A dependência do Santos ao futebol de Neymar é uma graça divina que não pode ser minimizada sob pena de que se estaria cometendo um atentado contra a genialidade do atacante. Tampouco pode ser superdimensionada a ponto de transformar o quase campeão paulista num time qualquer. Neymar faz sim a diferença. E que diferença! O Santos sem Neymar seria um time grande comum, como todos os times grandes brasileiros. Perderia com mais frequência e não entraria numa competição como favoritíssimo ao título. Seria apenas um dos favoritos. Como os outros melhores.
É claro que a dependência do Santos ao futebol de Neymar é proporcionalmente muito maior que a do Barcelona em relação a Messi. Não se trata de paradoxo, porque Messi é muito mais jogador que Neymar, ainda. A diferença é que o Barcelona é muito mais time que o Santos (a final do Mundial de Clubes com
O lance que culminou no pênalti assinalado pelo árbitro no jogo em que o São Bernardo empatou
O São Paulo fulanizou de tal maneira o comando diretivo que o afastamento do zagueiro Paulo Miranda marca um comportamento que nem no futebol varzeano tem mais vez. Pegou mal para o técnico Leão, sempre centralizador e autoritário, ter de engolir a decisão de um Juvenal Juvêncio sempre autocrático. Tudo poderia ter sido resolvido de maneira que não abalasse o elenco e, principalmente, não expusesse as fragilidades administrativas do Tricolor. Paulo Miranda não é nenhuma maravilha, mas ao puni-lo a diretoria do São Paulo procurou mesmo proteger-se, porque já foi o tempo em que acertava em quase todas as contratações. Tempos em que controlava praticamente sozinha a bolsa de jogadores prestes a se tornarem disponíveis no mercado, dentro das regras da Lei Pelé. Tempos de relações mais próximas com a CBF, embora esses tempos, sem os mesmos resultados, pareçam estar de volta.
Quem acompanha o noticiário esportivo do Diário do Grande ABC é capaz de jurar que a preparação do Saged (ex-Ramalhão) para a Série C do Campeonato Brasileiro (do qual não foi apeado ano passado apenas por conta da burocracia esportiva, porque dentro de campo caiu para a Série D) é digna de um representante da Liga dos Campeões da Europa. Não há reforço que não seja a fina flor da técnica. Quando o senso crítico baixa a guarda, o nocaute é iminente. Aliás, é o que vem ocorrendo faz tempo.
Por falar em Saged, há movimentação bastante discreta de acionistas da empresa que terceirizou o futebol do Esporte Clube Santo André. O sentimento de frustração após cinco anos em que a rotina de derrotas rivaliza-se com a falta de transparência do negócio ainda não conseguiu saltar para o terreno da reação coordenada. Há correntes que se dividem em duas direções. A primeira quer simplesmente esquecer o negócio, mantendo-o com Ronan Maria Pinto até que se exaure. A segunda é partir para um confronto. Como o confronto poderia desencadear rompimento do contrato, e ninguém quer ficar com a batata quente de uma empresa de números financeiros obscuros, prevalece a filosofia de que é melhor um passarinho de omissão na mão de que dois passarinhos de complicações voando.
Não faltaram jornalistas indignados com revelações de suas paixões futebolistas, publicadas pela revista Vip. Quem conhece o mundo da bola e da mídia não se surpreendeu com a origem passional dos profissionais de narração, comentários e reportagens. Eles se traem em pequenos detalhes. Por exemplo: quando Cleber Machado remeteu ao centroavante Juari aquela comemoração de Neymar a girar o corpo no pau da bandeirinha num dos gols contra o São Paulo. Com tanta presteza informativa, só poderia mesmo ser algo saído do fundo da alma alvinegra. Outro cronista, flamenguista de coração, segundo a revista, saiu do armário clubístico naquele domingo
Está ficando cada vez mais difícil a bancada da TV Globo sustentar paixonite aguda por Kaká, derivada de relações pessoais e também de demandas de audiência, porque o atacante goza de imagem de bom menino. Kaká não consegue voltar à forma que o transformou num dos mais eficientes pontas de lança do futebol, mas segue na condição de dono de um fã clube midiático que simplesmente fecha os olhos à sequência de improdutividades tanto na Seleção Brasileira quanto no Real Madrid. A possível transferência de Kaká para o francês PSG, empurrada pela decepcionada torcida do Real Madrid, é a escala descendente de uma carreira brilhante, mas nem tanto. Galvão Bueno provavelmente chorará viuvez.
As cabines de imprensa e de autoridades do Estádio Primeiro de Maio são uma festa nos dias de jogos do São Bernardo. Há convidados especiais de todos os tipos, principalmente nesta temporada eleitoral. A correlação entre a equipe que está prestes a ganhar o título da Série B Paulista e a Administração Luiz Marinho poderia ser menos ostensiva, por mais que seja defensável o envolvimento do Poder Público nas equipes de médio e pequeno porte como contraponto ao poder monolítico das grandes agremiações na mídia e nos patrocínios gerados pela exposição televisiva.
A direção do São Bernardo insiste
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André