O São Caetano joga neste sábado às 21h com o Ipatinga, na Grande Belo Horizonte, por pelo menos duas metas imediatas que poderão contribuir para alimentar o sonho de voltar à Série A do Campeonato Brasileiro: pode somar 11 partidas invictas na competição, um recorde histórico, e também, finalmente, chegar ao G-4, o grupo das equipes que assegurariam um lugar na principal competição do País. Essas duas possibilidades são materializáveis porque estão iluminadas pela lanterninha do Ipatinga no campeonato.
Desde que assumiu a equipe, na terceira rodada, o técnico Sérgio Guedes está invicto na Série B do Campeonato Brasileiro. Ele dirige o grupo depois de duas derrotas sob o comando de Márcio Araújo. Nos 10 jogos disputados conseguiu seis vitórias e quatro empates. Exatamente os números de Márcio Araújo que, na reta de chegada da Série B do ano passado, liderou à beira do campo uma recuperação que evitou o rebaixamento.
A diferença entre esses dois períodos é que o São Caetano de Márcio Araújo raramente transmitiu a sensação de que o próximo jogo seria melhor que o anterior, enquanto o São Caetano de Sérgio Guedes ainda oscila coletivamente mas distancia-se de retrocessos comprometedores. Em suma, é um time em evolução, com eventuais recuos suportáveis. Além disso, Sérgio Guedes conta com número imenso de alternativas individuais que sugerem não só maior equilíbrio ao longo da temporada como também mudanças táticas no decorrer de cada jogo.
Na vitória de sexta-feira no Estádio Anacleto Campanella ante o Barueri por
Reservas de qualidade
Para se ter a ideia de que os reservas não só não abalam a força do São Caetano como estimulam projeções táticas, o lateral-direito Samuel Xavier é antípoda do titular Samuel Santos: tem mais técnica individual, marca melhor e participa mais efetivamente da cobertura defensiva, enquanto o ausente no jogo com o Barueri é mais rápido, projeta-se em velocidade ao ataque e tem estatura física mais elevada.
Também há diferenças entre os goleadores Leandrão e Somália. O primeiro sente-me mais efetivo entre os zagueiros, na grande área, procura os entrechoques e faz o papel de pivô utilizando-se do corpo forte. Somália é mais habilidoso, movimenta-se bem fora da área, normalmente foge do corpo a corpo com os zagueiros e transmite mais liderança aos companheiros.
Danielzinho e Geovane, os pontas de lança, também se distanciam
Além dos jogadores utilizados por Sérgio Guedes de acordo com as circunstâncias, há opções que nem sempre estão no banco de reservas mas que podem virar titulares a qualquer momento. Um desses casos é do meia-atacante Ailton, já recuperado de contusão. Mais técnico, mais finalizador e mais organizador que Danielzinho e Geovane, Ailton pode atuar inclusive tanto com Danielzinho como com Geovane. Ele poderia substituir um Marcelo Costa que, sob o peso de 32 anos, não mantém o ritmo durante todo o jogo.
Preparo ao acesso
Em suma, o São Caetano parece preparado para disputar uma das quatro primeiras colocações como jamais o fez nas edições anteriores da Série B do Brasileiro. Se já não está entre os quatro primeiros é porque a competição deste ano está marcada, por enquanto, por definição precoce de três pelotões de qualificação: os times que não deixam dúvidas de que devem jogar até as últimas rodadas pelo acesso, os times que já se vão definindo entre forças intermediárias e os times que lutarão para não cair.
Normalmente essa síntese se solidifica ao final do primeiro turno, mas os 10 primeiros colocados insistem em distanciar-se dos demais e os seis últimos parecem não ter fôlego para reagir. Mas esse panorama pode não ser definitivo, porque, diferentemente da Série A, a Série B é menos contrastante em poderio técnico.
Certo mesmo é que para voltar de Ipatinga com uma vitória e o recorde de invencibilidade em seis anos de Série B o São Caetano precisa repetir pelo menos a efetividade dos
O São Caetano ainda não encanta, mas aí seria pedir demais. O trabalho de Sérgio Guedes, mesmo com três intervalos de 10 dias liberados pela tabela, mal começou se o referencial for a longevidade média das equipes mais bem organizadas. A segurança defensiva é o grande diferencial em relação aos tempos de Márcio Araújo. Não se vê jogadores do São Caetano a assistir passivamente o domínio de bola do adversário. Ainda há erros no sistema defensivo, é certo, mas deriva de descuidos que treinamentos corrigem. Ofensivamente, falta muito porque ainda há dificuldades operacionais à compactação dos setores e melhor aproveitamento das laterais, por onde podem ser construídos caminhos menos problemáticos do que internamente, já que os volantes Moradei e Augusto Recife não têm as infiltrações como características. Um preço a pagar à eficiência de marcadores implacáveis.
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