Depois de 11 rodadas e 13 pontos ganhos na Série A do Campeonato Paulista, o diagnóstico mais seguro sobre o perfil do São Caetano é simples e remete ao que se viu no ano passado na Série B do Campeonato Brasileiro, quando sofreu ameaça de rebaixamento: falta a vontade dos vencedores. O empate de ontem à noite no Estádio Anacleto Campanella de
Não fosse a qualidade individual da maioria dos jogadores, mesmo assim comprometida por baixo rendimento coletivo, o São Caetano estaria em maus lençóis na competição. Sem contar que parece já definido o agrupamento de equipes que vão lutar para fugir das quatro últimas posições, que levarão à Série B: Comercial, Catanduvense, Botafogo e XV de Piracicaba perdem seguidamente e dão fôlego e tranquilidade a equipes como o São Caetano, que não se definem positivamente. É possível que com 18 pontos o Azulão esteja definitivamente fora da zona de rebaixamento. A projeção atual indica até menos pontos. O Comercial abre a zona de queda com apenas 21,2% de aproveitamento. Chegaria a 13 ao final da competição.
O empate com o Oeste poderia ter sido transformado em virada, depois de o São Caetano estar em desvantagem de
Está faltando gás?
Há desconfiança de que o São Caetano está muito aquém do condicionamento físico esperado para quem participa do principal campeonato estadual do País. Não houve um jogo sequer da equipe em que se deu uniformidade de rendimento físico em nível elevado. Quanto muito, em raras situações, o time manteve razoável consumo de energia. O São Caetano é incapaz de sustentar equilíbrio durante os 90 minutos.
Só pode ser mesmo falta de perna a baixa de rendimento do atacante Geovane, um dos melhores da equipe. Diante do Oeste, Geovane dividiu o ataque com Isael, tendo como alimentadores ofensivos Ailton e Kleber, já que Marcelo Costa, o cérebro da equipe, foi abatido por desconforto muscular. Geovane errou demais durante todo o jogo de ontem. Sem reflexos, sem tempo de bola, sem movimentação, parecia cansado. E ainda perdeu um gol feito no último minuto, quando o lateral Vicente foi à linha de fundo e o deixou na cara do gol, na marca de pênalti. Geovane completou mal. Um lance típico de quem chegou sem fôlego e sem força para o arremate.
É possível que se passar por uma bateria de especialistas sem envolvimento direto com a comissão técnica o elenco do São Caetano acuse desajustes físicos. Junte-se a isso a falta de espírito de competitividade, algo que parece originar-se nos vestiários, e se tem um resumo do baixo rendimento da equipe. O São Caetano lembra uma família de classe média sem ambição e sem preocupação com o orçamento doméstico, suficiente para tocar a vida.
O time que empatou com o Oeste, portanto, não fez nada diferente de outros jogos, embora outra vez tenha optado por dois volantes, dois articuladores e dois atacantes, mesmo sem um centroavante de ofício. Há inconsistências coletivas porque os setores não se agrupam, não se fundem e tornam previsíveis todos os avanços ofensivos. E defensivamente vai se desgastando e se fragilizando na medida em que o tempo corre.
O primeiro tempo ante o Oeste foi uma calamidade. Apenas um chute de Isael de fora da área e que raspou a trave retirou o São Caetano do marasmo geral. O Oeste se defendeu o tempo todo e procurou contragolpes, principalmente com os avanços do lateral/ala Fernandinho, sempre desmarcado. Aos 21 minutos Fernandinho bateu uma falta da intermediária para o cabeceio do centroavante Tadeu, que não alcançou, mas o goleiro Luiz calculou mal a saída do gol e a bola entrou.
Reação breve
O segundo tempo começou com uma ducha fria no São Caetano: logo aos dois minutos Fernandinho, livre nas imediações da área, cruzou na cabeça de Serginho, que marcou
Como Isael saiu com dores musculares logo após o gol e como o São Caetano parecia ter cumprido o dever de ter evitado a derrota, o jogo ficou malemolente, com o Oeste controlando melhor as ações. Mas ainda houve tempo para Geovane perder um gol incrível. O São Caetano deu-se por feliz por empatar um jogo que se achava perdido, mas a leitura é outra: se jogasse todo o potencial de que dispõe, o Oeste seria apenas uma nova vítima no caminho rumo à classificação ao G-8, cada vez mais improvável. Como o rebaixamento.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André