Administração Pública

Santo André vai à
Bienal Internacional

DANIEL LIMA - 05/11/1999

O Eixo Tamanduatehy e vários dos projetos urbanísticos da Prefeitura de Santo André vão fazer parte da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, programada para o período de 20 de novembro a 25 de janeiro. É a primeira vez que uma representação oficial do Grande ABC estará presente nesse que é considerado o maior evento do setor no País, reservado para o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. Santo André vai participar de dois segmentos da mostra. Institucionalmente com um conjunto de projetos que estão sendo ou já foram executados, casos da reforma do Parque Duque de Caxias, da reestruturação dos centros dos bairros de Vila Luzita e Santa Terezinha, do Paço Municipal e também da região central da Oliveira Lima, entre outros que estão sendo definidos pelo secretário Klinger Luiz de Souza. Já o Projeto Eixo Tamanduatehy ocupará espaço técnico da exposição, sob a coordenação-geral de Maurício Faria e coordenação-técnica de Horácio Galvanese. 


A participação na Bienal Internacional com o Eixo Tamanduatehy é mais uma investida da Prefeitura para sensibilizar investidores a descobrir o potencial de transformação urbanística e econômica do imenso corredor formado pela Avenida dos Estados e seus entornos, casos da via férrea e da Avenida Industrial. Lançado em abril no Palácio de Mármore, o Eixo Tamanduatehy já foi exposto no Masp (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e despertou o interesse da comunidade acadêmica e profissionais de arquitetura por representar proposta de superação da posição de periferia do Grande ABC em relação a São Paulo. 


O Eixo Tamanduatehy é formado por um conjunto de áreas que compreende cerca de 700 hectares ao longo de 10 quilômetros entre a divisa de São Caetano e o limite com Mauá. Os projetos são assinados por equipes encabeçadas por Cândido Malta (Brasil), Christian de Portzamparc (França), Eduardo Leira (Espanha) e Joan Busquets (Espanha), com a consultoria dos urbanistas Jordi Borja, da Espanha, e Raquel Rolnik, do Brasil. 


A aprovação da logomarca do projeto marcou no final de outubro o encontro de representantes da Prefeitura e da comunidade que compõem o chamado grupo promotor do Eixo Tamanduatehy. O trabalho aposenta a expressão Projeto Eixo Tamanduatehy. Será caracterizado apenas como Eixo Tamanduatehy para transmitir a imagem de algo concreto. Embora expresse potencialidades de transformações viscerais ao longo dos próximos 20 anos, os mentores do Eixo Tamanduatehy esperam transmitir a idéia de que se trata de proposta evolucionária, não abstração própria de projeto.


Inseridas nessa estratégia, várias obras já realizadas ou em fase de execução vão passar a contar com a identificação da logomarca de Eixo Tamanduatehy. São os casos da nova planta da UniABC, do ABC Plaza Shopping e do Extra, na Avenida Industrial, do GlobalShopping na Avenida dos Estados, da nova Rodoviária de Santo André e também da Cidade Pirelli, em fase final de lançamento. 


O Eixo Tamanduatehy faz parte do projeto Santo André Cidade Futuro, lançado em 1997 pelo prefeito Celso Daniel. Maurício Faria e Horácio Galvanese lembram que o Eixo Tamanduatehy, desenhado por especialistas nacionais e internacionais, será desenvolvido por etapas de curto, médio e longo prazos. Os dois executivos públicos passaram 14 dias de setembro em Barcelona, Bilbao, Madri e Lisboa para acompanhar de perto as transformações que inspiraram urbanistas internacionais contratados pela Prefeitura de Santo André. 


Maurício e Horácio se hospedaram na casa de Jordi Borja em Barcelona, onde ficaram de 12 a 16 de setembro. No relatório de viagem eles expressam o entusiasmo com o que chamam de escola urbanística de Barcelona que, segundo afirmam, incorpora um refinado desenho urbano, com ênfase na vegetação, no detalhe do acabamento e nos tipos e qualidade dos materiais adotados. Registram também que a vista que se vislumbra a partir do escritório de Jordi Borja, no 11º andar do Edifício Colon, é de uma cidade absolutamente densa e aparentemente árida, com quase nenhuma área verde visível. "Entretanto, no nível do solo a cidade é completamente outra. Há poucas praças verdes concentradas, porém as calçadas largas e amplas, que se configuram como verdadeiros passeios públicos, possuem alto índice de arborização" -- afirmam. 


Nos dias 17 e 18 de setembro Maurício Faria e Horácio Galvanese conheceram Bilbao, também na Espanha. O Museu de Guggenheim merece destaque especial no relatório. "Embora o Guggenheim tenha uma grande força como elemento referencial de transformação, a obra se inclui em uma estratégia mais ampla, constituída de um conjunto de projetos estruturantes" -- relatam.


Três dias foram reservados para Lisboa, mais especificamente para a Expo-98, uma operação que envolveu seis anos de obras de infra-estrutura urbanística e arquitetônicas numa das áreas mais deterioradas da cidade. "Passado o evento, as instalações do agora chamado Parque das Nações vão se adaptando a usos definitivos, além do desenvolvimento da segunda fase da operação com a construção de aproximadamente 20 mil residências. Desde o terminal intermodal que integra ônibus, trem, metrô e automóvel, passando por um centro comercial de terceira geração, até os pavilhões, torre mirante e todas as demais instalações, apostou-se muito na qualidade do projeto"-- contam os dois executivos.


Completando a viagem, mais três dias em Madri e as intervenções nas áreas não mais utilizadas pela Renfe, empresa ferroviária, que representam processo de urbanização expressivo. "Assim como todas as outras cidades visitadas, há prioridade em relação ao pedestre, com passeios amplos, largos, arborizados e ajardinados, inclusive ao longo das grandes avenidas, configurando espécie de parques lineares" -- afirmam Maurício Farias e Horácio Galvanese, sonhando com algo parecido no Eixo Tamanduatehy. 


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