Administração Pública

Verde é mais um
trunfo de negócios

VERA GUAZZELLI - 05/07/2003

A Prefeitura de Santo André dá mais um passo para transformar Paranapiacaba em endereço turístico capaz de integrar os principais roteiros ecoculturais do País. A recente criação do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, adquirido no final de 2001 com a histórica vila ferroviária, permite uma opção permanente de entretenimento. Às portas da terceira edição do Festival de Inverno, o Parque vai mostrar ao aguardado público de 30 mil pessoas que já existem motivos para visitar Paranapiacaba fora dos eventos pré-agendados. 

A Vila inglesa vive o paradoxo de ser um destino ferroviário sem acesso por trem. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) suspendeu a linha regular em 2001 por considerar a operação deficitária e o embrionário projeto do trem turístico depende, entre outros fatores, do aumento de visitantes. Pelos levantamentos da Prefeitura, Paranapiacaba registrou média de mil turistas por final de semana nos primeiros cinco meses deste ano e o Parque desponta como importante coadjuvante para atrair mais público. A Vila envolve empreendedores locais e de fora na implantação de ateliês, bares, cafés, pousadas e restaurantes, o que torna imprescindível a criação de mecanismos que possam levar consumidores a esses estabelecimentos.  

"A Mata Atlântica é chamariz natural. A diferença é que agora temos um parque legalizado, monitorado e principalmente seguro" -- acredita a diretora do Departamento de Paranapiacaba, Silvia Costa.  O Parque Natural Nascentes de Paranapiacaba tem 4,2 quilômetros quadrados de mata cortada por cinco trilhas já sinalizadas, cujo acesso está liberado de terça à domingo, das 8h às 17h, e custa R$ 1. Apenas uma das trilhas pode ser percorrida sem acompanhamento de guias. Para acessar as outras quatro, é preciso contratar um dos 16 monitores da AMA (Associação de Monitores de Paranapiacaba) e pagar adicional entre R$ 3 e R$ 12, dependendo do percurso e do tipo de serviço realizado. Os pacotes incluem de simples acompanhamento com explicações básicas sobre flora e fauna até orientação de procedimentos para piqueniques, de modo que a proteção ambiental esteja sempre em primeiro plano.

Paranapiacaba está prestes a inaugurar o Centro de Estudos e Formação Socioambiental com aulas sobre ecologia e preservação. O projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação Santo André e integra a Universidade Aberta do Meio Ambiente. O primeiro curso, denominado Imagem e Paisagem, ensina noções básicas de como fotografar os infindáveis detalhes da natureza. A Vila também acaba de receber US$ 100 mil do WMF (World Monument Fund) para restauro do prédio do Castelinho. É o segundo aporte da entidade, que inclui o local entre os 100 documentos mundiais passíveis de preservação e já havia enviado US$ 50 mil para recuperar o Centro de Documentação.


Festival de Inverno -- Programada para os finais de semana de 12 e 13 e 19 e 20 deste mês, a terceira edição do Festival de Inverno terá algo mais do que espetáculos de música e cultura com a tradicional participação do multiinstrumentista Hermeto Pascoal e da Orquestra Filarmônica de São Bernardo. Além dos shows, um rol de novos empreendimentos estará à disposição dos apreciadores da paisagem londrina. Uma boutique cultural, dois cafés, uma casa de chocolate, uma loja de conveniência e uma pousada abrem as portas em consequência do chamamento público efetuado para ocupar parte dos 20 imóveis reservados à instalação de negócios por período experimental de quatro meses. O prazo pré-determinado tem como objetivo testar a viabilidade diante das perspectivas de autossustentabilidade da Vila, antes de tornar o negócio definitivo.

Toda essa movimentação é fundamental ainda para consolidar a rede de empreendimentos caseiros dirigida por moradores que aderiram ao projeto de reconversão econômica formatado pela Prefeitura de Santo André. Até agora são uma casa de chá, uma de pão-de-mel, 13 Portas Abertas que servem refeições caseiras, oito pousadas em estilo bed and breakfast, sete ateliês-residências, entreposto de arte e culinária, Associação dos Guardadores de Veículos e a AMA. "A população local precisa sentir-se inserida, ser agente das mudanças" -- entende Silvia Costa. A Prefeitura de Santo André já investiu R$ 5,3 milhões em recursos próprios para a estruturação do projeto turístico. 


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