Administração Pública

Aprovação a Alckmin está aquém
do esperado. Dilma segue ritual

DANIEL LIMA - 05/08/2015

O monumental desgaste da classe política, assunto sobre o qual me debrucei ontem, está comprovadíssimo no índice de aprovação ao governo Geraldo Alckmin, estampado nas páginas do Diário do Grande ABC de hoje. Foram reproduzidos resultados da rodada de pesquisa do DataDiário. Apenas 32% do eleitorado aprovam o governo tucano de São Paulo. Desse total, 28,1% dizem que o mandato é bom e 3,9% o consideram ótimo. Qualquer comparação com o governo Dilma Rousseff, de apenas 6% de aprovação, é covardia. Qualquer desvinculação do resultado às estripulias de Dilma Rousseff e companhia, é cegueira analítica.


 


A presidente da República segue o ritual de defenestramento. O peso do governo federal em qualquer investigação junto ao eleitorado é sempre mais crítico. Principalmente quando se confere o pulso dos eleitores em período tão tenebroso quanto o atual, de crise política e caos econômico. Ou seria caos político e crise econômica?


 


Exatamente porque a agenda de governador de Estado abre menos brechas a riscos em confronto com as ações do governo federal e mesmo com os administradores municipais, a aprovação a Geraldo Alckmin deixa muito a desejar. Apenas um terço do eleitorado respondeu favoravelmente ao governador, outro terço o lançou às águas da desaprovação e outro tanto o relaciona a resultados regulares, médios.


 


Pagando o pato


 


Resta saber com qual ou com quais dos prefeitos da Província do Grande ABC o governador Geraldo Alckmin se juntaria como vítima da ressonância dos descalabros federais que impactaram fortemente a gestão de Dilma Rousseff.



É evidente que Geraldo Alckmin está pagando um pato que não é majoritariamente seu. Não existe nada de contundente que possa afastá-lo de níveis bem mais encorpados de aprovação, exceto a atmosfera de esculhambação geral da atividade política gerada no covil da esfera federal.


 


Será que existe algum prefeito da Província do Grande ABC que se pretenda comparar a Geraldo Alckmin em matéria de enquadramento indevido e injusto no conceito de farinha do mesmo saco costurado pela maioria dos eleitores?


 


A pergunta é pertinente e oportuna. O DataDiário de domingo mostrou que nenhum dos titulares dos paços municipais da região alcançou sequer a nota cinco dos eleitores. Ou seja: todos foram remetidos à zona de rebaixamento. Indistintamente. Uns mais que os outros, porque houve quem beirasse aquele patamar, enquanto outros mal chegaram à nota três.


 


Se querem saber minha opinião à provocação que mesmo faço, ei-la: nenhum prefeito da região pode avocar algo como síndrome de demonização da classe política. É verdade que todos perderam cotação no mercado por conta dos desdobramentos da Operação Laja Jato, principalmente, e também do fim da fantasia de crescimento contínuo da economia, mas igualmente todos eles não fizeram até agora o necessário para fugir do rebaixamento.


 


Não faltam motivos


 


Há razões de sobra para o quadro atual da gestão municipal na região, mas o que mais pesa mesmo, além da ausência de planejamento regional para a obtenção de racionalidade de ganhos de escala nas instâncias municipais, é a situação de demanda social por serviços de qualidade em alta permanente e a oferta cada vez mais escassa de respostas mais que improváveis porque os orçamentos não são de borracha a esticar conforme as necessidades.


 


O mascaramento da situação, proporcionado durante algum tempo pelos repasses federais de um governo que surfou no aumento constante de receitas muito acima do PIB, desmoronou com a crise econômica. As commodities já não são mais a salvação da lavoura; o pré-sal entrou em parafuso; as receitas extraordinárias com privatizações minguaram; o deboche no uso de estatais acabou em tragédia; os salários já não acompanham a inflação; a inflação derruba os indicadores de empregos; os empregos já não lubrificam as engrenagens mambembes de uma classe média que jamais existiu; e tudo o mais indica que o inferno astral verde e amarelo ainda vai longe a desidratar mais e mais a classe política. 


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