Ganhar do Comercial de Ribeirão Preto ontem à noite no Estádio Anacleto Campanella por
O São Caetano foi tão eficiente que o Comercial não teve rigorosamente uma única grande oportunidade para marcar durante os 90 minutos. O mesmo time que três dias antes empatara de
Sem contar que o bandeirinha anulou um gol regularíssimo de Geovane no primeiro tempo, anotando impedimento inexistente, e o outro bandeirinha não observou que a bola chutada por Moradei ultrapassou a linha fatal antes de um zagueiro do Comercial rebatê-la com uma cabeçada.
De novo o meia-atacante Marcelo Costa, autor de dois gols, foi um dos destaques do São Caetano. Alçá-lo à condição de principal estrela do time nos dois últimos jogos, quando marcou quatro gols, seria injusto. Exceto a briga eterna do centroavante Betinho com a bola, num jogo de esconde-esconde que o técnico Márcio Araújo ainda não solucionou, o São Caetano foi mais uma vez equilibradíssimo em individualidades e suficientemente próspero no coletivo.
Solidificando a defesa
Os experimentos nos jogos em casa contra o XV de Piracicaba e o Guarani, quando Márcio Araújo optou por um esquema mais ofensivo, com apenas dois volantes, dois meias e dois atacantes, foi abandonado de vez depois de ganhar apenas um dos seis pontos
Parece mais que evidenciado que o São Caetano já solidificou o sistema tático deste começo de temporada, mas isso não pode representar o abandono de projetos de mudanças para potencializar-se ofensivamente. Há jogos que exigem agressividade maior e também não se pode descartar que os adversários vão começar a esmiuçar o esquema de Márcio Araújo para neutralizar os riscos.
De qualquer modo, mesmo com inclinação maior para preencher com mais assiduidade e competitividade o sistema defensivo, o São Caetano conseguiu ante o Comercial o que já realizara em Jundiaí: atacou em velocidade ou em progressivas trocas de passes. Encontrar o peso ideal de ocupação de espaços defensivos e ofensivos é o grande desafio do treinador.
Maturidade expressa
O que mais impressiona na equipe que antes da vitória em Jundiaí e da confirmação do avanço tático de ontem vinha de maus resultados e flertava com a zona de rebaixamento é o surto de maturidade. Entenda-se a expressão como uma capacidade intensa de saber temperar o jogo de acordo com as circunstâncias. Coloca velocidade ou impõe um ritmo mais moroso, mas progressivo, dependendo das circunstâncias. Tanto que em nenhum período do jogo com o Comercial o São Caetano perdeu o controle tático. Mesmo quando o adversário tinha mais posse de bola mas não conseguia espaços para penetrações. O São Caetano está aprendendo a dar corda para o oponente se enforcar.
É claro que o São Caetano ainda está longe do estado da arte, levando-se em conta os limites de seus jogadores. Mas está progressivamente melhor. Os laterais Daniel e Diego já se soltam mais e apoiam com maior regularidade e eficiência. Os zagueiros Jorge Luiz e Preto Costa estão sempre bem protegidos e melhoram posicionamento nas bolas aéreas. Os volantes Moradei, Augusto Recife e Anselmo se completam na dedicação de encurtar espaços e também se soltam ao ataque, principalmente Moradei e Anselmo. Marcelo Costa e Geovane parece se conhecerem há muito tempo, deslocando-se em sincronia e se completando tecnicamente: Geovane é um meia de ligação rápido, contundente, e Marcelo Costa ocupa cada vez melhor os espaços laterais, penetra nos espaços vazios sem a bola e complementa com letalidade impressionante. Sobra o que fazer com Betinho que, de bom, no jogo de ontem, fez o passe para o segundo gol de Marcelo Costa quando o adversário estava reduzido a nove jogadores.
O jogo de sábado de Carnaval contra o Corinthians é uma oportunidade nova para o São Caetano praticar o futebol de contragolpes. Com a vantagem de não ter obrigação alguma de ganhar os três pontos, mas, se conseguir, tornaria a presença no G-8, o grupo dos times que disputarão os mata-matas uma prova insofismável de evolução.
Total de 985 matérias | Página 1
05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André