Relegado a plano secundário especialmente após o Grande ABC ancorar shoppings de grande porte, o corredor da Rua Coronel Oliveira Lima tenta afastar de vez o risco de ficar na triste poeira da saudade. Considerada um dos principais centros comerciais do Grande ABC, a Oliveira Lima começa a ganhar novo visual, capaz de reviver os bons tempos e reconquistar a população. Um dos principais trunfos da Prefeitura de Santo André para fazer com que o centro reúna tradição, modernidade, conforto e segurança é a cobertura do trecho de aproximadamente 250 metros que vai do antigo Largo da Estátua até o Largo do Quitandinha.
Previsto para outubro de 1998, o início da obra, com estrutura de ferro e cobertura transparente de polipropileno, ficou para este início de fevereiro, quando se confirmou a captação de recursos financeiros. Os R$ 2 milhões do investimento inicial vêm do Projeto Cidade Pirelli. A empresa paga pelo uso do solo no empreendimento de serviços e lazer que pretende erguer no Município e o valor é repassado, conforme exigência de lei municipal, para o desenvolvimento urbano. A Prefeitura se responsabiliza também pelas obras, sob o comando da empresa Emparsanco.
A revitalização da Oliveira Lima vai envolver ainda renovação do piso e do mobiliário urbano, que inclui iluminação, pintura e paisagismo, além de estacionamento rotativo. A primeira etapa da cobertura vai até a Albuquerque Lins, mas as demais melhorias incorporam também a Praça do Carmo e seguem até a Rua Campos Salles. "A sequência das obras vai depender dos recursos públicos e até da possível captação por meio de terceirizações" -- ressalta o secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Sousa.
Um dos itens mais importantes para a revitalização do comércio é a segurança. Em reunião com representantes da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), o sistema de monitoramento fotoeletrônico foi apresentado como alternativa para coibir a onda de furtos e assaltos. "Equipamentos de prevenção são importantíssimos. Vamos tentar parcerias para a implantação" -- diz Klinger Sousa.
Sonhando com a possibilidade de a Oliveira Lima voltar a receber cerca de 150 mil pessoas/dia, contra as 80 mil de hoje, o presidente da SOL (Sociedade Oliveira Lima e Região), Flávio Martins, também visualiza a segurança como fator importante. "As polícias Militar e Civil já estão em entendimentos para atender a antiga reivindicação dos lojistas e da população" -- espera.
A revitalização da Oliveira Lima não pode se resumir ao visual urbanístico. O comércio precisa de ambiente atraente, confortável, limpo, seguro e dentro de parâmetros de modernidade. "Nada de obras faraônicas. Não queremos concorrer com os shoppings. O objetivo é modernizar e fortalecer o comércio de rua, que teve queda sensível. Temos potencial, mas dependemos da volta do consumidor. Ressalte-se que as obras de drenagem antienchente foram fundamentais. Tanto que tivemos fortes chuvas e nenhuma inundação. Há até quem garanta que o centro deixa de ser prioridade do Corpo de Bombeiros. Isso é ponto a favor da revitalização" -- afirma Flávio Martins.
Abertura aos domingos -- Acordo proposto pela Câmara Regional em reunião que envolveu representantes de prefeituras, do Sindicato dos Comerciários do ABC e do Sindicato do Comércio Varejista do ABC prorrogou até 30 de junho a abertura experimental do comércio aos domingos. Definida até 31 de dezembro de 1998, a experiência foi estendida até o final de janeiro e agora até junho. Os comerciários vão trabalhar dois domingos e folgar dois por mês, com direito a descanso na semana subsequente ao domingo trabalhado. Quanto o total superar 44 horas semanais, os trabalhadores receberão horas extras com adicional de 60%. Vale-refeição de R$ 10, vale-transporte e creche para filhos de mães em serviço também fazem parte do acordo.
"Alguns patrões pretendiam abrir às 8h, mas prevaleceu o combinado, das 10h às 20h" -- afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários do ABC, Minervino Ferreira, que enaltece o trabalho de fiscalização do cumprimento do acordo por meio das DRTs (Delegacias Regionais do Trabalho). Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do ABC, José Carlos Buchala, tem elogiado a colaboração dos comerciários em momento de crise.
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15/10/2024 SÃO BERNARDO DÁ UMA SURRA EM SANTO ANDRÉ