Numa inédita entrevista em que os candidatos do Partido dos Trabalhadores à sucessão de João Avamileno respondem aos mesmos questionamentos pela Internet, a vice-prefeita e secretária municipal Ivete Garcia e o deputado estadual Vanderlei Siraque convergem em vários pontos. Eles apresentam planos que pretendem aplicar caso passem pelo corredor polonês da indicação formal dos filiados, em prévias que podem ser realizadas ainda neste ou no primeiro quadrimestre do ano que vem. Tanto um quanto outro prefere valorizar a base de militância petista, especialmente os filiados, creditando-lhes representatividade na disputa partidária, em vez de mandachuvas do governo federal, favoráveis à indicação de Ivete Garcia.
Uma leitura atenta e sintonizada com os bastidores das duas campanhas para sensibilizar o eleitorado petista que decidirá quem concorrerá à Prefeitura mostra, entretanto, concorrentes em raias separadas. Vanderlei Siraque transparece mais impetuosidade, que também pode ser vista como determinação, enquanto Ivete Garcia contrapõe algo que pode ser relacionado a ponderação ou a cautela. A definição dualística atende ao gosto de correligionários que distinguem com olhar muito particular detalhes qualitativos dos nomes escolhidos para dar apoio ou opor resistência.
Quem aparentemente ocupou melhor o espaço reservado por LivreMercado é Ivete Garcia. Do limite de 15 mil caracteres estabelecido para o encaixe editorial das respostas, a secretária de Orçamento e Planejamento Participativo atingiu 12.053, contra 5.361 do adversário. O contraste mais flagrante, além do tratamento quantitativo às respostas, está na avaliação do quadro institucional do Grande ABC desde a morte do prefeito Celso Daniel, em 2002: Ivete Garcia faz análise que se aproxima da realidade prática que LivreMercado tem apontado incansavelmente. Vanderlei Siraque prefere desfilar aprovação integral.
Leiam as respostas dos concorrentes do PT, às quais, também eles, só têm acesso nesta edição.
Até que ponto o apoio mesmo que informal de Brasília pode ser importante à definição da candidatura petista de Santo André? A senhora se sente de fato apontada como a preferida do Planalto? O senhor reivindica essa indicação?
Vanderlei Siraque — Quem vai indicar o candidato a prefeito de Santo André são os filiados e as filiadas do PT. As pessoas que se dizem ligadas ao Planalto poderiam, sim, fazer o papel de mediadores de eventuais conflitos. Aqui não precisamos de pessoas para fazer parte dos problemas, mas para fazer parte das soluções, uma vez que as pessoas de Santo André que ocupam cargos no governo federal, com o nosso apoio, poderiam e deveriam lutar para trazer recursos para o nosso Município e para o Grande ABC. É com este objetivo que nós todos os indicamos ao presidente Lula.
Ivete Garcia — Quero ser a candidata da militância do PT de Santo André, que tem acúmulo e conhecimento da cidade, de seus problemas e potencialidades e está amadurecida para escolher quem tem melhores condições de levar adiante projeto que tem transformado essa cidade. Esse negócio de candidata de Brasília não existe. O governo federal tem o enorme desafio de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento, e tem feito isso muito bem.
Muitas políticas públicas praticadas em outros municípios, Estados e no próprio governo federal foram inspiradas ou gestadas em Santo André. Várias pessoas que hoje enfrentam grandes responsabilidades em governos por este País adquiriram parte de experiência aqui, como Gilberto Carvalho, Miriam Belchior e Matilde Ribeiro. Essas pessoas são filiadas ao PT, viveram, trabalharam e militaram em Santo André, acompanham com atenção a cidade e têm todo o direito de posicionar-se. E ficarei muito feliz se puder merecer mais esse apoio.
Seria possível imaginar uma composição puro-sangue e a chapa petista à próxima eleição se definir com a senhora na cabeça e o deputado de vice ou inversamente? Haveria viabilidade eleitoral ou o PT está em plena etapa de aproximação com outros partidos?
Ivete Garcia — Quando vencemos as eleições de 1988, tínhamos uma compreensão da cidade de Santo André, muito enriquecida ao longo do mandato 89/92, e novamente aprovada pela população em 1996, 2000 e em 2004. Mas o momento que vivemos hoje é inteiramente outro. Temos um projeto vitorioso e as transformações que realizamos são perceptíveis na paisagem urbana, na qualidade dos serviços públicos, na abrangência dos programas e na eficácia de políticas públicas.
Nem Santo André nem o Brasil nem o PT são os mesmos de 1988, 1996, 2000 ou 2004, mas acredito que o que o PT já construiu e vem construindo em Santo André nos favorece muito na disputa de 2008. Só que teremos de apresentar programa abrangente e ousado, com soluções eficazes para os novos desafios, e uma candidatura que ofereça perspectiva do novo, de novo olhar, uma nova compreensão da cidade.
Temos de construir nosso programa com os demais partidos e segmentos sociais que nos apoiarão, e debater também a composição de nossa chapa. Não acho que precisa ser uma “chapa pura”, mas também não vejo porque esta alternativa tenha de ser necessariamente descartada.
Vanderlei Siraque — O PT pode e deve fazer composição com outros partidos e com diversos setores representativos da sociedade andreense, desde que seja contra o simples fisiologismo político e em torno de princípios democráticos e de programa de governo.
Qual é a avaliação sobre o governo-tampão de João Avamileno durante dois anos que restaram do mandato de Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, e o que ocorreu de diferente no segundo mandato, que está no terceiro ano?
Vanderlei Siraque — O Avamileno não exerceu mandato-tampão. Ele foi eleito pelo povo de Santo André para administrar a nossa cidade e está administrando com muita honestidade, garra, competência e lealdade aos princípios do nosso partido. O João é nota dez!
Ivete Garcia — O prefeito João Avamileno administrou muito bem e imprimiu sua marca, deu continuidade ao que estava em andamento e foi habilidoso ao conseguir manter o secretariado e toda a equipe de governo unida, o que foi muito importante, pois concentrava toda a herança administrativa formulada, testada e aprovada com Celso Daniel. Além disso, não concordo que tenha exercido mandato-tampão. Ele foi eleito.
Ele desenvolveu novos projetos, como os Cesas, que integram educação, cultura e lazer. Acompanhei de perto esse processo, pois como líder da bancada e, depois, presidenta da Câmara, penso ter contribuído de forma importante para viabilizar o governo, já que este foi um período de grande turbulência e exigiu muito de todos.
No segundo governo, em que tenho atuado como vice-prefeita e secretária, definimos série de projetos prioritários, como a Sabina Escola Parque do Conhecimento, o complexo viário Cassaquera, o Parque Central e o Hospital da Mulher. Realizações que já foram ou serão entregues ainda neste mandato. Ressalto que mais de 80% das obras e serviços aprovados no Orçamento Participativo foram concluídos.
A maioria dos governos municipais, estaduais e federais conta com espécie de primeiro-ministro para a gestão política ou administrativa. Qual é a avaliação dessa realidade prática que, por exemplo, no governo federal, tinha José Dirceu como expressão máxima e agora conta com Dilma Rousseff?
Ivete Garcia — Gosto da estrutura que temos aqui, em que a assessoria do prefeito reúne a chefia de gabinete como responsável pelas relações externas com a Câmara Municipal e outras forças políticas da cidade, a Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo como responsável pelo planejamento e acompanhamento dos projetos, além da elaboração do orçamento e da execução orçamentária. E a Secretaria de Governo, que é responsável pela articulação das demais secretarias, já que a maioria dos projetos é marcada por intensa matricialidade, com o envolvimento estratégico de várias áreas.
Um exemplo desse trabalho é o Santo André Mais Igual, pois integra 18 programas de 12 secretarias. Ao urbanizarmos um núcleo habitacional, transformando-o em bairro, também levamos saúde, educação, lazer, geração de trabalho e renda, tudo junto num mesmo lugar. Entre várias premiações, o Santo André Mais Igual recebeu o prêmio ODM Brasil, criado pelo governo federal para destacar iniciativas, ações e programas que contribuam para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, programa da ONU para acabar com a pobreza e a fome no mundo até 2015.
Vanderlei Siraque — Quem administra o Brasil é o Lula, apesar da importância política exercida por todos os ministros de seu governo. Essa história de primeiro-ministro é papo-furado. Não dá certo, já que todos os secretários devem ser tratados igualmente e com as mesmas responsabilidades e prerrogativas dentro das áreas respectivas. O prefeito é quem deve coordenar todo o processo, juntamente com sua assessoria e todos os secretários, já que estamos nos referindo a pessoas autônomas e inteligentes.
Quem vencer as prévias do PT em Santo André ganhará as eleições municipais ou surgem no horizonte local nuvens que sugerem cautela nesse prognóstico?
Vanderlei Siraque — Entendo que se o PT quer mesmo vencer as eleições deve escolher o candidato com mais viabilidade e densidade eleitoral. Uma pesquisa de opinião pública resolve a questão.
Ivete Garcia — Acredito que temos todas as condições de vencer a eleição municipal em 2008. Isso porque o legado que a nossa administração tem deixado na cidade modificou definitivamente a maneira de se fazer política. Posso dizer ainda com tranquilidade que o nosso partido, juntamente com seus aliados, vai apresentar uma proposta de governo inovadora, com base na experiência desses mais de 10 anos ininterruptos de gestão, pois seja qual for a nossa candidatura, deverá ter compromissos e propostas à luz da conjuntura atual.
Que planos tem para dar maior competitividade e empregabilidade ao Pólo Petroquímico de Capuava depois que as obras de expansão forem concluídas durante seu eventual mandato?
Ivete Garcia — O prefeito João Avamileno coordena o GT Petroquímico da Câmara Regional e tratou a expansão do Pólo como prioridade. O Conselho de Desenvolvimento Econômico aprovou incentivos para a expansão e temos acompanhado a realização dos investimentos. Em 2008 teremos a ampliação da PQU com 40% a mais de eteno e está prevista uma segunda fase, até 2012, com nova expansão da oferta para 1,2 milhão de toneladas, tornando o Pólo ainda mais competitivo. Para que a segunda fase seja realidade, é evidente que seguiremos trabalhando ao lado do Pólo.
Quanto à geração de empregos, o desafio é ampliar o número de vagas na indústria de plásticos. Podemos ampliar a oferta em 13 mil empregos se o acréscimo de capacidade for processado na região. Com a segunda fase, poderemos ter outros 30 mil postos. Para isso devemos conquistar isonomia tributária estadual, intensificar a modernização tecnológica, fortalecer a cooperação entre petroquímicas e transformadoras de plásticos, e atrair novas empresas. Precisaremos avançar com políticas de suporte, com especial atenção para a infra-estrutura, a formação profissional e o apoio ao desenvolvimento tecnológico.
Vanderlei Siraque — Duas questões são essenciais para fortalecer as indústrias e fomentar a competitividade do setor químico- petroquímico-plástico do ABC. O plano de expansão por si só não vai garantir competitividade à cadeia produtiva. Para isso são necessários incentivos. O primeiro é o ICMS. Já há algum tempo venho lutando, juntamente com os empresários do segmento, para que o governo do Estado proporcione tratamento tributário especial para o setor. Defendo a redução da base de cálculo do ICMS de 18% para 12% como já é adotado no Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro. Isso significa que, hoje, o setor petroquímico paulista está com competitividade comprometida, uma vez que os concorrentes interestaduais praticam alíquotas mais baixas. Essa disparidade promove a famigerada guerra fiscal, que provoca tensões nas relações federativas, enfraquece a ação do Poder Público e compromete investimentos do Estado em educação, saúde, segurança pública, por exemplo. Aumenta o poder de barganha dos investidores em potencial, que buscam a concorrência baseada apenas em preços artificiais e salários menores.
A segunda questão que defendo é a maior facilidade de acesso a créditos para as indústrias da chamada terceira geração. Com a conclusão do plano de expansão do Pólo Petroquímico, as empresas terão de fazer investimentos para se ajustarem e se adaptarem rapidamente ao maior volume de produção.
Que nota de zero a 10 daria à institucionalidade do Grande ABC nestes últimos anos, principalmente depois da morte de Celso Daniel? Entenda-se como institucionalidade a capacidade de agentes públicos, privados e sociais se entenderem em busca de soluções que beneficiem os sete municípios da região.
Vanderlei Siraque — Dou a mesma nota que daria ao Celso Daniel. Dou nota dez! Penso que o Grande ABC evoluiu muito e tem a chance e a capacidade de evoluir muito mais, em especial com a expansão do Pólo Químico, Petroquímico e Plástico e mesmo no setor automobilístico e de autopeças. Sou eternamente otimista.
Ivete Garcia — Sabemos da relevância da regionalidade e temos trabalhado nesse sentido. Este é o caminho para a superação de diversos problemas e para o desenvolvimento do Grande ABC. Por isso investimos na formação do Consórcio Intermunicipal, na articulação da Câmara Regional e na criação da Agência de Desenvolvimento Econômico. Porém, nossa capacidade institucional já foi mais forte. Nossas instituições regionais são referências, mas conhecemos as limitações. Temos a ausência do governo estadual e a Câmara Regional pouco atua. Não há coordenação ativa e perdemos a capacidade de atuar regionalmente. São raros os grupos, como o GT Petroquímico, com reuniões mensais e agenda clara.
Em relação à Agência de Desenvolvimento Econômico, superamos problemas com as associações comerciais, passamos pela ótima gestão de Silvio Minciotti, como secretário executivo, e temos avanços no apoio a empresas de autopeças e plásticos. Porém a Agência segue aquém do esperado.
Quanto ao Consórcio, há desequilíbrio em sua estrutura, necessitando maior capacidade na gestão de projetos e coordenação mais ativa junto às prefeituras. Esperamos que a adequação à nova legislação federal resulte em salto de qualidade.
Qual é sua avaliação sobre os efeitos do Rodoanel especificamente para Santo André, sabendo-se que o traçado beneficiará principalmente Mauá e São Bernardo? Santo André, que já sofre de problemas logísticos, acusaria novas dores econômicas?
Ivete Garcia — O Rodoanel potencializará nossa privilegiada posição geográfica, entre Santos, a Capital e o Aeroporto de Cumbica, como atrativo para os setores industrial e de serviços. O efeito será ainda mais positivo se equacionamos a vocação do Eixo Tamanduatehy para a logística, com a implantação do projeto Correia da Serra para o transporte de minérios em paralelo à ferrovia, liberando-a para transporte de outras cargas, fortalecendo os portos secos, terminais e áreas de movimentação de materiais. Também deveremos avançar na constituição de um pólo tecnológico na região, tendo entre âncoras a Universidade Federal do ABC e a atração de empresas inovadoras.
Integrando o Eixo Tamanduatehy ao Complexo Cassaquera, deveremos ter um novo vetor de desenvolvimento, abrindo boas perspectivas para a região da Valentim Magalhães. O mesmo vale para as interligações entre o viário municipal, o Rodoanel e o Ferroanel, melhorando o transporte de pessoas e mercadorias.
Vanderlei Siraque — Ainda que o trecho sul do Rodoanel não cortasse Santo André, a eficácia do projeto não seria ofuscada, já que a obra vai facilitar muito o ingresso e o escoamento de produtos e matérias-primas da região para o porto de Santos, vai reduzir custos de transportes e diminuir drasticamente os problemas de tráfego nas vias municipais, além de reduzir a poluição do ar e sonora. O ABC é uma área que deve ser vista de maneira estratégica e singular. O enfoque não deve ser analisado de forma pontual, ou seja, cidade a cidade. O próprio prefeito João Avamileno já declarou por inúmeras vezes que o Rodoanel é uma das prioridades da Administração porque entende que o empreendimento trará ótimos resultados econômicos para a cidade. A obra será uma das principais soluções para os problemas de logística que persistem na região.
Por falar em problemas logísticos, as cercanias do Parque do Pedroso, região por onde vai passar o Rodoanel em Santo André, também poderá se transformar num ponto estratégico, uma vez que está situada bem próximo da estrada do Sertãozinho, em Mauá. A revitalização do local seria mais um acesso rápido entre as duas cidades. Além disso, esse plano também poderia viabilizar outro projeto de extrema importância, a ligação do ABC com o aeroporto de Guarulhos via Jacu-Pêssego.
O perfil de atuação da Universidade Federal do Grande ABC satisfaz os sonhos de quem quer ver uma região mais próxima da recomposição econômica e social? O viés pedagógico-científico que contemplaria em primeira instância os interesses do País, subordinando-se os interesses regionais, é de fato o que precisamos?
Vanderlei Siraque — A universidade é um pólo intelectual que, certamente, estimula ainda mais o investimento em políticas sociais e alavanca o setor econômico mediante a geração de empregos e incentivo à pesquisa em todas as áreas do conhecimento.
Ivete Garcia — A UFABC surge com uma proposta inovadora, que inclui a formação de profissionais com forte base científica e tecnológica, sustentando oito cursos de engenharia em áreas de extrema relevância para a sociedade contemporânea e para a economia regional: informação, materiais, automação e robótica, gestão, energia, bioengenharia, aeroespacial, além da engenharia ambiental e urbana.
A concepção da UFABC enfatiza a tríplice cooperação entre universidade, empresa e governos locais como elemento essencial do desenvolvimento. Por isso, em pouco tempo se tornará, tenho certeza, um dos mais importantes centros de pesquisas numa das maiores universidades do Brasil, referência mundial em termos de produção de cultura, ciência e tecnologia.
O impacto que isso trará a Santo André e ao ABC é imensurável. Teremos benefícios para a economia local e regional, para o mercado de trabalho, para os setores imobiliário e de serviços, em especial no 2º Subdistrito, onde estará situado o principal campus da UFABC. E para o andreense, que passa a conviver com um dos principais centros de produção científica nacional e mundial.
Agora, mais importante ainda são as possibilidades e potencialidades que deverão decorrer do diálogo permanente, intenso, entre a UFABC e as forças produtivas e socioculturais do ABC, cuja manutenção depende de todos os atores econômicos, sociais e políticos envolvidos, e não apenas da UFABC.
A Universidade Federal produzirá conhecimento, permitirá e será um dos motores da mudança no Grande ABC. E esse sonho já vem sendo construído.
A máxima administrativa de que o que mais interessa à população são a Educação e a Saúde também faz parte de seu dicionário de pré-candidato? Haveria uma terceira via sobre a qual seria indispensável uma atuação mais contundente?
Ivete Garcia — Os investimentos em Educação e Saúde têm valor enorme pelo poder transformador, pelos reflexos diretos nos índices de desenvolvimento humano, na qualidade de vida, na inclusão social, na promoção da cidadania; enfim na perspectiva do desenvolvimento integral da sociedade. Mas isso não basta. O Poder Público não pode descuidar do papel de indutor do desenvolvimento municipal, utilizando com ousadia a política urbana, os investimentos e as políticas públicas como mobilizadoras de forças sociais. Nosso governo aprendeu isso com Celso Daniel.
Ações como a criação de um núcleo industrial no Campo Grande, permitindo ocupação produtiva, devem ser intensificadas.
Prosseguiremos a reestruturação de nossa economia, mantendo os investimentos industriais e buscando novos segmentos de ponta. O potencial turístico de Santo André ainda não foi totalmente aproveitado, mas os investimentos em Paranapiacaba e na Sabina apresentam resultados animadores.
Se quisermos um tecido econômico cada vez mais diversificado, devemos articular o fortalecimento do setor de serviços empresariais no rumo do terciário avançado. E seguir qualificando o pequeno comércio local nos centros de bairros, ampliando a escala de programas como o Cidade Policêntrica, que já realizamos em parceria com o Sebrae e a Acisa.
Temos todas as condições. Santo André tem posição de vanguarda na temática ambiental para implantar conjunto de políticas ambientais que estimulem a utilização de tecnologias limpas e renováveis, contemplando a reciclagem de resíduos sólidos como atividade econômica sustentável, explorando a redução das emissões de poluentes e a obtenção de créditos de carbono, avançando na descontaminação de antigas áreas industriais, permitindo e incentivando novas utilizações e a ocupação produtiva de nosso território.
Santo André, enfim, está pronta para garantir um lugar destacado no ciclo de crescimento sustentado que o Brasil vive e viverá nos próximos 20 anos. E o Poder Público deve ter capacidade de mobilizar a sociedade, liderar, fazê-la refletir sobre si mesma, e conduzi-la com segurança e ousadia à conquista do seu destino. E estou pronta para assumir esses desafios, a partir de 2009, como prefeita de Santo André.
Vanderlei Siraque — A educação e a saúde são condições básicas para o exercício de outros direitos. Entretanto, é necessário pensar no desenvolvimento econômico, em segurança pública, na proteção do meio ambiente, em habitação, em participação cidadã e no controle social!
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10/05/2024 Todas as respostas de Carlos Ferreira