Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, é líder do Campeonato de Gestão Fiscal do G-22, grupo formado pelas 20 maiores economias do Estado de São Paulo, além de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, na Província dos Sete Anões, outrora Grande ABC. São Bernardo, melhor representante da região no ranking, ocupa a terceira colocação.
Nenhum dos integrantes do G-22 consta do que chamamos de Série A do Campeonato Brasileiro, seis estão na Série B, 10 na Série C e três na Série D. Os dados dos municípios brasileiros constam do IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal), desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
O G-22 é um conglomerado de municípios de 11.105.420 milhões de habitantes. CapitalSocial desenvolve já há alguns anos série de análises comparativas entre esses municípios que se aproximam em população da Capital do Estado. Compará-los é uma maneira de estabelecer valores em várias dimensões. A dinâmica que os envolve, quando vistos em conjunto e não isoladamente ou em grupos geograficamente próximos, é um convite a interpretações mais consistentes. Afirmar que os sete municípios desta Província evoluíram em determinado indicador econômico, fiscal, econômico, social ou criminal não quer dizer muita coisa. Quando saltam dados do G-22 tudo se altera.
É o caso específico do Campeonato de Gestão Fiscal. Os resultados do ano passado anunciados nesta semana pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro apontam que São Bernardo aparece em primeiro lugar na classificação da região com índice de 0,6893. Entretanto, no confronto com Mogi das Cruzes, com 0,7596, a média da região é bastante inferior.
Mais comprometedor ainda é o índice quando se verifica o desempenho histórico. No primeiro ranking do IFGF, de 2006, São Bernardo registrava 0,8077 e constava da Série A do Brasileiro de Gestão Fiscal. Em uma década a Capital Econômica da região perdeu 0,1037 de pontuação. Já Mogi das Cruzes avançou 0,0154, pois registrava 0,7442 em 2006.
Em contraponto à liderança de Mogi das Cruzes no G-22 organizado por CapitalSocial, Paulínia, na Região Metropolitana de Campinas, apresenta o pior índice, com apenas 0,2892. A situação de Paulínia é dramática, segundo definição dos especialistas da Firjan.
O Índice Firjan divide os municípios em quatro categorias – daí CapitalSocial procurar popularizar os critérios atribuindo a seus integrantes as Séries A, B, C e D do que chama de Campeonato Brasileiro de Gestão Fiscal. Fazem parte do coquetel de dados de define a classificação os quesitos Receita Própria, Gastos com Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida.
Consideramos integrantes da Série A os municípios que registram índice geral superior a 0,800 pontos, de Gestão de Excelência. Já a Boa Gestão, de Série B, enquadra resultados entre 0,600 e 0,800 pontos. A Série C, de Gestão em Dificuldades, envolve municípios que registram índice entre 0,400 e 0,600 pontos. A Série D é para municípios de Gestão Crítica, segundo definição da Firjan, com resultados inferiores a 0,400 pontos. A pontuação varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor a gestão fiscal do Município.
Quando se somam todos os índices finais dos municípios do G-22, a média registrada pelos critérios da Firjan é de 0,5548, o que significa a Série C numa classificação geral. Os sete municípios da Província que participam do G-22 (cinco por estarem entre as 20 maiores do Estado e dois, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, porque constam da relação desta região) registram IFGF médio de 0,5625, um pouco acima dos 0,5512 dos 15 municípios que completam o agrupamento.
O segredo de Mogi das Cruzes para liderar o G-22 em Gestão Fiscal é contar com equilíbrio nas cinco categorias em que se divide o índice. Em Receita Própria e em Investimentos Mogi das Cruzes ocupa a Série A, com índices de 0,9145 e 0,8778. Em Custos com Pessoal e Custo da Dívida está na Série B pela definição da Firjan, com 0,7396 e 0,7605. O resultado menos expressivo é do quesito Liquidez, com 0,5063.
Do lado oposto de eficiência em gestão fiscal, Paulínia registra nota zero em dois dos cinco indicadores: Custos com Pessoal e Liquidez. Em duas categorias consta da Série C, com índice de 0,4618 em Receita Própria e 0,4390 em Investimentos. Somente no Custo da Dívida, com índice de 0,8652, equivalente à Série A, Paulínia escapa da derrocada fiscal. No final, o índice de 0,2892 a coloca em situação complicadíssima.
Veja a classificação atual, com base nos dados de 2016, do Campeonato de Gestão Fiscal envolvendo o G-22:
1. Mogi das Cruzes com 0,7596 pontos.
2. São José do Rio Preto com 0,7339 pontos.
3. São Bernardo com 0,6893 pontos.
4. Barueri com 0,6524 pontos.
5. Diadema com 0,6387 pontos.
6. Piracicaba com 0,6248 pontos.
7. São Caetano com 0,6150 pontos.
8. Sorocaba com 0,6065 pontos.
9. Guarulhos com 0,5900 pontos.
10. Mauá com 0,5884 pontos.
11. Santo André com 0,5811 pontos.
12. São José dos Campos com 0,5720 pontos.
13. Taubaté com 0,5681 pontos.
14. Santos com 0,5594 pontos.
15. Osasco com 0,5190 pontos.
16. Ribeirão Preto com 0,4892 pontos
17. Jundiaí com 0,4703 pontos.
18. Campinas com 0,4666 pontos.
19. Ribeirão Pires com 0,4563 pontos.
20. Rio Grande da Serra com 0,3689 pontos.
21. Sumaré com 0,3666 pontos.
22. Paulínia com 0,2892 pontos.
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