Política

Agora ministra, Miriam Belchior
pode ficar fora da disputa em 2012

DANIEL LIMA - 26/11/2010

A possibilidade de Miriam Belchior disputar a Prefeitura em Santo André em 2012 refluiu nos últimos dias com a indicação da presidente Dilma Rousseff: a ex-mulher de Celso Daniel vai assumir o Ministério do Planejamento. Se a vitória da petista era indispensável para que se viabilizasse a candidatura de Miriam Belchior em Santo André, conforme escrevi ainda outro dia, o sucesso redobrado, entendido como a escolha da ex-secretária municipal a uma das pastas mais importantes do governo federal, praticamente anulou a projeção. Miriam Belchior não deixaria o centro do poder federal pela Prefeitura.


Qualquer analogia com o então ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, que deixou Brasília para concorrer à Prefeitura de São Bernardo, não pode ser intransigentemente esgrimida. São situações completamente diferentes. São Bernardo era cidade a ser ocupada a qualquer custo. Santo André não tem a simbologia histórica do PT.


De qualquer modo, a função projetada para Lula da Silva, já na condição de ex-presidente, prevalece inalterada. Sabe-se que atuará intensamente para costurar candidaturas petistas às prefeituras do Grande ABC e Santo André não fugiria à órbita eleitoral.


Sem Miriam Belchior, sobram alguns nomes de prestígio partidário, casos de Vanderlei Siraque, eleito deputado federal mas em seguida desalojado temporariamente ou não do posto; Carlos Alberto Grana, eleito deputado estadual com votação espalhada por todo o Estado mas insuficiente como massa crítica em Santo André; e João Avamileno, no centro das intrigas da semana por supostamente ter dito que se desligaria do PT para garantir-se candidato por outra agremiação.


O comando do Paço de Santo André fecha-se em copas quando o assunto é o andar da carruagem das especulações político-eleitorais, mas não faltam ilações no entorno do poder municipal sobre o que se estaria desenhando.


Arrumam-se companheiros de chapa à possível candidatura de Aidan Ravin à reeleição. Desde a atual vice, Dinah Zeckcer, passando pelo supersecretário Nilson Bonome, avançando em direção ao vereador Gilberto Primavera e encaminhando-se também a postulantes de outras agremiações, inclusive do PT. Isso mesmo: até mesmo uma candidatura petista estaria na bolsa de apostas à vice-candidatura de Aidan Ravin. Como se observa, em política não faltam ramificações especulativas frondosas.


O leitor provavelmente perguntaria as razões que levariam o PT a acomodar um candidato companheiro de chapa de Aidan Ravin já que poderia lançar concorrente próprio à Prefeitura. Uma das explicações mais plausíveis é que sob o controle estratégico de Lula, o PT preferiria economizar combustível em Santo André, onde a disputa com Aidan Ravin seria vista como desgastante em excesso, com possibilidades de nova derrota. Por isso, os recursos seriam aplicados tanto em São Bernardo de Luiz Marinho quanto em Mauá de Oswaldo Dias. Traduzindo: o PT preferiria assegurar passarinhos mais viáveis na mão do que outros voando.


Também há conjecturas que dão conta de que o PMDB poderia lançar Nilson Bonome à Prefeitura, com um petista como companheiro de chapa. A iniciativa teria a finalidade de combater a administração de Aidan Ravin por conta de suposta aproximação com o governo tucano do Estado de São Paulo nas últimas eleições presidenciais.


Essa equação é de difícil resolução segundo observadores atentos. Tanto Nilson Bonome não seria executivo público de trocar de lado ao sabor dos ventos, entre outros motivos porque a relação com Aidan Ravin é de extrema fidelidade, como também Aidan Ravin mantém o próprio Nilson Bonome como ponta de lança de aproximação como o governo federal, principalmente pelas articulações com o vice-presidente Michel Temer.


Certo mesmo, certíssimo aliás, é que Aidan Ravin parece ter saído do natural estado de discrição dos dois primeiros anos. O projeto Cidade Pirelli possivelmente ficará para a biografia do prefeito como o marco zero em direção a uma administração voltada para o futuro, depois de se preocupar demais com o passado legado da administração João Avamileno. O que o PT não soube fazer para honrar o planejamento de Celso Daniel, Aidan Ravin tem todas as possibilidades de executar.


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