Esportes

Santo André capitalista para
resistir à avalanche no futebol

DANIEL LIMA - 04/08/2006

Quanto vale um dos 12 clubes mais importantes do Estado, membro da requisitada Série A do Campeonato Paulista e respeitado integrante da Série B do Campeonato Brasileiro?


O Esporte Clube Santo André não está à venda como uma mercadoria qualquer, mas quer deixar de lado o romantismo do presente sem perder a memória de muitas conquistas. O Santo André está apenas procurando resistir à avalanche da globalização no esporte que, mais dia, menos dia, intensificará divisão entre vencedores e vencidos.


É por isso que neste mês o clube de futebol profissional mais antigo em atividade no Grande ABC viverá provavelmente a maior empreitada da história de quase 40 anos.


Quando a quinta-feira, 10 de agosto chegar, o Restaurante Baby Beef vai receber convidados especiais para conhecer os primeiros detalhes de uma operação que deverá alçar o futebol da cidade a novo estágio: a separação do Esporte e do Clube, que passarão a contar com diretorias e objetivos diferentes, embora sinérgicos.


Traduzindo: o Poliesportivo de 30 mil associados familiares se tornará metade independente do futebol tanto quanto o futebol de prestígio nacional a outra metade à parte do Poliesportivo. Algo como se ensaia no Palmeiras e que se pratica com matizes específicos no São Caetano, no Figueirense, no Corinthians e em tantos outros endereços esportivos.


O Santo André finalmente entrará no território dos clubes de futebol que substituirão o voluntarismo diretivo e o entusiasmo de conselheiros deliberativos por acionistas que entre muitas prerrogativas terão o direito de escolher a direção executiva.


O presidente Jairo Livolis, empresário do ramo de material esportivo que mudou a história do Santo André a partir da inauguração do Parque Poliesportivo, em maio de 1992, é um dos entusiastas da transformação administrativa do futebol da cidade. Mais que isso: é um sentenciador privilegiado por viver intensamente a teoria e a prática do clube: “Ou caminhamos definitivamente para o clube-empresa, ou teremos cada vez mais dificuldades para superar obstáculos” — afirma o dirigente que fez trajetória comum entre os homens que comandam agremiações brasileiras ainda resistentes a mecanismos empresariais: passou da condição de torcedor a conselheiro e de conselheiro a presidente numa escalada de mais de três décadas.


Qual o modelo de futebol que será apresentado a possíveis investidores no encontro programado para 10 de agosto?


Os detalhes estão sendo mantidos em segredo. Certo mesmo é que todo o acervo de mudanças do regime de profissionalismo convencional para parcerias empresariais foi analisado pelo presidente do Santo André e um quadro de especialistas em legislação esportiva e societária.


Pretende-se apresentar formato jurídico que, ao mesmo tempo em que ofereça segurança aos investidores, não iniba a sede de empreendedorismo de quem acredita que o Santo André possa entrar no fechadíssimo grupo de clubes que atravessarão os próximos tempos beneficiando-se das sacolejadas que catapultam o futebol como negócio promissor.


O momento é especialmente providencial para o Santo André tornar-se sociedade limitada entre outros motivos porque tem o que interessa aos investidores. A titularidade na Série A do Campeonato Paulista e uma das 20 vagas na Série B do Campeonato Brasileiro são vitrines concorridíssimas.


O Santo André está entre os 12 clubes mais importantes do Estado e entre os 40 mais requisitados do País. Só perde no âmbito paulista para Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Ponte Preta e São Caetano, que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, e está em igualdade de condições com Ituano, Portuguesa, Guarani, Marília e Paulista, que integram a Série B do Brasileiro.


Como na velha canção popular, o Santo André quer fazer a hora e não esperar acontecer. A transformação de clube convencional em clube empresarial não pode mais ser prorrogada, acredita o presidente Jairo Livolis. O mundo do futebol está em revolução. Só vão sobrar para contar a história, pelo menos a história dos que não aceitam marcar passo, quem pegar o trem da modernidade.


O Santo André tem garrafa para vender. As vagas no Campeonato Paulista e no Campeonato Brasileiro da Série B são chamarizes que especialistas no ofício do futebol como negócio chamam de patrimônios respeitáveis.


As duas competições oferecem ao Santo André vantagens estratégicas que apenas outros 11 clubes paulistas usufruem: o calendário de um ano inteiro para programar atividades, vender imagem, lustrar o marketing. Até mesmo a falta de grande massa torcedora é relativizada no mundo dos negócios. Livre de pressões comuns nos clubes mais populares, o Santo André não sofre com os males do emocionalismo que explica situações de crise de logomarcas mais tradicionais do futebol.


Regularidade é condimento essencial aos negócios. O vizinho São Caetano é prova disso. A estrutura societária que dá sustentação à equipe está imune a tempestades de areia de fanatismos exacerbados.


O ideal seria combinar representatividade popular e regularidade de desempenho. Como o São Paulo vem conseguindo nos últimos anos. Mas se trata de uma das poucas exceções de algo que poderia ser chamado de sucesso do modelo convencional do futebol profissional. E mesmo assim esse modelo não é tão convencional assim.


Os quadros diretivos do São Paulo são ocupados por executivos muito bem pagos que organizam o clube sob pressupostos de empresa. No Santo André e na maioria dos clubes brasileiros os diretores vinculados ao futebol são voluntários diligentemente à disposição da paixão nas horas vagas.


Nem mesmo o fato de estar na Série B do Brasileiro torna o Santo André potencialmente menos importante. A gangorra do acesso e do descenso qualifica a Série B como passo potencialmente iminente à Série A. A recíproca é verdadeira. Ou não foi assim com o Palmeiras e com o Grêmio, campeões nacionais rebaixados e ascendentes ainda outro dia? Ou não é verdade que outro campeão, o Coritiba, está na mesma Série B do Santo André? E o Bahia e o Vitória que agora frequentam a Série C?


Ainda não se tem definição mesmo que preliminar do número de cotas de capitalização que o Santo André reservaria aos acionistas. Discute-se algo entre 100 e 200 unidades. Certo mesmo é que não se pretende capilarizar a participação de investidores. Primeiro porque poderia criar dificuldades ao rápido preenchimento de vagas. Segundo porque poderia tornar mais complexa a gestão da sociedade esportiva.


Outro ponto levado em conta é a possibilidade de juntar o útil e o agradável. Entenda-se como útil interessados que tenham recursos financeiros para aplicar num negócio projetado como promissor. Entenda-se como agradável que esses mesmos investidores tenham intimidade com a história do Santo André e que, portanto, consigam compatibilizar interesses econômicos e afetividade clubística.


Não se pretende construir um Santo André empresarial no sentido mercantilista da expressão. Quer-se um Santo André com estrutura corporativa, mas que não abra mão de laços culturais inclusive com a própria representatividade do Município e, principalmente, com a outra metade da qual se separará juridicamente, o Parque Poliesportivo com seus dirigentes, membros do Conselho Deliberativo e associados. Espera-se do novo Santo André, inclusive, maior capacidade de inserir-se na comunidade.


Vestir a cidade e o Grande ABC de azul e branco seria consequência de bons resultados dentro de campo que, por sua vez, dependem de organização diretiva e investimentos. Despreza-se a alternativa de o futebol do Santo André ser visto apenas como acidente capitalista na cidade que o concebeu em tempos de sangue, suor e paixão.


Como amarrar essas pontas supostamente tão distintas? Esse é o desafio a que se impõe a diretoria presidida por Jairo Livolis. O temor de esgarçar-se a tradição do clube numa eventual composição dominada por voracidade financista existe, mas se dissipará na exata proporção em que torcedores, conselheiros e dirigentes mais tradicionais participarem como acionistas.


Só não existe no referencial de modernização do Santo André a idéia fixa de que a simples ameaça de romper-se com a representatividade histórica do clube impediria conversão ao regime empresarial de sociedade limitada.


Entre um Santo André angelicalmente romântico que amanhã possa ser rebaixado a divisões inferiores do futebol paulista e brasileiro e um Santo André que salte para novos triunfos tendo como base a solidez de uma estrutura negocial num mundo em que o futebol é cada vez mais um forte ramal do capitalismo, a opção é pela segunda alternativa.


Já se foi o tempo de messianismo no futebol. O Santo André tem páginas de heroísmo que o ajudaram a chegar à condição atual. Nos anos 1970, quando nem de longe se imaginava que futebol e dinheiro virariam sinônimos, o então presidente e funcionário público Wigand Rodrigues de Souza promoveu campanha de recolhimento de garrafas vazias e papelão para pagar salários atrasados de jogadores de uma equipe que se resumia às camisas.


Também são parte da história do Santo André casos em que dirigentes e conselheiros liderados pelo então presidente, o empresário de revendas de veículos Breno Gonçalves, deixavam a sala de reuniões com talões de rifas. Naqueles tempos e também depois o futebol não havia sido descoberto como espetáculo de televisão que atrai milhões em publicidade. Quanto a TV fez emergir esse filão, tudo se alterou.


A expectativa do presidente Jairo Livolis é que já na apresentação do projeto sejam anunciados os primeiros acionistas. O valor de cada cota ainda não foi revelado. Sabe-se que não serão salgados demais. Pelo contrário: a capitalização abrangeria provavelmente 36 meses. O montante possibilitaria ações táticas e estratégicas. Táticas no sentido de aparelhar o futebol não só para manter-se nas atuais divisões profissionais, mas, possivelmente, para dar novos saltos. Passados os três anos, o Santo André estaria completamente adaptado ao mundo dos negócios do futebol. Provavelmente despertaria a cobiça de investidores internacionais. Aí se consagraria uma linha sonhada por todos os aficcionados: integraria o privilegiado circuito de clubes profissionais de interesses cruzados. Rentabilidade de investimentos teria sentido semelhante à perspectiva de sucesso nos gramados.


Trabalha-se também com a possibilidade de que, logo após o lançamento acionário e, fechado o grupo de investidores, o Santo André ganharia imediata reconfiguração societária com a participação de investidores internacionais. O presidente Jairo Livolis não confirma esse desdobramento imediato, mas não o refuta de forma enfática. Algumas tratativas já teriam sido realizadas para colocar o Santo André na rota internacional.


Essa perspectiva pode dar moldura jurídica mais cuidadosa à transposição. Afinal, o bom senso indica que, seja verdadeiro ou não o interesse imediato de um grupo estrangeiro no Santo André, a perspectiva de novas articulações não pode ser inviabilizada por armadilhas jurídico-societárias. Capitalismo em qualquer atividade é animal que não suporta hostilidade.


O anúncio da sociedade limitada reservada ao Santo André é bem diferente das circunstâncias que levaram o mesmo presidente Jairo Livolis a divulgar, mais de sete anos atrás, na Reportagem de Capa da edição de junho de 1999 de LivreMercado, a idéia de tornar o clube sociedade anônima. “Santo André S/A à moda Thatcher”, o título das páginas internas que anunciou a possibilidade de pulverizar ações para enfrentar as dificuldades que já se apresentavam para clubes médios, fazia referência às privatizações comandadas pela primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Eram tempos em que a Lei Pelé acenava com a abertura de janelas a composições societárias adaptáveis às exigências do mercado de capitais.


O Santo André acabou descartando a proposta entre outros motivos porque a conjuntura macroesportiva não se revelou favorável. Além disso, o preconceito de que investimento numa atividade avaliada como essencialmente emocional não oferecia segurança e rentabilidade.


O Santo André disputava a Segunda Divisão Paulista e sofria com a falta de calendário, atirado às feras da Série C do Brasileiro. O São Caetano construiu sucesso e prestígio na sequência, saltando da Série C para a Série B e da Série B para a Série A do Campeonato Paulista, numa trajetória semelhante à que imprimiu nas respectivas divisões do Campeonato Brasileiro. Chegou a duas finais seguidas do Campeonato Brasileiro. Mais adiante, conquistou o título paulista. O respaldo de estrutura de sociedade limitada de poucos mas aplicadíssimos participantes indicava o caminho das pedras. Em vez de muitos e improváveis investidores, o contraponto de poucos mas decididos participantes.


Diante das dificuldades de criar uma sociedade anônima à moda britânica o Santo André dos anos seguintes optou por estreitar laços com a Prefeitura. Com o apoio da administração Celso Daniel o Santo André saiu do pelotão de clubes profissionais sujeitos a rebaixamentos cíclicos para alcançar prestígio nacional. Principalmente com a conquista do título da Copa do Brasil na final de 2004 contra o Flamengo num Maracanã lotado. Estava garantida uma vaga inédita na Taça Libertadores da América.


Antes disso o Santo André saltara da Série B para a Série A do Campeonato Paulista, ganhara a Taça São Paulo de Futebol Júnior (espécie de Campeonato Brasileiro da categoria) e conseguira vitória heróica na Paraíba para conquistar o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro.


A aproximação entre o Santo André e a Prefeitura dirigida pelo PT foi operação politicamente desgastante. Embora o clube sempre tenha tido apoio do Poder Público, independentemente de cores partidárias, com o PT provocou certo estremecimento.


Membros mais conservadores e influentes do Conselho Deliberativo não engoliram as novas relações diplomáticas. Sobretudo porque havia contrapartida mais que subjacente da administração Celso Daniel fazer do secretário municipal Klinger Sousa sucessor na chefia do Paço Municipal.


Klinger Sousa virou vice-presidente e articulava apoios financeiros de fornecedores da Prefeitura em favor do clube. Ele era movido pelo mesmo instinto político do prefeito Luiz Tortorello, de São Caetano, que se deleitava com as vitórias do Azulão já administrado empresarialmente.


Avesso à política, o presidente Jairo Livolis aproximou-se com cautela dos dirigentes públicos. Durante todo o processo contou com um ponta-de-lança nas relações com a administração Celso Daniel. O vice-presidente Celso Luiz de Almeida costurou pessoalmente os apoios. Não é por acaso que os melhores momentos do Santo André dentro de campo coincidem com o aporte de recursos financeiros de corporações estimuladas a investir no clube pela administração municipal.


Mesmo que Celso Daniel não tivesse morrido e mesmo com Klinger Sousa como prefeito, provavelmente o Santo André partiria para um modelo capitalista. O futebol profissional vive transformações favoráveis a investidores e, melhor ainda, comporta perspectivas de que os cifrões estão muito aquém das potencialidades.


Futebol é negócio de milhões. Em 2004, a receita somada dos 19 clubes que integravam a Série A do Campeonato Brasileiro (o Cruzeiro não divulgou dados) foi de R$ 825 milhões, equivalente a 2,7% do que foi gerado pela indústria do esporte e 0,047% do Produto Interno Bruto do País, segundo lista da Casual Auditores de São Paulo feita com base nos balanços dos clubes mais representativos do País.


Quando comparados aos valores da Europa, o futebol brasileiro parece brincadeira de aprendizes. O faturamento somado em 2004 dos principais clubes brasileiros é menor do que a receita gerada pelo Real Madrid na temporada 2003/2004, de 236 milhões de euros. O clube espanhol foi o segundo colocado naquela temporada, atrás do Manchester United da Inglaterra com 259 milhões de euros.


A pesquisa da consultoria Deloitte não contabilizava o dinheiro que os clubes ganharam com transferência de jogadores, uma das principais fontes de receitas dos clubes brasileiros junto com a cotas de TV e patrocínio. O estudo da Casual, publicado pelo jornal Valor Econômico, mostra que para alguns clubes brasileiros a receita de venda de jogadores chegou a 65% do total arrecadado.


Esperar que o futebol de negócios vire unanimidade seria demais. Um artigo recentemente elaborado por Joseph Harker do britânico The Guardian oferece algumas semelhanças com tudo o que se escreveu no Brasil — e eventualmente ainda se escreve — sobre os investimentos da MSI no Corinthians. Num texto produzido às vésperas da decisão entre Chelsea e Manchester United, Joseph Harker traçou paralelo entre os dois modelos de capitalismo que separa os clubes.


“Nada resume melhor esta era de futebol dominada pelo dinheiro: os salários combinados dos dois times dariam para financiar um país de médio porte da Europa Oriental. Mas diferença crucial entre os dois clubes não tem sido percebida porque, em sua rota para a riqueza, Manchester e Chelsea estão em extremidades opostas do espectro da moralidade” (…) “O Manchester conquistou o direito de ser o maior gastador. Ele se tornou o clube de maior torcida do Reino Unido porque sua história dramática conquistou a imaginação do público”. (…) “A torcida do Manchester cresceu de tal maneira que, quando o dinheiro entrou no jogo, eles puderam transformar a maior parte desse apoio em receitas de bilheteria, merchandising e cota de TV. O Chelsea não teve nada disso, mas acabava de se classificar para a Liga dos Campeões da Europa quando a companhia petrolífera russa Sibneft pagou bilhões de libras em dividendos a seus maiores acionistas, um dos quais Roman Abramovich”. (…) “No Chelsea, todos sabem de onde veio o dinheiro. Os agentes de futebol, é claro, estão pouco ligando para sua origem. Todos os sabichões e comentaristas de futebol falam da qualidade dos jogadores ou das táticas, ou das falas dos treinadores, fechando os olhos para a pobreza em massa deixada para trás. O fato é que para o Chelsea, tudo que conta agora é a ganância; o clube se tornou uma mancha moral na face do esporte. Quanto mais essas injustiças forem toleradas, mais seremos todos corrompidos” — escreveu o jornalista britânico, alma gêmea de alguns poucos profissionais da mídia nacional que se atiram contra parceiros internacionais.


Pena que esses paladinos da ética e da transparência não tenham o mesmo ímpeto em investigar e denunciar consagrada prática tupiniquim de dirigentes que se locupletam com apetitosas comissões, quando não com nacos valiosíssimos de direitos federativos de atletas negociados inclusive com representantes da rede internacional de investidores.


Muitos desses dirigentes esportivos brasileiros que relutam em abrir as portas para parcerias sabem exatamente o que fazem porque não praticam o capitalismo de risco. Preferem o sanguessuguismo protegidíssimo pelo suposto manto sagrado da integridade clubística a salvo de parcerias empresariais. Ficam com lucros subterrâneos e repassam prejuízos aos balancetes dos clubes que dizem representar. Há exceções que confirmam a regra.


A decisão do Santo André virar sociedade limitada, portanto, é um passo que parece tão inevitável quanto indispensável. O modelo de futebol profissional de voluntários não é a melhor garantia de sustentabilidade de clubes de massa, quanto mais de agremiação de porte médio. O torniquete de competidores movidos por engrenagem empresarial aperta cada vez mais.


O conceito de clube-empresa não é apenas a melhor alternativa que o Santo André poderia adotar para superar dificuldades já presentes. É também o contraveneno. Para participar da grande rede nacional e internacional de negócios do futebol é preciso adaptar-se tecnicamente, aplicando-se conhecimentos empresariais em todos os departamentos. Manter sob contrato apenas comissão técnica e jogadores é quase um disparate quando se reconhece que futebol é uma montanha de dinheiro à disposição dos mais competentes.


A publicidade que o São Paulo veiculou no mês passado em horário nobre de televisão para conquistar mentes e corações de pequenos torcedores é sintomática dos novos tempos. Mais que torcedores, o tricampeão mundial está plantando raízes de novos clientes para seus produtos. O sonho tricolor é ultrapassar Corinthians e Flamengo como mercados de consumo no futebol brasileiro.


É verdade que os resultados dentro de campo são a base e que, portanto, não se pode desprezar o marketing de oportunidade que vitórias proporcionam. Entretanto, o marketing de relacionamento permanente que as empresas mais respeitáveis aplicam independentemente de oferecerem novos produtos à clientela também ajuda a fazer a diferença.


O Esporte Clube Santo André provavelmente não suportará a avalanche do negócio chamado futebol se não se tornar Santo André Sociedade Limitada. Resta saber que tipo de sociedade esportiva advirá do que será apresentado em 10 de agosto. Acionistas com mentalidade de conselheiros deliberativos serão péssima variante. Acionistas com sede de empreendedorismo serão grande tacada.


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