O projeto do Santo André empresarial desandou durante a temporada inaugural em que a equipe de futebol só se livrou do rebaixamento na última rodada.
A estrutura empresarial desejada e imaginada virou pó diante da prioridade ao futebol tanto quanto ocorrera no período de quatro décadas da história do clube.
Exauriu-se praticamente o estoque de capital de chuteiras herdado do clube esportivo com a venda da participação da sociedade empresarial dos direitos econômicos do multifuncional Richarlyson, do zagueiro Alex (sob o controle do São Paulo) e do ala Galiardo, do São Caetano. Dos três, apenas os direitos econômicos de Galiardo foram negociados com o clube a que presta serviços, com 50% de ágio, ou seja, acima do preço estipulado. Os outros dois jogadores foram arrematados pelos próprios acionistas, restando alguns percentuais de Richarlyson.
Nada absolutamente de errado em tese com a venda do que antigamente se chamava “passe” desses jogadores, porque futebol profissional, seja qual for o modelo jurídico, é uma intensa prova de resistência de competitividade cujo combustível principalmente para os clubes brasileiros é a negociação dos principais atletas. O que parece eticamente complexo é a participação dos próprios acionistas nas negociações. No caso específico do Santo André, esse tipo de possível desvirtuamento deve ser amenizado porque os investidores foram chamados pela própria direção para a recomposição das finanças. A alternativa era recorrer ao sistema financeiro.
O problema do Santo André de suposto modelo empresarial repete a trajetória de quatro décadas do clube de voluntários. Ao praticamente esgotar o filão de receitas extraordinárias representadas pelos jogadores que transferiu inicialmente ao São Paulo e ao São Caetano, tendo em troca participação parcial de eventuais negociações com terceiros, vê-se provavelmente sem poder, num futuro breve, de escapar de situação rediviva. A roda das despesas gira mais rapidamente que a roda das receitas, principalmente para equipes do segundo escalão da hierarquia nacional.
De onde sairão os próximos nacos de recursos extraordinários para cobrir despesas? Os gastos na Série B do Campeonato Brasileiro foram muito acima do planejamento preparado por Jairo Livolis. A contratação de Marcelinho Carioca feriu fundo a projeção. A promessa do primeiro-ministro Ronan Maria Pinto de capitalizar a empresa com patrocinadores não se efetivou. Tanto que agora pretende chamar capital para o empreendimento. É quase certo que a maioria dos acionistas não suportará a iniciativa. O que será então?
Na sequência deste artigo, repasso aos leitores um texto que preparei em junho deste ano sobre o Santo André Gestão Empresarial que imaginava já naquela oportunidade como forma de enfrentar o futuro. Enviei recentemente o que se seguirá a todos os acionistas. Não utilizei o material no endereço que pretendia — nas páginas da revista LivreMercado — por falta de espaço. Acredito que os leitores vão concordar com a viabilidade do projeto.
O que quero dizer com isso é que tenho procurado cumprir a função jornalística ao levar a debate primeiro em fórum restrito, dos acionistas, e agora de forma mais ampla, algumas propostas para que o Santo André não seja clube-empresa ou clube de investimentos de cartas marcadas.
Escrevi cartas marcadas para sinalizar claramente que encenações a que assisti na reunião dos acionistas na última segunda-feira são uma tentativa canhestra de supor que é possível acreditar em determinados enredos adredemente preparados.
Vou ser mais claro: o Santo André está enveredando por um caminho de dissimulação acionária que não produzirá resultados satisfatórios para quem imagina o futebol profissional da cidade com representatividade social.
Um possível chamamento de capital vai restringir ainda mais o quadro de acionistas, como se já não fosse suficiente a realidade de ainda haver cotas à venda. O elitismo já emblemático no lançamento de apenas 80 frações do capital social do clube-empresa, já que 20 pertencem ao Esporte Clube Santo André (o clube poliesportivo) está se acentuando perigosamente porque algumas jogadas não descartam a certeza de que não passam mesmo de grosseiras tapeações.
Vou solicitar à direção do Esporte Clube Santo André (que não pode ser confundido com Santo André Gestão Empresarial, que adquiriu os direitos de representação das equipes de futebol) uma janela de não mais que 10 minutos numa próxima assembléia dos conselheiros deliberativos. Aliás, deveria ter falado sobre o assunto na reunião de anteontem, convidado que fui como jornalista, mas, infelizmente, por conta de compromisso com outras cores de minhas paixões esportivas, cumpri o prometido ao dirigente Jairo Livolis e me afastei no horário programado.
Garanto aos leitores que tenho uma sugestão importante para o Santo André Gestão Empresarial não ficar tão escandalosamente restrito a um quadro de acionistas que não se completa. Só não toparão a proposta eventuais interesseiros em tudo, exceto em ver o futebol de Santo André menos dependente de messianismos. E também menos vulnerável à manipulação das atas de reuniões, sujeitas à drenagem de informações. Algo que também pode ser chamado de censura — sem nenhum risco de equívoco.
CLUBE-EMPRESA? EMPRESA-CLUBE?
O futuro do futebol profissional de Santo André vai depender da calibrada combinação de clube-empresa e empresa-clube. Não há horizonte algum para o antiquado modelo de clube associativo que aos poucos desaparece do cenário internacional. O equilíbrio entre clube-empresa e empresa-clube é decisivo. O que se pergunta é o que vai prevalecer ao final do jogo de forças financeiras e culturais que definirá o perfil organizacional e operacional de um dos representantes do futebol profissional do Grande ABC.
Os participantes esportivos do Santo André Gestão Empresarial são mais resistentes. Nem poderia ser diferente. Eles emergem da própria direção do Esporte Clube Santo André, origem de uma história que já soma 40 anos. Outros integrantes do Santo André Gestão Empresarial estão chegando agora. Mas não são noviciados. Eles também colecionam passado no clube, como torcedores ou conselheiros. Se uma camada se sobrepuser a outra, as consequências poderão ser intranquilizadoras.
A melhor combinação de clube-empresa e empresa-clube é equivalência de pesos. O desbalanço poderia adernar o futuro desse cooperativismo capitalista que vai muito além de interesses negociais, embora não possa deixar de levar em conta também interesses financeiros.
O chamado Ramalhão só encontrará o caminho da sustentabilidade econômica e esportiva se multiplicar a massa crítica de empreendedorismo que consta do quadro de acionistas. A substituição de dirigentes, conselheiros e torcedores de um modelo com prazo de validade vencido por cotistas que olhem os balancetes financeiros como contraface dos resultados em campo é o ponto de maturidade.
O Santo André Gestão Empresarial é um grupo de duas dezenas de empresários que, além de orgulharem-se da tradição das cores azul e branca, sabem alcançar bons resultados na livre-iniciativa, como empresários ou executivos. Eles chegam em boa hora porque sem retaguarda que reproduza organogramas de empresas saudáveis não haverá espaço no futebol brasileiro para clubes que pretendem fazer de vitórias, conquistas e rentabilidade financeira um encadeamento lógico.
É justamente esse o desafio a que a direção do Santo André Gestão Empresarial está submetida. A porção mais esportiva não pode deixar escapar a oportunidade de contar com a porção empreendedora, sob pena de o bolo desandar.
A estrutura do Esporte Clube Santo André ajustava-se a um profissionalismo sem compromisso objetivo com empreendedorismo. Por isso não oferecia mais a garantia de que se situaria entre as equipes competitivas do País. Afinal, o futebol está cada vez mais pressionado pelas forças econômicas. A globalização atingiu em cheio os interesses esportivos. Mais de 800 jogadores são exportados por ano a diferentes cantos do globo. Participar dessa ciranda que gira milhões de dólares é questão de sobrevivência e fortalecimento.
Clubes explicitamente empresariais ou ainda dissimuladamente empresariais dominam o cenário. Goste-se ou não, futebol de alto nível é como música, teatro, cinema e tantas outras manifestações de arte que sucumbiram à força do capitalismo: quem não pegar carona no empreendedorismo vai desaparecer. Ou vegetar.
Somente após sete meses do anúncio oficial de que se transformaria em clube-empresa o Santo André tornou-se, de direito, empreendimento econômico, regido pela legislação comercial. Apenas no mês passado a documentação relativa à constituição do Santo André Gestão Empresarial foi consumada. Nesse período em que os trâmites burocráticos prevaleceram e as disputas políticas para o controle do Parque Poliesportivo do Esporte Clube Santo André emergiram, a equipe acabou rebaixada à Série B do Campeonato Paulista. Nos meses seguintes, mesmo com a situação político-administrativa sob controle no clube associativo, o futebol passou a flertar com os últimos postos na Série B do Campeonato Brasileiro.
A chegada de Marcelinho Carioca, craque que fez fama e furor no Corinthians, é ação de marketing interessante porque recoloca o Santo André na mídia extra-regional e sacode uma torcida há muito adormecida. Resta saber se dentro de campo e nos bastidores a iniciativa terá igualmente resposta positiva.
O pior dos mundos para o Santo André Gestão Empresarial é acreditar que seja clube-empresa porque a formalidade legal foi finalmente sacramentada. O clube-empresa que o Santo André precisa ser se confunde com a empresa-clube com que deve conviver. Isso mesmo: a organização deve ser ao mesmo tempo clube-empresa e empresa-clube, porque só assim vai dar suporte de fato à equipe de futebol profissional, produto cujos resultados em campo determinarão o grau de eficiência da máquina organizacional.
Por tudo isso e muito mais, a criação e a efetividade operacional de pelo menos nove departamentos do Santo André Gestão Empresarial são inadiáveis. Enquanto o Santo André não se enxergar como empresa, provavelmente sofrerá as consequências de um clube médio constantemente ameaçado pelas circunstâncias e armadilhas do mercado da bola que tanto poderão embalá-lo aos primeiros postos e voltar a conquistar sazonalmente um título de expressão, como a Copa do Brasil de 2004, ou deslocá-lo para a zona de rebaixamento.
A constituição formal de clube-empresa sem a correspondente ação de empresa-clube tornará os acionistas simples doadores de recursos e manterá a essência do clube associativo que deixou herança de muitos triunfos mas também de enormes sustos. Um clube-empresa que não tenha a contraface de uma empresa-clube seria péssima e frustrante conclusão de um processo que demorou para sair das planilhas.
A possibilidade de que a constituição de um organograma empresarial é fruto de sonhos e romantismos só sobrevive nos céticos incapazes de entender que capitalismo é um animal indomável que rompe obstáculos quando representado por gente de talento. O que dizer então de um Santo André com vários exemplares desse perfil? Seria um desperdício de dinheiro e de oportunidade satisfazer-se simplesmente com a porção financeira dos acionistas, cuja contribuição se estenderá por cinco anos de R$ 2 mil por mês para cada cota adquirida. Essa participação é modesta para quem pode dar muito mais. Os acionistas precisam aplicar também a porção empreendedora que exercitam com sucesso em negócios privados.
Eles, em conjunto, podem fazer girar com maior produtividade a roda de receitas orçamentárias do Santo André. A eles caberia o comando dos departamentos do clube-empresa ou da empresa-clube. Até porque pertencem a diferentes atividades empresariais e podem adaptá-las na condução dos respectivos departamentos. Com os acionistas de que dispõe, o Santo André está acima do capitalismo pelo capitalismo. É um capitalismo associativista.
Para que os departamentos do Santo André Gestão Empresarial sejam eficientes, entretanto, não se pode abrir mão de duas iniciativas nucleares. Primeiro, a separação entre futebol e clube poliesportivo não pode ser levada ao pé da letra da nova configuração societária. Mais que isso: o futebol do Santo André Gestão Empresarial e o conjunto material e humano que forma o Esporte Clube Santo André devem estar unidos em iniciativas que signifiquem receitas financeiras e ganhos institucionais mútuos.
A separação entre o clube associativo e o clube empresarial de fato só deve ser induzida e concretizada com a transferência da sede do futebol para local que não seja contaminado pela porção socioesportiva. Um novo empreendimento resultante de um modelo antigo deve ter vida administrativa própria, para que uma nova cultura empreendedora tenha mais liberdade de expressão.
Outra providência que o Santo André Gestão Empresarial deve promover é o sufocamento de preconceito ao capitalismo. A idéia de que o clube-empresa ou empresa-clube pode ser uma deturpação do futebol profissional ainda consta de cabeças conservadoras. Imaginam alguns que os acionistas do Santo André Gestão Empresarial sejam oportunistas. Mas a realidade é outra. O que os moveu ao empreendimento em primeiro plano foi a paixão pelo clube. Tanto o negócio é de risco que ainda há cotas a serem comercializadas e faltam interessados. No fundo, no fundo, ainda se desconfia do sucesso da empreitada.
Uma campanha de marketing seria providencial para que a imagem do Santo André Gestão Empresarial não sofra prejuízos e os resultados fora de campo não demorem demais. Torcedores assíduos ou não do Santo André precisam ser estimulados a compreender que a mudança é iniciativa retardatária em relação a tantos outros clubes brasileiros e internacionais. O São Caetano vitorioso é um bom exemplo. Outros clubes profissionais apenas se fingem de clubes associativos virginais. São muitos intermediários legais e piratas que detêm direitos federativos de jogadores, como passou a ser denominado o antigo “passe”, que reservava aos clubes o direito de decidir a sorte dos atletas.
Ora, se o principal ativo dos clubes está entregue aos chamados agentes de futebol e a uma rede não-oficial de controladores de carreiras, o regime de clubes associativos há muito se desintegrou. São no mínimo sociedades mistas. As poucas mais avançadas conseguem manter estrutura associativista como modelagem profissional, mas a interferência dos agentes de jogadores é avassaladora.
É por essas e outras realidades pouco transparentes que a imagem do futebol profissional está no mínimo arranhada. Os conservadores ainda não entenderam que o nome do jogo começa com competitividade e termina com rentabilidade nos balanços financeiros, ou começa com vitórias e termina com títulos no calendário esportivo.
Eles sugerem o romantismo dos tempos em que atletas profissionais vestiam a mesma camisa das equipes de base à aposentadoria nos gramados. Há muito, como se sabe, troca-se de camisa ao sabor das propostas. Mais especificamente desde que a televisão descobriu o futebol como filão de audiência e publicidade milionária e, com isso, submeteu os clubes a regras claras e implacáveis, mesmo com o sacrifício de torcedores travestidos de telespectadores.
Por isso, o Santo André precisa explicar para a comunidade que o regime empresarial é basicamente a única saída para continuar entre as principais equipes do País. No histórico ranking da CBF, o Santo André ocupa o 62º lugar no Brasil e o 13º no Estado de São Paulo. Mais que isso: pode criar mecanismos de flexibilidade acionária a ponto de adicionar grupos suplementares de colaboradores financeiros. Poderiam ser colocadas à venda cotas de valores menos salgados, democratizando-se a participação. Os nacos vendáveis poderiam ser extraídos não só de sobras como, eventualmente, de recomposição dos cotistas atuais.
Como acreditar num clube-empresa ou numa empresa-clube sem um Departamento de Comunicação que estabeleça relação direta entre as atividades do futebol e a comunidade esportiva, social e empresarial? O Departamento de Comunicação daria o suporte de que tanto necessitariam as demais áreas. A visibilidade que o Santo André alcançaria favoreceria a massificação da imagem corporativa e esportiva. Os ganhos seriam múltiplos entre outros motivos porque ajudariam a colocar o clube-empresa numa condição de respeitabilidade social.
O Departamento de Relações Sociais é igualmente importante. Entendam-se relações sociais como sistemáticos contatos e ações compartilhadas com a comunidade. Há entre os acionistas quem esteja próximo de uma das torcidas organizadas. Um grupo de voluntários dessa mesma torcida organizada poderia adensar a paixão pelo Ramalhão. Um sentimento há muito tempo desgastado. Tanto como a realidade de outros clubes médios, sacrificados pela audiência de mídias de massa dos grandes clubes paulistas. O Santo André precisa reestruturar as bases de formação de torcedores jovens a partir de incursões principalmente em escolas do Ensino Fundamental.
O Departamento de Relações Corporativas aproximaria o Santo André de empreendimentos privados, principalmente. É dispensável o apontamento de vantagens que a medida sugere. Parcerias podem ser conduzidas não só para elevar a média de público no Estádio Bruno Daniel, com programas especiais de redução de preços de ingressos, como também para dar mais impulso ao clube poliesportivo que conta com cerca de cinco mil titulares associados. Além disso, o Santo André dispõe também de um clube de campo.
O Departamento de Relações Institucionais alçaria o Santo André à esfera de organizações públicas e não-governamentais. Prefeitura, Câmara Municipal, Ciesp, Associação Comercial e Industrial, associações de classes profissionais, Federação Paulista de Futebol, Confederação Brasileira de Futebol, entre muitas entidades, passariam a constar de contatos que dariam maior representatividade à sociedade esportiva. Remonta a passado distante o isolamento do Santo André. Também não faltariam oportunidades a novas parcerias. Um exemplo: as empresas associadas do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) poderiam ser chamadas a um desafio de responsabilidade social coletiva tendo o futebol profissional de Santo André como objetivo em comum.
Em princípio, qualquer projeto com esse desenho pode parecer ingênuo e mesmo despropositado. Até que se inicie de fato e se reproduza em medidas que se multiplicariam além dos gramados de futebol. O Grande ABC sofre do Complexo de Gata Borralheira também no futebol. Algo que se combateria com conjugação de esforços. Os reflexos se expandiriam a outros setores.
O Departamento de Infra-Estrutura Administrativa permitiria ao Santo André Gestão Empresarial sinergia entre diferentes peças do organograma. A interface entre os departamentos passaria pela coordenação sistêmica de quem observa o conjunto da obra. Uma missão providencial, porque a tendência de que departamentalização seja interpretada como guetos invioláveis não pode ser reproduzida no ambiente desejado. O Departamento de Infra-Estrutura Física cuidaria de medidas que facilitariam a vida de atletas profissionais e amadores. Campos de treinamentos, locais de concentração, alimentação e tudo que envolve a comodidade funcional das equipes estariam sob a atenção de acionistas-empreendedores que já têm experiência na área.
O Departamento de Marketing atuaria em conjunto com os interesses dos demais departamentos, além de construir planejamento próprio para integrar todos os recursos humanos que direta ou indiretamente girariam em torno do Santo André Gestão Empresarial. Uma iniciativa do Departamento de Marketing, por exemplo, pode ter o suporte do Departamento de Comunicação para beneficiar diretamente o Departamento de Infra-Estrutura Física e, com isso, resolver um problema do Departamento de Futebol Profissional. São infindáveis as possibilidades de políticas transversais de apoio mútuo entre departamentos com o embalo do Departamento de Marketing.
Para completar, tanto o Departamento de Futebol Profissional como o Departamento de Futebol de Base recomendam atenção redobrada, com planejamento específico de especialistas contratados para tanto. Nesse caso, os acionistas-empreendedores acompanhariam atentamente os resultados, independentemente dos departamentos a que estejam vinculados. Nada impede que responsáveis pelas respectivas comissões técnicas dos dois departamentos de futebol sejam convocados periodicamente a prestar contas. Nem se pensa em interferência no trabalho técnico específico, como a tentativa de, por exemplo, escalar a equipe principal. A prestação de contas do técnico da equipe que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro não diferiria, por exemplo, de reuniões que conselhos de administração de empresas costumam promover com executivos de diversas áreas. Ou de um prefeito que vai até um determinado bairro para explicar o que anda fazendo no Paço Municipal.
O organograma do Santo André Gestão Empresarial deve privilegiar os quadradinhos indicativos do Departamento de Futebol Profissional e do Departamento de Futebol de Base. Os demais departamentos, todos integrados por acionistas-empreendedores, vão girar em torno dos resultados de novas revelações e melhoria constante no ranking estadual e nacional. O produto do Santo André Gestão Empresarial é o futebol. A retaguarda empreendedora determinará até que ponto esse produto vai estar nas melhores gôndolas do futebol brasileiro e até que ponto os balanços financeiros vão refletir o azul dos gramados.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André