A vitória ante o Santos ontem à noite no Estádio Anacleto Campanella por
Quem mudou tudo foi o meia-atacante Ailton, que substituiu o quase inútil Kleber no intervalo. Com Ailton o São Caetano ganhou duplamente: teve um meia para dividir com Marcelo Costa as atenções da marcação santista na área de criação, e passou a contar com um marcador atento aos avanços de Juan, lateral/ala que fez o que bem quis no primeiro tempo, inclusive atuando por dentro, como armador. A correção tática aumentou o poder de fogo do São Caetano. E fez deslanchar ainda mais o futebol do melhor jogador da equipe, Geovane, autor de um gol e da jogada para o segundo. A defesa do São Caetano, bem protegida por três volantes de contenção (Moradei, Augusto Recife e Anselmo) manteve o Santos quase sempre longe da área. Quase sempre, porque com Ganso e Neymar até o quase é força de expressão.
O que o São Caetano mais temia acabou superado: ir para o Vale do Paraíba no final de semana e depender de empate ou mesmo vitória para escapar do rebaixamento. Uma matemática lógica, ante o Santos e uma associação de resultados bastante possível. A vitória tornou-se até extravagância. O empate teria desmontado a armadilha da queda. A vitória santista, mais provável, teria mantido a espada sobre a cabeça do Azulão.
A noite de domingo foi tão favorável ao São Caetano que até a arbitragem colaborou e corrigiu série de deslizes anteriores, quando a equipe foi seguidamente prejudicada em lances capitais. Um gol de Ganso, apanhando rebote de falta de Elano que acertou o travessão, foi anulado pelo bandeirinha. Ganso estava em posição normal.
Gols perdidos
Embora o São Caetano insistisse durante quase todo o primeiro tempo em dar espaço demais, sobretudo porque recuava excessivamente o meio de campo e a defesa afundava em direção ao goleiro Luiz, o resultado de
Ao restringir os passos de Juan no segundo tempo e também ao adiantar a marcação do meio de campo, o São Caetano provocou série de erros de saída de bola do Santos. Erros que irritaram o técnico Muricy. Dois foram fatais. No primeiro, Moradei ganhou de Ganso no meio de campo, avançou, passou na corrida por dois adversários e fez um passe em diagonal, na medida, para Geovane cabecear livre contra a saída do goleiro. No segundo, Geovane roubou a bola de Ibson, fugiu de dois adversários, cruzou na pequena área para Ailton que dividiu com o goleiro Rafael e no rebote, Marcelo Costa bateu livre para desempatar.
Muricy fez de tudo para mudar taticamente o jogo. Ainda quando estava empatado tirou o lateral Fucile, deslocou Henrique para a função e colocou Elano para dar densidade ao meio de campo e também para potencializar as bolas paradas. Depois do desempate, fez mais duas modificações para aumentar a intensidade ofensiva, mas não obteve as respostas imaginadas.
Se é certo que a derrota não altera o rumo do Santos no campeonato, perfilando-se como favorito ao título juntamente com os outros grandes, ao São Caetano o resultado serviu de advertência e motivação: é possível tornar o trajeto na Série B do Campeonato Brasileiro menos acidentado que nos últimos anos se o sentimento do grupo mantiver-se acesso em todos os jogos, não apenas nos que apresentarem maior visibilidade ou emergencialidade.
Qual o caminho que o São Caetano preferirá no próximo campeonato?
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André