O empate de
Foi, portanto, uma noite de insatisfações. Principalmente para quem acompanhou o jogo pela televisão e nos últimos 25 minutos mal conseguia distinguir os jogadores nas tomadas mais à distância das câmeras. Era impossível dar nitidez a um ambiente completamente nebuloso.
De fato, o jogo teve três tempos distintos. No primeiro terço o São Caetano foi bem melhor ao repetir a exibição do primeiro tempo ante a Ponte Preta na estréia no Estádio Anacleto Campanella. Por isso fez
Futebol, que futebol?
Os dois times fizeram de tudo para tentar dominar a bola e quando perceberam que não adiantava, porque a chuva era forte e o gramado cada vez mais encharcado, livraram-se daquele objeto redondo, levando-o o mais distante possível da última linha de defesa. Quem tiver a coragem de qualificar aqueles 30 minutos finais de algo que possa ser relacionado a futebol, mesmo sem qualquer parentesco com a fantasia do Barcelona, precisa reciclar-se ou tomar cuidado para não confundir zebra com elefante.
Embora o sentimento de frustração tenha sido mútuo, do São Caetano porque não soube manter a vantagem em dois contextos diferentes, e do Linense porque poderia ter o jogo sob controle após empatar no começo do segundo tempo, quando a chuva ainda não fizera os estragos, o resultado acabou sendo justo. As duas equipes pelo menos somaram pontos. E somar pontos num campeonato tão curto e disputado é sempre um bom negócio, segundo a máxima utilitarista de quem primeiro quer se livrar do rebaixamento.
A repetição do time que estreou contra a Ponte Preta também se deu na forma de jogar do São Caetano: um monolítico sistema defensivo com três volantes (Moradei, Augusto Recife e Anselmo) dois meias de articulação (Marcelo Costa e Geovane) e um atacante (Betinho) mais avançado entre os zagueiros. O problema do São Caetano, que se espera atenuado quando pelo menos seis rodadas tiverem sido consumidas, é que falta mobilidade entre os setores. Durante uns 20 minutos dos 30 que a equipe teve o controle do jogo houve ocupação maior dos espaços, com avanço sincronizado dos laterais, um certo apoio alternativo dos volantes e uma movimentação mais intensa dos meias e do centroavante. Mas aos poucos tudo isso foi desaparecendo.
Perdendo terreno
Tanto desapareceu que o Linense começou a tomar conta do jogo. Marcou a saída de bola, encurtou a área de movimentação do São Caetano com avanço da zaga e apertou a marcação no meio de campo. O São Caetano sentiu o golpe mas não soube reagir. Começou a livrar-se da bola com ligações diretas, contrariando inteiramente o perfil ofensivo. Geovane e Marcelo Costa não são jogadores de choque nem de correria. E Betinho não é centroavante que consiga resolver problemas tendo dois zagueiros a persegui-lo.
Foi esse São Caetano tão contrastante que saiu da vitória parcial de
Depois de dois jogos incompletos (o tempo dominado pela chuva deve ser relativizado como futebol) o São Caetano enfrenta o São Paulo neste sábado no Morumbi com a certeza de uma perspectiva de que vai complicar a vida do técnico Leão no primeiro tempo. Já no segundo, com a queda de rendimento físico e possível nova reprise de teimosia do técnico Márcio Araújo, econômico nas substituições, tudo pode acontecer. Até mesmo uma chuva ainda mais forte para salvar a lavoura de um possível primeiro tropeço programado para Lins.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André