Entrevista Especial

Antagonismos
por Ciesp ideal

MALU MARCOCCIA - 05/08/2004

A performance do Centro das Indústrias do Estado como agente
animador de ações no Grande ABC divide como água e vinho a opinião dos dois candidatos
à presidência do sistema Fiesp-Ciesp. Enquanto Claudio Vaz vê nos Ciesps
atuação integrada e papel central em instâncias da região, Paulo Skaf critica o
que considera ausência de participação em assuntos de relevância. Chega a
chamar de falta de responsabilidade a saída dos Ciesps da Agência de
Desenvolvimento Econômico, em 2002, e afirma que falta representatividade às
entidades porque estão “voltadas para seus umbigos”, referindo-se ao não
engajamento nos debates da Universidade Federal do Grande ABC.

Claudio Vaz discorda de que a indústria tenha
responsabilidade pela inoperância das organizações regionais criadas nos
últimos anos para levantar um Grande ABC soterrado pela globalização e repassa
parte da culpa às prefeituras. O poder público não teria investido nem dado
apoio às secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico pelas quais o
Ciesp tanto lutou para implantar, afirma.

Os dois candidatos acentuam as diferenças de estilo e de
propostas nesta reta final pela disputa dos 122 a 125 sindicatos (dependendo de
regras jurídicas) que vão decidir nas eleições deste dia 25 quem será o próximo
comandante da torre da Avenida Paulista. Embora tenha perdido força como
gigante corporativo devido ao próprio encolhimento do poderio de São Paulo, que
baixou sua representatividade no PIB de 58% para 36% atualmente, a Federação
das Indústrias do Estado ainda mantém prestígio político.

Ambos empresários e projetados como dirigentes de classe —
Claudio Vaz pelo Sindipeças e Paulo Skaf pelo Sinditêxtil —, os candidatos
também lançam olhares diferentes sobre o horizonte do sistema Fiesp-Ciesp.
Depois de reestruturar e tirar a entidade de situação deficitária, Vaz acredita
que a Fiesp está revitalizada e pronta para retomar propostas e mobilizar-se em
defesa dos interesses industriais. Skaf prefere dar à entidade perfil mais
político para obter resultados diretamente nos corredores de quem tem poder.

Os dois falam em mais autonomia aos Ciesps, que também
passam por eleições dia 25 com voto direto dos associados. Dos cerca de 8,5 mil
filiados, calcula-se que seis mil estão habilitados a votar.

A proposta de Claudio Vaz para recuperar o pedaço do Grande
ABC que sumiu com a abertura comercial desenfreada, guerra fiscal e política
econômica restritiva passa pela política industrial do governo Lula
recém-anunciada. “Todas as atividades incluídas na primeira lista de
prioridades, como software, fármacos, microeletrônica e bens de capital, têm no
Grande ABC condições privilegiadas de desenvolvimento” — acredita Vaz, sócio da
Fiamm de São Bernardo. Paulo Skaf acha que novas fichas devem ser concentradas
nos pólos de plásticos e de cosméticos, além de apostar que é possível
incentivar as montadoras a fazerem mais veículos na região.

À parte os altos e baixos macroeconômicos, o
Grande ABC sofreu como ninguém com a abertura comercial sem restrições dos anos
90 porque sempre esteve apoiado nas indústrias automotiva (uma das mais
globalizadas do planeta) e química-petroquímica. Faltou-nos competência para
vislumbrar esse furacão que varreu empresas e empregos e mirar outros setores
que diversificassem nosso parque?

Claudio Vaz — Antever os fatos e antecipar-se às
consequências não é apenas questão de competência, mas também decorre de uma
ação coordenada, em que os poderes públicos municipais têm papel fundamental. A
migração das atividades industriais das regiões metropolitanas para o Interior
não é característica do Brasil, mas algo que ocorreu em todas as metrópoles do
mundo.

A superação das dificuldades decorrentes da transição de uma
indústria de base na manufatura para outra com base no conhecimento só é
possível por políticas públicas articuladas em conjunto com a iniciativa
privada e a representação dos trabalhadores, incluindo a integração da academia
e da indústria, o estímulo às atividades industriais de base tecnológica, ao
desenvolvimento de infra-estrutura que favoreça a operação das cadeias
produtivas, ao desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (dos quais o Pólo
de Cosméticos de Diadema é um marcante exemplo bem-sucedido), ao aproveitamento
eficiente da excelente logística e infra-estrutura de comunicações do Grande
ABC e ao desenvolvimento focado na educação e treinamento voltado para a
atividade industrial. Enfim, ao que podemos resumir como política industrial. A
Fiesp e o Ciesp sempre estiveram na linha de frente desta luta. Entretanto, em
muitas ocasiões, interesses paroquiais, muito mais vinculados a interesses
pessoais ou partidários, ao invés de se associarem ao interesse comum
preferiram privilegiar suas vantagens individuais, retardando as soluções. Esta
não é uma luta exclusiva das empresas ou dos setores industriais, mas de todo o
Grande ABC, que existe na dimensão que tem pela indústria e só apoiando-a e
estimulando seu crescimento continuará a ocorrer.

Paulo Skaf — Nem só empresas correm o risco de ter suas
ações concentradas em poucos segmentos (único ou poucos clientes). Regiões
também podem padecer desse mesmo erro estratégico: com a dinâmica do mercado e
a globalização, empresas que são uma potência deixam de sê-lo da noite para o
dia. Certamente faltou competência, pois esse erro estratégico deve ser evitado
a qualquer custo. Precisamos saber quais são nossas forças e fraquezas para
escolher adequadamente onde apostar.

Algumas boas alternativas que se vislumbram para o Grande
ABC são os pólos de plástico e de cosméticos; e, como defesa, a ampliação da
produção do pólo petroquímico e a manutenção da indústria automobilística com
atualização dos modelos produzidos, como ocorreu na Volkswagen. Além disso, o
modelo operacional do Ciesp precisa mudar. Afinal, se analisarmos o modelo de
gestão das corporações globalizadas, todas as que operam de forma eficiente
passaram a trabalhar num modelo de maior autonomia para suas filiais. O Ciesp
tem que fazer o mesmo, diminuindo o grau de interferência da Avenida Paulista e
dando mais independência às unidades regionais.

Mesmo com a retomada da economia e o aquecimento
industrial, o ABC não voltará ao que era. Todas as montadoras de veículos
criaram novas plantas fora da região, o Pólo Petroquímico de Capuava a muito
custo está arrancando um aumento de produção de matéria-prima da Petrobras para
aproximar-se minimamente dos pólos do Sul e do Nordeste e a fuga de empresas
ainda é algo presente. Levantamentos do IEME (Instituto de Estudos
Metropolitanos) indicam que só nos anos FHC perdemos 39% de VA (Valor
Adicionado, ou seja, transformação de riqueza). Que sugestões os senhores têm
para cobrir esses buracos levando-se em conta que, além da forte evasão
industrial, as empresas que ficaram estão enxutíssimas e pouco empregadoras?

Claudio Vaz — O futuro do Grande ABC certamente não será
semelhante ao seu passado. Tal como ocorreu em Nova York, Londres, Paris, Madri
e todas as grandes metrópoles do mundo, seu crescimento se dará pelo
investimento e fortalecimento das empresas de base tecnológica, pelo
desenvolvimento e ampliação dos serviços relacionados à atividade industrial e
pela complementaridade e competitividade das cadeias produtivas existentes.

Todas as atividades incluídas na primeira lista de
prioridades da nova política industrial do governo federal (soft-ware,
fármacos, microeletrônica e bens de capital) têm no Grande ABC condições
privilegiadas para seu desenvolvimento. Isto requer esforço concentrado dos
atores públicos e privados na construção e perseguição de um novo modelo
econômico regional. Modelo que passa obrigatoriamente por uma relação estreita
entre universidades e empresas, pelo compromisso mútuo da força de trabalho e
dos empregadores, e por governos municipais realmente comprometidos com as
questões do desenvolvimento, cujos resultados só ocorrem de forma sustentada no
médio prazo.

Paulo Skaf — Em primeiro lugar, é preciso fortalecer quem
está no ABC e eliminar os gargalos que até hoje impediram que as atividades
aqui existentes pudessem ter sua produção aumentada — como por exemplo o custo
da água, as taxas de IPTU e questões ligadas ao meio ambiente, que atrapalham a
vida de quem produz, gera emprego e paga imposto. Em segundo lugar, estabelecer
imediatamente uma grande aliança com Legislativo, Executivo e Judiciário, além
das associações que atuam no comércio e no serviço, para que possamos,
conhecendo a infra-estrutura disponível, planejar e implementar o início de
novas cadeias produtivas que possam aproveitar a mão-de-obra qualificada
existente.

Além disso, temos de atuar na questão da carga tributária,
como fizemos no setor têxtil, que teve o ICMS reduzido de 18% para 12%.
Acreditamos que o modelo que aí está não interessa ao Estado e nem aos
empresários. Afinal, onde poucos pagam muito, a informalidade cresce e a guerra
fiscal se estabelece, de forma maléfica para todo o País.

As relações institucionais do Ciesp no ABC sempre
deixaram a desejar. Além de atuarem isoladamente em suas bases, as regionais
nunca pensaram juntas um plano estratégico regional, proativo, com grupos
especializados em questões de competitividade como tributos municipais,
logística, formação de clusters, novas vocações econômicas etc. Como fazer o
sistema Fiesp-Ciesp sair da Avenida Paulista e atuar, de fato, localmente como
uma célula propositiva de iniciativas e cobradora de resultados?

Claudio Vaz — O Ciesp, em todo o Estado de São Paulo, tem
progredido de forma marcante. As antigas delegacias tinham os diretores
indicados pela presidência e se restringiam à prestação de alguns serviços.
Somente hoje os diretores são eleitos pela base de associados e atuam como
legítimos representantes dos seus mais diferentes interesses. As quatro
diretorias do Grande ABC têm tido atuação exemplarmente integrada, têm
participado ativamente de todos os grandes momentos da região, têm mantido
relacionamento diferenciado e propositivo junto às associações comerciais,
sindicatos de trabalhadores e poder público.

O Grande ABC passa por importante período de transição, em
que o menor percurso para a nova realidade passa pela capacidade regional de
não dispersar suas energias e seus valores. Uma campanha eleitoral é importante
momento para se planejar o futuro, avaliar os programas dos candidatos e sua
capacidade de executá-los. Convido-os a visitar meu site de campanha (www.claudiovaz2004.com.br), avaliar
meu programa e propostas práticas, todas alinhadas com as preocupações
definidas na pergunta. A Fiesp e o Ciesp há muito já estão em campo, fazendo o
que as bases pedem.

Paulo Skaf — Descentralização em relação a Avenida Paulista
e integração regional. Antes mesmo das eleições, já estamos trabalhando com os
candidatos das regionais de forma conjunta, para que possamos agir de forma
integrada, aumentando o poder e a eficácia do Ciesp.

É papel do Ciesp unir os empresários e, de forma proativa,
ajudar o governo a formular soluções para as questões regionais, deixando para
trás a atitude passiva de reclamar sobre o leite derramado das questões
tributárias, trabalhistas e econômicas. Fizemos esta revolução cultural no
setor têxtil e vamos fazer na Fiesp/Ciesp. Sabemos de nossa responsabilidade social.
Temos de participar ativamente da vida do País com boas idéias e com
realizações concretas.

Também nas experiências em grupo o Ciesp na região não
se destaca. Experiências de articulação regional — casos do Fórum da Cidadania,
Consórcio de Prefeitos, Câmara Regional e Agência de Desenvolvimento Econômico
— não conseguem dar respostas rápidas e objetivas para as demandas do Grande
ABC. O próprio Ciesp retirou-se da Agência de Desenvolvimento reclamando da
atuação pouco prática da entidade. Mas não consegue agir em questões banais
como no Bairro Cooperativa em São Bernardo, onde as empresas não têm ligações
de luz e água, ou em Sertãozinho, em Mauá, onde os buracos desafiam a
racionalidade logística. O que estaria faltando ao Ciesp para ser um agente
animador que faz, de fato, a diferença no ABC?

Claudio Vaz — Discordo absolutamente de que as diretorias do
Ciesp tenham responsabilidade pelo insucesso de todas as organizações regionais
criadas nos últimos 10 anos. Participamos ativamente do Fórum da Cidadania, da
Câmara Regional e da Agência de Desenvolvimento, juntamente com todos os demais
atores sociais e econômicos da região, e o fato destas organizações não terem
tido pleno sucesso não pode ser debitado ao Ciesp. Lutamos, e muito, com outras
entidades, para criação das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Econômico
e estas em nenhum momento receberam a atenção, o apoio e o investimento que a
situação exigia. Foram nomeados para esses cargos profissionais oriundos do
setor empresarial e esses também não foram capazes de apresentar as soluções
que pudessem ser consideradas de relevância. Insisto em afirmar que a solução
somente virá quando uma política regional de interesse comum prevalecer, sem
prioridades construídas sobre interesses particulares, paroquiais e
partidários.

Paulo Skaf — A falta de representatividade que hoje temos na
região é nociva. A falta de participação em assuntos de relevância para a
região mostra a fraqueza dos que hoje comandam as diretorias regionais. A
própria LIVRE MERCADO já elencou inúmeros assuntos em que o Ciesp, por falta de
representatividade, não foi chamado a participar (aliás, nem se propôs a isso).
O exemplo mais recente é o da Universidade Federal do Grande ABC. Como
progredir tecnologicamente se não participarmos de discussão tão importante?

A própria saída da Agência de Desenvolvimento Regional é
exemplo da falta de responsabilidade. Alguns alegam que foi por problemas
políticos. Será? Como alguém que não participa pode criticar a falta de atuação
da entidade, fazendo parte dessa mesma entidade? Essa falta não está presente
apenas no Grande ABC. A Fiesp passa pelo mesmo processo de ser uma entidade que
reclama, mas não propõe. Ficou muito voltada para seu umbigo, sem olhar para
fora e para o País.

O patrimônio representado pelas sete escolas Senai e 16
unidades do Sesi na região atrapalha ou ajuda em uma maior interatividade da
indústria com a academia do Grande ABC? Excetuando-se gigantes como FEI e Mauá,
dificilmente são vistos projetos de integração indústria-universidade para
desenvolvimento de pesquisas e formação de mão-de-obra. Agora mesmo, quando o
Grande ABC discute que perfil dar à Universidade Federal autorizada pelo
presidente Lula, a ausência do Ciesp é gritante.

Claudio Vaz — É evidente que a atuação do Sesi e do Senai na
região, de grande intensidade e cujos investimentos na gestão presidida por Horácio
Lafer Piva foram superiores a R$ 60 milhões, é uma das principais iniciativas
para preparar o Grande ABC para o futuro, já que principalmente estão
direcionados para atividades de base tecnológica como mecatrônica, automação,
eletrônica, metrologia, química, plásticos etc. Isto em adição a uma intensa
atuação no ensino infantil e fundamental, alimentação, esporte, lazer e
cultura, do trabalhador da indústria e das comunidades que nos acolhem.

Isto tudo ocorre não em concorrência, mas em cooperação,
tanto com os poderes públicos, as universidades e empresas da região, em
articulação tanto com os sindicatos que as representam como com as diretorias
regionais do Ciesp. Não há nenhum tema de interesse do Grande ABC em que as
regionais do Ciesp estejam ausentes. Apenas não pretendemos ter o monopólio da
verdade. Preferimos debater nossas posições e procurar uma convergência de
interesses visando a uma solução comum, ao invés de privilegiar o evento, o
espetáculo, o personalismo e a propaganda de qualquer uma dessas opções.

Paulo Skaf — Nessa questão não precisamos reinventar a roda.
É só olharmos para os países desenvolvidos e ver a grande aliança entre a
iniciativa privada e os centros acadêmicos, através de modelos que incentivam o
investimento em pesquisa aplicada.

As unidades do Sesi e do Senai são um patrimônio que podem e
devem ser cada vez mais usadas para atender às necessidades das indústrias e
das regiões onde estão instaladas. Devem receber investimentos para se
modernizar e acompanhar as mudanças mercadológicas e sociais.

Como aumentar a densidade do Grande ABC na representação
da Fiesp? Não é pouco uma região que gera 9% do PIB paulista ter apenas dois
votos entre os 122 em disputa e em geral ser representada por vice-presidências
ou grupos temáticos de plano secundário?

Claudio Vaz — A representação dos setores econômicos,
através de sindicatos, se dá cada vez mais por entidades de base estadual, com
tendência para nacional. A representação por bases municipais é cada vez menos
presente, o que é facilmente compreensível pela abrangência dos temas cuja
representação cabe aos sindicatos. O Grande ABC tem significativa representação
em sindicatos estaduais e nacionais, como Sindipeças, Sinfavea, Sindimaq,
Sinduscon, Sinaees, Sindibor, Sindiplast, Siresp, Sipatesp e Sinproquim, apenas
para citar alguns. Eu mesmo represento empresa da qual sou acionista, a Fiamm
de São Bernardo, e tenho dezenas de companheiros, nas chapas que encabeço,
vinculados a empresas da região. Portanto, se apenas representação nas chapas
for decisiva para definição de voto, certamente, no Grande ABC, estes
convergirão para mim.

Paulo Skaf — A Fiesp e o Ciesp são entidades que atuam de
forma complementar e por isso é fundamental a união entre as casas. A partir da
revitalização do Ciesp e da implementação dos planos de desenvolvimento de
novas cadeias produtivas regionais, a representação regional será uma
consequência natural tanto no Ciesp quanto na Fiesp.


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