Mesmo após investir R$ 7 milhões nos últimos cinco anos na restauração dos principais pontos turísticos, em capacitação profissional de moradores e na organização de eventos, a Vila de Paranapiacaba não consegue se firmar como roteiro turístico. Para o subprefeito João Ricardo Guimarães Caetano, não há divulgação das atrações do subdistrito de Santo André, principalmente para o público regional e da Capital.
Opções não faltam para rechear outdoors e outros canais de propaganda. Paranapiacaba tem o Castelinho com acervo histórico da ferrovia e o Parque Nacional com a beleza natural da Serra do Mar. “Falta ação incisiva de captação em hotéis e escolas, além de publicidade para exposição em pontos estratégicos da região” — considera o subprefeito.
Nos últimos anos, a ação publicitária ficou quase totalmente atrelada ao Festival de Inverno. Com isso, a frequência se limitou à sazonalidade do evento. O Poder Público também fez pesquisas com turistas e identificou queixas na qualidade do atendimento dos comerciantes. Apesar do crescimento de ofertas de estabelecimentos comerciais, que já somam 70, falta visão empreendedora de quem comanda os pequenos negócios.
Falta de interesse
João Ricardo avalia que os moradores precisam entender a importância do bom atendimento e de instalações confortáveis. Uma das barreiras a ser derrubada é a falta de interesse por cursos de gerenciamento oferecidos pela Prefeitura. Para estimular participação de comerciantes, a coordenação do turismo da Vila planeja publicar guia no segundo semestre deste ano. A ferramenta servirá de bússola para quem chega à Paranapiacaba.
Um dos quesitos básicos para fazer parte da publicação é participar de ações profissionalizantes da Administração Pública. “Ninguém vai ser obrigado a fazer os cursos, mas ficará de fora do guia. Isso não será bom para o negócio” — avalia João Ricardo.
A Vila de Paranapiacaba tem eventos voltados ao ecoturismo, que também ajudam a revitalizar a economia local. “Os jovens que formam o Grupo de Monitores Ambientais trabalham apenas nos finais de semana e chegam a receber R$ 600 por mês” — ressalta o subprefeito João Ricardo.
Festival é carro-chefe
O turismo de Paranapiacaba ainda está atrelado ao Festival de Inverno. O evento chega este ano à quinta edição. A expectativa é de recorde de 70 mil visitantes. “A evolução é evidente. Na primeira edição não reunimos 20 mil turistas” — afirma o prefeito de Santo André, João Avamileno.
O Festival de Inverno integra o Plano Patrimônio elaborado assim que o acervo imobiliário da Vila de Paranapiacaba virou patrimônio de Santo André, no final de 2001. A maior parte dos R$ 7 milhões já investidos foi direcionada à restauração de casas. “Também recuperamos os principais pontos turísticos, casos do Castelinho e do clube União Lira Serrano” — lembra João Ricardo.
O Castelinho é símbolo da Vila. Sede do museu com a história da ferrovia, o Castelinho foi reformulado para aguçar a curiosidade de quem procura por história. A maioria das peças está acompanhada de informações detalhadas. “Antes o visitante não sabia o que estava olhando. Não apreciava o que tínhamos a oferecer” — lembra o subprefeito. No Castelinho foi montada maquete da Vila de Paranapiacaba.
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15/10/2024 SÃO BERNARDO DÁ UMA SURRA EM SANTO ANDRÉ