pinheiro já teria detectado que precisa reagir porque se massifica a imagem de dependência petista. Nada mais intolerável ao eleitorado de São Caetano, avesso ao partido de Lula da Silva. Cair na real de que o PT embalou a candidatura de Paulo Pinheiro e agora o torna refém tem para a maioria do eleitorado de São Caetano significado semelhante a um pedófilo em colégio de noviças. Paulo Pinheiro foi o Cavalo de Troia criado, domesticado e introduzido no jogo eleitoral de forma magnífica a quem não mede esforços para chegar ao poder, seja qual for o poder.


 


O prefeito de São Caetano sofre com uma administração paralela comandada por Jarbas Azuri. Debate-se apenas quem tem maior poder nos bastidores. Evidente que quem recebeu votos populares não abriria mão da imagem de comandante. Quem proporcionou a engrenagem da vitória jamais cometeria a bobagem de projetar-se além das entranhas do Palácio da Cerâmica.


 


Falta saída


 


São Caetano parece que finalmente caiu em si de que a candidatura de Paulo Pinheiro jamais sobreviveria se não houvesse a dinheirama do PT a impulsioná-la e que a imagem que este jornalista esculpiu, o tal Cavalo de Troia, longe está de suposto delírio.


 


Oito meses após tomar posse, Paulo Pinheiro ainda não encontrou saída para o que já se tornou um incômodo. Há enviados especiais do PT e também de aliados do PT em outros municípios da região que ocupam postos-chave na Administração de São Caetano. Eles monitoram o tempo todo o cotidiano do prefeito. Não lhe dão trégua. Têm a condicionar os movimentos de Paulo Pinheiro os termos do acordo pré-eleitoral. E também a sustentabilidade de um projeto politico-administrativo ligadíssimo aos cofres do governo federal.


 


Por mais que se pretenda vender a imagem de que São Caetano é rica e dispensa recursos externos, o orçamento está todo preenchido porque as demandas infraestruturais físicas e sociais para sustentar a condição primeiromundista tem custo elevado. Qualquer recuo da qualidade de vida excepcional em relação à vizinhança metropolitana faria grandes estragos.


 


Há uma espécie de loteria interna entre altos executivos da Administração Paulo Pinheiro. Os mais comedidos descartam qualquer movimento brusco que interrompa o acordo pré-eleitoral que colocou o PT e gente de fora, do PMDB, em postos importantes, oficialmente ou não. Os mais arredios à situação acreditam que a paciência do prefeito Paulo Pinheiro tem prazo de validade e que, muito provavelmente, antecipará o calendário eleitoral de 2016. Só falta mesmo juntarem-se num escrutínio para formalizar apostas. A iniciativa tornaria o ambiente menos beligerante e mais divertido porque a competição interna poderia dar espaço ao entretenimento. 


 


Certo mesmo é que Luiz Fernando Teixeira, supersecretário de Luiz Marinho, está de olhos, ouvidos e muito mais conectados a São Caetano. O anunciado candidato a deputado estadual pelo PT nas próximas eleições já fez projeções preliminares sobre o caudal de votos que São Caetano lhe proporcionaria. Afinal, ele decidiu mesmo deixar as coxias e ocupar o palco.


 


Paulo Pinheiro precisa cada vez mais do suporte externo do PT e do PMDB porque a confirmação de que ganhou as eleições após juntar-se a forças estranhas a São Caetano o colocou em sinuca de bico. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.


 


Se não pensasse em reeleição, Paulo Pinheiro poderia até dar um chute no traseiro de quem lhe impõe viseiras administrativas, mas como prefeito algum quer ficar apenas quatro anos no poder, sabe que precisa exercitar um jogo de cintura que tenha banda suficientemente larga, mas que também não o transforme em fantoche. 


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