Embalado pelo convite do prefeito José Auricchio Júnior, que vai recepcionar jogadores, comissão técnica e dirigentes no Palácio da Cerâmica, sede do governo municipal, o São Caetano derrotou ontem à noite o Goiás por 2 a 1 de virada. Com isso, saiu da zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro. Foi um dia perfeito para um time que durante uma semana respirou o ar pesado da degola.
O convite de José Auricchio Júnior é um enorme passo para estreitar as relações institucionais entre a Prefeitura e um clube que se converteu na melhor vitrine do Município na primeira década deste século. Nesse período o São Caetano foi duas vezes vice-campeão brasileiro, chegou ao vice-campeonato da Taça Libertadores da América e ao título do Campeonato Paulista.
Tudo estava encaminhado para o encontro muito mais que diplomático do prefeito com o São Caetano ainda nesta quarta-feira, mas uma agenda emergencial transferiu o cerimonial para os próximos dias.
Entretanto, só a notícia de que Prefeitura e Azulão vão voltar aos bons tempos de uma parceria mais próxima, com o prefeito José Auricchio Júnior convivendo com a direção e os jogadores, levou alegria e confiança ao ambiente nas horas que precederam o jogo com o Goiás.
O São Caetano sentiu o que os especialistas chamam de pertencimento à cidade. Ou seja: um sentimento de que em campo, além de 11 jogadores, conta-se também com uma população inteira de 150 mil habitantes orgulhosos do CEP que ostentam.
E o que se viu em campo foi um Azulão determinado a buscar a vitória desde o primeiro minuto. Nem mesmo uma falha do goleiro Leandro num chute quase despretensioso do atacante Iarley aos 14 minutos do primeiro tempo, colocando o São Caetano atrás no placar, abalou a confiança do grupo.
A virada no segundo tempo, como dois gols do atacante Geovane, um imediatamente seguido do outro, logo após substituir o mais defensivo Souza, foi consequência do controle de jogo pelo Azulão. Era questão de tempo transferir para o placar as diferenças de empenho, determinação e habilidades em campo. Geovane preencheu um vazio de eficiência que o domínio do jogo exigia.
O risco de voltar a ser surpreendido nos minutos finais, como em três jogos seguidos no Anacleto Campanella, contra Sport, Ponte Preta e Barueri, quando a equipe deixou escapar vitórias que acrescentariam seis pontos em vez de três indigestos empates, acabou neutralizado logo após o segundo gol de Geovane. O técnico Vadão reforçou a defesa com um terceiro zagueiro (Reverson) e manteve o adversário distante da área.
São Caetano e Goiás fizeram um dos jogos mais qualificados do campeonato. A habilidade técnica da maioria dos jogadores garantiu um espetáculo leve, solto, ofensivo, repleto de boas jogadas.
É verdade que o Azulão exagerou nas bolas alçadas no primeiro tempo, que o estreante centroavante Ricardo Xavier sentiu falta de ritmo e que o meia-atacante Aílton não penetrava em velocidade como se esperava e que Luciano Mandi e Antonio Flávio não encontravam espaço para reforçar as penetrações e finalizações. Os laterais Elder Granja e Bruno Recife avançavam em sincronia com os meias e o segundo volante Souza, embora pouco finalizasse, oferecia-se permanentemente como apoiador.
O Goiás começou pressionado e ao ganhar um gol de presente logo no começo do jogo tratou de recuar, marcar e buscar contragolpes. Teve uma outra grande oportunidade, de novo com Iarley, mas desta vez o goleiro Leandro salvou. O técnico Oswaldo Vadão Alvarez foi feliz nas definições táticas. Começou com um 4-2-1-3, passou para um 4-1-2-3 com a entrada de Geovane no lugar de Souza e, em seguida, adotou um 3-4-2-1 com um terceiro zagueiro e os laterais atuando como volantes pelas extremidades. Nada que possa ser rotulado de invencionice. Apenas providências para, de acordo com o andamento do jogo, reforçar o ataque, melhorar o meio de campo e dar densidade à defesa. Tudo o que um bom técnico tem a fazer diante das circunstâncias. Nada que Vanderlei Luxemburgo não faça no Flamengo e Tite no Corinthians.
Embora ainda esteja, na classificação geral, numericamente longe da potencialidade individual e coletiva do grupo, o São Caetano alcançou resultado importante. Agora respira relativamente aliviado com a fuga do rebaixamento e ganha a confiança por conta de ter enfrentado e vencido um adversário de participação constante na Série A do Campeonato Brasileiro.
Ou seja: o São Caetano venceu um adversário forte, tradicional e acalentador de um entusiasmo extra nas próximas rodadas. Tudo na esteira de um gesto de solidariedade e apoio do prefeito José Auricchio Júnior, que reconhece a importância do futebol como ferramental de reforço da imagem de uma São Caetano repleta de indicadores sociais e econômicos de Primeiro Mundo.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André