Numa entrevista sob medida, sem contrapontos que pudessem causar qualquer tipo de constrangimento, o ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, candidato ao governo do Estado nesta temporada, disse o que é rotineiro: mescla verdades contundentes com bobagens latentes e mistificações incorrigíveis.
Foram mais de cinco mil palavras da entrevista original ao site de esquerda Rede Brasil Atual (RBA). Fizemos operação para enquadrar perguntas e respostas que interessariam mais de perto aos leitores desta revista digital. Ou seja: procuramos regionalizar o conteúdo consumado sem alterar uma vírgula sequer. E, mais que isso: como é tradição desta publicação, metemos o bedelho crítico e atuamos no sentido de arbitrar as respostas do entrevistado.
Afinal, jornalismo isento de partidarismo utiliza-se de contrapesos que possam eventualmente, ou persistentemente, quebrar o convencionalismo da unilateralidade programada aos convertidos.
Para se ter a dimensão de que a entrevista de Luiz Marinho seguiu uma reta pré-estabelecida de encher-lhe a bola sem o menor risco de uma pedra do meio do gramado, verbetes como “Lava Jato”, “Polícia Federal” e “Corrupção” não apontam qualquer registro. Convenhamos que se trata de um milagre nestes tempos em que, obrigatoriamente, esse trio elétrico de palavras, e tantas outras correlatas, não sai da boca e da consciência da sociedade. Vamos aos trechos da entrevista que mais interessam aos leitores da região e os respectivos contrapontos deste jornalista.
RBA -- São Paulo às vezes é chamado, ironicamente, de tucanópolis. Como fazer, para depois de quase um quarto de século, mudar o dono do Palácio dos Bandeirantes?
Marinho -- Convencer o eleitorado, convencer o nosso povo...
RBA -- Como fazer isso, desta vez? É diferente em relação a outras eleições?
Marinho -- Você precisa olhar o cenário, a evolução... O PT já governou 62% do eleitorado do estado. Então, a máxima que São Paulo não vota no PT não corresponde à verdade. Nós nunca ganhamos uma eleição para o governo do estado, sempre passamos muito perto. Em 1998, não fosse a manobra descarada do instituto de pesquisa, da grande mídia, nós teríamos ganho aquela eleição. É bom lembrar que o Covas foi ali uma forçada de barra no voto útil em cima do eleitorado do PT. Poderia ter sido outra realidade, completamente diferente, se a gente tivesse ganho. Em 2002, nós, sob a liderança do presidente, com Genoíno, nós passamos muito perto, com 43% no segundo turno. Em 2010, quase chegamos no segundo turno, 70 mil votos para São Paulo é nada, seria outra eleição. É preciso considerar também que, de 1989 para cá, o Mário Covas reeleito fica um ano, assume o vice, que era o Alckmin. De lá para cá só deu Alckmin, revezamento com o Serra, mas o Serra ganha a eleição fica um ano e três governando, sai para ser candidato a presidente, o Claudio Lembo governa por um ano e nove meses, volta o Alckmin e é ele até hoje. O governo do estado de São Paulo é a cara do Alckmin. Sem sal, sem açúcar, sem energia, que não briga com ninguém, não entra em polêmica, não entra em dividida, mas está assistindo São Paulo se enfraquecer a cada ano, o PIB perdendo participação nacional, perdendo indústrias para estados vizinhos, e nada disso incomoda o Palácio dos Bandeirantes.
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Luiz Marinho sofisma quando se refere aos 62% de eleitores do Estado de São Paulo que teriam sido governados pelo PT. É um jogo de palavras e uma alquimia aritmética. Os 62% não eram eleitores do PT, mas o total de eleitores de municípios administrados pelo partido. Com peso predominante da Capital do Estado. A narrativa de Luiz Marinho sobre o desempenho dos tucanos em São Paulo, como justifica às derrotas petistas, é um modo muito particular de análise. Possivelmente não seria diferente se o PT ocupasse o lugar do PSDB na gestão do maior Estado da Federação e um tucano fosse ouvido. Marinho está repleto de razão sobre a perda de participação relativa da economia paulista no PIB nacional. Nesse ponto, há duas vertentes que se cruzam: os tucanos não são mesmo bons de desenvolvimento econômico em São Paulo a partir do Palácio dos Bandeirantes, e a queda relativa é processo histórico quando o fenômeno da descentralização produtiva se associa ao da desindustrialização. São metades da mesma laranja de desconforto de São Paulo – e particularmente da Província do Grande ABC.
RBA -- Você já foi candidato...
Marinho -- Eu vejo aqui muito parecido com a eleição que disputei em 2008 em São Bernardo do Campo. Saí em maio candidato, e o Lula nem queria me liberar, porque estava satisfeito com meu trabalho na Previdência, eu com 3% de intenção de voto, e eu dizia que há um sentimento de necessidade de mudança na cidade e nós vamos ganhar essa eleição. É o mesmo que eu tenho no estado. Então, nós precisaremos acertar essa mensagem, discutir, chacoalhar o estado, território por território.
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Não existe praticamente nenhuma convergência que possa conectar as eleições de Luiz Marinho à Prefeitura de São Bernardo em 2008 e a candidatura de Luiz Marinho ao governo do Estado nesta temporada. O quadro político, social e eleitoral é completamente contrastante. Em 2008 Luiz Marinho tinha sustentação logística, por assim dizer, do presidente Lula da Silva no governo federal. A campanha pela Prefeitura de São Bernardo foi milionária e o PT gozava delícias de uma economia que, mesmo sofrendo baque no último trimestre, por conta da crise do subprime nos Estados Unidos que finalmente chegou ao Brasil, nadava de braçadas pela simples razão de ser governo federal. Hoje o PT ainda sofre as dores do escândalo da Petrobras, entre tantos, e a principal liderança do partido pode ter a cadeia como endereço fixo durante algum tempo. Marinho aprendeu com Lula, seu primeiro-amigo, que em política vale tudo, sobretudo blefar. O ex-prefeito de São Bernardo não tem carta na manga entre outras razões porque lhe faltam cartas inclusive para jogar. Ele sabe que não tem nada a perder na disputa eleitoral. Qualquer melhoria nas urnas – e provavelmente virão porque espalhou-se a todos os partidos o sentimento de frustração do eleitorado, embora com nuances variadas – deverá ser comemorada pelos petistas. Pior que as urnas há dois anos, impossível. Ou não?
RBA -- Quais são as possíveis alianças que podem ser pensadas?
Luiz Marinho -- A aliança principal é com os movimentos sociais, com o movimento sindical e com as necessidades povo paulista. A principal aliança é com o povo paulista. Nós estamos abertos a alianças. Estamos discutindo. Temos que deixar passar 7 de abril, que é a data de possíveis mudanças de partidos, depois têm as convenções. E aqui terá uma figura central nesse debate, que é a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Muitos partidos ainda têm dúvidas, eu tenho convicção de que o Lula será candidato. Nós vamos vencer obstáculos. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura, e nós haveremos de furar as resistências. Lula será candidato. Essa é a minha convicção. Convicção jurídica, não eminentemente política. Eu não advogado, mas sou bacharel em Direito, e especialistas têm afirmado que Lula terá todas as condições. O Lula candidato, muitas coisas que muita gente está anunciando poderá ser revertida, inclusive no aspecto do estado de São Paulo.
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Tudo em Luiz Marinho gira em torno do primeiro-amigo Lula da Silva, desde a militância sindical nos tempos de metalúrgico em São Bernardo. Acredita-se que, sem Lula da Silva, Marinho perderia o rumo e o prumo. O candidato petista ao governo do Estado aposta na liberdade de Lula da Silva como elemento de coalizão de forças à esquerda do espectro político. Resta saber o que será de Marinho e do PT paulista como um todo se o julgamento de amanhã do Supremo Tribunal Federal for desfavorável aos defensores de preceitos constitucionais que impediriam prisão após julgamento em segunda instância.
RBA -- No aspecto partidário, há aquelas alianças que são desde sempre descartadas, ou é possível conversar com todo mundo?
Luiz Marinho -- (...) Os partidos golpistas não fazem parte de qualquer possibilidade, nem agora, nem depois. Então, aliança é com o eleitorado. Evidentemente, você tem partidos que nós estamos à disposição, das alianças históricas, os partidos de esquerda que desejarem caminhar conosco. Mas aí depende deles.
RBA -- Quando falamos em partidos golpistas...
Estamos falando de PSDB, DEM, MDB, PPS, enfim, os partidos que apoiaram o golpe. Não tem qualquer possibilidade de conversa. Agora, nós vamos buscar o eleitorado, cada que tipo de posicionamento político que possa ter.
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A linguagem de Luiz Marinho segue o manual de instrução do petismo, que procura santificar a gestão da desastrada presidente Dilma Rousseff. As lambanças fiscais que colocaram o País num compartimento de enrascadas econômicas e sociais ganharam revestimento protetor supostamente constitucional. Pega bem entre os convertidos.
RBA -- O desgaste que o PT possa ter sofrido de 2016 para cá é uma preocupação, algo que precisa ser conversado com o eleitor?
Luiz Marinho -- Evidentemente cabe todo um diálogo aqui, mas eu não vejo que o pior momento do PT seja agora. O pior momento nós já passamos. Do ponto de vista das eleições de governo do estado, presidente da República, deputado, senador, nós passamos pelo pior momento, que foi 2014 – 2016 é uma coisa totalmente fora de qualquer bitola. Mas se a gente olhar 2014, a nossa preferência partidária estava abaixo do que estamos hoje, e nós chegamos, vamos falar assim, no fundo do poço em 2016. Neste momento estamos num processo de recuperação, 2018 eu vejo como um processo de retomada do crescimento do PT. Porque em 2014 tivemos um baque forte, redução das nossas bancadas, estadual, federal, a não eleição da vaga do Senado... Em 2018 eu enxergo plenamente possível retomar o crescimento das nossas bancadas, eleger vaga no Senado, disputar pra valer as eleições para governador e colaborar para a candidatura do Lula presidente. É isso que está no nosso horizonte, no nosso planejamento, a partir desses dados que nós estamos falando
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A retórica de Luiz Marinho não está descolada da realidade, mas ele a transforma em algo que sugere um PT revigorado, reestruturado. Omite que a melhoria (se é possível dizer isso) da imagem do partido e de eventual potencialidade eleitoral se deve sobremodo aos adversários que, provam as investigações da Operação Lava Jato, também se embriagaram, suplementarmente ou não, nos tonéis de promiscuidade de Estado, Classe Política e Empresas. Ou seja: a parcial recuperação petista se dá num ambiente de degradação geral da política nacional. Puxada por gestões petistas federais, como provam o Mensalão e o Petrolão, em coalização principalmente com peemedebistas enrolados no Judiciário. Irmãos siameses em bandalheiras com recursos públicos.
RDA -- Uma questão que provavelmente será lembrada é que os tucanos ganharam a eleição em São Bernardo. O processo eleitoral poderia ter sido de outro jeito?
Luiz Marinho -- 2016 foi um tsunami, é um ponto fora da curva. É resultado da pressão midiática, criaram um estado emocional, especialmente em São Paulo, onde os tucanos levaram vantagem. Agora, analise os números das eleições, você vai ver que não foi tudo isso. O Doria, o maior fenômeno eleitoral de 2016, teve 30% dos votos do eleitorado da cidade de São Paulo, assim como o de São Bernardo, assim como o de Santo André. Eles foram eleitos invariavelmente na ordem de 30%, 33%, ou seja, grande parte do eleitorado não votou neles. Eles perderam para brancos e nulos. Ou seja, 2018 é uma outra eleição, completamente diferente.
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A maliciosidade de Luiz Marinho ao mencionar os percentuais de votos válidos de prefeitos adversários do PT nas últimas eleições caminha na direção subliminar de fragilidade dos concorrentes vencedores. Há mesmo uma margem de manobra nesse sentido, de reprovação a todos os candidatos, mas a origem não pode ser esquecida: o turbilhão de desconfiança e descrédito da classe política junto ao eleitorado como desdobramento do escândalo da Petrobrás e outras estatais flagradas em delitos pela Lava Jato. Os percentuais atribuídos por Luiz Marinho a Orlando Morando e a João Doria estão próximos das urnas, mas erra quanto a Paulinho Serra, eleito prefeito de Santo André com 48,55% dos votos disponíveis – ou seja, o que registrou nas urnas e todos os demais, do adversário do segundo turno, de abstenções, brancos e de nulos.
RBA -- E a Assembleia Legislativa? Dá para entrar naquele reduto inexpugnável?
Eu também tive reduto assim, passei o ano inteiro no primeiro mandato sem aprovar um projeto na Câmara, porque a Câmara estava consolidada, enfim... Mas a hora que eu fui para a população, debater, fazer o plano de curto, médio e longo prazo de forma participativa, onde o povo compreendeu o que estava sendo debatido, que a Câmara não queria aprovar, rapidamente os vereadores se convenceram. O Parlamento depende de vontade de dialogar, vontade de compor, de conversar, e isso nós temos de sobra.
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Luiz Marinho não exporia o modelo-padrão de conquista de maioria nas casas legislativas, cujo comportamento é igualmente semelhante. Tudo em gira em torno de favores que pretendem perpetuar os protagonistas do jogo político tanto no Executivo quanto no Legislativo. Está nos municípios a matriz de deformidades republicanas que, em Brasília, se consolidam com viés de mestrado. A sobrevivência eleitoral é que decide tudo. Apenas uma minoria resiste às tentações dos poderosos de plantão.
RBA -- Voltando a São Paulo, o governo estadual não conseguiu estabelecer ações integradas com o conjunto dos municípios? Como prefeito, você sentiu essa dificuldade de ter o governo como um parceiro de fato?
Luiz Marinho -- (...) Não existe por parte desse governo a visão de reunir os prefeitos de cada região e avaliar o potencial de desenvolvimento daquela região. Se eu for governador, a primeira coisa que farei é mapear o estado por região e ter reunião com os prefeitos, para estabelecer, através dos conselhos, dos consórcios, um debate de priorizar o orçamento que couber àquela região de forma organizada. Não tem os prefeitos ficar percorrendo cada gabinete de deputado, pedir pelo amor de Deus a liberação de uma emendinha, porque o governo do estado não discute estrategicamente. Isso acontece com o ABC, mas acontece com cada região que eu estou visitando. É ridículo.
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Luiz Marinho tem razão quando faz duras restrições à economia do Estado de São Paulo, notadamente nas áreas distantes das regiões metropolitanas de Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e também da Baixada Santista. Os tucanos jamais foram capazes de organizar o Estado no sentido de elevar a competitividade, iniciativa praticamente centralizada nos agentes empresariais e prefeituras. A guerra fiscal incentivada desde muito pelo Palácio dos Bandeirantes agravou a situação das grandes cidades do Estado. O contraponto às declarações de Luiz Marinho é que, à frente do Clube dos Prefeitos do Grande ABC, ele deu prioridade ao seu reduto administrativo, caso de São Bernardo. Sem contar que partidarizou a Agência de Desenvolvimento Econômico e o próprio Clube dos Prefeitos. Diferentemente, portanto, do criador das duas instâncias regionais, o também petista Celso Daniel. O plano de Luiz Marinho para o Estado de São Paulo é teoricamente interessante, mas a prática petista costuma contrariar a lógica em nome de pressupostos ideológicos. Algo tão grave quanto a consumada incompetência tucana em lidar com indicadores econômicos comparativos.
RBA -- O fato de o governador ter anunciado uma Fábrica de Cultura onde seria o Museu do Trabalho, em São Bernardo, foi uma provocação? (A construção da obra do então prefeito Marinho foi interrompida por decisão judicial.)
Luiz Marinho -- Não sei se é provocação, é uma irresponsabilidade do governo do Estado e do prefeito. Porque o prédio foi projetado, planejado, para uma coisa, eles querem fazer outra. Agora, cada cabeça, uma sentença. Prevejo até problemas futuros, mas eu não estou prefeito, o prefeito faça o que achar que tem de fazer, o governador que está com a caneta faça o que achar que tem de fazer. Mas eu chamo de irresponsabilidade, inclusive do Ministério Público, de aceitar um negócio desse. Porque ali foi planejado para ser um museu referência não só para o Brasil, mas internacional. Falar que não cabe museu é de um atraso político incomparável. Incomparável. Falar que o mundo do trabalho e do trabalhador não deve ter uma referência numa região como o ABC e do Estado de São Paulo é de um atraso sem comparação.
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O Museu do Trabalho e do Trabalhador, afora os aspectos criminais denunciados pelo Ministério Público Federal, reproduz o perfil prevalecente do esquerdismo na região, voltado sobretudo aos metalúrgicos de primeira classe, aqueles que trabalham nas montadoras de veículos e sistemistas. A ideologização da obra, concebida para enaltecer apenas um dos lados do sistema capitalista, no caso os trabalhadores, diz tudo sobre a doutrina de quem só alcançou mobilidade social por conta daquilo que tanto combateram – o empreendedorismo privado. Deixar de lado o Capital num museu apenas do Trabalho e do Trabalhador é confissão tácita do desprezo aos insumos do desenvolvimento econômico em forma de investimentos. Nada surpreendente. Já, quando à iniciativa de Orlando Morando, em dar novo destino ao espaço, nada mais elucidativo também: o atual prefeito de São Bernardo é um Luiz Marinho de sinal trocado. Poderia ter solucionado o impasse com a simples inclusão do Capital no conceito do museu, de forma a prestigiar quem ajudou a construir o modelo de mobilidade social na região (embora com deficiências) sem ferir de morte o projeto original, de reparos já mencionados.
RBA -- Mas o discurso do governo é de que já estamos em plena retomada...
Luiz Marinho -- Nós chegamos tão no fundo do poço que há uma aparente retomada, que não é real. É preciso recuperar o poder de compra dos salários, gerar mais empregos, mais gente contribuindo para essa retomada. Jeito lá. Nós mostramos lá, porque os tucanos gostam de falar que entregaram o país redondo para o Lula. Mas até o consignado eu sugeri, com os companheiros dos metalúrgicos, a partir da realidade das agiotagens que se dava dentro das fábricas, nas lojas, nos bancos. Tinha trabalhador que na véspera entregava seu cartão para o agiota. Primeiro o banco recebia a parte dele, depois os agiotas. Se sobrasse alguma coisa, o trabalhador pegava pra levar pra família. Era a situação entregou pro Lula em 2003. Desemprego em alta, problema social terrível. Em 2005 começam a aparecer os resultados, gradativamente, foi estruturado a partir dos programas, não só o Bolsa Família. Foi o Plano Safra para a agricultura familiar, que no último ano do Fernando Henrique era 2,4 bilhões, mas executado 1,8 bilhão, o Lula iniciou no primeiro para 4,5 bilhões, o segundo foi para 7 bilhões... Criamos a obrigação de a merenda escolar ter pelo menos 30% de produtos da agricultura familiar. O conjunto de ações estruturantes foi levando a um processo consistente de retomada da economia. Todos os acordos coletivos com aumento real de salário. Agora, ter inflação já é festa nas categorias. Você não controla inflação pela recessão, pela restrição, conforme o Meirelles é mestre. É preciso que induza ao investimento para ter mais produção.
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Depois dos anos de consumismo imprevidente do governo Lula da Silva e da esculhambação fiscal de Dilma Rousseff, chega a ser patético o discurso crítico de Luiz Marinho. Se há algo de que o Brasil pós-Dilma Rousseff deve-se orgulhar, porque a bancarrota era o destino inexorável, é da escolha da equipe econômica para consertar os estragos petistas. O Pais paga o preço de insanidades administrativas levadas ao extremo. A ficha corrida de desvarios, mesmo se desconsiderando os escândalos levantados pela Lava Jato, é tão extensa quanto escabrosa. Luiz Marinho é um prestidigitador maluco dos fatos. Os resultados orçamentários precários que se iniciaram com a valorização das matérias-primas exportadas durante o governo Lula da Silva se estatelaram em obstáculos de um novo ciclo econômico que, embora previsto por especialistas em macroeconomia, foram irresponsavelmente desprezados pelos petistas. Guardadas as devidas proporções e nuances, os petistas fizeram em nível federal lambanças semelhantes às de Fernando Henrique Cardoso na região durante os oito anos de abertura econômica destrambelhada e protecionismo às montadoras de veículos nacionais, em detrimento de autopeças familiares.
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