Se você se considera um pai moderno mas colocado a nocaute pela energia das crianças e jovens, não convide a terapeuta Sonia Alquezar Facca para almoçar à mesma mesa de seus filhos. Paciente como todo bom professor e conciliadora como todo psicólogo que se preze, Sonia vai se aliar sem pestanejar aos enfant terribles. "O piquenique agora é deles. Temos de aguentar este momento de desenvolvimento da juventude" -- sugere a pais e professores, igualmente de cabelos em pé com a fuzarca dos jovens em sala de aula.
Se há restrições a fazer, aliás, Sonia Facca as dirige às escolas. Sua tese é de que os estabelecimentos de ensino estão com visão muito empresarial e utilitarista, e com economia de iniciativas sociais e humanitárias. Incluem-se nesse puxão de orelhas metodologias pedagógicas que enfatizam conteúdos, sistemas de notas e excesso de competitividade. "A função da escola é educar, não somente ensinar" -- espeta, e emenda: "A escola vive momento de perplexidade e sem proposta original para preparar o homem do futuro. Talvez os jovens tenham razão quando se queixam delas".
Para educadores e pais que batem de frente com a geração que a psicoterapeuta de São Caetano chama de pós-moderna, o jeito é desarmar o espírito e assumir que é longo o caminho do ensinar. Para confortá-los e ajudá-los a repensar a estratégia de abordagem em casa e na escola, Sonia Facca, que trabalhou como psicóloga do Desenvolvimento Humano durante 21 anos na Universidade Metodista de São Bernardo, resgata o que Sócrates dizia já no século V aC: "Nossos adolescentes têm maus modos e desprezam a autoridade. São desrespeitosos com os adultos, passam o tempo vazando nas praças, são propensos a ofender seus pais, comem com voracidade e tiranizam seus mestres".
Por que a senhora acha que as escolas, sobretudo as privadas, têm-se pautado por critério mais empresarial e menos educador?
Sonia Alquezar Facca -- Não diria só empresarial, diria também utilitarista. As escolas têm-se pautado por adotar critérios objetivos de preparar o aluno para o mercado de trabalho. Até certo ponto, entendo essa tendência no ensino do Terceiro Grau. O que me preocupa é perseguir esse objetivo, não de forma explícita, desde as séries intermediárias. Acho até que as escolas oferecem ensino de boa qualidade, e não seria condenável se houvesse lugar de destaque para uma formação mais integral do aluno, ajudando-o na estruturação de sua identidade. Seria ingenuidade pensar que em meu País capitalista, onde grande parte dos trabalhadores de nível universitário é egressa de instituições particulares e confessionais, houvesse alguma proposta que não tivesse um fundo empresarial. Nos últimos 50 anos a preocupação vigente no País foi a de que nos tornássemos urbanos, industriais e tecnológicos e começássemos a nos conscientizar da gravidade dos problemas educacionais, do valor da educação como investimento, da necessidade do ensino de boa qualidade. Isto demandou mudanças estruturais de ordem relevante. Mas, de uns tempos para cá, a sociedade tem mudado em ritmo mais acelerado que o da educação escolar.
É um grande desafio para as escolas particulares não ter visão administrativa visando lucro e, ao mesmo tempo, oferecer ensino de boa qualidade, o que significa pagar bons professores e montar infra-estrutura de ponta para o educando. Nestes tempos de forte competitividade, é condenável que as escolas pensem empresarialmente?
Sonia Alquezar Facca -- No Brasil, me parece que educar tem sido um meio para que a economia cresça mais rapidamente. O sistema econômico precisa de engenheiros e não de cidadãos, por exemplo. Esqueceram-se os objetivos sociais desta Nação. Desprezou-se a ética, perverteu-se a razão, e as escolas, dentro desse sistema, não se submetem aos interesses sociais e humanitários.
Administradores e educadores não conseguem conceber escolas diferentes das convencionais ou montadas à sombra de modelos estrangeiros. Assim, nossas escolas não são dinâmicas, flexíveis, criativas, até experimentais para acompanhar os complexos problemas que o mundo enfrenta hoje. A escola não deveria ser somente local de aquisição de conhecimentos, mas um espaço de vida. Educar, no seu conceito, é visar o enriquecimento do ser humano na sua integridade. E a função da escola é educar, não somente ensinar. Isso é o que falta. No sentido etimológico, educar significa colocar para fora o potencial do indivíduo; ensinar quer dizer colocar signos dentro do indivíduo. Uma escola que não entra nos alunos e não se organiza ao redor dos seus interesses, perde seu norte.
Como colocar na cabeça de donos de escolas que enxergam a educação como produto que não basta informar, é preciso formar? E mais: como fazer dos professores agentes de formação, já que estão orientados para simplesmente passar conteúdos?
Sonia Alquezar Facca -- Transformações não necessariamente precisam começar com revoluções, mas, às vezes, com perseverança -- uma qualidade em desuso -- de pessoas que acreditam nas suas idéias. Não gosto de colocar coisas nas cabeças das pessoas. Gosto mais de incomodar, de revolver suas idéias, arar pensamentos, semear diferentes concepções, adubar sonhos, brincar com coisas sérias. Adultos não gostam disso, mas precisam de uma terra propícia.
Algumas empresas têm levado funcionários para seminários nos quais possam ser ensinados a brincar. Outras colocam espaços de lazer anexos às áreas de produção, salas para fitness e jardins para meditação. O problema não é como as pessoas enxergam a educação, mas por que, em educação, não se enxerga e não se tem controle sobre o produto final (lembram do estudante de Medicina no cinema no Shopping Morumbi?). Há pessoas que não suportam plantar porque não sabem se vão colher. É preciso ter algo mais dentro de si para ser um educador. Não é possível querer ou esperar que todos os proprietários de escolas e professores sejam educadores, mas com certeza, se houver um, o processo pode começar.
O sistema pedagógico atual não seria reflexo do próprio momento dinâmico que vivemos? Isto é, as mudanças tecnológicas e a velocidade das informações não exigem que as escolas se posicionem melhor no mercado e tenham essa visão de consumo final, digamos, para responder às exigências profissionais após a formatura de suas turmas?
Sonia Alquezar Facca -- Uma educação mais aberta dá aos estudantes mais escolhas de atividades não pré-julgadas como relevantes ou irrelevantes, propicia instrução mais individualizada, encoraja os jovens a se auto-orientarem nos estudos e fornece variadas formas de aprendizagem. Uma educação mais aberta não enfatiza demais o sistema de notas nem o excesso de competitividade e vê o professor como alguém que facilita a aprender, porque já aprendeu antes. Talvez esse sistema não crie os gênios das turmas (onde estão os alunos dos primeiros lugares das escolas?), mas traga um prazeroso aproveitamento escolar que diminua essa sensação de que estudar é chato. Sem dúvida uma educação mais aberta e menos competitiva traz atitudes mais positivas frente às dificuldades, alunos mais intelectualmente curiosos, mais criativos, mais colaboradores, responsáveis e independentes.
Para um adolescente, não é só definir o que fazer, como pensam as escolas, mas quem ser. Ele está em idade de experimentar grandes mudanças, de integrar diferentes identificações, de procurar avidamente homens e idéias nos quais possa confiar. Jovens têm melhor desenvolvimento quando experienciam uma mistura de apoio e desafio: muito desafio pode resultar em retraimento; muito apoio transforma a atividade em coisa chata. Responsabilidade, cooperação e autodisciplina devem ser construídas pelos jovens a partir de suas próprias experiências, e não das experiências dos professores.
Como psicóloga, a senhora quer das escolas ênfase no desenvolvimento humanitário dos jovens. Do lado dos pais, há uma tendência a cobrar dos estabelecimentos de ensino mais capacitação dos filhos, mais preparo técnico para um mercado de trabalho disputado. É difícil conjugar as duas expectativas?
Sonia Alquezar Facca -- Pais e filhos estão no mesmo mundo, partilham da mesma cultura, com a diferença de que pertencem a gerações diferentes e os primeiros devem formar os segundos. É esperado, portanto, que escola e pais tenham projetos semelhantes para os jovens -- ou, dizendo de outro modo, o mesmo jovem que frequenta a escola é o que mora com os pais. Então, posso dizer que os pais também estão tendo níveis de exigência para com seus filhos, via escola, com bastante objetividade e altas expectativas. Haja visto as agendas de executivos que os colegiais têm, sem tempo para viver.
O problema surge quando não se dá um bom ajustamento escolar ou ocorrem desarmonias familiares: falta vontade de ir à escola, disposição para estudar, dificuldade de fazer e continuar amizades, medo de fracasso, grande irritabilidade, ansiedade e violência. E parece que geralmente o culpado de tudo é o jovem. Entendo o processo de desenvolvimento e as dificuldades da criança e do adolescente. Mas também percebo que é exatamente nesse período que escola e pais têm seu maior pico de exigência de produção acadêmica, escolha profissional, responsabilidades sociais, compromissos financeiros, bons comportamentos. Estamos na era pós-moderna: a informática, a tecnologia avançada, a globalização sem fronteiras e a telecomunicação transformaram muito rapidamente nosso modus vivendi, trazendo um não-saber, instabilidade sobre o que vai acontecer, rupturas de paradigmas, dúvidas e medos. Ao lado das coisas boas, o desenvolvimento trouxe dificuldades com as quais temos de lidar. Não estou cogitando se a nova era é boa ou ruim, mas, a partir daí, como nos adaptaremos para viver seja na escola, em casa e no trabalho. A vida dentro da escola reflete a vida fora da escola; e escola é, portanto, uma sociedade em miniatura.
Como os estabelecimentos de ensino devem agir, então, diante da pressão de pais que insistem ser necessária formação mais pró-profissionalizante na fase adolescente?
Sonia Alquezar Facca -- É preciso que os pais também comecem a repensar seu papel no processo de interação família-escola-sociedade. Parece-me que essas instituições que zelariam pela ética dos grupos sociais através de mecanismos tais como regras, normas de convivência, preservação de bens comuns e visão mais esclarecedora e crítica do mundo perdem força e vêem seus papéis enfraquecidos. Quando a quebra de valores é intensa e muito rápida e não há um tempo suficiente para elaboração de novos parâmetros -- e esses parâmetros passam a fazer parte do nosso cotidiano sem que tenhamos nos modificado internamente ou estabelecido nova escala de valores -- há sintomas de uma patologia psicossocial que traz junto um clima tenso e nos faz perguntar: o que será dos nossos filhos? Ou: o que nós adultos estamos transmitindo à geração dos jovens?
O momento é muito propício para refletirmos e dedicarmos mais atenção ao novo que se apresenta e perguntarmos: é tudo válido na pós-modernidade? Parece que fizemos um reducionismo cruel em nossas vidas. Em nome das mudanças tecnológicas, exigências profissionais e formação escolar abdicamos da nossa existência pessoal, cindimos nossa identidade e virtualizamos, talvez, a nossa vida, a da família e a dos filhos.
No contraponto de uma orientação mais mercadológica, a senhora é entusiasta da escola-mãe. Isso é literal: sua tese é a de que os pais de hoje estão confusos quanto à melhor educação dentro de casa, por isso deixaram para as escolas a tarefa da maternidade e paternidade. Não é comodismo repassar essa responsabilidade? E os professores: estão preparados para tantos filhos, entre aspas?
Sonia Alquezar Facca -- A escola deveria ser a continuação daquilo que originalmente aprendemos em casa, não importa a idade que tenhamos, pois é uma das instituições dentro de uma grande sociedade. A primeira educação dos filhos cabe à família e nada substitui a família nessa tarefa. Na era moderna, a educação continuada das crianças saiu do âmbito privado familiar e foi para o público, para a esfera do Estado que fixa as diretrizes. Na era pós-moderna atual, tenho me perguntado: para que âmbito vai a educação?
A função da família seria ensinar o cuidado e a manutenção da vida, e hoje talvez esteja sendo difícil realizar essa função. As configurações familiares surgidas permitem, entre tantas coisas, que as mães saiam de casa para trabalhar, que pais pouco vejam os filhos e que diminuam a sinalização de limites. Geram-se filhos através de fertilização assistida sem a presença do pai, e as famílias têm sido pouco continentes das angústias dos filhos, pois mal aguentam as suas próprias. As crianças entram nas escolas e se pudessem articular os pensamentos com clareza perguntariam: quem vai nos conter, nos aguentar, enquanto crescemos? O jovem perguntaria: quem vai nos ajudar a reestruturar o mundo sob uma nova ótica sem nos criticar e julgar o tempo todo?
Penso que se a criança e o jovem dispõem da escola como instituição presente e atuante na sua educação e formação, a própria escola pode se encarregar de dar continuidade a um processo que está com dificuldade de se desenrolar na família: quem fica com as crianças, quem brinca com elas, quem as leva para passear, quem cuida da sua formação moral quando se encontram? Com quem conversam os jovens, com quem trocam idéias, para quem levam seus desesperos e inseguranças?
Na velocidade do mundo pós-moderno, não há pausas, não há perda de tempo, não se joga conversa fora. Temos de fazer, de produzir, ter, realizar, prestar contas o tempo todo. Há uma tendência da família em deixar o jovem entregue à escola achando que já cumpriu seu dever. Do outro lado, o professor reclama que o aluno não recebeu educação em casa ou que a escola é para instruir apenas. Nas duas posições há um equívoco, pois família e escola devem estar ligadas, cooperando uma com a outra. Enquanto a família colabora procurando entender o sistema escolar, a escola reforça a importância da família para os jovens. Se há uma sociedade desorganizada, falhas no sistema familiar e professores pouco conscientes do papel de educadores, jamais poderá haver um sistema educacional eficiente, pois são os membros dessa sociedade que coordenam e dirigem escolas. É um trabalho conjunto, sem muitas críticas e mais boa vontade. No mundo pós-moderno a tendência geral é enriquecer rápido, se possível sem esforço. Ensino e cultura não são caminhos rápidos.
Uma preocupação comum de pais e escolas é transformar crianças e jovens de hoje numa variável controlável ou pelo menos previsível. É um dilema porque, como a senhora mesma disse, eles são pós-modernos, já nascem com botões nas mãos. Assusta, inclusive, um conselho seu, o de que tem de aguentar, diante do dilema dos adultos frente à indisciplina, ao desrespeito e à falta de organização da juventude de hoje, em casa, na escola, na rua. Educação, hierarquia, respeito e zelo pelas coisas viraram demodê?
Sonia Alquezar Facca -- Crianças e adolescentes pedem limites que os ajudam a organizar a mente, pois limitar é criar um espaço protegido dentro do qual o jovem exerce sua espontaneidade e criatividade sem receios ou riscos. É preciso um ambiente propício capaz de suportar as tensões dos momentos iniciais de um processo criativo. Colocar limites significa conter o adolescente, aguentar seu tempo de reclamações, seus protestos, indignações, rebeliões e frustrações. Como adultos, somos a geração que tem de estar pronta para recebê-los como jovens. Talvez isso esteja muito difícil para os pais ou para alguns adultescentes. A espécie humana pede cuidados maternos durante um bom tempo e buscar independência pessoal é nossa maior tarefa desenvolvimental. Ficar independente não significa só se virar sozinho, ganhar dinheiro, romper com a família, ser dono do próprio nariz (se é que alguém é!), mas significa ser capaz de transformar vínculos, ser capaz de ir atrás da sua existência pessoal sem deixar de ser um cidadão.
Os pais passam por dura prova, pois precisam ser desvalorizados pelos filhos para que estes se valorizem, precisam dar lugar aos filhos para que eles sejam alguém: o piquenique agora é deles! Aceitar esse momento do desenvolvimento dos filhos não sugere falta de limites. O adolescente precisa se sentir participante do mundo em que vive, ter voz ativa sem ser dono, confrontar fatos na presença de adultos e sentir que seu desenvolvimento não os ameaça. O jovem precisa de adultos com força pessoal própria, não retaliadores, nem vingadores, nem chantagistas, nem corruptos, nem mentirosos. Precisa de adultos que se mostrem mais como pessoas que são, e não com títulos, propriedades e lições de moral vazias de verdade. É necessário que adultos reconheçam e permitam a maturidade dos jovens enquanto uma passagem para a vida adulta. Difícil é como me disse um pai: gastar dinheiro com meu filho para que ele se capacite a me desafiar!
É mesmo um desafio conjugar os objetivos de ensino da escola e os desejos da família ao comportamento explicitamente de resistência dos jovens de hoje. A geração dos 40 anos de hoje, que também revolucionou sua época, não foi tão insubordinada. Tínhamos ouvidos mais aberto aos pais e professores. Que planeta essa juventude vai construir se não for enquadrada?
Sonia Alquezar Facca -- Permita-me trazer uma citação do século V a.C. alusiva a Sócrates: "Nossos adolescentes atuais parecem amar o luxo. Têm maus modos e desprezam a autoridade. São desrespeitosos com os adultos, passam o tempo vazando nas praças... São propensos a ofender seus pais, monopolizam a conversa quando estão em companhia de outras pessoas mais velhas, comem com voracidade e tiranizam seus mestres". Parece-me um pensamento extremamente atual e permanente.
A escola vive momento de perplexidade, sem uma proposta original para preparar o homem do futuro. Talvez os jovens estejam mais com razão do que a escola quando, em geral, se queixam da instituição. A sociedade precisa ser sacudida pelas cabeças dos jovens. Quando eles queimam etapas e se transformam em adultos cedo demais, as relações ficam muito sérias, competitivas, diria até um pouco falsas. Estudar hoje tem sido coisa pesada para o adolescente. Há excesso de preocupação com a forma e o conteúdo informativos, mas faltam iniciativas para buscar o interesse, a motivação e a curiosidade do aluno. A escola se transforma numa instituição opressora e os adolescentes parecem não gostar tanto de estudar. Aí começam a reagir contra essa escola.
Toda a técnica de lidar com adolescentes tem como característica principal apresentar para ele um mundo firme. Isso é algo que não se faz por meio de pensamentos nem tampouco mecanicamente. Só pode ser levado a cabo por uma pessoa que seja ela mesma consistente, sem ser perfeita. É preciso apresentar o mundo em pequenas doses para quem está se desenvolvendo, para não causar-lhe confusão e para que vá saboreando e usufruindo desse mundo devagar. "Para viver é preciso uma certa porção de ilusão" -- diria meu mestre Donal W. Winnicott. O princípio de deixar o jovem se aproximar das coisas criativamente ainda é importante. A questão talvez não seja somente o enquadramento do jovem, mas que haja um agente protetor: a família e depois a escola. No meu trabalho como terapeuta de adolescentes, a maior parte do tratamento é realizada na família e na escola. Tal qual a canção dos Beatle Let it be (idioma da pós-modernidade), assim deve ser com os jovens.
Como um educador pode ser consistente sem ser perfeito, como a senhora coloca, e enfrentar os desafios que o mundo pós-moderno está trazendo?
Sonia Alquezar Facca -- Primeiramente, valorizando-se o sujeito, vendo-o de uma nova forma, mais subjetivamente, ajudando-o a construir sua historicidade pessoal, familiar, social e como membro de uma espécie. É preciso lutar para preservar alguns valores do mundo moderno que não podem ficar demodê. Fico feliz quando vejo jovens elogiando professores solidários, que têm retidão moral, empatia, sem saírem do seu lugar de professor. É preciso trazer de volta o brincar, ensinando crianças e jovens a encontrar e desenvolver a criatividade, a capacidade de inventar o novo até com idéias velhas. É preciso resgatar o pensar, não só o repetir, o reproduzir. A reflexão leva tempo e muitas vezes ultrapassa o tempo do relógio. É preciso um tempo-relógio interno. É um processo. Por fim, é preciso transformar a escola em uma escola para os pais, permitindo que a vida entre na escola, e esta dê continuidade àquela. Que se mudem as estratégias, os objetivos, que se transformam as pessoas. O resto virá naturalmente depois.
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10/05/2024 Todas as respostas de Carlos Ferreira