Provavelmente todos aqueles que excomungam quem denuncia pesquisas eleitorais como uma cadeia industrial de dados mais que suspeitos ficarão paralisados de vergonha ao acompanharem o que se segue. Se existe um ramo em que o negacionismo ganha cores e alma de patetice é o ramo de pesquisas eleitorais. E o pior negacionista é quem acusa terceiros que comprovam as malandragens de pesquisas eleitorais. Seriam os críticos não mais que negacionistas, dizem os negacionistas de verdade.
Ou seja: o maior negacionista da praça eleitoral é quem se mantém na muralha da impotência argumentativa e ignora ou subestima apontamentos técnico-jornalísticos de terceiros durante o processo de disputa, considerando-os pura fantasia. O negacionista sem lastro que atribui a terceiros o clichê de negacionistas é o suprassumo do negacionismo.
Acompanhem a disputa presidencial de 2022, sempre tendo como ferramenta explicativa os conceitos de vários dos capítulos antecedentes desta série.
Folha/Datafolha: cronologia
de um gigantesco fracasso
DANIEL LIMA -- 11/10/2022
Vamos direto à questão. Caro leitor, me responda de bate-pronto, sem pestanejar, rapidamente, sem tirar nem pôr, com coragem, com sinceridade, com conhecimento de causa:
Quem é pior: o Datafolha da Folha ou a Folha do Datafolha?
Quer que repita a pergunta?
Quem é pior: a Folha do Datafolha da Folha ou o Datafolha da Folha?
A formulação “Datafolha da Folha e Folha do Datafolha” me veio à cabeça hoje de manhã, na esteira do que se segue abaixo, uma cronologia de 10 pesquisas publicadas pela Folha do Datafolha de maio a dois de outubro, dia das eleições presidenciais.
Juntar Folha e Datafolha, Datafolha e Folha num mesmo pacote de avalição é condição essencial à compreensão do tamanho da tentativa de contaminação (pesquisas influenciam sim) das eleições presidenciais.
Mas, mesmo assim, peco pela imprecisão. O correto seria dizer o seguinte:
CONSÓRCIO TAMBÉM
Datafolha da Folha e do Consórcio de Imprensa; Consórcio de Imprensa da Folha e do Datafolha; Consórcio de Imprensa do Datafolha e da Folha, Folha do Consórcio de Imprensa e do Datafolha, e tantas outras combinações.
O resumo da ópera que se segue é tão claro quanto o raiar do sol de verão no Mediterrâneo: Folha e Datafolha, Datafolha e Folha (e o complemento da Velha Imprensa) cometeram sequência de crimes tendo como vítimas os consumidores de informação. Foram meses de estocadas que antecederam a abertura das urnas eletrônicas.
A linha do tempo recheadíssima de abusos está longe de ser dimensionada na plenitude. Fixamos as estacas de uma ação de Ombudsman que o Ombudsman da Folha não exercita.
SOMENTE PESQUISAS
Deixamos de lado o noticiário da Folha, em todas as editorias da Folha. Centralizamos a investigação nas pesquisas do Datafolha da Folha. Um estudo mais aprofundado, cruzando as linhas editorais da Folha, revelaria um monstro editorial que, felizmente, não se autodefine pluralista como antes. Só faltava essa.
O que apresento são 52 notícias publicadas pela Folha com base nas pesquisas do Datafolha, apenas duas das quais fora do ambiente político nacional, referentes que foram à disputa no Estado de São Paulo para a presidência da República.
São 52 manchetes e respectivas linhas auxiliares (esse é o padrão editorial da Folha) que podem não dizer nada para quem tem dificuldades de acompanhar com senso crítico a atuação da Velha Imprensa. O suposto monopólio de fake news das redes sociais são uma grande enrolação dos profissionais de Imprensa que não resistem aos empresários da Imprensa.
Não vou analisar com detalhamento o que se segue. Apenas vou registrar algumas inconformidades que, num novo texto, fundamentaria o conceito expresso na manchete aí em cima, que trata do fracasso da Folha do Datafolha, do Datafolha da Folha, além do Consórcio de Imprensa.
RESUMO DO ESTRAGO
Veja uma lista breve dos pecados capitais da Folha e do Datafolha e do Datafolha e da Folha, tendo como premissa os resultados das 10 pesquisas publicadas e o resultado final das urnas no primeiro turno, quando a diferença entre o primeiro colocado Lula da Silva e Jair Bolsonaro não passou de cinco pontos percentuais.
Lembro, antes, que todo o material, em papel, faz parte de meu acervo das eleições desta temporada.
Parto do princípio pragmático de que assim como a memória intangível é inconfiável, a Internet não faz milagres a consultas que minha metodologia fixada no estoque físico de jornais de papel assegura.
Antes de acompanhar a cronologia de um duplo suicídio de credibilidade da Folha e do Datafolha (ou seria triplo, com a Velha Imprensa incorporada?), veja as anotações que fiz como espécie de síntese dos descalabros:
1. Parcialidade.
2. Imprecisão.
3. Manipulação.
4. Contradição.
5. Arrogância.
6. Dissimulação.
7. Enviesamento.
8. Seletividade.
9. Protecionismo.
10. Favoritismo.
CRONOLOGIA DO FRACASSO
Domingo, 15 de maio. Manchetíssima de primeira página: “Governo blinda militares e remanejamento de verbas”. Linha auxiliar: “Ação que usa recursos com outro fim para custear dívida drenou Fundo Social.
Domingo, 15 de maio. Raríssimo Editorial na primeira página sob o título “À prova de golpes”. Um dos trechos: “O Datafolha, aliás, aponta que 82% dos brasileiros aptos a votar declaram hoje confiar nas urnas eletrônicas, num crescimento expressivo ante os 69% de dezembro de 2020; já a parcela dos que não confiam encolheu de 29% para 17%. Demonstra-se, com eloquência, que Bolsonaro prega no vazio.
Sexta-feira, 27 de maio. Título: “Lula abre 21 pontos sobre Bolsonaro no 1º turno e avança na espontânea”. Linha auxiliar: “Datafolha aponta liderança de petista com 48%, seguido pelo atual presidente (27%), Ciro (7%) e Simone Tebet (2%).
Sexta-feira, 27 de maio. Título da página A7: “Cenário atual reforça fórmula do voto útil e enfraquece 3ª via. Linha fina: “Evolução de Lula no Datafolha indica atração de quem estava indeciso ou buscava outro candidato ao Planalto”.
Sábado, 28 de maio. Manchetíssima de primeira página: “Confiança na urna cai a 73% e meio a ataque bolsonarista”. Linha auxiliar: “Índice era de 82% em março, segundo Datafolha: fatia dos que dizem duvidar do voto eletrônico vai de 17% a 24%.
Sábado, 28 de maio. Título: “Mais da metade afirma nunca confiar no que diz Bolsonaro”. Linha auxiliar: “Datafolha aponta que desconfiança sobre declarações do presidente se aproxima do pico de 60% de dezembro”.
Sábado, 28 de maio. Título: “Entre eleitores de Ciro, 37% apontam Lula como 2ª opção e 10% Bolsonaro”.
Sábado, 28 de maio. Título: “73% confiam nas urnas; índice recua em meio a ofensiva de Bolsonaro”. Linha auxiliar: “Pesquisa Datafolha mostra que 42% dos brasileiros confiam muito no voto eletrônico e 31% confiam um pouco no sistema de votação”.
Sábado, 28 de maio. Título: “Evangélico pode ser copo meio cheio de Bolsonaro”. Linha auxiliar: “Datafolha aponta empate técnico entre presidente Lula nesta fatia do eleitorado, com 47% a 45% no segundo turno”.
Domingo, 29 de maio. Título da página interna: “56% dizem que é preciso levar a sério as ameaças golpistas de Bolsonaro”. Linha auxiliar: “Já 55% dos entrevistados do último Datafolha dizem ver chances do presidente tentar invalidar as eleições caso perca a corrida presidencial”.
Terça-feira, 31 de maio. Título da página interna: “Aversão a Bolsonaro é dominante entre as mulheres pobres e ricas”. Linha auxiliar: “Datafolha aponta que vantagem de Lula no eleitorado masculino diminui conforme a renda cresce”.
Domingo, 12 de junho. Título: “Dianteira de Lula opõe “dois Brasis” e acentua redesenho de forças políticas”. Linha auxiliar: “Vantagem do petista em camadas populares, enquanto Bolsonaro agrega privilegiadas, aponta tendência de mudança no poder decisório”.
Sexta-feira, 24 de junho. Título: “Lula tem 19 pontos sobre Bolsonaro no 1º turno, diz pesquisa Datafolha. Linha auxiliar: “Cenário permanece estável apesar de crise política e econômica; petista derrota todos os rivais nas simulações da segunda rodada”.
Sexta-feira, 24 de junho. Título: “Presidente retém eleitor fiel, mas economia reduz janela para recuperação. Linha auxiliar: “Jair Bolsonaro dribla alta da inflação e mantém a estabilidade com avanço em segmentos mais ricos”.
Sábado, 25 de junho. Título: “Segundo Datafolha, 70% dizem estar decididos sobre voto para presidente. Linha auxiliar: “Filho e companheiros são apontados como os que mais podem influenciar escolha do candidato”.
Sábado, 2 de julho. Título: “Lula tem 43% contra 30% de Bolsonaro em SP, aponta Datafolha. Linha auxiliar: “Atual presidente tem a maior rejeição no Estado, com 56% dos eleitores paulistas dizendo que não votariam nele de jeito nenhum”.
Domingo, 3 de julho. Título: “Disputa concentrada hoje entre Lula e Bolsonaro é de difícil mudança até eleição”. Linha auxiliar: “Segundo especialistas, humor do eleitorado e contexto apontam consolidação do embate, mas surpresas não são desconsideradas”.
Sexta-feira, 29 de julho. Título: “Lula está 18 pontos à frente de Bolsonaro no 1º turno, aponta Datafolha”. Linha auxiliar: “Cenário segue estável em relação a junho; petista ganha na 2ª rodada contra presidente, que tem governo reprovado por 47%.
Sábado, 30 de julho: “73% dizem ver corrupção no governo de Bolsonaro, aponta pesquisa Datafolha”. Linha auxiliar: “Para os brasileiros, saúde, economia, miséria, educação e violência são prioridades; 52% não confiam no que diz o presidente”.
Domingo, 31 de julho. Título: “Maioria vê ameaças de Bolsonaro como sérias, mas não crê em golpe”. Linha auxiliar: “Segundo Datafolha, 56% dizem que instituições têm de se preocupar com presidente; 37% acreditam que mandatário pode tentar levante”.
Sábado, 30 de julho. Título: “Eleitores de Ciro, Janones e Tebet têm Lula como 2ª opção”. Linha auxiliar: Pesquisa Datafolha diz que petista tem 52% das intenções de votos válidos”.
Domingo, 31 de julho. Título: Confiança na urna avança em meio a ataques do presidente”. Linha auxiliar: “Segundo Datafolha, 79% dizem confiar no sistema eletrônico de votação”.
Sábado, 6 de agosto. Título: “Bolsonaro avança entre “vulneráveis”, e Lula entre “seguros”. Linha auxiliar: “Datafolha agrega não só o quanto o eleitor ganha mensalmente, mas também o seu tipo de ocupação”.
Terça-feira, 9 de agosto: Título de página interna: “Mulheres brecam subida de Bolsonaro nas igrejas”. Linha fina:” Datafolha mostra preferência pelo presidente consideravelmente menor entre evangélicas em comparações a fieis homens”.
Sexta-feira, 19 de agosto. Título: Bolsonaro avança, e vantagem de Lula agora é de 15 pontos, diz Datafolha”. Linha auxiliar: “Bondades do Palácio do Planalto não impactaram voto dos mais pobres, segmento em que petista tem grande vantagem”.
Sexta-feira, 19 de agosto. Título: “Bolsonaro trava entre os mais pobres e vai atrás de votos de 2018”. Linha auxiliar: “Reconquistar eleitorado de renda média parece tarefa mais fácil para o presidente que roubar votos de Lula”.
Sábado, 20 de agosto. Título: “Apoio a ditadura atinge menor nível após reações a golpismo de Bolsonaro”. Linha auxiliar: “Endosso à democracia volta ao pico de 75%, enquanto aqueles que defendem regime antidemocrático encolhem para 7%.”.
Sábado, 20 de agosto. Título: “Lula se destaca além de seu eleitorado no combate à fome”. Linha auxiliar: “Petista é vista como o mais preparado para enfrentar problemas da economia”.
Quinta-feira, 25 de agosto. Título: “Lula empata com Bolsonaro entre evangélicos mais pobres”. Linha auxiliar: “Datafolha mostra que presidente mantém vantagem entre fiéis de renda maior”.
Quinta-feira, 25 de agosto. Título: “PMs dizem a Moraes que tropas não devem tumultuar eleições”.
Sexta-feira, 3 de setembro. Título: “Lula tem 45%, Bolsonaro 32%, Ciro 9% e Tebet 5%, mostra novo Datafolha”. Linha auxiliar: Pedetista e emedebista oscilam positivamente e reduzem chance de petista vencer pleito ao Planalto no primeiro turno”.
Sexta-feira, 3 de setembro. Título: “3ª via se mexe, mas Lula continua em vantagem”. Linha auxiliar: “Com rejeição nas alturas, Bolsonaro sofre para capturar eleitores que se opõem ao rival, que opta por Ciro ou Tebet.
Sábado, 3 de setembro. Título: “Para 56%, política e valores religiosos devem andar juntos, aponta Datafolha: “Para 60% dos entrevistados, ideais familiares falam mais alto na hora do voto do que boas propostas econômicas de candidatos”.
Sábado, 3 de setembro. Título: “Bolsonaro se aproxima e está a cinco pontos de lula em SP”. Linha auxiliar: “Segundo Datafolha, petista mantém vantagem sobre presidente em MG e RJ”. ‘
Quinta-feira, 8 de setembro: Título: “Bolsonaro captura o 7 de setembro com comícios, machismo e ameaças”. Linha auxiliar: “Presidente reduz tom golpista de 2021, aumenta conservadorismo e ignora bicentenário; Congresso, Judiciário e rivais se afastam”.
Sábado, 10 de setembro: Título: “Lula lidera com 45%, e Bolsonaro vai a 34% após ato de 7/9, diz Datafolha”. Linha auxiliar: “Cenário estável registra menor diferença nominal entre os rivais na campanha; Ciro oscila a 7% e empata com Tebet, que mantêm 5%”.
Sábado, 10 de setembro. Título: “Barulho do 7 de Setembro não foi suficiente para mudar trajetórias”. Linha auxiliar: “Com intenção de voto cristalizada, favoritos na disputa pela Presidência tentam reforçar territórios conhecidos”.
Domingo, 11 de setembro. Título: “Para eleitores, Bolsonaro é quem mais mente e ataca mulheres, diz Datafolha”. Linha auxiliar: “Segundo pesquisa, presidente também é visto como o candidato que mais ataca a democracia e o que tem mais respeito por cristãos”.
Sexta-feira, 16 de setembro. Título: “Cenário estável tem Lula com 45% e Bolsonaro com 33%, diz Datafolha”. Linha auxiliar: “Efeitos do 7/9 não duraram e a rejeição alta segue atrapalhando presidente, que perde para petista no 2º turno por 54% a 38%.
Sexta-feira, 16 de setembro. Título: “Bolsonaro vê resistências a seu arsenal de campanha”. Linha auxiliar: “Depois de melhorar entre evangélicos, classe média no Sudeste, presidente enfrenta limites de recuperação”.
Sábado, 17 de setembro: Para 65%, Bolsonaro usou 7 de Setembro para fazer campanha, diz Datafolha”. Linha auxiliar: Metade do eleitorado reprova conduta do presidente da República durante atos em comemoração do Bicentenário da Independência”.
Sexta-feira, 23 de setembro: Título; “Lula vai a 47% e amplia suas chances de vencer no 1º turno, diz Datafolha”. Linha fina: “Petista abriu 14 pontos sobre Bolsonaro e, nos votos válidos, está com 50%; presidente diminui um pouco a vantagem no Sudeste”.
Sábado, 24 de setembro: Manchetíssima de primeira página: “11% dos eleitores admitem voto útil no primeiro turno”. Linha auxiliar: “Entre quem apoia Ciro e Tebet, 20% consideram optar por Lula, diz Datafolha”.
Sábado, 24 de setembro. Título: “Sob pressão, Bolsonaro eleva ataques na reta final e faz insinuações golpistas”. Linha auxiliar: “Presidente adota tom de ultimato com Judiciário, cita 1964 e fala em sair do governo “bem lá na frente” com eleições limpas.
Sábado, 24 de setembro. Título: “1 em cada 5 eleitores de Ciro e Tebet admite voto útil em petista”. Linha auxiliar: Segundo Datafolha, 11% dos eleitores afirmam que podem mudar de candidato para encerar a disputa no 1º turno”.
Sexta-feira, 30 de setembro. Título: “Lula marca 50% de votos válidos, e Bolsonaro tem 36%, aponta Datafolha”. Linha auxiliar: “Definição sobre segundo turno fica para a última hora; não houve migração maciça de voto útil entre eleitores de Ciro e Simone Tebet”.
Sexta-feira, 30 de setembro: Título: “Decisão no primeiro turno deve ficar para a urna”. Linha auxiliar: “Com eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet mais convictos, apelos petistas por voto útil atingem eleitorado menor”.
Sexta-feira, 30 de setembro. Editoral da página A2: “Na margem de erro”. Linha auxiliar: “Datafolha apura estabilidade na corrida ao Planalto e suspense quanto a segundo turno se mantém”.
Sexta-feira, dia 30 de setembro. Título: “Abstenções têm efeito incerto no resultado”. Linha auxiliar: “Taxas de comparecimento menores em alguns segmentos podem prejudicar Lula e Bolsonaro, dizem especialistas”.
Sábado, 1º de outubro. Título: “Auxílio chega a mais famílias, mas apoio a Bolsonaro não cresce”. Linha auxiliar: Em uma semana, percentual dos que recebem ou moram com algum beneficiário do programa sobe de 24% para 28%.
Domingo, 2 de outubro. Título: “Lula chega ao 1º turno com 50%, e Bolsonaro tem 36%, diz Datafolha”. Linha auxiliar: Dados se referem aos votos válidos e colocam petista no limiar de uma vitória neste domingo; Tebet marca 6%, e Ciro fica com 5%.
Domingo, 2 de outubro. Título: “Variação na reta final não forma onda favorável para o petista”. Linha auxiliar: “Mudanças na véspera sugerem pulverização de votos e mantém incerta definição no 1º turno”.
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