Cidade Capuava é uma marca que dei a um território de Santo André e de Mauá que significa a metade das dimensões espaciais de São Caetano.
Ou seja: é metade de São Caetano em Santo André e em Mauá à espera de uma boa parcela de qualidade de vida de São Caetano.
O prefeito Paulinho Serra e também o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, têm obrigação conjunta de dar um pontapé inicial. Afinal, eles mesmos descobriram o tamanho da oportunidade, embora tenham visto apenas uma parte e uma parte menos importante do que une os dois municípios.
Vou personalizar em Paulinho Serra maior dose de responsabilidade porque Santo André é historicamente maior que Mauá em todos os sentidos.
EM CONSTRUÇÃO
Mauá é um endereço que ainda constrói a própria identidade, aos trancos e barrancos, depois de caudalosas e intensas migrações.
Santo André viveu essa transformação até por volta de metade do século passado com mais vagar e outras conformações sociológicas.
Ou seja: a anterioridade desenvolvimentista de Santo André me obriga a centralizar fogo e eventuais aplausos na atual administração municipal. Até porque não parece ter batido no prefeito de Mauá os tambores da relevância do compartilhamento.
OLHOS ATENTOS
Fosse o prefeito Paulinho Serra, estaria de olhos abertos no calendário gregoriano e no calendário eleitoral.
Falta pouco para faltarem os dois últimos anos de dois mandatos.
Seja quem for o próximo prefeito de Santo André (e pelo andar da carruagem, qualquer poste será eleito, porque não há oposição organizada e a sociedade nunca esteve tão dispersa nas questões locais nestes tempos de extremismos nacionais) o ideal seria mesmo que desse continuidade a um projeto que ainda não foi levado a cabo.
PROJETO A ELABORAR
O projeto de Cidade Capuava precisa ser elaborado, organizado e aplicado. Santo André vive a viuvez de dois fracassos retumbantes.
Primeiro, o Eixo Tamanduatehy, deixado por Celso Daniel após algumas iniciativas práticas que tornaram a Avenida Industrial menos hostil ao capital e também menos transbordante em sexo.
Se bem que sobre esse segundo ponto não posso dizer muito, por mais curioso que seja. Aquelas ruas escurinhas recheadas de gente com pouco roupa e muita testosterona não faz parte de minha rotina.
A Cidade Pirelli também virou pó porque nada do que se projetava se levou adiante quando se considera o conceito legado por Celso Daniel.
PROJETO ABANDONADO
Mais que isso: houve a profanação de tudo que se previa e ao invés de um espaço de larga complementaridade econômica, com suplementação de riqueza social, temos um empilhamento de torres residenciais e comerciais sem demanda e um shopping que pena o diabo para resistir à imprevidência de se instalar em local inadequado. Contavam com a Estação Pirelli da CPTM que nunca chega.
Não vou dizer que é uma moleza dar o tiro de largada na Cidade Capuava, mas é muito factível.
Li outro dia no Diário do Grande ABC uma matéria sem qualquer relação direta com a Cidade Capuava, mas que tem relação direta com a Cidade Capuava. Se você não entendeu, vou explicar.
ESCANCARAMENTO
A reportagem sob o título “Unipar busca projetos sociais e ambientais para incentivos” é um indicador de que a bola está quicando na entrada da área para Paulinho Serra e Marcelo de Oliveira chutarem-na gol adentro. Vou reproduzir alguns trechos emblemáticos:
Instituições sem fins lucrativos e pessoas jurídicas com projetos voltados à cultura, educação, esporte, saneamento e social podem submeter, até a próxima terça-feira, propostas para a captação de recursos em edital lançado pela Unipar, que tem unidade e Santo André. As inscrições poderão ser feitas pelo site da empresa. O edital prevê análise e a liberação de recursos para financiar iniciativas que promovam o desenvolvimento humano. “O nosso objetivo é ter o maior impacto social possível, e este é um dos pontos que procuramos nos projetos, aqueles que tenham o maior alcance. E também é significativo encontrar propostas que sejam no entorno de nossas fábricas, para impactar as comunidades que se relacionam com a gente no dia a dia”, explicou o gerente executivo de comunicação da Unipar, Suzana Santos.
POLÍTICA TRADICIONAL
Não preciso repassar os demais trechos da matéria do Diário do Grande ABC. Por não tocar na questão central de Cidade Capuava, nota-se claramente que a posição da empresa Unipar é individual e não vem de hoje.
Aliás, se há um segmento do setor industrial do Grande ABC que tem histórico de comprometimento com determinada área, apesar de todos os pesares, é o Polo Petroquímico.
Talvez porque a atividade seja muita visada pelos ambientalistas (nem poderia ser diferente, embora haja uma turma que viva de marketing ambiental para se manter viva), o Polo Petroquímico sempre procurou atuar fora de seus limites estritamente corporativos.
PRONTO PARA MUDAR
Pois é esse histórico que deveria mover tanto o prefeito Paulinho Serra quanto o prefeito Marcelo de Oliveira para tocar o barco na direção de uma reforma ocupacional no entorno daquelas torres fumegantes.
Não tenho a menor ideia do que anda fazendo o prefeito Paulinho Serra e o prefeito de Mauá após sugerir aqui a Cidade Capuava como marco de nova maneira de organizar determinadas áreas ocupadas na região.
O reconhecimento formal de que existe um extenso território no interior de Santo André e de Mauá sob a dependência do Polo Petroquímico de Capuava é o primeiro passo a mudanças.
Mas esse mesmo reconhecimento, quando levado ao público, não introduziu nenhum ferramental econômico transformador. A ideia de Cidade Capuava é deste jornalista maluco de pedra.
FERRAMENTA CERTA
Vou reproduzir em seguida apenas os primeiros trechos da primeira análise que fiz sobre o que poderia ser a Cidade Capuava. Produzi o material em 12 de agosto. Outras três matérias que fazem alguma ou mais acentuada referência ao tema vieram depois. Esta é a quarta. E não vou parar.
Vou ficar antenado no que poderia ser a Cidade Capuava sob a ótica dos dois prefeitos e no que entendo como prioridade. Minha base de análise está fincada exatamente, no ambiente regional, no Projeto Eixo Tamanduatehy e na Cidade Pirelli.
Todos nós aprendemos com fracassos e fracassos que passaram não podem ser repetidos.
GRUPO INAPROPRIADO
Pior que repetir fracassos passados é deixar passar uma oportunidade de ouro para lançar estacas a um futuro transformador. É assim que se apresenta a Cidade Capuava dos meus sonhos.
O grupo de colaboradores que as duas prefeituras nomeou para tratar da coordenação do território de Capuava está furado porque quando o fizeram não havia a perspectiva que apresentei, ou seja, de retirar a iniciativa do terreno exclusivamente urbanístico para patamares mais elevados, de economia, de meio ambiente, de empregabilidade, de cidadania.
Cidade Capuava, eis a grande
jogada de Paulinho e Marcelo
DANIEL LIMA - 12/08/2022
O prefeito (Paulinho Serra) de Santo André e o prefeito (Marcelo Oliveira) de Mauá acabaram de colocar o ovo de pé. Eles enxergaram o óbvio que ninguém enxergou. O que parecia difícil é a coisa mais fácil do mundo. Isso não significa, entretanto, que podem se acomodar. O tucano Paulinho Serra e o petista Marcelo Oliveira precisam enxergar muito mais para que o que enxergaram agora seja ainda muito mais visível e produtivo. Estou me referindo à constituição da Cidade Capuava, que tem o princípio, o meio e o infinito fundamentado no Polo Petroquímico.
Quem pensa que enxergar o óbvio ululante é uma tarefa fácil não sabe nada de história. O chamado Polo Petroquímico de Capuava está aí, plantado e metamorfoseado há 50 anos. E ninguém teve a ideia administrativa de juntar as áreas territoriais que banham Santo André e Mauá. Agora todos têm o que chamo de Cidade Capuava. Não acho que haja expressão melhor, mas não vou poder esgotar o assunto numa única análise. Cidade Capuava é o que chamaria de oitavo Município do Grande ABC. Administrado por Santo André e Mauá. São extensões administrativas dos dois territórios físicos.
Até agora ninguém tinha pensado nisso, ou seja, que a Cidade Capuava estava ali, na cara do gol de uma gestão dupla, que pode se expandir regionalmente porque tem influência no destino regional. O plástico, subproduto básico da Cidade Capuava, é economicamente uma matéria-prima de excelência.
PASSADO DE PASSIVOS
Há um passado de cobertura jornalística que vai entrar em campo também porque a Cidade Capuava formalizada agora pode ser muito maior, abrangente e transformadora do que se apresenta numa proposta levada a sério e que se torna lei.
Santo André e Mauá resolveram dar vida a uma área equivalente à metade de São Caetano, com 6,5 milhões de metros quadrados. E que, repito, não tem limites de influência porque o potentado petroquímico é elástico em inserção econômica e social.
A Cidade Capuava é o menor pedaço do território regional de 840 quilômetros quadrados. Portanto, menos de 10% do total. Mas tem um poderio econômico inestimável.
Traduzindo todas as informações técnicas a que tive acesso hoje de manhã, o resumo da ópera é que a Cidade Capuava será gerida como uma espécie de subprefeitura das duas cidades. Sugeriria que fosse mais que isso.
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07/03/2025 PREVIDÊNCIA: DIADEMA E SANTO ANDRÉ VÃO MAL