Administração Pública

Capital Social dos prefeitos
da região está muito aquém

DANIEL LIMA - 15/04/2019

Em prováveis seis capítulos (além deste texto de abertura que explica os ingredientes dessa proposta) pretendo mostrar ângulos inéditos no jornalismo brasileiro sobre o desempenho dos prefeitos, no caso do Grande ABC. 

Se num passado recente abri a fila de avaliações dos Executivos usando método que, semelhantemente, algumas grandes publicações seguiram depois (caso específico do Observatório de Promessas e Lorotas), desta feita o que pretendo é construir alguns pilares conceituais que contribuiriam para os leitores avaliarem com menos paixão, mais interesse e mais pragmatismo os prefeitos que temos. 

Rascunhei os pontos básicos do que chamaria de uma anatomia completa de cada titular dos paços municipais eleito há mais de dois anos. 

Rascunhar na linguagem jornalístico, ou pelo menos na minha linguagem jornalística, é demarcar os pontos viscerais a uma análise. Não costumo usar esse método. Somente em casos muito especiais, que demandam várias abordagens transversais, tomo esse cuidado. 

Reprovação coletiva 

Exatamente por consumirem um pouco mais da metade do mandato os prefeitos da região terão a oportunidade de reverter o quadro que não lhes é nada satisfatório, segundo a ótica que concebi. Eles são reprovados coletivamente. Ainda não cheguei à nota média desse colegiado. Vou deixar para definir durante cada capítulo temático. 

Tratarei de coletivismo. Não por qualquer outra coisa que não seja a similaridade que os mantêm atrelados a uma mesmice, com variáveis que somente confirmam a regra de ortodoxia administrativa que vem de longe, de antecessores igualmente negligentes ou descuidados. Com a enorme desvantagem de que pegaram o rabo de foguete de municípios cada vez menos endinheirados. Ou cada vez menos robustos em comparação com as demandas sociais, sobretudo no campo da infraestrutura física, da saúde e da segurança, além da logística de transporte.  

Não necessariamente em datas sequenciais vou elaborar breves textos sobre o desempenho geral dos prefeitos sob a ótica de Capital Social que também é a ótica de CapitalSocial. 

Sim, o conceito de Capital Social (separado em duas palavras originais) e os pressupostos de CapitalSocial (ajuntamento gráfico desta publicação), ou seja, da expressão e também da marca, são praticamente os mesmos, daí os ter rebocado a estas páginas. Inspirei-me nos pressupostos de Capital Social para gerar esse monstro de atrevimento chamado CapitalSocial. Atrevimento tamanho que até mesmo me dou ao luxo de, entre outras loucuras, lançar luzes sobre o que significaria ser um bom administrador público levando-se em conta vetores como o que estou propondo agora. 

Pilar de tudo 

Em síntese, Capital Social e CapitalSocial professam o equilíbrio entre Sociedade, Poder Público e Mercado. Quanto mais uma determinada comunidade municipal, regional, estadual e nacional conviver harmonicamente sobre esse tripé, mais serão as potencialidades de avanços econômicas, sociais e culturais. Diante de qualquer desiquilíbrio entre esses elementos-base da sociedade, tudo se encaminha a mais distorções. 

O Grande ABC, assim como o Brasil como um todo, está em desequilíbrio há muito tempo. O Estado em diferentes esferas é senhor absoluto do meio de campo, da defesa e do ataque. Sem contar que conta com a arbitragem e os bandeirinhas a favor. Somente a torcida mais esclarecida é contrária, mas aí é outra história. 

Notaram os leitores eventualmente descuidados que CapitalSocial (a marca desta publicação que caminha para o vigésimo aniversário de batismo) não é uma junção qualquer de palavras para impressionar o distinto público? Há todo um arranjo ético e institucional a permear CapitalSocial, sem o qual não teria razão alguma deste jornalista aqui estar. 

Quesitos a destrinchar 

Costumo dizer que, se não fiz bobagens extravagantes como alguns coleguinhas mais famosos em nenhum tempo passado, não o faria depois de experiente.

Mas vamos ao que mais interessa. O que vai balizar a nota final que atribuirei nesta série ao conjunto de prefeitos da região (e que mais tarde, com mais tempo de mandato, poderei especificar a cada mandatário) é um conjunto de seis dimensões específicas de atuação. Anotem: 

 Capital Político

 Capital Eleitoral

 Capital Institucional

 Capital Econômico

 Capital Administrativo

 Capital Midiático 

Perceberam os leitores que fecho praticamente todos os pontos essenciais à avaliação objetiva, mas também subjetiva dos prefeitos de plantão? 

Mais que a definição desses pontos, diria que, fosse eu um dos prefeitos em ação ou em inação, chamaria imediatamente o que eles mais gostam de ter próximos nas proximidades, no caso os marqueteiros, e daria um jeito de reformular estratégias da Administração a fim de cercar o touro bravio em terreno aberto. 

Como assim: cercar o touro bravio em terreno aberto? Ora, não existe a menor dúvida de que os prefeitos em geral (e tantas autoridades públicas também) só dizem da boca para fora ou se fiam em amadores o que pensam se tratar de estratégia político-administrativa. Eles sabem muito pouco sobre isso. Só soubessem bem mais, não seriam o que são, no geral e no específico (que deixo para mais tarde).

Próximos capítulos 

Nos próximos capítulos em datas que poderão ser tão acrobáticas como burocráticas (ou seja, ocasionais ou sequenciais) vou destrinchar com brevidade cada núcleo conceitual que formam o guarda-chuva geral de Capital Social. E também de CapitalSocial. 

Decidi porque tenho poder de decidir o que escrevo e não tenho medo de cara feia porque cara feia significa dobrar-se a interesses nem sempre puros, decidir porque decidi, portanto, que estabeleceria pesos relativos para chegar à nota final de cada ilha da constelação que forma Capital Social. 

Não seria justo nem inteligente considerar para efeitos analíticos de uma gestão coletiva de prefeitos ou mesmo para uma gestão individual de prefeitos que todos os núcleos de análises contassem com a mesma valoração matemática para efeito de nota final. 

E para ser coerente com tudo o que escrevi ao longo de uma vida porque só escrevi devido à lógica fundamentada de que não existe almoço de graça, como já disse consagrado economista, atribuo ao Capital Econômico o peso mais relevante à avaliação dos prefeitos. 

Nem poderia ser diferente porque sem recursos egressos da dinâmica econômica principalmente do empreendedorismo privado não haveria o restante, não é verdade? 

Basta reparar no mapa de pobreza do País a incidência mínima de produção de riqueza privada e o predomínio avassalador do Estado em suas várias formas de pecados sobrepostos. Mas não vamos invadir essa área, porque não é essa área o que interessa agora. 

Agora, veja o leitor quais são os pesos relativos de cada um dos compartimentos que geral Capital Social, os quais vão determinar a nota média final das avaliações:

 Capital Político; 10%

 Capital Eleitoral: 5%

 Capital Institucional: 15%

 Capital Econômico: 50%

 Capital Administrativo: 10%

 Capital Midiático: 10%  



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