Política

Pare de contar lorotas, Luiz
Fernando. Vamos trabalhar?

DANIEL LIMA - 14/11/2023

O deputado petista Luiz Fernando Teixeira precisa acordar para o mundo real e o mundo real que ele pretende controlar, pelo menos numa das geografias da região, é o território de São Bernardo. Luiz Fernando, deputado estadual, quer ser prefeito de São Bernardo. É um direito de qualquer cidadão. Democracia é para isso mesmo. 

Agora, porém, está na hora de Luiz Fernando deixar de lorotas, de bobagens e começar a trabalhar para valer.  

O que o deputado Luiz Fernando Teixeira tem feito não é outra coisa senão desrespeitar os moradores de São Bernardo e da região como um todo. A mentira deslavada é seu ferramental eleitoral até agora.  

Ao invés de maltratar a história e os fatos, ao invés de levar fake news aos consumidores de informações, ao invés de se fazer de competente tendo no passivo a venda de um clube de futebol que representava a cidade, o mesmo clube de futebol em que ele misturou as bolas e tornou a camisa 13 imortal, porque remete a Lula da Silva, então presidente da República, ao invés de tudo isso, mostre serviço deputado! 

PARE DE MENTIR  

Luiz Fernando Teixeira, irmão de ministro do atual governo Lula da Silva, é um fazedor de ondas que não contribui em nada com a região. Ele enxerga a região pelos óculos de um varejismo vinculado à política partidária. É analfabeto em economia.  

Pare, deputado Luiz Fernando, de mentir para a sociedade. Mentiras sobre mentiras só podem ser classificadas como o paroxismo de um mentiroso. 

Se Luiz Fernando Teixeira não for mentiroso, então é um mal informado. Afinal, dizer o que diz sobre as vicissitudes econômicas de São Bernardo não são coisas que se digam sem passar pelo crivo dessa dúvida imensa.  

Ou seja: ou é mentiroso compulsivo ou é analfabeto econômico. Se não for nem uma coisa nem outra, então o desafio é ainda maior para identificar o que é que é o deputado Luiz Fernando Teixeira.  

JORNALISMO DIÁRIO  

Homem-chave dos dois mandatos de Luiz Marinho como prefeito petista em São Bernardo, entre 2009 e 2016, período no qual reinou com uma coleção de barbaridades declaratórias, Luiz Fernando Teixeira é o queridinho do PT de São Bernardo e do jornalismo diário para a campanha eleitoral do ano que vem -- além de Alex Manente, claro!  

Pessoalmente, Luiz Fernando Teixeira não tem lastro algum para ser prefeito de São Bernardo. Entenda lastro como algo materializado, palpável, diagnosticável e aprovado como gestor público grudado no prefeito que ficou durante oito anos à frente do Paço Municipal. 

Se alguém me apontar uma única ação que se enquadre como ativo que São Bernardo precisaria agradecer a Luiz Fernando Teixeira, se alguém me apontar, juro por todos os juros que vou me debruçar sobre o suposto legado e vou me penitenciar.  

O futebol poderia ter sido sua grande empreitada, dando a São Bernardo a consecução de uma trajetória diferente. Mas o que tivemos foi uma dependência exclusiva dos poderes temporários de supersecretário informal, um período de sucesso dentro de campo e, logo em seguida, derrotado o PT nas eleições por Orlando Morando, correu para vender as ações. E vendeu para um empresário competente no futebol, mas sem qualquer comprometimento com São Bernardo. 

DEBANDADA INDUSTRIAL  

Luiz Fernando Teixeira disse novamente outro dia numa entrevista sob encomenda ao Diário do Grande ABC (ele só dá entrevista sob encomenda ao Diário, como se fosse um ouvidor do jornal) que o prefeito Orlando Morando é o responsável pela debandada industrial que coleciona marcas famosas como Ford, Toyota e outras mais. 

Só existe algo mais grave para a história econômica de São Bernardo do que a declaração de Luiz Fernando Teixeira diante da conivência do Diário do Grande ABC: é se alguém possuído por algum alucinógeno, acreditar na lorota do deputado Luiz Fernando Teixeira. 

A cronologia da derrocada industrial de São Bernardo (e anteriormente de Santo André e São Caetano) não tem nenhuma relação com os últimos prefeitos de São Bernardo. Nem mesmo com o antecessor de Orlando Morando, Luiz Marinho.  

MOVIMENTO SINDICAL  

A debandada industrial de São Bernardo não é exclusividade, mas tem as marcas fortes do movimento sindical de São Bernardo. Luiz Marinho como prefeito pegou a bomba que Luiz Marinho ajudou a preparar como sindicalista, embora a bem da verdade tenha tido uma atuação moderadora.   

Não vou me estender sobre a desindustrialização automotiva em São Bernardo (a desindustrialização de Santo André e de São Caetano começou antes, diante da guerra fiscal e principalmente do atravancamento da Avenida dos Estados combinado com a construção da Anchieta e da Imigrantes) porque já tratei disso à exaustão e vou voltar a escrever sobre isso ainda nesta semana.  

Qualquer criança de pais metalúrgicos de São Bernardo sabe que o relativamente jovem Orlando Morando mal se dera conta de que poderia fazer sucesso político e jamais teve peso algum nos fatos que cavoucaram a quebra da mobilidade social em São Bernardo.  

Fatos que acabaram com a Rota do Frango com Polenta, fatos que tornaram os bairros de classe média-alta bairros de classe média-média ou bairros de classe média-baixa. Ou seja: o afrouxamento econômico de São Bernardo não está no passivo de Orlando Morando. 

TERRA DEVASTADA  

Mais que isso: quando assumiu o Paço Municipal de São Bernardo em janeiro de 2017, exatamente como sucessor de Luiz Marinho, Orlando Morando pegou uma bomba macroeconômica ditada pela irresponsabilidade do governo do PT em Brasília, com Dilma Rousseff incrementando política desastrosas após receber de Lula da Silva um governo que gastou além das contas.  

São Bernardo perdeu 22% do PIB Geral nos dois últimos anos de Dilma Roussef, entre 2015 e 2016. 

Não tenho, não pedi, não quero e desdenho qualquer procuração do prefeito Orlando Morando para atuar como seu advogado. Ou de qualquer outro prefeito da região. Até porque o que faço nestas linhas não é outra coisa senão exercer a legitimidade e a responsabilidade de um jornalismo que dispensa adjetivação. 

Por isso e por outras, desafio o candidato Luiz Fernando Teixeira (ou estaria apenas esquentando o banco para ceder a vaga ao mais experiente e até prova em contrário viável eleitoralmente Luiz Marinho?) a apresentar e a iniciar a execução de um plano de governo paralelo, por assim dizer, que ilumine o caminho da competitividade perdida por São Bernardo.  

COMPLEXOS VIÁRIOS  

A bem da verdade, uma competitividade perdida que já foi mais vulnerável antes da chegada de Orlando Morando. Embora o prefeito de São Bernardo não me agrade no setor econômico, porque não fez, como não fizeram os demais prefeitos, a lição mais importante entre todas, ao menos potencializou possíveis saltos produtivos com a rearrumação logística de áreas importantes.  

São Bernardo deixou de ser uma cidade interiorana em complexos viários. É a mais bem aquinhoada das cidades da região. Situação que torna Orlando Morando um prefeito acima, muito acima, dos demais nos últimos 30 anos em São Bernardo.  

Antes de dizer o peso das obras de infraestrutura de São Bernardo que Orlando Morando executou com a mesma competência que Celso Daniel o fez na área de regionalidade, de integração regional, vou voltar no texto para explicar a lição mais importante de todas que nenhum prefeito da região até agora me deu o prazer de anunciar. 

FALTA O PRINCIPAL  

Trata-se, simplesmente, de contratação mais que inadiável, até porque demorada, mas não descartável, de uma consultoria especializada em competitividade espacial, territorial, regional, metropolitana. Sem isso, seguiremos patinando. E tenho reiteradamente cobrado isso das autoridades públicas. O Clube dos Prefeitos é incapaz de planejar essa proposta, quanto mais de executá-la. 

Mas, para terminar, e retomando a questão das obras viárias em São Bernardo. Orlando Morando implementou série de medidas relacionadas à infraestrutura urbana que permitiriam, com um plano de competitividade, lançar luzes sobre eventuais poderes terapêuticos à saúde econômica do Município. Mesmo que o ambiente sindicalista não se tenha dissolvido em forma de hostilidade memorial ao capital. 

Luiz Fernando Teixeira precisa deixar de ser bravateiro, precisa interromper o circuito estúpido de se apresentar como liderança municipal que jamais o foi, mesmo durante os oito anos de Luiz Marinho, exceto uma liderança nos bastidores, de incursões político-eleitorais pouco nobres.  

Vamos Luiz Fernando Teixeira. Saia da política de fanfarronices verbais e mostre a São Bernardo o que seria capaz de realizar se eventualmente for eleito prefeito no ano que vem.  



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