Administração Pública

Escola com aval
da Polícia Federal

DANIEL LIMA - 05/07/2000

O Grupo Radar vai agregar mais uma especialização aos serviços de segurança humana e eletrônica e terceirização nas áreas de limpeza e portaria, que lhe renderam faturamento de R$ 6 milhões no ano passado. A empresa com sede em São Bernardo vai se transformar no primeiro centro de formação de vigilantes do Grande ABC habilitado pela Polícia Federal. O centro terá capacidade para formar 200 profissionais por mês em curso de 120 horas divididas em 15 dias. E atenderá tanto a demanda do próprio grupo como empresas do segmento. "Já enviamos a documentação e só aguardamos publicação no Diário Oficial" -- anuncia o diretor Marcos Antonio de Medeiros, que dirige o Grupo Radar com a irmã Mariza Aparecida de Medeiros. 

A criação do centro de formação de vigilantes tornou-se viável graças à expansão física. O Grupo Radar saiu da Avenida D. Pedro II, em Santo André, para instalar-se em área duas vezes maior na Avenida Pereira Barreto. Metade dos 2,5 mil metros quadrados construídos foi destinada ao centro de formação, cuja estrutura abrange salas de aula, tatame para prática de defesa pessoal e estande de tiro. 

O Grupo Radar está fazendo escola -- literalmente -- após crescer em ritmo acelerado no mercado da prevenção da criminalidade. O faturamento saltou 70% ao ano desde 1995 por conta da visão estratégica que promoveu verdadeira mudança de hábito no setor. A Radar foi oficializada em 1993 com diferencial em relação as cerca de 400 empresas do setor e estimados dois mil estabelecimentos ilegais no Estado de São Paulo: desde o início os seguranças trabalhavam vestidos impecavelmente de terno e gravata, em vez de uniformes e chapéus obsoletos. "Enterramos a imagem de que segurança é sujeito rude, que se veste mal e tem aparência assustadora" -- afirma Marco Antonio Medeiros, que dirige o Grupo Radar com experiência em segurança pública e privada conquistada em países de Primeiro Mundo. O resultado da inovação na apresentação dos seguranças é visível no atendimento a clientela exigente, como 30 condomínios de luxo no bairro paulistano da Vila Nova Conceição, a famosa loja de roupas Daslú, sediada no mesmo bairro, o Shopping Lar ABC, em Santo André, a Gallery Garden, nos Jardins, além de outros estabelecimentos comerciais e indústrias, como a montadora Ford.  

"A elegância dos seguranças na Daslú já foi tema de reportagem em revistas de grande circulação" -- orgulha-se Mariza Medeiros, referindo-se a um dos primeiros contratos. Dos 500 seguranças do Grupo Radar, metade se veste impecavelmente para atender a organizações e condomínios que fazem questão de unir segurança a status. A outra metade corresponde à tradição dos vigilantes uniformizados. Ao todo são cerca de 100 empresas atendidas. "É preciso variedade para corresponder a expectativas e disponibilidades financeiras diferentes" -- resume o diretor. A elegância dos seguranças também depende de postura, bons modos e nível educacional, atributos aferidos já na seleção conduzida por equipe própria. "Contratamos somente candidatos que conseguem nota mínima oito -- numa escala de zero a 10 -- no cruzamentos de várias habilidades e aptidões" -- explica Medeiros. Todos têm pelo menos Ensino Fundamental e há poucos meses a exigência subiu para o Ensino Médio. 

O crescimento do Grupo Radar também está sedimentado na disposição de lançar serviços para atender a novas demandas dos mesmos clientes. À reboque da especialização em segurança vieram a Radar Serviços, que emprega 200 funcionários terceirizados nas áreas de limpeza e portaria, além da Radar Sistemas, responsável pela instalação e acompanhamento de equipamentos como alarmes acionados por sensores. Cerca de 150 residências, indústrias e estabelecimentos comerciais em toda a Grande São Paulo são monitorados à distância por equipe de plantão na sede em São Bernardo. Ao detectar problemas, os profissionais entram em contato com a polícia e enviam uma das 14 viaturas próprias ao local.

"A Radar Sistemas tende a ser o carro-chefe, porque o custo de manutenção é baixo" -- considera Medeiros. Entretanto, a criação do centro de formação de vigilantes demonstra a disposição de investir no homem, a despeito da tendência de digitalização da vigilância.


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