Política

Geraldo Alckmin, Globo, Folha,
Estadão e blog: quem acertou?

DANIEL LIMA - 09/08/2006

O material jornalístico que se segue é tremendamente didático sobre os interesses que permeiam a mídia. Acompanhem na sequência a íntegra da entrevista da noite de segunda-feira ao Jornal Nacional da TV Globo de Geraldo Alckmin, candidato tucano à presidência da República. Vejam, em seguida, o tratamento editorial que o jornal Estadão e também a Folha de S. Paulo deram ao fato. E, para completar, o texto de Fernando Rodrigues. Não assinaria jamais a reportagem do Estadão, pensaria 10 vezes para dizer não também à matéria da Folha, embora esteja muito mais apropriada à realidade do que a do Estadão e, sem pestanejar, acrescentaria meu nome ao de Fernando Rodrigues. 

Entrevista com Geraldo Alckmin

Do Jornal Nacional, em 7 de agosto 

O Jornal Nacional entrevista os principais candidatos à Presidência da República. De hoje até a próxima quinta-feira, o Jornal Nacional vai entrevistar os principais candidatos à Presidência da República. 

A ordem das entrevistas foi decidida por sorteio. Todas serão ao vivo e terão a duração de dez minutos, com uma prorrogação máxima de 30 segundos. Os candidatos se comprometeram a não usar no horário eleitoral obrigatório a entrevista aqui concedida, no todo ou em parte.

Nós pretendemos que esta seja uma oportunidade para que os candidatos esclareçam suas idéias e seus planos e questões polêmicas sobre suas candidaturas ou seus partidos. A entrevista de hoje é com o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

William Bonner: Ao longo da campanha, o senhor tem apresentado números muito bons do combate a criminalidade em São Paulo. No entanto, o estado hoje pela terceira vez, desde o início de maio, foi aterrorizado por ataques de bandidos comandados, inclusive, de dentro das cadeias. A pergunta é: Em que aspecto o senhor considera que a política de segurança pública de São Paulo poderia servir de exemplo para o Brasil?

Geraldo Alckmin: Nós reduzimos, Bonner, de 1999 para cá, de 12,8 mil para 11 mil, 10 mil, 9 mil, 8 mil, terminamos o ano passado com 7,2 mil homicídios. Na capital, mais de 50%. Foram 90 mil criminosos tirados da rua e colocados nas prisões. Veja que não tem lógica, ladrão não ataca polícia. Ladrão foge da polícia e quer dinheiro, quer benefício material. Não tem sentido dar tiro em posto de gasolina, atacar polícia, tocar fogo. Ele não ganha nada com isso. 

William Bonner: É um ataque terrorista, nesse sentido.

Geraldo Alckmin: Exatamente. São ações de guerrilha, ações terroristas, para quê? Para atemorizar o governo, o Ministério Público, aqueles que estão do lado da lei. E nós não podemos retroagir, não devemos retroagir, temos o dever de enfrentar.

William Bonner: Certamente a população de São Paulo não há de esperar que o governo recue numa situação como essa. Mas, de qualquer maneira, a despeito do investimento e dos números que o senhor apresenta, o fato é que só na primeira ação, na primeira onda de atentados, foram mais de 100 mortes em São Paulo. A população, certamente, se pergunta o que é que permitiu que as coisas chegassem a esse ponto, candidato, onde foi que houve falhas na política de segurança pública.

Geraldo Alckmin: É, foram 500 presos no estado de São Paulo. Essa é uma luta permanente que nós temos que vencer batalhas, todo dia. E digo mais, essa é uma questão, Bonner, de caráter nacional. Você tem uma demonstração localizada aqui, ali, mas todas as grandes cidades brasileiras têm problema de segurança. E se é uma questão dos brasileiros é uma questão do presidente da República. Eu, como candidato à presidente da República, não vou me omitir, vou estar à frente desse trabalho. Legislação, toda ela é federal. Nós podemos melhorar a legislação para apertar o crime organizado. Polícia de fronteira, porque atrás de tudo isso você tem tráfico de droga e tráfico de armas e é importante o policiamento de fronteira. Exército e Polícia Federal. Recursos do fundo de segurança e do fundo penitenciário; inteligência; banco de dados. Pretendo assumir essa responsabilidade. Essa é hoje uma prioridade dos brasileiros e vai ser uma prioridade do meu governo. Não vou me omitir, não vou me esconder e vou liderar esse trabalho.

Fátima Bernardes: A gente ouviu, no início do jornal, queixas em relação à falta de investimento do governo federal e o senhor voltou a falar nisso. Mas, quando o senhor saiu do seu governo em São Paulo havia uma sobra, dita pelo senhor, de R$ 2 bilhões. Esse dinheiro não dava para ser usado, de alguma forma, enquanto essas verbas federais não chegavam?

Geraldo Alckmin: Não, o estado não tem sobra, Fátima. Nós investimos R$ 9,5 bilhões por ano; 7,5 bilhões a Secretaria de Segurança Pública e quase R$ 2 bilhões a Secretaria da Administração Penitenciária. O que está havendo hoje é o crime organizado, verdadeiras máfias, tentando fazer o governo recuar, jogando, tentando até jogar a opinião pública contra o governo. E cabe a nós enfrentarmos, não ter medo de cara feia, enfrentar o problema, agir de forma firme, prestigiar a polícia e prender. Essa questão dessa noite, já foram 12 presos, dois mortos no combate e esses 12 vão dizer quem mandou. E você vai chegando à cúpula, e colocar em penitenciária de segurança máxima. 

Fátima Bernardes: Candidato, o senhor defende um banho de ética na política brasileira. Mas, em 1998 o senador Eduardo Azeredo, do seu partido, beneficiou-se do Valerioduto. Por que o PSDB não teve com ele a mesma firmeza que acabou cobrando do governo Lula em relação ao Mensalão?

Geraldo Alckmin: Olha, primeiro são coisas totalmente diferentes. Eu não justifico erro, não tenho compromisso com erro e punição, Fátima, é para todo mundo. Pode ser de qualquer partido, inclusive do meu partido. Agora, Mensalão é corrupção, é roubo, uma coisa totalmente inadmissível.

Fátima Bernardes: Mas no caso do Governo de Minas o que aconteceu também foi uso de dinheiro público. Porque, no caso, os empréstimos feitos pelo senhor Marcos Valério para ajudar na campanha de reeleição do governo Lula oferecia, como garantia desses empréstimos, contratos que ele tinha com as secretarias de estado. Isso também não é dinheiro público?

Geraldo Alckmin: É, na realidade, responderá pelo ato dele. Não tenho compromisso com erro. Se houve erro, eu acho que ele já se explicou, mas se houve erro, se ficar provado, vai responder por isso. Eu acho que o Brasil, nós temos que ser firmíssimos. Eu aprendi com meu pai: dinheiro público é sagrado. E hoje nós temos uma praga no Brasil que é a tal da corrupção. Hoje mesmo, acabou de ser divulgado, só no Sanguessuga quatro ministros envolvidos num, exclusivamente, num caso de corrupção. 

William Bonner: Agora candidato, durante a sua gestão à frente do governo de São Paulo, a Assembléia Legislativa de São Paulo deixou de levar a diante por obra de seus aliados, por ação de seus aliados na assembléia, 60 CPIs que investigariam acusações ao seu governo. Por que isso?

Geraldo Alckmin: Bonner, primeiro a assembléia é um outro poder. O governador não manda na assembléia. Aliás, os nossos secretários do estado, ao longo de 12 anos do mandato do Mário Covas e meu, sempre prestaram contas à sociedade paulista. Agora, essas sessenta e tantos pedidos de CPI, você tem quatro, cinco para a mesma coisa. Por exemplo, CPI para investigar a contaminação do solo, CPI do apito de futebol, CPI de multa de trânsito, CPI, tem CPI de tudo. A maioria nem se relacionam com o governo do estado. E nós não podemos transformar a CPI em luta política. Hoje, qual a tese do PT? Antigamente era: somos diferentes de todos. Agora é: somos todos iguais. Não, não, não. Não somos todos iguais, não aceitamos isso. A assembléia, se quiser, pode investigar o que quiser, até porque o nosso governo é transparente, não temos nada a esconder, 12 anos de trabalho aprovado pelo povo de São Paulo.

Fátima Bernardes: Candidato, o senhor está falando em investigação. Durante o seu governo, as verbas de publicidade da Nossa Caixa, elas foram usadas para anúncios em veículos pequenos de comunicação de aliados seus. Como fica essa questão para um candidato que pretende varrer a corrupção de Brasília?

Geraldo Alckmin: Olha Fátima, primeiro o governo do estado ele é o que menos investe em publicidade. São Paulo tem um orçamento de R$ 81 bilhões, maior que a Argentina em termos de PIB, renda per capta, população, e gasta menos que municípios de capitais brasileiras, um dos que menos gasta. Aliás, esse ano, até menos do que o ano passado. A Nossa Caixa é um banco que foi o primeiro a entrar no novo mercado, governância corporativa, transparência absoluta, ela tem critérios próprios de publicidade. Aliás, muito bem colocados e privilegiando grandes veículos de comunicação. 

William Bonner: Mas então, o que teria havido no caso da Nossa Caixa? Porque esses veículos eram pequenos, não tinham representatividade e ainda assim o senhor disse que, com critérios técnicos, eles foram escolhidos para os anúncios. E houve ainda outra irregularidade em relação a contas da Nossa Caixa. Porque as agências de publicidade, durante dois anos, movimentaram aí dinheiro público, R$ 20 milhões, sem contrato.

Geraldo Alckmin: Bonner, é importante esclarecer isso até para o telespectador. Primeiro, essa questão do contrato. A Nossa Caixa fez um contrato de publicidade, uma licitação, fazendo por um ano e meio podendo prorrogar por mais um ano e meio. Portanto, é questão meramente burocrática. Se ela tivesse prorrogado, e estava previsto no contrato a prorrogação, nenhum problema. Estava prevista a prorrogação. Houve um erro formal, nenhum prejuízo para a sociedade. Houve erro formal. A própria Nossa Caixa percebeu, olha, passaram-se alguns meses e o contrato não foi renovado. Ela mesmo interrompeu o contrato, abriu uma sindicância, puniu um funcionário e abriu uma nova licitação. Não há nenhum prejuízo, uma questão burocrática, o contrato poderia ter sido prorrogado. Ele era previsto.

William Bonner: E com relação a aposentadoria. O seu partido aprovou aí um aumento para todos os aposentados, que significaria um roubo de R$ 7 bilhões nas contas públicas, porque aquilo não estava previsto em orçamento. Quando o PSDB era governo, ele não agia dessa forma e tanto o senhor quanto o seu partido condenaram o veto que o presidente Lula se viu a fazer, nesse caso. Por que isso? Qual é a explicação para isso?

Geraldo Alckmin: Eu faria tudo para pagar esse reajuste, tudo o que eu pudesse. Veja bem, o governo gastou R$ 20 bilhões, 1% do PIB, com todo mundo. Deu aumento para funcionário, fez convênios, liberou recursos para municípios. Depois que ele gastou R$ 20 bilhões, ele virou para os aposentados e disse: olha, eu não tenho dinheiro para vocês. Não tem R$ 7 bilhões para os aposentados que ganham dois salários mínimos, em média, do INSS. Mas acabou de aprovar R$ 9,5 bilhões da Petrobras para o fundo de pensão da Petrobras. O acionista majoritário da Petrobras é o governo. Então usa dois pesos e duas medidas.

Fátima Bernardes: E por que nos oito anos anteriores do governo do PSDB isso não chegou a ser feito, um aumento significativo como esse não chegou a ser dado?

Geraldo Alckmin: O governo do Fernando Henrique sempre procurou dar reajustes. E um erro também não justifica o outro.

William Bonner: Mas eles ficaram sempre abaixo, não candidato?

Geraldo Alckmin: O que é incorreto é a forma, quer dizer, você libera R$ 20 bilhões, depois diz que não tem dinheiro para o aposentado. Não tem R$ 7 bilhões para quem ganha pouco, mas tem R$ 9,5 bilhões para completar o fundo de pensão da Petrobras.

Fátima Bernardes: Uma pergunta sobre Educação, candidato. Por que o estado mais rico do Brasil, ele não tem resultados bons na Prova Brasil, tem resultados ruins e é o estado que realmente tem mais dinheiro?

Geraldo Alckmin: Não, o estado de São Paulo é o primeiro do Saeb.

Fátima Bernardes: Não, não, da Prova Brasil, que mede de quarta a oitava com uma amostragem diferente...

Geraldo Alckmin: Do Saeb, que avalia sistema de educação, São Paulo é o primeiro do Brasil.

Fátima Bernardes: Mas a avaliação do desempenho dos alunos de quarta a oitava, eu tenho aqui para o senhor ver, são sexto em português e sétimo em matemática na quarta e na oitava é oitava em língua portuguesa e décima em matemática. 

Geraldo Alckmin: Eu não tenho exatamente esse dado. Agora, o Saeb, que é o último que nós temos, que avalia todo o sistema de educação, São Paulo é o primeiro do país. Nós passamos as escolas de quatro para cinco horas/aula. Três dias por semana, seis horas/aula. A partir desse ano 520 escolas em tempo integral. Criamos a rede técnica, as faculdades de tecnologia, toda a prioridade à educação.

Fátima Bernardes: Para encerrar, então, candidato, queria que o senhor dissesse, no fim de quatro anos de governo, o que o senhor espera ter como marca no seu governo?

Geraldo Alckmin: Olha, eu quero dizer a todos os brasileiros, o nosso compromisso é com o crescimento. O Brasil perde oportunidades, é o último da fila, não tem o projeto nacional de desenvolvimento. Eu vou ter como obsessão crescimento. Emprego, renda, trabalho e os três serviços públicos de qualidade. Saúde: de cada dez pessoas, sete são atendidas pelo SUS. Educação e assumir responsabilidade em segurança pública. Não fugir, não se omitir, mas liderar o combate e melhorar a segurança pública. E, se Deus quiser, vamos conseguir. 

No JN, tucano diz que não 

aceita ser comparado ao PT 

Do Estado de S.Paulo, em 8 de agosto

Ao abrir a série de entrevistas do Jornal Nacional com os postulantes à Presidência, ontem, o tucano Geraldo Alckmin, afirmou que não aceita ser comparado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição. "Antigamente a tese do PT era: somos diferentes de todos. E agora é somos todos iguais. Não, não, não. Não somos todos iguais. Não aceitamos isso", disse.

Ele deu as declarações ao falar sobre as CPIs no Congresso e os pedidos de abertura de comissões de inquérito na Assembléia Legislativa de São Paulo, Estado que governou por seis anos. Alckmin insistiu em que as CPIs podem ser abertas em São Paulo e não há temor de investigação sobre sua gestão.

Durante pouco mais de 10 minutos, o ex-governador paulista falou sobre segurança pública -- no dia em que foi registrada no Estado a terceira onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) -- e reforçou a tese de que esse é um problema que atinge todas as grandes cidades. "Se é uma questão dos brasileiros, é questão do presidente da República", afirmou. "Não vou me omitir, não vou me esconder", prosseguiu.

O candidato foi aos estúdios da TV Globo, no Rio, acompanhado de assessores, do marqueteiro do PSDB, o jornalista Luiz Gonzales, e da filha mais velha, Sofia. A performance de Alckmin no Jornal Nacional foi considerada positiva pela cúpula do partido.

Candidato a vice na chapa de Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE) avaliou que o tucano demonstrou segurança mesmo diante de perguntas difíceis. "Foram 10 minutos e nada de propositivo. Se seguirem a mesma linha com o Lula será ótimo, porque ele vai precisar de mais de meia hora para explicar dólar na cueca, mensalão, sanguessugas e Aerolula", comentou José Jorge, ao se referir aos escândalos de corrupção que marcaram o governo do petista.

Tido como homem tranqüilo, Alckmin aparentou tensão, principalmente nos primeiros minutos da entrevista. Durante sua aparição no Jornal Nacional, a audiência registrada pelo Ibope foi de 48,4%. Ao encerrar a entrevista, o tucano afirmou que seu compromisso com o País será com o crescimento. "Vamos gerar emprego, renda e trabalho", prometeu, acrescentando que saúde, educação e segurança serão também prioridades.  

No "JN", Alckmin defende política 

de segurança e promete baixar IR 

Da Folha de S.Paulo, em 08 de agosto 

Num dia marcado por novos ataques do PCC, a crise da segurança de São Paulo consumiu um terço dos quase 12 minutos da entrevista concedida pelo candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ao "Jornal Nacional", da Rede Globo.

Mais uma vez, Alckmin tentou federalizar a crise ao afirmar que "todas as grandes cidades brasileiras têm problemas de segurança". Mas usou a primeira pessoa do plural ao defender firmeza no combate ao crime. "Não podemos retroagir. Não devemos retroagir. Temos o dever de enfrentar", disse ele, pouco antes de pregar uma legislação rigorosa para "apertar o crime organizado".

Após lembrar a prisão de 90 mil no Estado, Alckmin insistiu no discurso de que os ataques são uma reação à política adotada pelo seu governo. Segundo ele, são "verdadeiras máfias, tentando fazer o governo recuar". "Essa questão dessa noite, já foram 12 presos, dois mortos no combate e esses 12 vão dizer quem mandou", disse.

Mais tarde, à Globonews, Alckmin disse estudar ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, de R$ 1.357,12 para R$ 2.000. "Dá para subir. Tributar assalariado com renda menor de R$ 2.000..."

Também à Globonews, Alckmin disse que "do jeito que está, é melhor acabar com a reeleição". Na chegada ao Rio, voltou a insinuar motivação política -- "uma estranha coincidência com o momento eleitoral" -- para a nova onda de ataques. "Interessante. Sempre em época de eleição é que acontecem essas coisas." O tucano acusou o governo federal de não destinar R$ 100 milhões prometidos a São Paulo.

Ao "JN", numa entrevista em que teve até de explicar a ligação do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) com o publicitário Marcos Valério -- "Não tenho compromisso com erro", disse -- Alckmin fez malabarismo com números. Ao justificar os anúncios da Nossa Caixa em publicações de aliados, disse que o orçamento deste ano para a publicidade é menor do que em 2005. Só omitiu que, no primeiro semestre, o governo dobrou os gastos em relação ao mesmo período de 2005.

Alckmin disse que, dos 69 pedidos de abertura de CPI na Assembléia, "a maioria nem se relaciona com o governo do Estado". São 37. Cobrado a explicar por que o governo tucano não deu reajustes significativos a aposentados -- "Um erro não justifica o outro" -- Alckmin chamou de incorreto o critério de um governo que "que não tem R$ 7 bilhões para quem ganha pouco, mas tem R$ 9,5 bilhões para completar o fundo de pensão da Petrobras".

JN espanca tucano

Do Blog de Fernando Rodrigues, em 7 de agosto

Foi o massacre da serra elétrica. A entrevista que Geraldo Alckmin (PSDB) deu há pouco ao "Jornal Nacional", da TV Globo, deixou o tucano em péssima situação. Nem o mais petista dos petistas esperaria tanto aperto.

Sentado à bancada o "JN", Alckmin ouviu que o ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo usou irregularmente dinheiro público e envolveu-se com o valerioduto (isso mesmo, com "Marcos Valério", que foi citado nominalmente por Fátima Bernardes). Ouviu de William Bonner que a Nossa Caixa tinha usado dinheiro de forma irregular para colocar publicidade em veículos pequenos (nessa hora, segundos preciosos foram perdidos, em rede nacional, ao vivo!!, para Alckmin ficar se explicando).

E teve, é claro, a segurança pública... Poderia ter havido dia pior para o tucano ir ao "JN"? Depois dos mais de 70 ataques de hoje, impossível. Ele até que tentou se explicar, mas foi mal, foi mal.

O candidato do PSDB se enrolou com uma pergunta de Fátima Bernardes sobre educação. "Eu não tenho esse dado", respondeu com sinceridade --desmontando a imagem de gestor público que tem tudo na ponta da língua.

No final, Alckmin falou, pela primeira vez, de frente para a câmera. Suas prioridades são saúde, educação e segurança pública, disse. Talvez tenha sido tarde, depois de desempenho tão desapontador.

Agora, é esperar para ver qual será a técnica e a abordagem com Lula -- esse também um candidato cheio de respostas nunca dadas sobre atos de corrupção em seu governo.



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