Esportes

São Caetano e Linense empatam
mas perdem feio para a chuvarada

DANIEL LIMA - 26/01/2012

O empate de 3 a 3 ontem à noite no Interior entre Linense e São Caetano foi um mau resultado para as duas equipes, que deixaram o campo frustradas. Quem ganhou o jogo, para desgraça do espetáculo, foi a chuvarada, que atormentou os jogadores durante todo o segundo tempo, e cada vez mais na medida que o tempo avançava. O São Caetano saiu decepcionado porque ganhava por 2 a 0 e por 3 a 2. E o Linense porque, se o campo se mantivesse seco, fatalmente ganharia os três pontos.


 


Foi, portanto, uma noite de insatisfações. Principalmente para quem acompanhou o jogo pela televisão e nos últimos 25 minutos mal conseguia distinguir os jogadores nas tomadas mais à distância das câmeras. Era impossível dar nitidez a um ambiente completamente nebuloso.


 


De fato, o jogo teve três tempos distintos. No primeiro terço o São Caetano foi bem melhor ao repetir a exibição do primeiro tempo ante a Ponte Preta na estréia no Estádio Anacleto Campanella. Por isso fez 2 a 0 em duas jogadas parecidas, de bola cruzada na área. No segundo terço do jogo o Linense comandou as ações e igualou o placar. No terceiro terço, quem dominou amplamente foi a chuvarada.


 


Futebol, que futebol?


 


Os dois times fizeram de tudo para tentar dominar a bola e quando perceberam que não adiantava, porque a chuva era forte e o gramado cada vez mais encharcado, livraram-se daquele objeto redondo, levando-o o mais distante possível da última linha de defesa. Quem tiver a coragem de qualificar aqueles 30 minutos finais de algo que possa ser relacionado a futebol, mesmo sem qualquer parentesco com a fantasia do Barcelona, precisa reciclar-se ou tomar cuidado para não confundir zebra com elefante.


 


Embora o sentimento de frustração tenha sido mútuo, do São Caetano porque não soube manter a vantagem em dois contextos diferentes, e do Linense porque poderia ter o jogo sob controle após empatar no começo do segundo tempo, quando a chuva ainda não fizera os estragos, o resultado acabou sendo justo. As duas equipes pelo menos somaram pontos. E somar pontos num campeonato tão curto e disputado é sempre um bom negócio, segundo a máxima utilitarista de quem primeiro quer se livrar do rebaixamento.


 


A repetição do time que estreou contra a Ponte Preta também se deu na forma de jogar do São Caetano: um monolítico sistema defensivo com três volantes (Moradei, Augusto Recife e Anselmo) dois meias de articulação (Marcelo Costa e Geovane) e um atacante (Betinho) mais avançado entre os zagueiros. O problema do São Caetano, que se espera atenuado quando pelo menos seis rodadas tiverem sido consumidas, é que falta mobilidade entre os setores. Durante uns 20 minutos dos 30 que a equipe teve o controle do jogo houve ocupação maior dos espaços, com avanço sincronizado dos laterais, um certo apoio alternativo dos volantes e uma movimentação mais intensa dos meias e do centroavante. Mas aos poucos tudo isso foi desaparecendo.


 


Perdendo terreno


 


Tanto desapareceu que o Linense começou a tomar conta do jogo. Marcou a saída de bola, encurtou a área de movimentação do São Caetano com avanço da zaga e apertou a marcação no meio de campo. O São Caetano sentiu o golpe mas não soube reagir. Começou a livrar-se da bola com ligações diretas, contrariando inteiramente o perfil ofensivo. Geovane e Marcelo Costa não são jogadores de choque nem de correria. E Betinho não é centroavante que consiga resolver problemas tendo dois zagueiros a persegui-lo.


 


Foi esse São Caetano tão contrastante que saiu da vitória parcial de 2 a 0 (Diego aos 6 minutos e um gol contra aos 17) para o desconforto do empate do adversário (Makelelê ao desviar de cabeça cobrança de falta aos 30 minutos e o sempre perigoso Eder em nova cobrança de falta aos 4 minutos do segundo tempo). No período de chuva, os dois gols foram quase acidentais: Betinho acertou uma virada na entrada da área, a bola resvalou no zagueiro Fabão e enganou o goleiro; e o mesmo Fabão, aos 26, empatou de cabeça ao apanhar um rebote da defesa após tumulto na pequena área.


 


Depois de dois jogos incompletos (o tempo dominado pela chuva deve ser relativizado como futebol) o São Caetano enfrenta o São Paulo neste sábado no Morumbi com a certeza de uma perspectiva de que vai complicar a vida do técnico Leão no primeiro tempo. Já no segundo, com a queda de rendimento físico e possível nova reprise de teimosia do técnico Márcio Araújo, econômico nas substituições, tudo pode acontecer. Até mesmo uma chuva ainda mais forte para salvar a lavoura de um possível primeiro tropeço programado para Lins.


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