Leandro Mazzini, no blog Opinião & Notícia, alerta que até sexta, 26 de maio, o Senado continuava empurrando com a barriga o pedido de afastamento do senador corrupto Aécio Neves, flagrado – agora com provas irrefutáveis – em mais um delito.
O pedido foi feito pelo ministro Edson Fachin, e o senador Randolfe (Rede-AP) luta pela instalação do tema no Conselho de Ética. O tempo vai passando e o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) se faz de cego, surdo e mudo, sem formalizar nada.
Não é apenas o corporativismo que se apresenta neste caso. Está em jogo principalmente o medo dos demais senadores suspeitos. Eles temem que a cassação de Aécio Neves possa representar o início de um efeito dominó, levando também para a aposentadoria precoce vários outros pilantras.
O que seria salutar, aos olhos de quem pensa num Brasil mais decente sem focar apenas no velho saco de pancadas que atende pela sigla de PT. A propósito, o PT não é vítima de nada, foi isto sim traidor da esquerda e agente do crime, como os demais. Sem seus desmandos os fatos, hoje, seriam outros, e sem a quebra do curso democrático ensejado no impeachment de Dilma, e que nos colocou neste buraco da crise institucional.
O que se cobra é um tratamento igual para todos, suspeitos e delinqüentes comprovados, como no caso de Aécio Neves, apontado como sem caráter até pelo próprio tio.
A lista de acusações contra o play boy de araque daria um rolo de papel com a extensão da BR-116, que corta o Brasil. Começa na sua juventude, como funcionário fantasma do Senado, nomeado pelo avô, Tancredo Neves, passa por suas relações com Furnas e vai encontrar seu auge no seu governo em Minas, envolvendo superfaturamento nas obras do centro administrativo, aeroporto de Claudio, o episódio abafado do helicóptero com carga de cocaína, verbas oficiais em rádios de Aécio, contas em Nova York apontadas pela revista Veja, cerca de dez denúncias na Lava Jato, até o crime dos dois milhões, que agora pegou o senador em flagrante delito.
Tudo isso ilustrado pelas gravações que mostram tratar-se de uma pessoa de várias faces, uma para cada ocasião, sendo que na intimidade fala até em matar, com um palavreado digno dos melhores bordeis de periferia.
Onde estão agora os movimentos moralizadores, que foram às ruas clamando por cabeças do antigo governo? Onde estão aqueles que se dizem cansados da roubalheira?
Antes que o Senado engavete o caso Aécio, para salvar o próprio rabo da maioria, tem que se impor o clamor popular.
Fora Aécio! Não é apenas uma frase de efeito, nem retaliação política. É uma necessidade, caso se queira levar a sério os esforços de reconstrução nacional. Como exemplo, antes de tudo.
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19/11/2024 PESQUISAS ELEITORAIS ALÉM DOS NÚMEROS (24)