Esportes

São Caetano é reprovado no teste,
mas consegue bom empate com CRB

DANIEL LIMA - 20/06/2012

Quem esperava que o São Caetano seguisse em frente no avanço dos últimos jogos e principalmente na vitória ante o América de Natal por 3 a 2 na última sexta-feira se decepcionou ontem à noite com o empate de 2 a 2 diante do CRB em Maceió, pela sétima rodada do primeiro turno da Série B do Campeonato Brasileiro. O time de Sérgio Guedes voltou com um empate mais que justo, mesmo tendo sofrido o gol que lhe tirou novos três pontos aos 47 minutos do segundo tempo. A vitória teria sido um bônus muito acima do que se viu em campo.
 
Talvez
a maior lição que o São Caetano tenha aprendido na capital alagoana é que não se pode perder a oportunidade de liquidar um resultado que se oferece de mão beijada. O primeiro tempo foi um convite à vitória, mas o São Caetano contentou-se com o 1 a 0, gol de Marcelo Costa de pênalti depois de uma jogada em alta velocidade do lateral Diego, que avançou em diagonal e passou por vários adversários, até ser derrubado.
 
O CRB contabilizava seis mudanças individuais e parecia anestesiado, sem força para atacar e mais preocupado em se defender. O São Caetano excedia-se em lentidão. O esquema 4-2-3-1 não funcionava porque apenas os volantes tinham dinamismo. Eder, Marcelo Costa e Geovane permaneciam estáticos e isolavam Leandrão. E mesmo diante de um adversário abatido, os riscos pela esquerda eram persistentes: o lateral Gleidson avançava sempre desmarcado e sobrecarregava a defesa.
 
A morosidade do primeiro tempo ficou no passado e nas vaias da torcida à saída do CRB de campo no intervalo. Quando o segundo tempo começou o CRB veio com dois atacantes velozes pelas extremidades, Elsinho e Ricardinho. Marcando mais à frente, o time alagoano começou pressionando e empatou logo aos dois minutos: um cruzamento na área foi mal rebatido e Gleidson completou de cabeça.
 
Danielzinho melhora
 
Bastou a pressão do CRB para o São Caetano apresentar excessos de falta na entrada da área. O time de Sérgio Guedes estava descontrolado na marcação e impaciente para cercar os adversários. A entrada de Danielzinho aos 12 minutos no lugar do inútil Eder deu um pouco de dinamismo na saída de bola. O atacante emprestado pelo São Bernardo é movido a deslocações e sempre incomoda os adversários. Quando Somália entrou aos 21 minutos no lugar de um já cansado e muito isolado Leandrão, o São Caetano optou definitivamente pela vitória.
 
E foi Somália quem desempatou aos 27 minutos, na primeira grande arrancada de contragolpe do São Caetano no segundo tempo. Marcelo Costa ganhou uma dividida no meio de campo, lançou Geovane em diagonal que avançou e fez um passe milimétrico para o complemento letal de Somália na pequena área.
 
Nestas alturas do jogo o São Caetano já conseguira reduzir o ímpeto ofensivo do adversário ao aproximar mais a marcação dos atacantes que entraram no segundo tempo, mas errava demais na saída de bola, não conseguia impor ritmo e deixava o adversário com a expectativa de empate. Foi o que aconteceu aos 47 minutos quando, após infração na entrada da área, uma jogada bem treinada culminou no cruzamento da linha de fundo, falha do goleiro Fábio (que substituiu Luiz com três cartões amarelos) e complemento de Rodrigão, zagueiro travestido de atacante.
 
Mais tempo à preparação
 
Com período de 10 dias para o próximo confronto, sábado da próxima semana contra o Paraná no Estádio Anacleto Campanella, o técnico Sérgio Guedes terá tempo relativamente suficiente para retomar o avanço tático e coletivo do São Caetano. O resultado com o CRB não pode entrar na lista de pontos perdidos, mas também está longe de situar-se como positivo. Ficou no meio agradável e no meio desagradável. Talvez só o tempo e os demais resultados do adversário em casa poderão definir melhor o quanto o 2 a 2 foi interessante ou não. A maior preocupação, portanto, deve se fixar na oscilação coletiva. O time não conseguiu imprimir os contragolpes esperados (exceto nos dois gols, um de arrancada individual do lateral Diego e outro de jogada coletiva). Muito pouco ante um adversário despudoramente desorganizado no primeiro tempo e apenas voluntarioso no segundo.
 
O índice de aproveitamento do São Caetano na competição caiu para 52%. Um pouco abaixo dos 55% necessários para o acesso, mas bastante satisfatório para quem perdeu os dois primeiros jogos. Ganhar do Paraná elevaria a marca para 58%. É essa meta que deve estar no quadro de avisos dos vestiários. Quanto mais acima de 55%, mais a certeza de que a Série A não é miragem. Para isso, Sérgio Guedes deve estar consciente de que tem muito trabalho a realizar. A dispersão motivacional e ocupacional do grupo, incapaz de sustentar um ritmo forte em Maceió, deve ser martelada durante os treinamentos. Até porque, dispersão tem tudo a ver com falta de compactação. E foi o que se viu ante o campeão alagoano.


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