Caso Celso Daniel

Leia entrevista com delegado
federal que apurou o crime

DANIEL LIMA - 14/12/2015

O leitor terá acesso, no link abaixo, à Entrevista Especial que realizei em março de 2006 para a revista LivreMercado com o delegado federal José Pinto de Luna. A sugestão à leitura é extensão da volta do caso Celso Daniel ao noticiário. Mais especificamente a esta revista digital. Escrevi na semana passada sobre as declarações da deputada federal Mara Gabrilli na CPI do BNDES.


 


A tucana caiu na armadilha comum a quase totalidade de manifestações sobre a morte do prefeito de Santo André. A mistura do crime com o agora sentenciado em primeira instância esquema de propinas no setor de transporte público na Administração Celso Daniel é um erro crasso que ganhou conotação de verdade intocável.


 


Uma coleção de informações que se provaram insustentáveis lastreou a configuração de narrativa tão fantástica quanto imprecisa. O Mensalão e o Petrolão colocaram tudo no devido lugar. Ou seja: não se mata nem se morre -- entre amigos afinados e com perspectivas de, juntos, ganharem o mundo -- por causa de dinheiro para fins políticos e também pessoais.


 


O ambiente pós-morte de Celso Daniel, que perdurou durante anos de doutrinação da opinião pública, foi deliberadamente favorável ao crime de encomenda, de queima de arquivo. Tudo bobagem que a força-tarefa do Ministério Público enfiou na consciência da população com o encabrestamento da grande mídia, principalmente.


 


Perda de tempo


 


É perda de tempo, desde que não se tenha muito tempo a considerações, refutar o veredito do Ministério Público de que não havia relação entre uma coisa e outra, ou seja, entre a roubalheira de dinheiro público e o assassinato daquele que seria ministro do Planejamento do primeiro governo de Lula da Silva.


 


Nas poucas oportunidades em que tive tempo de sobra e paciência de monge para expor verbalmente as informações que detenho e que as transformei em reportagens e análises, praticamente aniquilei a ideia de crime de encomenda. Já passei três horas num corredor de shopping eliminando dúvidas e destruindo versões que três interlocutores expuseram primeiro com a convicção de que Celso Daniel foi vítima de Sérgio Gomes da Silva e, mais tarde, com a certeza de que foram enganados pelo noticiário controlado durante quatro anos por forças unilaterais pró-criminalização do primeiro amigo do prefeito.


 


Não sei quantos leitores já desmontaram a barraca de culpabilidade de Sérgio Gomes da Silva após acompanhar meu trabalho sobre o caso Celso Daniel. Provavelmente muitos instalaram um enorme ponto de interrogação onde só existia ponto final.


 


A leitura da entrevista que realizei com o delegado de Polícia Federal também pode ser contabilizada como um dos momentos mais importantes deste profissional de jornalismo. Aliás, o caso Celso Daniel como um todo é uma obra de persistência e independência a chocar quem aprecia a unanimidade ou quase a unanimidade burra.


 


Convém lembrar que a Imprensa, decidida a pespegar em Sérgio Gomes todas as digitais do crime cometido por um bando de sequestradores mequetrefes, jamais ouviu esse mesmo delegado federal. Como poderia fazê-lo se a barraca de crime político seria simplesmente desmontada?


 


Leiam, portanto:


 


Delegado federal confirma: crime é mesmo comum e legista mentiu


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