O Grande ABC que deve emergir das urnas no próximo 3 de outubro ainda deixa no ar uma questão fundamental. Na reta final das disputas eleitorais, os candidatos a prefeito estão bem mais preocupados em traçar estratégias do que em aprofundar propostas para o tão necessário desenvolvimento sustentável. A atitude é até natural a menos de um mês do pleito e sinaliza o que o eleitor pode esperar para os próximos quatro anos: provável continuidade administrativa em Santo André, São Bernardo e São Caetano; dúvidas sobre os rumos em Mauá; novidades em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra; e a caixa-preta de sempre de Diadema.
O quadro é traçado com base nas últimas pesquisas eleitorais e ajuda a compor um cenário que permite apenas conjecturas sobre o terceiro maior colégio eleitoral do País, com 1,770 milhão de votantes. Sob o ângulo da população que referenda a continuidade administrativa, é acertada a ênfase dos candidatos a programas sociais e de inclusão nas três prefeituras que apresentam maiores possibilidades de continuar nas mãos do mesmo grupo político.
Para a parcela que clama por mudanças, porém, os anseios ainda soam nebulosos. Afinal, prometer emprego e prosperidade em pleno calor dos comícios é fácil. Mas o passado recente está aí para provar que não é tão simples virar o jogo da pobreza em meio ao turbilhão de transformações econômicas regionais e globais. Regionalidade, aliás, é tema que passa longe dos discursos eleitoreiros em um Grande ABC responsável por 9% do PIB estadual.
“Quem está no comando sofre o desgaste natural do poder. Por isso, a intenção de parte do eleitorado de manter os candidatos da situação significa mais que a aprovação da administração. É também importante arrancada na corrida eleitoral” — analisa o cientista político e professor da Fundação Santo André, Marco Antonio Carvalho Teixeira. O acadêmico explica que esse voto de credibilidade ganha força numa região sem horário eleitoral gratuito de televisão e onde a dianteira das pesquisas corresponde a estar com o primeiro tempo do jogo ganho. Sem o imediatismo da TV, as revelações e os escorregões que costumam deixar candidatos de cabelos em pé repercutem em velocidade de marcha lenta.
Influências externas
A avaliação cai como luva para João Avamileno, do PT, e William Dib, do PSB, prefeitos de Santo André e São Bernardo candidatos à reeleição e que protagonizam o contraste mais interessante da disputa no Grande ABC. Alinhados, respectivamente, aos Palácios da Alvorada e dos Bandeirantes e alvos preferenciais dos adversários em nível nacional e local, eles parecem ter adquirido brilho próprio ao deixarem para trás adversários escolhidos para embaralhar as peças do xadrez geopolítico que move a disputa nos dois principais municípios da região. São Bernardo tem influência tácita do governador Geraldo Alckmin, mas é objeto de desejo do PT de Lula da Silva por ser o berço do presidente e do partido. Santo André, por sua vez, é referência nacional entre as administrações do PT e por isso cobiçada pelo PSDB estadual para ampliar lastros na região.
O paradoxo e as coincidências reforçam a impressão de que todas as forças estão voltadas ao poder. Tanto João Avamileno quanto William Dib eram vices. Embora tenham assumido a Prefeitura em circunstâncias diferentes — assassinato de Celso Daniel e problemas de saúde de Maurício Soares —, conseguiram manter a espinha dorsal das gestões. Também estão entre os mais honestos e capazes na avaliação dos eleitores. Esses dois quesitos fazem parte do desdobramento qualitativo da pesquisa eleitoral Brasmarket/Diário publicada em agosto e são considerados por especialistas como determinantes para chegar à vitória nas urnas.
Em março do ano passado e ainda sob a emoção da renúncia de Maurício Soares, as eleições em São Bernardo despontavam como as mais acirradas de todo o Grande ABC. A densidade partidária do PT e o apoio do governo federal a Vicentinho Paulo da Silva, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores e amigo pessoal do presidente Lula, pareciam determinantes para encardir a disputa. A própria troca de comando no Paço de São Bernardo mudou as regras de um jogo que, até então, se apresentava sem favoritos.
A renúncia de Maurício de Soares foi oficializada por questões de saúde, mas se sobressai como bem articulada ação do Paço para aumentar a visibilidade do médico cardiologista William Dib. Dib era o postulante natural à sucessão. Sua condição de prefeito-candidato foi cercada por equipe de comunicação providencialmente reforçada para potencializar a exposição de sua imagem muito antes que adversários ganhassem legalmente as ruas. Um dos principais lances foi ter ocupado os 20 minutos do programa eleitoral gratuito semestral do PSB em horário nobre e em cadeia nacional de televisão para falar de São Bernardo.
“Os acertos são fruto da percepção do grupo em executar aquilo que foi captado nas consultas populares” — despolitiza William Dib ao descartar o clima de já ganhou. O candidato aposta na força da coligação formada por 21 partidos políticos para agregar o voto dos indecisos e lembra que essa é a maior coligação da história de São Bernardo. A junção de mais de duas dezenas de siglas conta até com o Partido Verde, aliado do governo federal em Brasília, e foi articulada pelo advogado Raimundo Salles, secretário de Governo em São Bernardo e principal emissário das campanhas antipetistas na região.
Federalização esperada
Diante desse cenário, Vicentinho Paulo da Silva joga as fichas no referendo das principais estrelas do PT e na federalização da campanha de carona no bom desempenho da economia nacional no primeiro semestre. Vicentinho chegou a admitir que se as eleições fossem no início de agosto seria derrotado. Também no mesmo período, o senador Aloizio Mercadante estava cético quanto à vitória em São Bernardo. Mesmo assim, subiu no carro de som de Vicentinho para pedir que a população ignorasse o resultado das pesquisas. Antes disso, o presidente Lula já privilegiara o amigo ao integrá-lo na comitiva que viajou à África do Sul.
Vicentinho até que tentou aniquilar o adversário em um dos pontos mais vulneráveis da cidade ao intermediar a vinda de um frigorífico alemão, com consequente geração de emprego e receitas. São Bernardo coleciona ações voltadas à saúde, educação, juventude e idoso, mas, a exemplo da maioria das prefeituras da região, deslanchou pouco no desenvolvimento econômico.
A grande obra viária projetada para dar competitividade logística ao município só agora teve os US$ 144 milhões liberados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). “A boa performance de Dib na área social é emblemática porque o PT encontra dificuldades para emplacar seu tradicional discurso voltado à inclusão” — entende o professor da Fundação Santo André, André Marco Antonio Teixeira.
Mais social
A força dos programas sociais, alguns dos quais premiados internacionalmente, também tem influência contundente na liderança de João Avamileno em Santo André. “A dianteira é consequência natural de um trabalho de continuidade aprovado pela população e que o discurso da oposição não tem conseguido reverter” — analisa o próprio João Avamileno, que herdou uma cidade traumatizada pelo assassinato do prefeito Celso Daniel mas tem demonstrado densidade eleitoral suficiente para sair da condição de substituto. Avamileno escapou ileso da avalanche de denúncias que inundou o Paço de Santo André e está entre os administradores mais honestos, segundo avaliação de eleitores pesquisados pela Brasmarket.
Nem mesmo a prisão do empresário Sérgio Gomes da Silva a pedido do Ministério Público Estadual provocou significativa mudança de rota. Sérgio Gomes ficou encarcerado por sete meses sob acusação de ser o mandante do assassinato de Celso Daniel depois que a Polícia Civil já havia encerrado as investigações e considerado o crime comum. O episódio foi mais um lance no xadrez eleitoral que não resultou no xeque-mate desejado. Assim como todas as manifestações sobre o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) comandadas pela oposição e que se dissolveram diante do reconhecimento oficial do erro de avaliação que penalizou pequena parcela dos contribuintes.
Por isso, a dobradinha formada pelo triprefeito Newton Brandão, do PSDB, e pelo ex-deputado Duílio Pisaneschi (PTB), que se lançou no processo como candidato majoritário, chegou a tomar ares de golpe de misericórdia. A Frente Andreense e seus inúmeros partidos, no entanto, não resistiram à concorrência de egos e ao fato de que a transferência de votos de Duílio para Brandão não se deu na proporção imaginada. Resultado: Raimundo Salles — o mesmo de São Bernardo e que também preside o PL de Santo André — abandonou a coordenação da campanha com a justificativa de excesso de trabalho.
Mais deserções
Além disso, alguns candidatos a vereador estariam prontos a engrossar as fileiras adversárias sob alegação de que as promessas — leia-se recursos — não estão sendo cumpridas. O PHS foi o primeiro a bater em retirada da Frente Andreense, no mesmo dia em que a candidatura Brandão-Duílio entrava em transe ao conseguir no Tribunal Regional Eleitoral suspender a divulgação da pesquisa Brasmarket/Diário, no final de agosto. Para Newton Brandão, pesquisa boa é apenas a que lhe dá vantagem de votos. A Brasmarket detectou no final de julho que Brandão distanciava-se 14,6 pontos percentuais do líder João Avamileno.
Também parece ter caído por terra qualquer possibilidade de a candidatura de José Médico do Ratinho Dilson atuar efetivamente como terceira via. Por causa de igual estilo populista e visibilidade televisiva, José Dilson esperava se tornar o herdeiro natural dos 80 mil votos amealhados pelo forasteiro Celso Russomanno em 2000. Também a candidatura própria de Wilson Bianchi, do PMDB, não provocou mudanças significativas no quadro de posições. Entretanto, como o número de indecisos ainda é elevado, nada impede a possibilidade de surpresas.
Se em Santo André provavelmente não haverá fiel da balança, em São Caetano esse político está fora da disputa, mas mantém o alto grau de influência confinado aos bastidores. De perfil conservador e acostumada à polarização entre situação e oposição, a cidade poderia ter uma eleição mais acirrada caso o peso do cacique político Walter Braido se deslocasse para um dos candidatos não oficiais. As pesquisas, no entanto, mostram que em São Caetano deve acontecer o que já era esperado: vitória tranquila do médico José Auricchio, sucessor apoiado pelo triprefeito Luiz Tortorello, num claro sinal de que até agora quase nada mudou.
Influência decisiva
A influência eleitoral de Walter Braido sempre foi decisiva para a manutenção das forças políticas de centro-direita, apesar de o prefeito Luiz Tortorello ser oficialmente o condutor do processo sucessório, conforme ele mesmo confirmou em entrevista a LivreMercado há dois anos. Essa importância ficou ainda mais evidente quando o próprio Walter Braido declarou que poderia apoiar Iliomar Darronqui, ex-secretário de Tortorello que se desgarrou do grupo e apostou no racha governista para tentar carreira solo. Para confundir ainda mais, Walter Braido diz que Tite Campanella, do PFL e concorrente independente, lhe é bem visto e que aprecia as qualidades de Hamilton Lacerda, o oposicionista do PT. Lacerda teve mais votos em São Caetano do que Marquinho Tortorello nas eleições para deputado em 2002, mas não encontra o caminho para quebrar a hegemonia do pai na sucessão local.
Bastidores à parte, a liderança do candidato apoiado por Tortorello pode ser analisada por aspectos bem mais pragmáticos. Apesar de ter sofrido as dores da desindustrialização, São Caetano construiu história de riqueza que transformou a cidade em verdadeiro oásis na Região Metropolitana. A coleção de indicadores positivos, entre os quais o primeiro lugar no Índice de Competitividade Geral do IEME (Instituto de Estudos Metropolitanos) de 2002 e 2003, coloca o Município como referência em qualidade de vida no País. “Dentro desse cenário, fica difícil propor algo novo. Por isso, mesmo com o surgimento de mais nomes na disputa, ainda não foi possível quebrar a hegemonia conservadora” — analisa o professor da Fundação Santo André, Marco Antonio Teixeira.
O petista Hamilton Lacerda tem outra avaliação. Ele elaborou plano de governo com ênfase em cinco pontos e entende que a cidade precisa encontrar rapidamente o caminho do desenvolvimento econômico sob pena de assistir ao desmoronamento do alicerce que ainda mantém o Município na condição de Primeiro Mundo. O candidato acredita que tem potencial para ultrapassar os 35% de preferência do eleitorado e não economiza palavras para definir o principal adversário. “É um político com prazo de validade definida, um boneco na mão do ventríloquo” — disparou.
Surpresa desagradável
Longe do A, do B e do C e de todas as obviedades que permeiam o cenário político nas três cidades que formam o núcleo da região, o quadro da disputa em Ribeirão Pires trouxe outra surpresa bastante desagradável para o PT. Depois de oito anos de administração considerada progressista e que iniciou a conversão econômica da cidade para a atividade turística, a gestão de Maria Inês Soares é rejeitada por mais de 63% dos eleitores. O candidato oficial e vice-prefeito Jair Diniz amarga um terceiro lugar nas pesquisas e terá de correr muito para reverter o resultado numa eleição de turno único. Valdírio Prisco, PMDB, e Clóvis Volpi, PV, têm juntos quase quatro vezes mais intenção de voto do que o petista.
A disposição dos eleitores de Ribeirão Pires em optar pela mudança faz emergir o fenômeno do saudosismo, comum nos processos eleitorais. Descontentes com a situação atual, a população tende a buscar referências no passado e isso explicaria a boa colocação de Valdírio Prisco, que já ocupou a Prefeitura três vezes. O candidato, porém, prefere analisar suas possibilidades sob ângulo mais genérico. Ele entende que a cidade empobreceu muito e que a atual prefeita não tem empatia suficiente para conquistar a população. “É um descaso geral” — cutuca Prisco, sem detalhar o que pretende fazer para reverter o quadro de perdas econômicas.
O retrocesso no desenvolvimento econômico também é apontado pelo ex-deputado Clóvis Volpi como o principal motivo da insatisfação com o PT. Ribeirão Pires é a cidade do Estado que mais perdeu Valor Adicionado nos últimos cinco anos, segundo estudos do Instituto de Estudos Metropolitanos, e o candidato tem frequentemente utilizado esse e outros dados oficiais para sustentar a argumentação. Considerado como espécie de terceira via pelo próprio Valdírio Prisco, Clóvis Volpi revela estudos qualitativos realizados pelo Partido Verde que podem aumentar suas possibilidades de chegar na frente. “Sou a segunda opção de todos os eleitores que declararam votar nos outros candidatos” — anima-se Volpi.
Rio Grande mimetiza
A complicada situação do PT em Ribeirão Pires repete-se em Rio Grande da Serra, com o mesmo resquício de saudosismo. Também no Município mais pobre do Grande ABC o candidato do PT, Carlos Augusto César Cafu, está tecnicamente empatado na segunda colocação com Valmir Copina, do PFL. O político não tem ligação com nomes tradicionais da cidade, mas aliou-se à Leonarda Franco — viúva do ex-prefeito Cido Franco — para preencher lacuna que também parece sensibilizar moradores da cidade. Tanto que o vereador tucano Adler Kiko Teixeira, do PSDB e da família do também ex-prefeito José Teixeira, lidera as pesquisas num Município onde fica difícil analisar se a rejeição à atual administração está diretamente ligada à inoperância do prefeito ou à própria conjuntura. Com 40 mil habitantes e orçamento em torno de R$ 15 milhões, Rio Grande da Serra depende da estrutura comercial e de saúde da vizinha Ribeirão Pires e já teve de diminuir até o horário do expediente na Prefeitura por falta de dinheiro para pagar as contas.
A volta ao passado, no entanto, ganha contexto diferenciado em Mauá. A disputa acirrada entre Leonel Damo, PV, e o petista Márcio Chaves mostra que mais uma vez a cidade vai assistir à contenda entre os dois principais grupos políticos que brigam pelo poder há pelo menos quatro pleitos. A prudência e a história, principalmente no caso de Mauá, ensinam que é melhor aguardar a apuração do último voto. Damo era favorito em 1996 e 2000 e perdeu as eleições para o atual prefeito Oswaldo Dias por pouco mais de nove mil votos no último pleito.
O grupo de Leonel Damo, aliás, amarga uma das derrotas mais emblemáticas da história recente do Grande ABC. Em 1988, o então candidato José Carlos Grecco perdeu para Amaury Fioravante por diferença de parcos 133 votos. Em seu encalço e 2.520 votos atrás já aparecia Oswaldo Dias. “A atual administração abandonou os bairros e o cidadão padece nas filas dos postos de saúde. O eleitor sabe que o atual candidato da administração foi secretário de Saúde e é responsável pelo caos em que se encontra o setor” — particulariza Leonel Damo sobre uma situação comum na esfera pública nacional, ou seja, a falência do sistema estatal de saúde.
Candidatura em xeque
O ataque de Damo coloca em xeque um dos fatores que estariam dificultando a ascensão de Márcio Chaves. O próprio marqueteiro da campanha petista em Mauá declarou recentemente que o atual vice de Oswaldo Dias era desconhecido de mais de 50% do eleitorado e diante do percentual expressivo havia muita margem de crescimento. Além disso, o Partido dos Trabalhadores enfrentou período turbulento com a escolha do vice Hélcio Silva em detrimento de José Luís Cassimiro — preferido do atual prefeito. O imbróglio resultou em várias demissões, entre as quais um desmonte na Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
De qualquer forma, Márcio Chaves herda os feitos de oitos anos de um governo que trabalhou para mudar a imagem de Mauá com política agressiva de atração de empresas e revitalização urbana do Centro. O mais recente pacote de obras inclui um arquitetonicamente avançado Ginásio de Esportes e um boulevard que devem ser inaugurados até o final do ano.
Também em Diadema a guerra, mais uma vez, vai ser dura. O fato traz poucas novidades para uma cidade que se acostumou a assistir ao revezamento de três nomes no poder. A diferença é que dessa vez a briga ficará restrita entre o atual prefeito José de Filippi Júnior, PT, e o médico e ex-deputado José Augusto da Silva Ramos, PSDB. Os dois estão emparelhados na disputa. Ironicamente, os votos do ex-aliado Gilson Menezes — que perdeu competitividade após migrar para o PL — podem levar a decisão para o segundo turno.
Diadema é caso à parte nas eleições do Grande ABC porque é a única cidade em que fica difícil estabelecer a linha que separa o homem do partido. Os três principais concorrentes são oriundos do PT, migraram de sigla para encontrar mais espaço político, mas mantiveram a filosofia socialista. Desde 1982, quando Gilson Menezes elegeu-se o primeiro prefeito petista do Brasil, a cidade vem assistindo a espécie de ciranda como a relatada no poema Quadrilha — sem nenhum sentido pejorativo, é claro — de Carlos Drummond de Andrade. Gilson Menezes foi sucedido por José Augusto que foi substituído por José de Filippi Júnior que assistiu à volta de Gilson Menezes que perdeu para José de Filippi Júnior e que agora pode continuar no comando do Paço ou ser substituído por José Augusto, já que Gilson parece fora do páreo.
Mesmo que a Prefeitura de Diadema troque de José, a ruptura administrativa comum nesses casos não ameaça a cidade. Todas as transformações pelas quais o Município passou nos últimos 20 anos são creditadas às sucessivas administrações orientadas pela filosofia de esquerda. O Município ainda está longe de alcançar índices referência de qualidade de vida, mas avançou bastante no plano social e já pode alardear experiências exitosas como o avanço de programas de inclusão social e de combate à violência.
Mudando de rumo
Mais recentemente, o poder público local extrapolou a veia socialista e tomou iniciativas importantes para aproximar-se da iniciativa privada. Uma dessas ações tirou do anonimato o Pólo de Cosméticos, cadeia produtiva composta por mais de 100 empresas da cidade, e outra está revitalizando o cenário urbano com apoio de empresários.
José de Filippi ou José Augusto à parte, o resultado das eleições em todo o Grande ABC está ainda condicionado à emoção que move o eleitor e transforma as urnas na mais instigante das caixinhas de surpresas. Mesmo diante de todas as evidências, o professor Marco Antonio Teixeira considera que ainda há espaço para mudanças, principalmente nas localidades onde vai ocorrer o segundo turno. “Quando sobram só dois candidatos é necessário analisar mais profundamente a relevância dos apoios e o nível de rejeição de cada um” — explica Marco Teixeira.
A menos de um mês das eleições, essa engenharia eleitoral provavelmente já ocupa as prioridades das cúpulas de campanha que lutam pela manutenção e pela chegada ao poder. Sejam quem forem os eleitos, porém, o desafio mais complicado virá no período pós-urnas: o Grande ABC perdeu 33,3% de Valor Adicionado — maior indicador de riqueza industrial — nos últimos nove anos, tem 44,5% de seus trabalhadores na economia informal e viu o número de miseráveis aumentar 128% nos últimos 21 anos.
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